Aprender e Ensinar em 140 Caracteres- Comunicação em Rede: formação na cibercultura. Resumo



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Transcrição:

Aprender e Ensinar em 140 Caracteres- Comunicação em Rede: formação na cibercultura Rosemary dos Santos PROPED-UERJ rose.brisaerc@gmail.com Felipe Silva Ponte PROPED-UERJ felipesilvaponte@yahoo.com.br Resumo Este estudo é um desdobramento da dissertação A tessitura do conhecimento via Mídias Digitais e Redes Sociais: itinerâncias de uma pesquisa-formação multirreferencial, realizada em 2011, no Proped, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Na dissertação investigamos como os professores vêm utilizando as mídias digitais em rede, com a interconexão de práticas, narrativas e aprendizagens mediadas pela cibercultura. Neste artigo procuramos situar esse cenário sociotécnico em sua fase atual, marcado pela colaboração e mobilidade, pontuando novos desafios para a educação. Mapeamos os usos e as potencialidades comunicacionais e pedagógicas dos softwares sociais, nos processos de aprendizagem e nas práticas sociais. Considerando que o contexto sócio-histórico-cultural em que nos encontramos, no qual processos educacionais são mediados também pelas tecnologias digitais em rede, percebemos que as práticas formativas passam a ser ressignificadas, também a partir do conceito de cibercultura. Palavras-chave: cibercultura, colaboração, redes sociais, práticas educativas. 61

Learning and Teaching in 140-Characters Communication Network: training in cyberculture Abstract This study is an extension of the dissertation " The weaving of knowledge via Digital Media and Social Networking: itinerancies a multifaced research training " held in 2011, at the State University of Rio de Janeiro (UERJ). In the dissertation it is investigated how teachers have been using digital media network in interconnection with practices, narratives and learning mediated by cyberculture. In this article, we situate this sociotechnical scenario in its current phase marked by collaboration and mobility, highlighting new challenges for education. We mapped the uses and the communicational and pedagogical potential of social software in learning processes and social practices. Considering the socio-cultural-historical context in which we find ourselves, in which educational processes are also mediated by digital network technologies, we realized that educational practices are being re-signified, with the point of view of the cyberculture. Keywords: cyberculture, collaboration, social networking, educational practices. Nossas redes educativas: o contexto sócio-histórico-cultural (80 caracateres) Vários acontecimentos de importância histórica transformaram o cenário social e político da vida humana, alguns deles caracterizados pelas tecnologias digitais em rede que começam a remodelar a infraestrutura sociotécnica da sociedade a partir dos estudos voltados para a cibercultura. Conforme considera Castells (2006), a tecnologia é a sociedade, e, enquanto tal, acaba sendo incorporada às relações sociais, fazendo com que novas formas de interagir e se comunicar sejam reinventadas a todo o momento, a partir da sua apropriação e dos seus usos, estruturando redes sociais, softwares livres, 62

mídias locativas, fazendo emergir uma cultura mais conversacional que informacional, já que a troca se dá mais próxima do diálogo do que da recepção. A cibercultura implica novos sentidos e instaura a passagem do modo industrial para o eletrônico. Esse paradigma traduz o mundo em dados binários, para posterior processamento em máquinas semânticas (Santella, 2002), os computadores. Para a autora o sentido histórico é construído pela tradução da natureza na linguagem dos algoritmos, inserindo o domínio técnico na esfera do discurso e da comunicação. A revolução algorítmica transforma a sociedade industrial a partir de três pilares fundamentais: a rede (informação), a sociabilidade (comunicação) e a globalização (mundialização). Para Santos (2012) cibercultura é a cultura contemporânea estruturada pelas tecnologias digitais em rede na cidade e no ciberespaço. A transformação da esfera midiática se dá com o surgimento de funções conversacionais pós-massivas, permitindo, a qualquer pessoa produzir e distribuir informação sem ter que movimentar grandes volumes financeiros ou pedir concessão a quem quer que seja. A livre circulação da palavra se dá pela conexão mundial em redes (internet e celulares). A constituição dessa esfera pública mundial conversacional tem implicações políticas profundas. Aparece aqui o que sentimos no dia a dia: uma reconfiguração social, cultural e política do sistema infocomunicacional global. Para além do domínio técnico, e através dele, temos em potencial uma revolução social em marcha. Hoje nada se compara à força transformadora da informatização da sociedade nos seus três princípios: a liberação da palavra, a conexão planetária e a reconfiguração sociocultural. Podemos afirmar que a conversação mundial se ampliou com sistemas de comunicação transversais como blogs, microblogs, wikis e outras redes sociais. A liberação da emissão, antes controlada pela mídia de massa é correlata à abertura dos sentidos. As formas de emissão e circulação de informação das mídias de massa tinham limitações de acesso: o polo de emissão não era liberado e a circulação da 63

informação pelos praticantes 1 em movimento estava limitada a um único lugar casa, escritório, fábrica, orelhões, telefone fixo. Com o advento do digital, das tecnologias móveis, criam-se nas cidades contemporâneas, com a fusão de emissão e recepção de informação digital, em mobilidade e no espaço público, novas práticas sociais. Emergem, também, nesses espaços novas formas de controle e vigilância e novas formas de pensar a ciberdemocracia. Para Lemos e Lévy (2010), a ciberdemocracia tem como sinônimo a governança mundial, o Estado transparente, a cultura da diversidade e a ética da inteligência coletiva. Para os autores: A computação social aumenta as possibilidades da inteligência coletiva, e por sua vez, a potência do povo. Outro efeito notável dessa mutação da esfera pública é a pressão que ela exerce sobre as administrações estatais e sobre os governos para mais transparência, abertura e diálogo. Por último, devido ao caráter mundial da nova esfera pública, os movimentos de opinião e de ação cidadã atravessam cada vez mais as fronteiras e entram em fase com o caráter, ele mesmo planetário, dos problemas ecológicos, econômicos e políticos (LEMOS; LEVY, 2010, p. 14). Com a integração das mídias vemos nascer um novo espaço público, que redefine radicalmente as condições de governança e vai engendrar novas formas políticas ainda imprevisíveis. Ao falar sobre as manifestações ocorridas no Egito e iniciadas no Twitter, Castells 2 (2011) observa: Não foi uma revolução pela internet. Mas sem a internet essa revolução concreta não teria ocorrido. Pela internet chegaram as imagens e informações de Túnis. E as redes sociais foram a plataforma de mobilização, de coordenação, de solidariedade e de 1 Este termo é utilizado por Certeau (1994) para aqueles que vivem e envolvem-se dialogicamente com as práticas do cotidiano. Iremos utilizá-lo neste trabalho por concordarmos com o termo utilizado pelo autor: o enfoque da cultura começa quando o homem ordinário se torna o narrador, quando define o lugar (comum) do discurso e o espaço (anônimo) de seu desenvolvimento. (CERTEAU, 1994, p.63). 2 http://www.lavanguardia.es/opinion/articulos/20110219/54117604837/anatomia-de-unarevolucion.html 64

É no ciberespaço, e especificamente nos ambientes virtuais de aprendizagem, que saberes são produzidos pela cibercultura, principalmente no que se refere a aprender com o outro e em conjunto, criando uma rede de aprendizagem em um ambiente aberto, plástico, fluido, atemporal e ininterrupto. Com o surgimento desses novos espaços, passamos por uma dinâmica de diferentes modalidades perceptivas. Destacamos, aqui, os potenciais comunicacionais e pedagógicos destas mídias, principalmente por potencializarem os usos dos professores, por se constituírem em espaços para produção e cocriação. Os usos do Twitter para a comunicação entre praticantes geograficamente dispersos, para tornar público os relatos do cotidiano e para discussão sobre temas específicos, pode estruturar processos de construção colaborativa do conhecimento através de algumas potencialidades comunicacionais da interface, dentre as quais podemos citar: a comunicação multidirecional, a hipertextualidade, o compartilhamento de informação e a constituição de comunidades. Refletir sobre como essas práticas são constituídas a partir das experiências mediadas pelas redes de conhecimento exige que compreendamos o advento da internet que materializou a revolução da tecnologia digital no âmbito da comunicação e da informação. Referências Bibliográficas ALVES, Nilda. Sobre movimentos das pesquisas nos/dos/com os cotidianos. In: OLIVEIRA, Inês Barbosa de; ALVES, Nilda (Orgs.). Pesquisa nos/dos/com os cotidianos das escolas: sobre redes de saberes. 3. ed. Petrópolis: DP & A, 2008. CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano. Petrópolis: Vozes, 1999. CASTELLS, Manuel. A Sociedade em Rede. 9.ed. São Paulo: Paz e Terra, 2006. LEMOS, André. Cibercultura. Porto Alegre: Sulina, 2002. 79

LEMOS, André & Lévy, Pierre. O futuro da internet: em direção a uma ciberdemocracia. São Paulo: Paulus, 2010. LÉVY, P. A máquina universo: criação, cognição e cultura Informática. Porto Alegre: Artmed, 1998. LÉVY, P. Cibercultura. SP: Editora 34, 1999. LÉVY, Pierre. LÉVY, Pierre. A inteligência coletiva: por uma antropologia do ciberespaço. 5. ed. São Paulo: Loyola, 2007. RECUERO, Raquel. Redes sociais na internet. Porto Alegre: Sulina, 2009.. SANTAELLA, Lúcia. Linguagens líquidas na era da mobilidade. São Paulo: Paulus, 2008. SANTAELLA, Lúcia & LEMOS, Renata. Redes sociais digitais a conexão conetiva do Twitter. São Paulo: Paulus, 2010. SANTOS, Edmea. Articulação de saberes na EAD online: por uma rede interdisciplinar e interativa de conhecimentos em ambientes virtuais de aprendizagem. In: SILVA, M. (Org.) Educação online. São Paulo, Loyola: 2003. SANTOS, Edmea. Pesquisando com a mobilidade ubíqua em redes sociais da internet: Twitter. Revista de jornalismo científico Com Ciência. 2012. Disponível em: <http://www.comciencia.br/comciencia/?section=8&edicao=74&id=932> SILVA, Marco. Sala de aula interativa. Rio de janeiro: Quartet, 2000. 80

Sobre os Autores Volume 8 - N o 2 Maio/Agosto de 2014 Rosemary dos Santos Doutoranda em Educação PROPED-UERJ. Professora da Rede Municipal de Educação Duque de Caxias. Formada em Letras (FEUDUC) e Pedagogia(UERJ), Pós Graduada em Docência do Ensino Superior(UCAM) e Informática Aplicada à Educação(UERJ), Mestre em Educação (PROPED- UERJ). Membro do GPDOC - Grupo de Pesquisa Docência e Cibercultura. Tutora de Educação a distância. Site: www.docenciaonline.pro.br. Felipe Silva Ponte Mestrando em Educação PROPED-UERJ. Especialista em Educação com aplicação da informática e tutor à distância (UERJ). Professorcoordenador de Novas Tecnologias no Centro Educacional da Lagoa CEL. Membro do GPDOC - Grupo de Pesquisa Docência e Cibercultura. Revista EducaOnline, Volume 8, N o 1, Maio/Agosto de 2014. ISSN: 1983-2664. Este artigo foi submetido para avaliação em 12/01/2013 e aprovado para publicação em 22/04/2014. 81