EMPRESAS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E A APLICAÇÃO DOS SEUS MÉTODOS DE CUSTEIO.

Documentos relacionados
APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE CUSTEIO: VARIÁVEL E POR ABSORÇÃO, PARA O PROCESSO DECISÓRIO GERENCIAL DOS CUSTOS

Terminologias Introdutórias de Custo: Uma Pesquisa Exploratória Na Universidade Federal de Pernambuco Nos Cursos de Ciências Contábeis e Administração

Sistemas de Informação Gerencial

NORMA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE TÉCNICA DO SETOR PÚBLICO NBCT (IPSAS)

O QUE É ATIVO INTANGÍVEL?

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Programa de Graduação em Ciências Contábeis com Ênfase em Controladoria

UNIDADE 1 ESTÁTICA PATRIMONIAL Aula 01 Introdução - A linguagem da contabilidade

O Uso da Inteligência Competitiva e Seus Sete Subprocessos nas Empresas Familiares

DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA: UM INSTRUMENTO AO PROCESSO DECISÓRIO

Terminologias e Classificações

AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE AUDITORIA INTERNA NA AGÊNCIA DO BANCO ITAÚ DE PONTE NOVA RESUMO

Importância da normalização para as Micro e Pequenas Empresas 1. Normas só são importantes para as grandes empresas...

PROJETO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA INTERNACIONAL. Projeto 914 BRA PRODOC-MTC/UNESCO DOCUMENTO TÉCNICO Nº 03

Cinco restrições de desenvolvimento/teste que afetam a velocidade, o custo e a qualidade dos seus aplicativos

CUSTOS DA QUALIDADE EM METALURGICAS DO SEGMENTOS DE ELEVADORES PARA OBRAS CÍVIS - ESTUDO DE CASO

Resultados da Pesquisa IDIS de Investimento Social na Comunidade 2004

Introdução à. Engenharia de Software. Givanaldo Rocha de Souza

CÓDIGO CRÉDITOS PERÍODO PRÉ-REQUISITO TURMA ANO INTRODUÇÃO

FUNDAÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DA REGIÃO CENTRO-SUL FUNDASUL CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS - Contabilidade Gerencial PROFESSOR - PAULO NUNES

ANÁLISE DAS MELHORIAS OCORRIDAS COM A IMPLANTAÇÃO DO SETOR DE GESTÃO DE PESSOAS NA NOVA ONDA EM ARACATI CE

CUSTOS LOGÍSTICOS - UMA VISÃO GERENCIAL

MBA EM LOGÍSTICA E GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS

ASPECTOS CONCEITUAIS OBJETIVOS planejamento tomada de decisão

TÍTULO: PERFIL SOCIOECONÔMICO DOS PROFISSIONAIS FORMANDOS DA ÁREA DE NEGÓCIOS DA FACIAP

A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE CUSTOS NA ELABORAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

08/05/2009. Cursos Superiores de. Prof.: Fernando Hadad Zaidan. Disciplina: PIP - Projeto Integrador de Pesquisa. Objetivos gerais e específicos

Anais da Jornada Científica Integração: Educação, Sociedade e Tecnologia

CUSTEIO POR ABSORÇÃO X CUSTEIO ABC

ANEXO 1 PROJETO BÁSICO PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL E ORGANIZACIONAL DE ENTIDADES CIVIS DE DEFESA DO CONSUMIDOR

Por que sua organização deve implementar a ABR - Auditoria Baseada em Riscos

A Análise dos Custos Logísticos: Fatores complementares na composição dos custos de uma empresa

A nova visão da. Contabilidade Aplicada ao Setor Público

CURSO. Master in Business Economics 1. vire aqui

Inovação aberta na indústria de software: Avaliação do perfil de inovação de empresas

Módulo 12 Gerenciamento Financeiro para Serviços de TI

5 Considerações finais

Revista Contabilidade & Amazônia. Fluxo de Caixa como Ferramenta de Gestão Financeira para Microempresas

Uma conceituação estratégica de "Terceiro Setor"

22/02/2009. Supply Chain Management. É a integração dos processos do negócio desde o usuário final até os fornecedores originais que

FACULDADE PITÁGORAS DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO

GESTÃO DE QUALIDADE EM SERVIÇOS NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DO RAMO DE SOFTWARE: GARANTIA DE QUALIDADE MPS.BR

Neste contexto, o Fluxo de Caixa torna-se ferramenta indispensável para planejamento e controle dos recursos financeiros de uma organização.

LEAD TIME PRODUTIVO: UMA FERRAMENTA PARA OTIMIZAÇÃO DOS CUSTOS PRODUTIVOS

Sumário Case 1 Exportação Case 2 Importação...75

Porque estudar Gestão de Projetos?

AS ETAPAS DO PLANEJAMENTO

BSC Balance Score Card

AUTOR(ES): ARIANE BUENO DOS SANTOS, ANA PAULA CILOTTI, CLARISSA REIS SILVA

Exclusivo: Secretária de Gestão do MPOG fala sobre expectativas do Governo Dilma

A NECESSIDADE DE UMA NOVA VISÃO DO PROJETO NOS CURSOS DE ENGENHARIA CIVIL, FRENTE À NOVA REALIDADE DO SETOR EM BUSCA DA QUALIDADE

Desenvolve Minas. Modelo de Excelência da Gestão

Metadados. 1. Introdução. 2. O que são Metadados? 3. O Valor dos Metadados

TREINAMENTO SOBRE PRODUTOS PARA VENDEDORES DO VAREJO COMO ESTRATÉGIA PARA MAXIMIZAR AS VENDAS 1. Liane Beatriz Rotili 2, Adriane Fabrício 3.

Abaixo segue a demonstração dos resultados da empresa.

PMBoK Comentários das Provas TRE-PR 2009

HOTELARIA ADAPTADA PARA ANIMAIS: UMA NOVA TENDÊNCIA NO MERCADO TURÍSTICO HOTELEIRO

UNEMAT SISTEMA DE INFORMAÇÃO (SI) Professora: Priscila Pelegrini

A EVOLUÇÃO DO PIB PARANAENSE A 2014

As Organizações e a Teoria Organizacional

AULA 6 Esquemas Elétricos Básicos das Subestações Elétricas

Ernâni Teixeira Liberali Rodrigo Oliveira

Política de Gerenciamento de Risco Operacional

Fonte: Laudon & Laudon 5ª edição Administração de Sistemas de Informação

Plano de Negócios. Por que escrever um Plano de Negócios?

Campus Capivari Análise e Desenvolvimento de Sistemas (ADS) Prof. André Luís Belini prof.andre.luis.belini@gmail.com /

Processos Administrativos de Compras

CONTABILIDADE RURAL: IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE CUSTOS PARA AS EMPRESAS RURAIS. Palavras-chave: Contabilidade rural, Empresas rurais, Gestão de custos.

PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO POT

VARIAÇÕES DE PREÇOS NOS ESTOQUES E SEUS IMPACTOS NO FLUXO DE CAIXA DE EMPRESAS COMERCIAIS

Questionário de avaliação de Práticas X Resultados de projetos - Carlos Magno Xavier (magno@beware.com.br)

ITIL v3 - Operação de Serviço - Parte 1

Otimizada para Crescimento:

Disciplinas Fundamentais 2009 (2º quadrimestre)

RECEITA BRUTA ( ) Deduções de Receitas = RECEITA LÍQUIDA ( ) Custos = LUCRO BRUTO ( ) Despesas = LUCRO LÍQUIDO

CONTABILIDADE GERENCIAL

Sistema de Gerenciamento de Projetos V 1.01 MANUAL DO COORDENADOR

PLANO DE NEGÓCIOS. Causas de Fracasso:

APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL NA INDÚSTRIA MOVELEIRA NAS REGIÕES FRONTEIRA NOROESTE E CELEIRO RS, NO ÂMBITO DO PROJETO EXTENSÃO PRODUTIVA E INOVAÇÃO.

EGC Gestão Estratégica da Tecnologia da Informação

UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS GERENCIAIS EM PEQUENAS PROPRIEDADES RURAIS DO MUNICÍPIO DE DILERMANDO DE AGUIAR/RS

Gerenciamento de Projetos Modulo II Clico de Vida e Organização

(MAPAS VIVOS DA UFCG) PPA-UFCG RELATÓRIO DE AUTO-AVALIAÇÃO DA UFCG CICLO ANEXO (PARTE 2) DIAGNÓSTICOS E RECOMENDAÇÕES

PERFIL EMPREENDEDOR DOS APICULTORES DO MUNICIPIO DE PRUDENTÓPOLIS

RACIONALIZAÇÃO DE PROCESSOS NO TURISMO: UM ESTUDO DE CASO EM UM HOTEL NO MUNICÍPIO DE TORRES RS

XIII Encontro de Iniciação Científica IX Mostra de Pós-graduação 06 a 11 de outubro de 2008 BIODIVERSIDADE TECNOLOGIA DESENVOLVIMENTO

Solicitação de Propostas. Apoio à Conexão de Unidades de Ensino e Pesquisa a Redes Estaduais

Os cinco subsistemas de Gestão de Pessoas

6. Pronunciamento Técnico CPC 23 Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro

3 Metodologia. 3.1 Tipo de Pesquisa

Eixo Temático ET Gestão de Resíduos Sólidos VANTAGENS DA LOGÍSTICA REVERSA NOS EQUIPAMENTOS ELETRÔNICOS

1 COMO ENCAMINHAR UMA PESQUISA 1.1 QUE É PESQUISA

A HOTELARIA NA CIDADE DE PONTA GROSSA PR: UMA ANÁLISE DO PERFIL DO HÓSPEDE E DA OCUPAÇÃO HOTELEIRA ATRAVÉS DE PROJETO DE EXTENSÃO

Administração e Organização Industrial

TÍTULO: PROVISÃO DE PESSOAS: UM ESTUDO DE CASO NO SETOR DE RECURSOS HUMANOS DO GRUPO PASTOFORT

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DO EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE

Gerenciamento da Integração (PMBoK 5ª ed.)

Descrição do processo de priorização para tomada de tempos: Pesquisa ação em uma empresa job shop de usinados aeronáuticos.

Saiba mais sobre o histórico do Projeto Gestão por Competências no Ministério da Saúde.

Administração de Pessoas

Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos. Professora Mestranda Elaine Araújo

Transcrição:

EMPRESAS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E A APLICAÇÃO DOS SEUS MÉTODOS DE CUSTEIO. Jorge Eduardo SCARPIN Universidade Regional de Blumenau FURB (Brasil) Luciano FERNANDES Universidade Regional de Blumenau - FURB (Brasil) Resumo Pesquisa realizada no setor de tecnologia da informação das empresas vinculadas ao SEPROSC. Reporta relevância, sistemas de custeio mais utilizados e finalidade da informação de custos. A pesquisa foi exploratória com abordagem quantitativa por amostragem intencional. O objetivo geral foi determinar quais métodos de custeios mais utilizados e os objetivos específicos foram determinar o grau de relevância e a finalidade da informação de custos. A pesquisa demonstrou relevante manter um sistema de custeio, entretanto, não mantém pessoal integralmente nesta função. Sistema mais utilizado é o ABC e a informação é utilizada para compor o preço de venda e reduzir custos. Palavras chaves: sistemas de custos, custeio, sistemas de informação, serviços, custeio baseado em atividades.

1. INTRODUÇÃO A proximidade dos mercados mundiais em permanente interação é resultado do aperfeiçoamento tecnológico crescente das últimas décadas. As informações das transações comerciais são processadas instantaneamente, a logística se espalhou pelo planeta e gerenciamento dos custos para produzir resultados econômicos e financeiros nas organizações, tornou-se fundamental na economia atual. Estruturar-se dentro da cadeia de valor em que a organização está inserida é provável e necessário, não podendo ignorar as ligações com seus clientes e fornecedores. Hansen e Mowen (2001, p. 429) conceituam cadeia de valor como sendo a identificação e a exploração de ligações internas e externas com o objetivo de fortalecer a posição estratégica de uma empresa. Para uma eficiente e saudável estrutura econômico-financeira, se faz necessário compreender seu comportamento em nível de custos ao longo desta cadeia, proporcionando a maximização de seus resultados e neste contexto elencamos a importância da gestão estratégica de custos no seu gerenciamento. Hansen e Mowen (2001, p. 423) conceituam a gestão estratégica de custos como sendo [...] o uso de dados de custos para desenvolver e identificar estratégias superiores que produzirão uma vantagem competitiva sustentável. Assim, gerenciar custos, torna-se estratégico e consequentemente vital para as organizações. Kaplan (1998) conta que em sua evolução histórica, a contabilidade de custos tem sido revolucionada com o desenvolvimento de várias técnicas de custeio como KPG, padrão, Kaisen e o próprio ABC, que surgiu inicialmente para atender a manufatura e se adaptou na área de serviços. Ainda Kaplan (1998, p. 249) cita que As empresas de serviços tem exatamente os mesmos problemas gerenciais enfrentados pelas indústrias, ou seja, associar os serviços e produtos aos recursos e clientes. Com a evolução tecnológica e com relação ao mercado emergente de serviços, o nicho que avançou significativamente, foi o da tecnologia da informação, necessários a qualquer empresa para obter vantagem competitiva. Se comparado com outros setores econômicos, em termos de tempo evolutivo, pode-se dizer que o setor de tecnologia da informação está em fase de maturação inicial; entretanto, observa-se que estas empresas nas últimas três décadas, desenvolveram-se, devido à demanda deste tipo de tecnologia pelas empresas em geral. Contudo, às ameaças externas presentes no dia-a-dia, a exemplo das mudanças tecnológicas (ferramentas de desenvolvimento), afetam as empresas deste setor, gerando altos investimentos, tornando-se necessário o gerenciamento dos seus custos. MONTGOMERY e PORTER (1998, p. 86) afirmam que Com grande velocidade, a acentuada redução nos custos da tecnologia de sistema de informação (por exemplo, nos computadores, nos dispositivos remotos e nas telecomunicações) permitiu que os sistemas de computadores se transferissem de sistemas de suporte às atividades de escritório, para sistemas que oferecem vantagens competitivas significativas. Com a redução dos custos de tecnologia, modificou-se o ambiente informacional das organizações e desta forma, o setor de tecnologia da

informação começou a desenvolver-se rapidamente para atender a demanda estratégica e suprir as necessidades de informações para tomada de decisões destas organizações. Para validar este estudo, depara-se com o seguinte problema: as empresas da tecnologia da informação utilizam-se das informações de custos para tomada de decisão? A questão deste problema é muito importante para a gestão estratégica de custos no setor da tecnologia da informação, de certo modo, busca-se assegurar o postulado contábil da continuidade. O desenvolvimento deste estudo tem como objetivo geral determinar quais os métodos de custeios mais utilizados pelo setor. Ainda, através dos objetivos específicos determinar a relevância da informação de custos e a finalidade da utilização desta informação. Com base nesta pesquisa, busca-se evidenciar o sistema de custeio mais utilizado na amostragem selecionada e como a informação é utilizada pelas empresas de sistemas de informação vinculadas ao Sindicato das Empresas de Processamento de Dados, Software e Serviços Técnicos de Informática do Estado de Santa Catarina. 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Observou-se nas últimas três décadas, a evolução tecnológica da informação e o efeito da globalização mundial, no contexto empresarial que ampliou a competitividade dos mercados, tornando-a cada vez intensa e complexa. Vieira (2001, p.10), a tecnologia da informação foi fundamental para a reestruturação do capitalismo e com ele as novas formas de produção, os novos espaços econômicos, as relações globais e as influências que direcionam a uma sociedade global. Ainda, segundo o autor, os maiores avanços foram percebidos na década de 80, quando o conhecimento cientifico, passou a dar suporte a produção tecnológica e a base de informações foi organizada e disponibilizada de forma a comunicar e proporcionar acesso contínuo. Castells (1999) relata que a tecnologia evoluiu muito para o campo da cibernética: geração, processamento e transmissão da informação. A microeletrônica teve grande importância com o advento da criação do transistor, em 1947 e posteriormente, o circuito integrado em 1957. Em 1971 com a descoberta do microprocessador, a tecnologia iniciou rápida evolução, quando em 1981 a IBM lança-se de primeiro PC - computador pessoal e já em 1984, a Macintosh lança a tecnologia com interface gráfica. Na década de 80, iniciam-se as redes de computadores e a partir daí, já na década de 90, surgem às redes de fibra ótica e o surgimento da optoeletrônica favoreceu o desenvolvimento da tecnologia digital. Entende-se que a tecnologia da informação (T.I.) está em constante mudança, pois novas ferramentas tecnológicas surgem, alterando nossos padrões sociais e conceitos tecnológicos, renovando o conhecimento a cada momento. Desde o surgimento da Contabilidade no período da renascença, aproximadamente século XIII e XIV ao norte da Itália, conforme citado por

Hendriksen e Breda (1999), tem-se observado que tecnologia da informação tem avançado muito no campo da Contabilidade, como ferramenta facilitadora e geradora de informações, contribuindo no processo decisório das organizações. Os benefícios da tecnologia da informação atingiram todos os segmentos da economia e na contabilidade de custos, também não foi diferente. Autores como Hendriksen e Breda (1999), Martins (2003) e Leone (2000) tendem ao consenso em suas opiniões que a Contabilidade de Custos surgiu no momento da revolução industrial, em que se fazia necessário apurar os custos dos insumos, bem como acurar os ganhos em seus balanços, derivados da produção em série. Na concepção atual, a globalização mundial, fez crescer a necessidade estratégica de gerenciar o comportamento dos custos nas atividades das empresas, corroborado nas palavras de Pereira e Beuren (2004, p.11) em que as empresas, independentemente do tipo de estratégia que estejam ou que pretendam adotar, precisam compreender minuciosamente os custos de seus bens e serviços. 2.2. ASPECTOS GERAIS DO SETOR DE SERVIÇOS Hansen e Mowen (1994) citam que os serviços são tarefas ou atividades executadas para um cliente ou uma atividade executada por um cliente usando os produtos ou instalações da organização. Vanderbeck e Nagy (2001, p. 210) conceituam que um serviço é um bem intangível, como consultoria, projeto, cuidados pessoais, transporte e entretenimento. Ele não tem propriedades físicas e é consumido no momento em que é fornecido. Não pode ser guardado ou armazenado, e portanto não é colocado em estoque. Conceitualmente, podemos entender que serviços possuem características muito distintas da manufatura: a sua intangibilidade, a sua produção e consumo que ocorrem simultaneamente e exige inevitavelmente a presença do cliente ou de um bem de sua propriedade. Por característica, os serviços são produtos que não se pode guardá-los, estocá-los ou mesmo sentir a sua matéria. Cita-se como exemplo, o fato de uma empresa hoteleira, que fornece os serviços a seus hóspedes; com certeza, o cliente procurou este hotel pela qualidade percebida no serviço de atendimento e não apenas porque possuía instalação física adequada a exigência dos seus padrões; compreendendo desta forma, em sua essência a característica de intangibilidade. A produção do serviço sempre ocorre ao mesmo tempo em que é consumido. Reportando ao nosso exemplo, o serviço de hotelaria ocorrerá no momento em que o hóspede realizar o check-in, então desta maneira, passará a consumir os serviços ao mesmo tempo em que é executado. A simultaneidade é peculiaridade dos serviços. E finalmente, a relação entre o cliente e prestador de serviço, que decorre sempre em conjunto, cuja proximidade é conseqüente e inerentemente necessário à execução da atividade. Segundo informações coletadas no sitio do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (2006) a importância do setor vem chamando a atenção de investidores, governos e consumidores. O faturamento global do setor

de serviços no Brasil foi de US$ 431 bilhões, em 2004, o que representou 55,7% do PIB nacional e mais de 50% de empregos formais no País. Contudo, com a crescente demanda de informações, o setor de T.I. tornou fator determinante na competitividade das empresas e este nicho de mercado vem atraindo a atenção cada vez maior de grandes investimentos no setor de informática. 2.3. ASPECTOS RELEVANTES DO SETOR DE T.I. Conforme Nogueira (2006, p. 2) a tecnologia pode ser entendida como o conjunto de conhecimentos aplicados a um determinado tipo de atividade. Isto pressupõe que qualquer atividade, com base de conhecimento, pode-se relacionar a existência de uma tecnologia sendo aplicada. Informação é o dado trabalhado que permite ao executivo tomar decisões, sendo que dado é qualquer elemento identificado em sua forma bruta que por si só não conduz a uma compreensão de determinado fato ou situação. OLIVEIRA (1992, p. 34) Conceituou-se o que significa tecnologia e informação sob um enfoque restrito, conforme conceitos dos autores anteriormente citados. Contudo, sob o enfoque da tecnologia da informação, pelas definições de alguns autores sobre TI, denotam para um conjunto de recursos físicos e de informação que tem como objetivo servir como ferramenta de tomada de decisão, conforme no quadro a seguir. Quadro 1 Definição de Tecnologia da Informação TI Autores Definição Campos Tecnologia da informação é formada por um conjunto de Filho (1994) hardware, software que desempenham uma ou mais tarefas de processamento de informações. Valle (1996) Tecnologia da informação pode ser entendida como meios utilizados pelas organizações com a finalidade de alcançar e potencializar o processo de criação e desenvolvimento de captação tecnológica. Keen (1996) Tecnologia da informação é a soma dos computadores, com as telecomunicações e recursos de informações que só faz sentido quando vista como uma ferramenta para que as empresas vejam a mudança como uma aliada, e não como uma ameaça. O setor de tecnologia da informação envolve empresas de processamento de dados, software e serviços técnicos de informática e recentemente de comunicações como provedores de internet (SEPROSC, 2006). A percepção sobre a relevância das atividades de serviços, na geração de renda e riqueza nas economias modernas vem se ampliando. As atividades terciárias são por essência, propulsoras do desenvolvimento econômico de um país, pois aumentam a competitividade interna e internacional, gerando empregos qualificados e aceleram o progresso tecnológico. Conforme informações coletadas no sitio do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o comércio mundial de serviços concentra 75% em empresas desenvolvidas e representam 80% do seu

PIB. No Brasil, isto nos dá a percepção de que existe uma expansão potencial, visto que até 2003 representava 60% do PIB nacional. O comércio internacional de serviços continua crescendo a taxas significativas. Entre 2000 e 2005, o comércio mundial de serviços cresceu a uma taxa média anual de 9,0%. O fluxo mundial de serviços, em 2005, totalizou US$ 2,41 trilhões, o que representa 23,2% do comércio mundial de bens, de US$ 10,39 trilhões. Segundo dados do IBGE 2003, no setor de informação, das 37.609 empresas registradas na Pesquisa Anual de Serviços - PAS, 73,9% são empresas de informática, cuja receita operacional líquida representa 18,7% da receita do setor de informação, setor este, que no ano de 2003, teve um valor estimado em R$ 100,3 bilhões. São considerados pelo IBGE (2006) como serviços de informação as atividades de telecomunicações, informática, serviços audiovisuais, agências de noticias e serviços de jornalismo. No que tange a ocupação pessoal, a atividade de informática acumula 57,5% do total do setor, enquanto os valores de salários representam 48,5% do total do setor de informação. 2.4. MÉTODOS DE CUSTEIOS Na visão de Martins (1998, p. 25) custo é um gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de bens ou serviços. Gasto é um sacrifício financeiro que a entidade arca para a obtenção de um produto ou serviço qualquer, sacrifício esse, representado pela entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro). Leone ( 2000, p. 52) Assim, entende-se que gasto é também um custo que incorre no momento da sua utilização na produção. Sistema pode ser entendido como um conjunto de partes interagentes e interdependentes que, conjuntamente, forma um todo unitário com determinado objetivo e efetuam determinada função. (OLIVEIRA, 1992, p. 23) Leone (2000) menciona que os sistemas de custos serão os meios que se utilizará para colher os dados de que precisa, arrumá-los e produzir as informações gerenciais para outros setores da administração. Crepaldi (2002, p. 217) define que o método de custeio como o método usado para apropriação de custos. O Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo (2000, p. 18) define método de custeio como o processo pelo qual se efetua a apropriação dos custos. A apuração dos custos é resultante do relacionamento de informações físicas, exigindo para ambas um adequado processo de coleta, registro, processamento e compilação. Pode-se entender então, que o método de custeio define a forma de organização e sistematização de como os custos serão apropriados aos produtos, serviços ou clientes. No quadro 1, apresenta-se as definições segundos os métodos de custeio utilizados como base de pesquisa, neste estudo. Quadro 2 Definição dos métodos de custeio e suas definições Método de Custeio Definição

Custeio por absorção MARTINS (1998, p. 41) Custeio direto ou variável MARTINS (1998, p. 216) Custeio Baseado em Atividades ABC KAPLAN e COOPER (1998, p. 94) Custo-Padrão MARTINS (1998, p. 334) Custo total de propriedade TCO SANTOS JUNIOR e GONÇALVES, (2005) Custo-meta SAKURAI (1997, p. 49) Teoria das Restrições GIUNTINI et al (p.7) É o método derivado da aplicação dos princípios de Contabilidade geralmente aceitos, nascidos da situação histórica mencionada. Consiste na apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção; todos os gastos relativo ao esforço de fabricação são distribuídos para todos os produtos feitos. São alocados aos produtos os custos variáveis, ficando os fixos separados e considerados como despesas do período, indo diretamente para o resultado; para os estoques só vão, como conseqüência, custos variáveis. Oferece as empresas um mapa econômico de suas operações, revelando um custo existente e projetado [...] de atividades e processos de negócios que, em contrapartida, esclarece o custo e a lucratividade de cada produto, serviço, cliente e unidade operacional. Seu grande objetivo, portanto, é o de fixar uma base comparação entre o que ocorreu de custo e o que deveria ter ocorrido. E isso nos leva à conclusão de que custo-padrão não é uma outra forma de contabilização de custos (absorção e variável), mas sim uma técnica auxiliar. O TCO (Total cost of ownership) ou custo total de propriedade estabelece uma métrica para verificar o custo total de aquisição e manutenção de sistemas de informação, abrangendo hardware, software e serviços, levando em consideração todos os custos relacionados a um componente da TI, direta ou indiretamente. É um método abrangente de gerenciamento estratégico de custos que envolve a redução de custos durante todo o ciclo de sua ocorrência. Para atingir esse objetivo, o custo-meta faz da integração das funções de produção e de marketing com a engenharia a razão principal de sua existência. Restrição é a limitação da quantidade que pode ser produzida recorrente da capacidade comprometida em um ou vários recursos de atividades, tais como quantidade de máquinas insuficiente, recursos humanos não qualificados, representando fatores que não podem ser mudados em curto prazo. Compara o sistema organizacional com uma corrente formada por elos que representam os diferentes setores da produção. Cada elo é um setor e sua capacidade de produção é avaliada. Comparando-se as

capacidades de produção de cada elo da corrente produtiva, podemos identificar o de menor produtividade. Este elo representará a restrição do sistema. 3. METODOLOGIA O presente estudo é uma pesquisa exploratória utilizando-se a abordagem da pesquisa quantitativa. Segundo Marconi e Lakatos (2006, p. 85), uma pesquisa exploratória É a investigação de pesquisa empírica cujo objetivo é a formulação de questões ou de um problema, com tripla finalidade: desenvolver hipótese, aumentar a familiaridade do pesquisador com um ambiente, fato ou fenômeno para a realização de uma pesquisa futura mais precisa ou modificar e clarificar conceitos. Aplicou-se questionário devido às questões relacionadas com a percepção dos entrevistados sobre elementos de sua experiência organizacional. Quanto ao universo da pesquisa, utilizou-se critério não probabilístico de amostragem intencional. Neste contexto Martins (2002, p. 48) cita que é escolhido intencionalmente um grupo de elementos que irão compor a amostra. O investigador se dirige intencionalmente a grupos de elementos dos quais deseja saber a opinião. Solicitou-se uma relação de contatos com os entrevistados no qual dos 835 potenciais, havia cadastrado com endereço eletrônico, até aquele momento, o equivalente a 133 empresas. As empresas pesquisadas atuam no mercado de sistemas de informação, compreendendo as empresas de processamento de dados, software e serviços técnicos de informática, bem como comunicações, na área de abrangência do SEPROSC no ano de 2006. O interesse central da pesquisa foi investigar se as empresas mantinham de alguma forma estruturada o gerenciamento de seus custos e como relacionam sua importância dentro de sua organização. O período contemplado para a pesquisa ocorreu entre os dias 18 a 28 de novembro de 2006, sendo selecionada como amostra do universo da pesquisa o total de empresas vinculadas ao sindicato com identificação de endereço eletrônico, cujos questionários enviados representavam 15,93% do total. Após a data final definida para iniciar os trabalhos de análise e conclusão, obtivemos retorno de 18 (13,5%) dos questionários enviados com resposta a pesquisa e cujo teor, reporta-se no tópico seguinte. Aborda-se algumas limitações neste estudo: a) Por se tratar de informações com fins estratégicos acredita-se que este seja o principal motivo pelo baixo índice de retorno dos questionários; b) Os resultados não podem ser generalizados, tendo em vista o pequeno número de questionários retornados, entretanto os dados foram coletados e analisados para entendimento da realidade dos entrevistados; c) Não foram analisados quais os cargos dos entrevistados e sua relevância nas organizações pesquisadas;

4. EXPOSIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS Neste tópico aborda-se a aplicação e resultado da pesquisa realizada. 4.1 Como sua empresa considera o grau de importância no controle de custos de uma prestadora de serviços de software? Seria importante identificar, se o segmento de informática considerava relevante controlar seus custos, uma vez que, investimentos constantes são realizados, quer por ameaças externas, como exemplo, relativas à tecnologia ou mesmo as ameaças internas, como exemplo, a eficiência dos seus processos internos e qualidade. Então, está questão procurava responder ao grau de importância dada, pelos entrevistados em relação a temática de custos, em suas organizações e a grande maioria (77,78%) consideraram extremamente relevante controlar custos. Figura 1. Importância no controle de custos Grau de Importância no Controle de Custos 77,78% 0,00% 22,22% Sem importância Importante Fundamental Fonte: Dados da pesquisa. 4.2 Sua empresa adota algum sistema de controle de custos? Correlacionando a questão respondida referente ao item 4.1, se o entrevistado considerava relevante controlar custos, procurou-se identificar se estas empresas utilizam alguma forma de controle de custos. Em resposta ao questionamento, 61,1% dos entrevistados afirmou que mantém controle de custos em sua empresa, fato que corrobora com a resposta da questão 4.1. Figura 2. Aplicação de controles em custos nas empresas.

Aplicação de Controles de Custos 61,1% 38,9% Sim Não Fonte: Dados da pesquisa. 4.3 Sua empresa mantém pessoal específico em tempo integral analisando de custos? Ainda, para reforçar as questões anteriores, solicitou-se aos entrevistados que, informassem se matinha pessoal específico na área de custos, totalmente dedicado a analisar e operacionalizar as atividades de custos em sua empresa. Em resposta ao questionamento 83,33% dos entrevistados não mantém pessoal em tempo integral, ou seja, mesmo considerando fundamental a questão dos custos e mesmo adotando um sistema de custo em sua empresa, não mantém pessoal na função, possivelmente por questões de custo e beneficio. Aqui talvez, poderia ser realizada uma nova pesquisa, analisando os motivos que levam as empresas a não manter pessoal na função de controlador de custos em tempo integral. Figura 3. Recurso Pessoal Lotado em Custos tempo integral. Análise de Custos em Tempo Integral 83,33% 16,67% Sim Não Fonte: Dados da pesquisa. 4.4 Qual o sistema de custeio utilizado por sua empresa? Nesta questão, procurou-se identificar, quais os métodos de custeio mais utilizados pelos entrevistados, concluindo que a maioria ou utiliza o Custeio Baseado em Atividades - ABC ou não utilizam nenhum método de custeio, sendo que ambas apresentaram o mesmo percentual em relação ao total de 31,58%, seguido do custeio meta e outros métodos não observados neste estudo com 10,53% em ambos os casos. Observamos que o Custo total de propriedade,

custeio variável e o custeio absorção também representaram alguma importância para os entrevistados, que atingiram todos, o mesmo percentual de 5,26%. Custo padrão e teoria das restrições TOC não foram citados por nenhum dos entrevistados, sendo considerados irrelevantes nas suas visões. Figura 4. Sistemas de custeio utilizados pelas empresas. Tipos de Sistema de Custeio Não Utiliza Nenhum Método Outros Custeio Meta Custeio Padrão Custo Total de Propriedade Teoria da Restrições Custeio Direto ou Variável Custeio Total ou Absorção Custeio ABC 10,53% 10,53% 5,26% 5,26% 5,26% 31,58% 31,58% Fonte: Dados da pesquisa. 4.5 Sua empresa utiliza a informação de custos para: Nesta pesquisa procurou-se identificar para que são utilizadas as informações de custos. Na visão dos entrevistados, 40% gerenciam custos, com a finalidade de determinar preço de venda mais competitivo no mercado. Em segundo lugar, na visão dos entrevistados, 28% utilizam a informação para acurar seus custos e 16% dos entrevistados, utilizam a informação para melhorar seus processos internos ou não utiliza a informação. Aqui seria interessante como futura pesquisa, identificar se de alguma forma, mesmo que empiricamente, as empresas que não utilizam a informação de custos, poderiam estar competindo no mercado, com base no preço do concorrente. Figura 5. Utilização da informação de custos Destino da Informação de Custos Não Utiliza a Informação Melhorar os Processos Organizacionais 16,00% 16,00% Reduzir Custos 28,00% Compor Preço de Venda 40,00% Fonte: Dados da pesquisa. 4.6 Quantos colaboradores trabalham em sua empresa?

Nesta questão, procurou-se identificar o perfil das empresas pesquisadas, pelo número de colaboradores, para posicionar quanto a idéia do tamanho das empresas. Dos entrevistados que responderam aos questionários, a grande maioria 72,22% são de empresas com no máximo 50 funcionários. Na faixa entre 51 e 200 colaboradores estão situados 16,67% das empresas pesquisadas, enquanto na faixa entre 201 e 500 colaboradores, participaram desta pesquisa 11,11% dos entrevistados. Figura 6. Número de colaboradores das empresas pesquisadas Quantidade de Colaboradores Acima de 500 Funcionários 0,00% entre 201 e 500 Funcionários 11,11% Entre 51 e 200 Funcionários 16,6 7% Até 50 Funcionários 72,22% Fonte: Dados da pesquisa. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A presente pesquisa teve como objetivo, evidenciar o uso de métodos de controles de custos e sua relevância para as empresas do setor de tecnologia da informação, vinculadas ao SEPROSC, como ferramenta de tomada de decisão. Observou-se que a maioria das empresas consideram como fundamental controlar custos em suas atividades. Fator relevante é que a maiorias das empresas possuem algum sistema de custeio sendo aplicado, mesmo que, possivelmente não exista um profissional adequadamente capacitado. Os resultados indicam ainda que estas empresas não mantêm pessoas integralmente analisando e controlando as informações processadas pela contabilidade de custos. Observou-se também que apesar da maioria das empresas considerarem custos como fundamental, é relevante o número de empresas que não analisam custos, caracterizando uma informação preocupante sob o ponto de vista estratégico. Entretanto, outro fator relevante considerado na avaliação, seria o método predominante entre as empresas pesquisadas, que foi o custeio baseado em atividade ABC. Fica como sugestão para pesquisas futuras a confirmação se o método custeio baseado em atividades ABC poderia ser método mais indicado para gerenciar custos em empresas de tecnologia da informação. Como fator predominante no processo decisorial, a finalidade da informação processada de custos, segundo a pesquisa, indica que estrategicamente a informação apurada é utilizada em primeira instância para compor o preço de venda, seguida da redução de custos. A análise apontou ainda, que os processos organizacionais não tiveram a preferência das empresas e que possivelmente pode ter alguma relação com o processo de qualidade. Entretanto, o processo de qualidade não foi objeto desta pesquisa, mas pode ser preocupante para o setor e poderia requerer futuras pesquisas para certificar se os custos da

qualidade são considerados nos processos organizacionais nas empresas da tecnologia da informação. Também vale ressaltar que a maiorias das empresas que responderam a pesquisa, foram com no máximo 50 colaboradores. Em futuro poderiam ser realizadas pesquisas no sentido de identificar o comportamento dos custos nas empresas com faixas entre 50 e 500 colaboradores. Nossa conclusão final aponta que o setor de tecnologia da informação, de fato utiliza a informação de custos para tomada de decisão, mas carece analisar custos estrategicamente. Como futura pesquisa, poderia-se analisar as relações das empresas da tecnologia da informação com seus clientes e fornecedores, no sentido de compor os elos da cadeia de valor. Contudo, esta pesquisa científica foi realizada no intuito de produzir uma pequena contribuição para o setor de tecnologia da informação, em sentido restrito, as empresas vinculadas ao SEPROSC, relativo ao estudo de custos como elemento estratégico para tomada de decisão.

REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Secretaria de Comércio e Serviços. Importância do Comércio de serviços. Disponível em http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/scs/scs/importanciaservicos.php. Acesso em 03 dez 2006. BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE. Pesquisa Anual de Serviços. Rio de Janeiro, v. 5, p. 1-192, 2003. Disponível em http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/comercioeservico/pas/pas200 3/pas2003.pdf Acesso em 03 dez 2006. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Secretaria de Comércio e Serviços. Panorama do Comercio Internacional de Serviços. Disponível em http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/scs/scs/panoramaservicos.php. Acesso em 03 dez 2006. CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. Tradução: Roneide Venâncio Majer com a colaboração de Klauss Brandini Gerhardt. 3º. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2000.617p. CAMPOS FILHO, M. P. de. Os sistemas de Informação e as modernas tendências da tecnologia e dos negócios. Revista da administração de Empresas. São Paulo: FGV, NOV./DEZ. de 1994. CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO ESTADO DE SÃO PAULO. Custos: ferramentas de gestão. 5º. ed. São Paulo: Atlas, 2000. CREPALDI, Silvio Aparecido. Curso básico de contabilidade de custos. 2º. Ed. São Paulo: Atlas, 2002. GIUNTINI, Norberto, et. al. Teoria das Restrições: Uma nova forma de ver e pensar o gerenciamento empresarial. Disponível em http://www.eac.fea.usp.br/congressousp/seminario2/trabalhos/b68.pdf. Acesso em: 04 dez 2006. HANSEN, Don R.; MOWEN, Maryanne M.. GESTÃO DE CUSTOS: Contabilidade e Controle. São Paulo. Pioneira Thomson Learning, 2001. 783 p. HENDRIKSEN, Eldon S., BREDA, Michael F. Van. Teoria da Contabilidade. São Paulo: Atlas, 1999. 550 p. HORNGREN, Charles T., et al. Contabilidade Gerencial. Tradução de Elias Pereira. 12ª. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2004. 560 p.

KAPLAN, Robert S.; COOPER, Robin. Custo e desempenho: administre seus custos para ser mais competitivo. Tradução de O.P. Traduções. São Paulo: Futura, 1998. 376p. KEEN, Peter G. W. Guia gerencial para a tecnologia da informação: conceitos essenciais e terminologia para empresas e gerentes. Tradução Fernando Barcellos Ximenes. Rio de Janeiro: Campus, 1996. 325p. SANTOS JÚNIOR, Carlos Denner dos; GONÇALVES, Márcio Augusto. Análise da Substituição de um Software Proprietário por um Software Livre Sob a Ótica do TCO (Custo Total de Propriedade): Estudo de Caso do Setor de Peças Automobilísticas. CONGRESSO INTERNACIONAL DE CUSTOS, IX, 2005, Florianópolis. Anais do Congresso 2005. Pág. 1-15. LEONE, George Sebastião Guerra. Custos: planejamento, implantação e controle. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2000. 518 p. MARCONI, Marina de Andrade.; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa. 6º.ed. São Paulo: Atlas, 2001. MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos: Inclui o ABC. 6ª. ed. São Paulo: Atlas, 1998. 388 p. MARTINS, Gilberto de Andrade. Manual para elaboração de monografia e dissertações. 3ª. ed. São Paulo: Atlas, 2002. 134 p. MONTGOMERY, Cinthia A.; PORTER, Michael E. ESTRATÉGIA: A Busca da Vantagem Competitiva. Tradução de Bazán Tecnologia e Linguística Rio de janeiro. Editora Campus, 1998. 897 P. NOGUEIRA, E. Eros da S. Logística nas importações: Mudanças promovidas pelo uso do EDI no controle aduaneiro. Disponível em http://www.ufsj.edu.br/decac/importacoes.pdf. Acesso em: 03 dez 2006. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Sistemas de Informações Gerenciais: estratégicas, táticas, operacionais. São Paulo: Atlas, 1992. 268 p. PEREIRA, Cláudia Catarina; BEUREN, Ilse Maria. Fatores determinantes na escolha do sistema de custos para dar suporte ao processo de gestão: um estudo nas grandes empresas de Santa Catarina. Revista Catarinense da Ciência Contábil. Florianópolis, v. 3, n. 9, p. 9-30, ago/nov. 2004. SAKURAI, Michiharu. Gerenciamento Integrado de Custos. São Paulo: Atlas, 1997. 279 p. SEPROSC. Histórico da entidade. Disponível em: http://www.seprosc.org.br/historico.php Acesso em: 03 dez 2006.

VALLE, Benjamin de Medeiros. Tecnologia da Informação no contexto organizacional. Ciência da informação, Brasília, v. 25. n.1, 1996. Disponível em : <http://www.ibict.br/cionline/>. Acesso em: 07 janeiro 2007. VANDERBECK, Edward J.; NAGY, Charles F. Contabilidade de custos. Tradução de Robert Brian Taylor. 11. ed. - São Paulo : Pioneira Thomson Learning, 2001. 456 p. VIEIRA, Eleonora Milano Falcão. Modelagem de informação para construção de um portal WEB para usuários surdos: O CEFET-SC como base de diagnóstico. 2001. 100p. Dissertação (Mestrado de Mídia e Conhecimento) Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2001.