Carla Teresa da Costa Pedrosa (artigo feito no ano de 2009) *



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ANGELA REGO: BRINCANDO DE SONHO COM O OLHAR Carla Teresa da Costa Pedrosa (artigo feito no ano de 2009) * Tamanha é a crença na vida, no que a vida tem de mais precário, bem entendido, a vida real, que afinal esta crença se perde. O homem, esse sonhador definitivo, cada dia mais desgostoso com seu destino, a custo repara nos objetos de seu uso habitual, e que lhe vieram por sua displicência, ou quase sempre por seu esforço, pois ele aceitou trabalhar, ou pelo menos, não lhe repugnou tomar sua decisão (o que ele chama decisão!). Bem modesto é agora o seu quinhão: sabe as mulheres que possuiu as ridículas aventuras em que se meteu; sua riqueza ou sua pobreza para ele não valem nada, quanto a isso, continua recém nascido, quanto à aprovação de sua consciência moral, admito que lhe é indiferente. SE conservar alguma lucidez, não poderá senão recordar-se de sua Infância, que lhe parecerá repleta de encantos, por mais massacrada que tenha sido com o desvelo dos ensinantes. Aí, a ausência de qualquer rigorismo conhecido lhe dá a perspectiva de levar diversas vidas ao mesmo tempo; ele se agarra a essa ilusão; só quer conhecer a facilidade momentânea, extrema, de todas as coisas. Manifesto Surrealista, André Breton, 1929 Ângela Rêgo, teresinense nata, jovem, conta com 25 anos de idade. Possui uma grande produção pictórica, algumas incursões pela escultura, e atualmente se dedica à computação gráfica. Para obter dados mais fidedignos sobre esta autora fui até sua casa, no Bairro Dirceu Arcoverde, numa tarde em que fui muito bem recebida pela artista e pela sua família. O trabalho artístico de Ângela sempre foi estimulado pelos seus familiares, especialmente por seu pai que desde quando Ângela era criança, lhe propunha desafios e exercícios no sentido de aprimorar sua percepção visual e criatividade. Seus irmãos mais velhos Moisés e Conceição, também artistas visuais foram fontes que ela observava e imitava desde pequena, tornando-se autodidata. A minha vida artística começou com uma brincadeira de irmãos, desenhando em papéis de enrolar cigarros da loja do pai. Eu tinha cinco anos e Moisés (Rêgo) tinha seis, fazíamos desenhos de bonecos e eu não gostava, pois os meus não tinham orelhas, nem nariz... As brincadeiras de criança foram ganhando forma ao longo do tempo, mesmo antes de estudar no curso de 1

Licenciatura em Educação Artística, em 2003, esta autora já havia realizado muitos experimentos em pintura, numa produção pictórica intuitiva. Ângela se define uma pesquisadora de materiais, de técnicas que ela mesma descobre. A princípio começou desenhando modelos, e procurava as mesmas cores de uma imagem fotográfica, por exemplo, numa revista ou num jornal, procurava os tons e as formas, as expressões, e fazia isso de modo a se exercitar. Uma de suas primeiras telas era de uma mulher com uma cobra, em tinta a base de água (PVA) sobre lona, que ela refere não saber o porquê do elemento cobra, simplesmente surgiu, diz ela. Isso ocorreu por volta de 1994. Posteriormente, em 1998, ela fez outra mulher com cobra, em óleo sobre tela, um tanto mais elaborada, embora segundo ela mesma, sem expressão e sem movimento (estática). Eu estou sempre buscando me superar. Neste dado período Ângela busca o realismo. A mulher e a cobra A mulher e a cobra II O primeiro trabalho em que consegue se libertar da busca pelo realismo é intitulado de Vida e Morte no Ventre da Humanidade. Através deste 2

trabalho percebemos uma estética mais para surreal, uma montagem de cores e formas, emanando uma mensagem. Este trabalho mesmo sem a intenção da artista traz diálogos com o surrealista Salvador Dalí 1, e a modernista Tarsila do Amaral 2. Percebemos a recorrência do tema mulher e figuras femininas em suas produções. Vida e Morte no ventre da humanidade Abapuru O Grande Masturbador 1 Ecos com as formas da obra O grande Masturbador, de 1929 2 Os cactos pintados e as deformações expressionistas de Tarsila em Abapuru, de 1928 3

Ângela relata a vontade de escandalizar, de sair da mesmice. Queria fazer algo diferente do que todos faziam. Em outras palavras, quer crescer como artista. Cita por exemplo: O Teatro da Vida, em que a tentativa de assustar o apreciador da obra se fez presente, em uma fase mais expressionista e com temática ligada ao sofrimento. O Teatro da Vida Quanto a ser artista, Ângela não se considera como tal, sou apenas uma estagiária ou uma principiante, pois tenho muito a aprender. Esse pensamento, a meu ver, não é modéstia e sim uma qualidade de alguém que sabe de suas potencialidades e ainda não desabrochou totalmente. Considero-a uma pessoa lúcida e estudiosa, pesquisando sempre os efeitos inusitados dos materiais expressivos. O grande marco na sua carreira foi através de Arlene Portelada, irmã do conhecido artista plástico Portelada, que tem no Piauí uma grande contribuição nas artes plásticas de temática popular. Pois bem, Arlene Portelada a convida para expor em Fortaleza, no estado do Ceará. E no ano de 2004, Ângela Rego produz quarenta telas, em três meses e meio, para a exposição que se chamaria: Um olhar em dois tons, uma série que seria classificada em seu blog como Surrealismo Figurativo. 4

Vale ressaltar agora as características do Surrealismo. Existe uma redundância a expressão Surrealismo Figurativo, uma vez que a maioria das obras surrealistas era figurativa, imagens oníricas. Houve também o surrealismo abstrato, em menor escala, mas que se confunde com o expressionismo abstrato. No manifesto surrealista de André Breton, de 1924, encontramos essas definições para a filosofia deste movimento artístico: SURREALISMO, s.m. Automatismo psíquico puro pelo qual se propõe exprimir, seja verbalmente, seja por escrito, seja de qualquer outra maneira, o funcionamento real do pensamento. Ditado do pensamento, na ausência de todo controle exercido pela razão, fora de toda preocupação estética ou moral. ENCICL. Filos. O Surrealismo repousa sobre a crença na realidade superior de certas formas de associações desprezadas antes dele, na onipotência do sonho, no desempenho desinteressado do pensamento. Tende a demolir definitivamente todos os outros mecanismos psíquicos, e a se substituir a eles na resolução dos principais problemas da vida. Historicamente o movimento surrealista surge em 1924, na Alemanha, quando o escritor André Breton lança o manifesto surrealista, para Gomes (1995, p.96) propondo uma estética de expressão dos sonhos, do inconsciente no qual o onírico é livremente misturado a elementos outros (do cotidiano). E assim o método pregado por estes artistas quer da literatura ou das outras artes é automatismo advindo da Psicanálise, a associação livre. Breton que também era médico e se interessava pela psiquiatria foi influenciado pelas idéias de Sigmund Freud, o psiquiatra que desenvolveu o conceito de Inconsciente. Entende-se através de Argan esta relação com o inconsciente: No inconsciente pensa-se por imagens, e, como a arte formula imagens, é o meio mais adequado para trazer á superfície os conteúdos profundos do inconsciente (...) Mas o processo de estímulo à imaginação, ultrapassa a mera transcrição automática do imaginado (Argan, p.361) A brincadeira de Ângela continua em seres fantásticos, comparados a aliens ou monstros, representando seres humanos em sofrimento. 5

Temas escatológicos 3, temas espirituais como o juízo final, o inferno. Surgem seres fantásticos e formas oníricas. Nas telas produzidas pela artista, há uma tentativa de iludir o apreciador, fazendo com que este demore o olhar diante dessas telas, como que decodificando alguma mensagem cifrada. O título das obras é dado apenas depois que a tela está pronta, como se esta, a obra, tivesse autonomia. A obra é que diz a que veio, trazendo sua mensagem própria, Ângela diz não ter controle sobre isso definindo sua obra como inconsciente. Seu trabalho é irreverente, impactante, especialmente para o público mais jovem que se encantam e se identificam com esse figurativo por vezes assustador, por vezes mórbido. Segundo Ostrower (1996, p.328) as formas expressivas surrealistas podem ser tanto idealistas, como expressionistas ou naturalistas, porém estas perdem o contexto natural e são recombinadas e justapostas criando um clima irreal ou irracional. Podemos examinar as obras pictóricas de Ângela Rêgo e perceber essas expressões. Vide imagens a seguir. Siamesas da Sorte, acervo pessoal da artista 3 Segundo Aurélio Buarque de Holanda, escatologia é a doutrina sobre a consumação do tempo e da história. Tratado sobre os fins últimos do homem. 6

Cachorro Macabro O perigo presente na poética surrealista é o conteudismo, o prazer mórbido pelas associações impossíveis, mas misteriosamente motivadas, das imagens sonhadas; as deformações infinitas e imprevisíveis do erotismo sob a capa repressora das censuras... (Argan, 364) Quanto aos artistas que a inspiram Ângela prefere ser comparada a Pollock, americano, que em seu automatismo psíquico, realiza obras inusitadas. Pinto sem me preocupar com o resultado, as formas vão saindo uma após a outra, ou seja uma forma a outra. Não se compara aos grandes artistas da História da Arte, vê as semelhanças como coincidências. Sua irreverência vem sendo incrementada com a computação gráfica, nossa artista está se tornando uma designer que se utiliza da tecnologia como uma ferramenta de trabalho, estando inserida na contemporaneidade. Na figura feminina tenta desmistificar a idéia mulher magra, bonita e jovem que é bem aceita na sociedade hodierna, mas retrata a mulher sofredora, feia, velha mas que oferece seus encantos a uma sociedade que a rejeita. Meu trabalho agrada a uns e outros não, mas não me importo. As pessoas têm preguiça de pensar. Eu tento complicar e sou mais entendida pelo público jovem que é menos tradicional. 7

Suas obras mais recentes são: A velha, arte erótica, (acervo pessoal da artista) Mulheres, 2009 Participou de muitas exposições na área das Artes Plásticas, ganhando menções honrosas e premiações, vide anexo seu currículo, o que demonstra ainda mais a busca por reconhecimento e o indício de uma carreira artística promissora. Também em suas experiências nas Histórias em Quadrinhos (HQ), ela revela que trabalha com a comicidade, o feio e o final não-feliz como é a regra das estórias. Faz sucesso como ilustradora, tem suas criações em capas de livros e cd s. Exímia colorista está sempre praticando e estudando novas formas de apresentar-se ao mundo seja em posters ou em pinturas e desenhos computadorizados. 8

Samurai psicopata, 2008 Sergio Buarque de Holanda 4 declarou que depois do surrealismo só a antropofagia, referindo-se a que os movimentos artísticos começam a se alimentar uns dos outros, Ângela em sua busca pessoal por uma identidade artística está a se formar pelas inúmeras imagens que encontra ou na internet ou na vida e vai assim enriquecendo cada vez mais a sua obra, a sua coleção rica em imaginação e criatividade. Artista sim, madura não, pois ainda é muito jovem e tem muito a aprender e realizar. A minha obra é maior que eu, é como se estivesse fora dela, e não acredito que se nasce com o dom, para mim arte é questão de interesse e prática. Muita prática e sempre me surpreendo com os resultados dessa prática! Que sejas cada dia antropofágica alimentando-se e devolvendo ao mundo da Arte algo cada vez mais significativo, Ângela! 4 Ver referência número 9. 9

REFERÊNCIAS 1. ARGAN, G.C. - Arte Moderna São Paulo: companhia das letras, 1992 2. Dicionário Aurélio, Nova fronteira, 1986 3. GOMES, Alair de Oliveira Reviravoltas da Arte no século XX Niterói: EDUFF, 1995 4. OSTROWER, Fayga Universos da Arte, Rio de Janeiro: Campus, 1996 5. SOUZA, Wladimir Alves et alli Aspectos da Arte Brasileira, FUNARTE, 1981 6. SUBRATS, Eduardo Da Vanguarda ao Pós Moderno, São Paulo, Nobel, 1991 7. www. angelarego.blogspot.com 8. www. diadeeducacao.pr.gov.br 9. www. scielo.br/ pdf/alea/v6n1.pdf *Carla Teresa da Costa Pedrosa, licenciada em Educação Artística pela Universidade Federal do Piauí, especialista em Docência Superior e Design Estratégico. Especializanda em Cultura Visual e Metodologias do Ensino da Arte pela UFPI. Coordenação e orientação: Profa. Dra. Zozilena Fróz. 10