Agrupamento de Escolas Irene Lisboa PORTO

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14 INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO Avaliação Externa das Escolas Relatório de escola Agrupamento de Escolas Irene Lisboa PORTO Delegação Regional de Norte da IGE Datas da visita: 14 a 16 de Fevereiro de 2011

I INTRODUÇÃO A Lei n.º 31/2002, de 20 de Dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a auto-avaliação e para a avaliação externa. Após a realização de uma fase-piloto, da responsabilidade de um Grupo de Trabalho (Despacho Conjunto n.º 370/2006, de 3 de Maio), a Senhora Ministra da Educação incumbiu a Inspecção-Geral da Educação (IGE) de acolher e dar continuidade ao programa nacional de avaliação externa das escolas. Neste sentido, apoiando-se no modelo construído e na experiência adquirida durante a fase-piloto, a IGE está a desenvolver esta actividade, entretanto consignada como sua competência no Decreto Regulamentar n.º 81-B/2007, de 31 de Julho. O presente relatório expressa os resultados da avaliação externa do, na sequência da visita efectuada entre 14 e 16 de Fevereiro de 2011. Os capítulos do relatório Caracterização do Agrupamento Conclusões da Avaliação por Domínio, Avaliação por Factor e Considerações Finais decorrem da análise dos documentos fundamentais do Agrupamento, da sua apresentação e da realização de entrevistas em painel. Espera-se que o processo de avaliação externa fomente a autoavaliação e resulte numa oportunidade de melhoria para o Agrupamento, constituindo este relatório um instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao identificar pontos fortes e pontos fracos, bem como oportunidades e constrangimentos, a avaliação externa oferece elementos para a construção ou o aperfeiçoamento de planos de melhoria e de desenvolvimento de cada escola, em articulação com a administração educativa e com a comunidade em que se insere. A equipa de avaliação externa congratula-se com a atitude de colaboração demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação. O texto integral deste relatório disponível no sítio da IGE na área Avaliação Externa das Escolas 2010-2011 ESCALA DE AVALIAÇÃO Níveis de classificação dos cinco domínios MUITO BOM Predominam os pontos fortes, evidenciando uma regulação sistemática, com base em procedimentos explícitos, generalizados e eficazes. Apesar de alguns aspectos menos conseguidos, a organização mobiliza-se para o aperfeiçoamento contínuo e a sua acção tem proporcionado um impacto muito forte na melhoria dos resultados dos alunos. BOM A escola revela bastantes pontos fortes decorrentes de uma acção intencional e frequente, com base em procedimentos explícitos e eficazes. As actuações positivas são a norma, mas decorrem muitas vezes do empenho e da iniciativa individuais. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto forte na melhoria dos resultados dos alunos. SUFICIENTE Os pontos fortes e os pontos fracos equilibram-se, revelando uma acção com alguns aspectos positivos, mas pouco explícita e sistemática. As acções de aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas da escola. No entanto, essas acções têm um impacto positivo na melhoria dos resultados dos alunos. INSUFICIENTE Os pontos fracos sobrepõem-se aos pontos fortes. A escola não demonstra uma prática coerente e não desenvolve suficientes acções positivas e coesas. A capacidade interna de melhoria é reduzida, podendo existir alguns aspectos positivos, mas pouco relevantes para o desempenho global. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto limitado na melhoria dos resultados dos alunos. 2

II CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO O Agrupamento de Escolas Irene Lisboa foi constituído no ano lectivo de 2003-2004 e abrange a área geográfica correspondente às freguesias urbanas de Cedofeita e Paranhos, na cidade do Porto. O Agrupamento é constituído por cinco unidades educativas: um jardim-de-infância, três escolas básicas com 1.º ciclo e jardimde-infância e a Escola Básica Irene Lisboa com o 2.º e o 3.º ciclo, Escola-Sede. Os distintos estabelecimentos de ensino evidenciam razoável estado de conservação e não distam entre si mais do que um quilómetro. A população escolar é de 1237 alunos e crianças, encontrando-se distribuída por 57 turmas/grupos: 35,4% no 1.º ciclo (20 turmas), 27,8% no 3.º ciclo (15 turmas do ensino regular e uma turma de percursos curriculares alternativos), 23,3% no 2.º ciclo (12 turmas), 13,5% na educação pré-escolar (nove grupos). Três alunos não têm o Português como língua materna. Do total de alunos do ensino básico matriculados, 47,4% usufruem de auxílios económicos no âmbito da Acção Social Escolar (30% são abrangidos pelo escalão A e 17,4% pelo escalão B). Têm computador em casa 53,9% dos alunos e destes, 77,5% têm Internet. Conhecem-se as habilitações de 66,8% dos pais e encarregados de educação e, destes, 25,3% têm o 3.º ciclo, 23,9% o ensino secundário, 18,9% têm o 2.º ciclo, 17,7% formação superior (bacharelato, licenciatura, mestrado e doutoramento), 13,8% o 1.º ciclo e 0,4% não têm qualquer tipo de habilitação. No que respeita às profissões, são conhecidas as de 63,2% dos pais e encarregados de educação e, destes, 36,2% trabalham nos Serviços e comércio, 18,3% são Operários, artífices e trabalhadores da indústria, 18,3% são Técnicos e profissões de nível intermédio, 14,3% são Quadros superiores, dirigentes e profissões intelectuais, 12,7% são Trabalhadores não qualificados e 0,2% trabalham na Agricultura e trabalho qualificado da agricultura e pescas. O corpo docente é constituído por 134 docentes, pertencendo 59% ao quadro do Agrupamento, 8,9% ao quadro de zona pedagógica e 32,1% são contratados. A maioria dos docentes (67,2%) tem idade superior a 40 anos e 51,5% têm 20 ou mais anos de serviço. Quanto ao pessoal não docente, o Agrupamento tem ao seu serviço 41 trabalhadores (32 assistentes operacionais, oito assistentes técnicos e um técnico superior), dos quais 68,3% têm contrato de trabalho em funções públicas por tempo indeterminado, 78% têm mais de 40 anos de idade e 85,4% 10 ou mais anos de serviço. A inexistência de Serviço de Psicologia e Orientação poderá dificultar o apoio psicopedagógico e a orientação vocacional dos alunos. III CONCLUSÕES DA AVALIAÇÃO POR DOMÍNIO 1. Resultados BOM Na educação pré-escolar são organizados registos dos progressos das crianças, partilhando as educadoras regularmente com os pais e encarregados de educação a informação relativa à evolução das aprendizagens. No último triénio, enquanto a taxa de sucesso do 1.º ciclo tem vindo a aumentar, nos 2.º e 3.º ciclos observa-se um decréscimo. Em 2009-2010, as taxas de transição/conclusão dos 2.º e 3.º ciclos foram inferiores às nacionais e no 1.º ciclo superior à nacional. Apesar da taxa de sucesso do 3.º ciclo, em 2010, ser inferior à nacional, as taxas de transição/conclusão dos 8.º e 9.º anos de escolaridades foram superiores. No último triénio, os resultados positivos dos alunos nas provas de aferição do 4.º ano foram sempre superiores aos nacionais. No 6.º ano, as percentagens de classificações iguais ou superiores a Satisfaz nas provas de aferição de Língua Portuguesa e de Matemática decresceram de 2008 para 2010, tendo ficado abaixo das nacionais, em 2010. Por sua vez, as médias das classificações dos alunos nos exames nacionais do 9.º ano de Matemática não só têm vindo a decrescer, como foram sempre inferiores às nacionais. Nesse período, os resultados obtidos pelos alunos nos exames de Língua Portuguesa foram oscilantes, igualando os nacionais, em 2010. Os alunos são auscultados e co-responsabilizados, em função da sua idade, em decisões que lhes dizem respeito, sendo-lhes atribuídas algumas responsabilidades concretas na vida do Agrupamento. Através da promoção de actividades e projectos diversificados, cultiva-se nos discentes o respeito pelos outros, o espírito de solidariedade e a convivência democrática. 3

Os alunos conhecem e cumprem as regras de funcionamento do Agrupamento, registando-se, no último triénio, um decréscimo do número de medidas disciplinares sancionatórias aplicadas aos alunos. Existe um bom relacionamento entre os membros da comunidade escolar, com respeito e atenção pelos direitos e deveres mútuos. Os alunos e os pais e encarregados de educação gostam do Agrupamento e consideram-no bastante seguro e promotor de uma educação adequada. Desenvolvem-se iniciativas destinadas a diagnosticar, quer as expectativas dos alunos e suas famílias, quer o grau de satisfação dos diferentes membros da comunidade escolar face ao Agrupamento. Os órgãos de direcção, administração e gestão e as estruturas intermédias desenvolvem um processo tendente a promover o sucesso educativo dos discentes, nomeadamente através da adesão a concursos e projectos, bem como da exposição e divulgação de trabalhos realizados pelos alunos. 2. Prestação do serviço educativo BOM Para a operacionalização das suas competências, os departamentos curriculares organizam-se de maneira diversa, se bem que, de uma forma geral, partilhem metodologias, projectos e actividades e concebam, dentro de uma lógica de grupo/disciplina, as planificações de médio e longo prazo. Embora nos departamentos curriculares se proceda à articulação dos currículos entre as diversas disciplinas que os constituem e os projectos curriculares de grupo/turma facilitem a coordenação pedagógica e o trabalho cooperativo, existem, ainda, fragilidades na articulação interdepartamental. Apesar de terem sido observadas aulas no âmbito do processo de avaliação do desempenho dos docentes, não existe uma cultura de acompanhamento e supervisão da prática lectiva em sala de aula, a não ser em casos pontuais devidamente identificados. Este acompanhamento é realizado, por via indirecta, nas reuniões dos departamentos/grupos disciplinares e nos conselhos de turma. O Agrupamento desenvolve uma política integradora visível nas medidas de apoio disponibilizadas aos alunos com necessidades educativas especiais, dificuldades de aprendizagem e comportamentos de risco. Essas medidas são monitorizadas. No entanto não é visível a sua reorientação com vista ao sucesso dos alunos. Não existe Serviço de Psicologia e Orientação, o que dificulta a orientação vocacional dos alunos de 9.º ano. Os docentes demonstram uma visão abrangente do currículo, promovendo aprendizagens que vão para além do cumprimento estrito dos programas nacionais, valorizando as dimensões artísticas, culturais, ambientais, desportivas e sociais com impacto na formação integral dos alunos. Nesta vertente são de realçar algumas actividades e projectos implementados, bem como o trabalho desenvolvido nos clubes existentes. O Agrupamento evidencia dinâmicas de desenvolvimento do ensino experimental, realizando aulas práticas desde a educação pré-escolar. 3. Organização e gestão escolar BOM As grandes linhas orientadoras do Projecto Educativo constituem-se como quadro de referência para o planeamento da actividade do Agrupamento. Contudo, a débil articulação entre os documentos estruturantes reduz o seu potencial estratégico em termos de planeamento e de orientação da acção educativa. As actividades educativas são programadas e divulgadas atempadamente junto dos interessados. Os critérios definidos para a distribuição do serviço docente e não docente são reconhecidos e aceites por todos, considerando-se que são tidas em conta as competências profissionais para o desempenho de cargos. Na educação pré-escolar e no 1.º ciclo, subsistem alguns constrangimentos a nível da carência de espaços e equipamentos, o que prejudica o desenvolvimento das actividades de enriquecimento curricular. Na Escola- Sede, a consequente melhoria dos espaços (a recente construção do pavilhão gimnodesportivo) e dos equipamentos poderá criar novas possibilidades de desenvolvimento e de aperfeiçoamento do serviço educativo prestado e contribuir para uma maior ligação com a comunidade educativa. A Biblioteca constitui um espaço de excelência para o enriquecimento do currículo e dinamização cultural. A segurança dos utentes é objecto de acções preventivas regulares. O uso dos recursos financeiros disponíveis está em consonância com as linhas orientadoras do orçamento definidas pelo Conselho Geral e observa-se uma razoável capacidade de angariação de receitas próprias. 4

O Agrupamento promove actividades que apelam à participação dos pais. Os directores de turma e os docentes titulares de grupo/turma estão disponíveis para atender os pais e encarregados de educação em horário flexível. A Associação de Pais e Encarregados de Educação é conhecedora da realidade e está motivada e empenhada, contribuindo para a resolução dos problemas do Agrupamento. A acção dos responsáveis escolares rege-se por princípios de equidade e justiça, sendo visível a atenção dada aos problemas de aprendizagem e de inclusão. 4. Liderança BOM O Agrupamento define metas, estratégias e objectivos no Projecto Educativo e encontra-se motivado e mobilizado para fazer face aos problemas e necessidades da comunidade educativa, centrando a sua visão e estratégia na materialização do lema Formar cidadãos para o sucesso. Apesar de existir a preocupação em debelar os problemas identificados, o facto de as metas estabelecidas não serem quantificáveis, nem avaliáveis, restringe a avaliação objectiva dos resultados alcançados. A direcção e as estruturas intermédias exercem uma liderança dialogante e de proximidade à comunidade educativa. Os responsáveis do Agrupamento e das diferentes estruturas conhecem bem as suas áreas de intervenção e encontram-se motivados e empenhados no desenvolvimento da acção educativa, assumindo um papel activo na prossecução dos objectivos definidos no Projecto Educativo. Algumas iniciativas promovidas pelo Agrupamento são inovadoras e têm repercussão nas aprendizagens dos alunos, sendo de salientar a adesão a projectos nacionais e o projecto na área da intervenção precoce na infância, da iniciativa de uma docente da educação especial, com a mobilização dos apoios necessários à sua concretização. As tecnologias da informação e da comunicação estão enraizadas na comunidade escolar, tendo um impacto positivo quer na motivação dos alunos, quer na circulação da informação pelos diferentes actores do Agrupamento. A aposta na diversidade de parcerias, protocolos e projectos, particularmente com a Câmara Municipal do Porto, tem-se revelado importante na melhoria do serviço educativo prestado. Contudo, o Agrupamento poderia ser mais activo na procura de parcerias e protocolos com instituições públicas e privadas de natureza económica, social e cultural, no contexto geográfico do Agrupamento, convergentes com a visão do Agrupamento e promotores do alargamento da sua oferta educativa/formativa. 5. Capacidade de auto-regulação e melhoria BOM Os órgãos e as estruturas de coordenação e supervisão pedagógica desenvolvem um trabalho regular de monitorização, análise e reflexão dos resultados dos alunos, identificando as áreas/disciplinas com sucesso e insucesso e comparando as classificações internas com as avaliações externas, bem como de algumas das actividades implementadas. Em 2009-2010, foi criada a equipa de auto-avaliação, constituída por três docentes, que produziu um relatório, onde se encontra vertida informação relevante sobre o funcionamento do Agrupamento. Contudo, dado ser um processo recente, os mecanismos de auto-avaliação não se encontram consolidados. O Agrupamento conhece pontos fortes e fracos e identifica constrangimentos e oportunidades, não existindo ainda, planos consolidados de melhoria. Todavia, os mecanismos de auto-avaliação já instituídos, associados às práticas reflexivas por parte do Conselho Geral, mormente pelas suas entidades externas, e à diversidade de protocolos e projectos, constituem condições que podem garantir a sustentabilidade do progresso do Agrupamento. IV AVALIAÇÃO POR FACTOR 1. Resultados 1.1 Sucesso académico Na educação pré-escolar são organizados registos dos progressos das crianças. As educadoras partilham regularmente com os pais e encarregados de educação a informação relativa à evolução das aprendizagens. No 1.º ciclo, as taxas de sucesso evoluíram de 97%, em 2008, para 97,5%, em 2010. No 2.º ciclo, decresceram de 5

91%, em 2008, para 89,6%, em 2010. No 3.º ciclo, decresceram de 89% (2008) para 84,9%, em 2010. Assim, em 2010, a taxa de sucesso no 1.º ciclo foi superior à nacional em 1,7%. Porém, as taxas de transição/conclusão dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico regular foram inferiores às nacionais em 2,3% e 0,3%, respectivamente. Apesar de a taxa de transição/conclusão do 3.º ciclo ser inferior à nacional, as taxas de sucesso nos 8.º e 9.º anos de escolaridade foram superiores às nacionais. No que concerne às provas de aferição do 4.º ano, no último triénio, observa-se que, na disciplina de Língua Portuguesa, as percentagens de classificações iguais ou superiores a Satisfaz (95,3%, 93,9% e 96,1%) ficaram acima dos valores nacionais (89,5%, 90,2% e 91,6%). Em Matemática, no mesmo período, as percentagens de classificações iguais ou superiores a Satisfaz (96,4%, 94,3% e 94,3%) também foram superiores às nacionais (90,8%, 88,1% e 88,9%). No 6.º ano, as percentagens de classificações iguais ou superiores a Satisfaz na prova de aferição de Língua Portuguesa têm vindo a decrescer (95,3%, 93,6% e 87,2%) e em 2010 situou-se 1,2% abaixo da nacional. Em Matemática, regista-se também um decréscimo das percentagens de classificações iguais ou superiores a Satisfaz, sendo de 87,1% (2008), 82,6% (2009) e 75,5% (2010). Estes resultados foram superiores aos nacionais em 2008 e 2009 e inferiores em 2010. Nos exames nacionais do 9.º ano, as médias das classificações em Matemática, nos últimos três anos, têm vindo a decrescer (2,7; 2,6 e 2,6) e têm sido sempre inferiores às nacionais (2,9; 3,0 e 2,8). Em Língua Portuguesa, a média das classificações de exame (3,4, 2,8 e 3,0) tem sofrido uma evolução irregular, sendo superior à nacional (3,3, 3,0 e 3,0) em 2008 e igual em 2010. O sucesso dos alunos sujeitos a planos de recuperação, em 2009-2010, nos 1.º, 2.º e 3.º ciclos foi de 74%, 65% e 65%, respectivamente. A taxa de transição/conclusão dos alunos com necessidades educativas especiais de carácter permanente é de 100%. O abandono escolar tem vindo a decrescer e no ano lectivo de 2009-2010 não se registou qualquer caso. Para combater o abandono escolar e/ou insucesso persistente criou-se uma turma de percursos curriculares alternativos. 1.2 Participação e desenvolvimento cívico A cidadania e a solidariedade, bem como a tolerância e a responsabilização, constituem não só valores orientadores inscritos no Projecto Educativo, como também o Agrupamento promove e incentiva a participação das crianças da educação pré-escolar e dos alunos do ensino básico em actividades que visam o desenvolvimento cívico, o humanismo, a defesa do meio ambiente e a solidariedade (e.g., dádiva de sangue, recolha de alimentos no Banco Alimentar e Semana de Solidariedade). Os alunos, em função do seu nível etário, assumem responsabilidades concretas (e.g., dinamização da festa dos finalistas, figura dos padrinhos e dinamização de torneios desportivos). Há envolvimento dos alunos na elaboração e discussão dos principais documentos de planeamento, através de dispositivos para a sua auscultação, desde logo, a realização de reuniões do Director com os delegados de turma. Contudo, a participação dos alunos em grupos de trabalho (e.g., equipa de auto-avaliação, grupo de elaboração de Projecto Educativo) ainda é frágil. O Agrupamento valoriza os sucessos dos alunos no domínio das atitudes e valores, tendo instituído o Quadro de Mérito. 1.3 Comportamento e disciplina Os distintos actores educativos têm uma percepção positiva quanto ao ambiente educativo. Existe um bom relacionamento entre o pessoal docente, não docente e alunos, no respeito e atenção pelos direitos e deveres de cada um. Os alunos e os pais e encarregados de educação gostam do Agrupamento e consideram-no bastante seguro e promotor de uma educação adequada. No último triénio o número de medidas disciplinares sancionatórias tem vindo a decrescer, de 75, em 2007-2008, para 25, em 2009-2010. Segundo os responsáveis do Agrupamento, para o decréscimo de incidentes de natureza disciplinar têm contribuído vários factores, sendo de destacar o trabalho articulado dos directores de turma com docentes, pessoal não docente, famílias e alunos, bem como o desenvolvido pelo Gabinete Relação Escola-Família. O Regulamento Interno é divulgado aos pais e alunos no início de cada ano lectivo e publicitado na página do Agrupamento na Internet. A disciplina, a assiduidade e a pontualidade são consideradas dimensões essenciais do processo ensino-aprendizagem, integrando os critérios de avaliação das disciplinas. 6

1.4 Valorização e impacto das aprendizagens O Agrupamento desenvolve iniciativas destinadas a diagnosticar quer as expectativas dos alunos e suas famílias, quer o grau de satisfação dos diferentes membros da comunidade escolar. O Agrupamento orgulha-se dos pequenos e grandes sucessos alcançados pelos seus alunos, valorizando-os através da atribuição de prémios. A adesão a vários concursos externos (Olimpíadas da Matemática, Faça lá um poema, Olimpíadas do Ambiente, SeguraNet: soma e segue, Pmate, Planeta Terra e Uma Aventura Literária), bem como a diversidade de concursos promovidos pelo Agrupamento (e.g., concurso de máscaras, quem quer ser matemático, concurso literário, School Stars, entre outros), constituem outras formas de estimular e valorizar o sucesso dos alunos. As frequentes exposições temáticas e outros meios de divulgação dos trabalhos dos alunos, nomeadamente o Jornal Ireneu do Agrupamento e a página do Agrupamento na Internet, contribuem para estimular as aprendizagens. Os alunos com melhores resultados escolares são propostos para o Quadro de Excelência. 2. Prestação do serviço educativo 2.1 Articulação e sequencialidade Os departamentos partilham metodologias, experiências e materiais e concebem as planificações de médio e longo prazo. Cada departamento divide-se em grupos disciplinares que nem sempre optam por procedimentos coincidentes entre si, existindo grupos que elaboram em conjunto as matrizes relativas às fichas de avaliação e articulam os conteúdos programáticos e outros grupos que não têm estes procedimentos sistematizados. Apesar desta interacção, não ficou totalmente evidente que desse trabalho tenham resultado planos de acção que contemplem a melhoria das práticas pedagógicas. A articulação interdepartamental ainda é incipiente. Existem reuniões entre docentes dos 4.º e 5.º anos no início do ano lectivo e entre docentes do 2.º e 3.º ciclo em disciplinas mais problemáticas. No departamento da educação pré-escolar há trabalho cooperativo e partilha de experiências e troca de materiais e no 1.º ciclo os professores reúnem por ano de escolaridade. Os docentes da educação pré-escolar e do 1.º ciclo fazem a supervisão e acompanhamento das actividades de animação e apoio à família e de enriquecimento curricular, respectivamente. Não existindo psicólogo no Agrupamento, está de certa forma comprometida a orientação vocacional dos alunos, embora pontualmente se realizem acções sobre esta problemática com recurso aos Serviços de Psicologia das juntas de freguesia. 2.2 Acompanhamento da prática lectiva em sala de aula Não são evidentes procedimentos sistematizados e generalizados de acompanhamento e supervisão da prática lectiva em sala de aula. Estes realizam-se de forma indirecta nas estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica, essencialmente através da elaboração das planificações, da definição de critérios de avaliação e da verificação do cumprimento dos programas do ensino básico e das orientações curriculares da educação pré-escolar. Os critérios de avaliação são definidos por disciplina e ano de escolaridade no departamento/área disciplinar e aprovados pelo Conselho Pedagógico. A direcção, o Conselho Pedagógico e as estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica, a partir dos registos de avaliação de final de período e ano lectivo, procedem à reflexão sobre os resultados escolares. 2.3 Diferenciação e apoios A referenciação, o acompanhamento e a avaliação das crianças e alunos com necessidades educativas especiais de carácter permanente decorrem de um trabalho realizado pelos docentes da educação especial, que contam com a colaboração dos pais e instituições externas tais como: hospital de S. João (tratamentos especializados e continuados) e Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto (terapia da fala), entre outros. É de salientar o trabalho desenvolvido nesta área com oito alunos que têm currículo específico individual e ainda um projecto que está a ser desenvolvido por uma docente da educação especial, em colaboração com a Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, na área da intervenção precoce na infância. Está também em funcionamento uma turma de percursos curriculares alternativos com 11 7

alunos. Os discentes com dificuldades de aprendizagem têm planos de recuperação e são acompanhados. Contudo pelo que pudemos apreciar o grau de eficácia deste apoio está abaixo do expectável. Para combater o insucesso nas disciplinas de Língua Portuguesa e de Matemática, no 2.º ciclo, o Estudo Acompanhado está sob a responsabilidade dos docentes destas duas disciplinas e no 3.º ciclo de um docente da área de humanidades ou ciências. As actividades da Biblioteca/Centro de Recursos, da sala de informática e dos clubes são, também, utilizadas para apoio educativo aos discentes. 2.4 Abrangência do currículo e valorização dos saberes e da aprendizagem O Agrupamento apresenta uma oferta educativa abrangente e transversal do desenvolvimento do currículo, ao integrar componentes culturais, sociais e artísticas nas actividades de enriquecimento curricular, nos projectos e nos clubes. Estas actividades proporcionam a aquisição de saberes e de competências que contribuem para a formação integral das crianças/alunos. Há um leque diversificado de clubes à disposição dos alunos Música, Teatro e Expressão Dramática, Giravolei, Línguas, Informática, Protecção Civil, Oficina de Matemática, entre outros. Em todas as unidades educativas são desenvolvidas actividades e projectos no âmbito do Plano Nacional de Leitura, que incutem nos alunos e nas famílias o gosto pela leitura e a valorização do conhecimento e da aprendizagem contínua. O ensino experimental das ciências é valorizado e assegurado através da realização de experiências dentro e fora da sala de aula, desde a educação pré-escolar. São realizadas visitas de estudo, concursos, torneios desportivos, jogos de Matemática (problema do mês) e ainda a adesão a vários projectos como o Plano da Matemática, Plano da Educação para a Saúde e Plano Nacional de Leitura. A Biblioteca/Centro de Recursos funciona ininterruptamente no horário escolar e assegura a articulação com outra biblioteca do Agrupamento, sendo dinamizadas actividades para enriquecimento e apoio às aprendizagens. 3. Organização e gestão escolar 3.1 Concepção, planeamento e desenvolvimento da actividade Os documentos estruturantes da acção educativa não foram elaborados de forma participada pela comunidade educativa e não se apresentam articulados entre si, o que fragiliza o seu potencial estratégico em termos de planeamento e de orientação da acção educativa. No prosseguimento dos objectivos do Projecto Educativo foram introduzidas medidas de promoção do sucesso educativo, nomeadamente na diversificação da oferta educativa, através de projectos, clubes e actividades e na aproximação das famílias à escola. Foram definidos critérios para a atribuição do Estudo Acompanhado e para a oferta de escola, tendo em vista o incremento do sucesso em Língua Portuguesa e Matemática. Os projectos curriculares de grupo/turma respondem às características e às necessidades das crianças/alunos. O tempo escolar é gerido de forma adequada, designadamente no que se refere à elaboração dos horários e à organização das actividades lectivas, encontrando-se assegurada a ocupação plena dos tempos escolares dos alunos no caso de ausência de docentes. 3.2 Gestão dos recursos humanos Na distribuição do serviço docente prevalece a continuidade pedagógica dos docentes e dos directores de turma. A acção do director de turma foi alvo de uma planificação conjunta dos coordenadores dos directores de turma dos 2.º e 3.º ciclos, da qual resultou a criação de instrumentos de apoio ao trabalho da direcção de turma, carecendo, no entanto, estes documentos de aperfeiçoamento. Os Serviços Administrativos, funcionando em espaço aberto, estão informatizados e aplicam a gestão de processos. No caso dos assistentes operacionais, a afectação é feita por áreas funcionais, recorrendo-se, por vezes, à polivalência e à rotatividade de funções. Estes têm frequentado acções de formação no âmbito da Segurança e Higiene no Trabalho, dos Primeiros Socorros e os assistentes técnicos têm feito formação sobre os programas específicos para os Serviços Administrativos. Para a integração dos novos docentes, concorre a realização de reuniões gerais, que visam a sua inserção no processo organizativo e funcional do Agrupamento. O pessoal docente e não docente referem ser muito bem 8

acolhidos e realçam a cooperação e a forma como lhes são dadas a conhecer as normas de funcionamento e salientam o bom ambiente existente no Agrupamento. 3.3 Gestão dos recursos materiais e financeiros As instalações, os espaços e os equipamentos são geridos adequadamente e apresentam, em geral, boas condições, fruto do empenho do Agrupamento, da Câmara Municipal do Porto, das juntas de freguesia e dos pais na melhoria das condições de bem-estar. Os espaços exteriores e interiores das unidades educativas visitadas estão limpos, bem cuidados, sendo as entradas vigiadas. As unidades educativas de um modo geral apresentam boas condições para o exercício das actividades. Porém, não dispõem de equipamento informático adequado e ligação à Internet, nem de espaços apropriados para a prática de Actividade Física e Desportiva. A segurança no Agrupamento é objecto de uma actuação preventiva e sistemática. Foi elaborado e implementado o plano de segurança interno, foram realizados simulacros de situações de emergência, instalados extintores de incêndio e determinadas inspecções aos equipamentos. O pavilhão gimnodesportivo, inaugurado recentemente, veio colmatar as deficiências da Escola-Sede para a prática desportiva. Na Escola-Sede ainda não foi implementada a utilização do cartão magnético, pelo que são extensas as filas dos alunos para aquisição de senhas e para o acesso ao refeitório/bufete. Os alunos dispõem de uma sala de convívio, sendo, no entanto, um espaço diminuto para albergar o grande número de alunos, principalmente em dias de chuva. A Biblioteca constitui um espaço de excelência para o enriquecimento do currículo e a dinamização cultural. O Agrupamento procura captar verbas, para além das provenientes do Orçamento do Estado, nomeadamente através do bufete, da Câmara Municipal, das juntas de freguesia e da Associação de Pais e Encarregados de Educação. O uso dos recursos financeiros está em consonância com as linhas orientadoras do orçamento definidas pelo Conselho Geral e com os objectivos do Projecto Educativo. 3.4 Participação dos pais e outros elementos da comunidade educativa A participação dos pais na vida escolar constitui um objectivo do Agrupamento. Para esse efeito são desenvolvidas várias iniciativas para os envolver, destacando-se as reuniões no início do ano lectivo com os professores titulares de grupo/turma e directores de turma e a realização de actividades específicas constantes do Plano Anual de Actividades (ex., festas de Natal e de encerramento do ano, torneiros desportivos, entre outras). Também como forma de aumentar a participação dos pais e encarregados de educação no acompanhamento dos seus educandos, os professores titulares de turma e os directores de turma flexibilizam o respectivo horário de atendimento. Os representantes dos pais participam, com regularidade, nos trabalhos dos órgãos de direcção, administração e gestão e das estruturas intermédias onde têm assento, empenhando-se na detecção e na resolução de problemas. Também a Associação de Pais e Encarregados de Educação está atenta aos problemas que surgem e procura ajudar a encontrar soluções, em parceria com o Agrupamento. A colaboração das estruturas autárquicas tem uma grande expressão na educação pré-escolar e no 1.º ciclo, a nível da organização da componente de apoio à família e das actividades de enriquecimento curricular e da atribuição de verbas para a realização de visitas de estudo, por exemplo. 3.5 Equidade e justiça A equidade e a justiça são valores expressos nos documentos estruturantes, os quais preconizam a educação para a cidadania e o sucesso educativo dos alunos. Os critérios de constituição de turmas, de elaboração dos horários dos alunos e de avaliação, o acompanhamento disponibilizado aos alunos que evidenciam comportamentos de risco, bem como o apoio e a actuação dos responsáveis do Agrupamento e das diferentes estruturas intermédias, fomentam um sentimento comum de bem-estar e promovem a igualdade de oportunidades no acesso a experiências escolares estimulantes, como visitas de estudo e actividades de enriquecimento curricular. Alguns problemas de indisciplina têm sido resolvidos, salientando-se neste processo, o Gabinete de Relação Escola-Família e os directores de turma na implementação de medidas de discriminação positiva e de promoção da inclusão sócio-escolar. 9

4. Liderança 4.1 Visão e estratégia O Agrupamento dispõe dos documentos estruturantes para o desenvolvimento da acção educativa. No Projecto Educativo vertem-se, entre outros, os seguintes objectivos a alcançar: atingir níveis crescentes de sucesso escolar; criar espaços que favoreçam aprendizagens significativas, criar uma gestão curricular flexível, adaptada às necessidades específicas dos alunos de forma a promover a inclusão escolar e social, valorizar a transversalidade da língua portuguesa, promover uma avaliação globalizante e interdisciplinar. Apesar de o Agrupamento procurar debelar os problemas com que se defronta, o facto de as metas estabelecidas não serem quantificáveis, nem avaliáveis, restringe a avaliação objectiva dos resultados alcançados. Os documentos orientadores evidenciam uma visão de escola e uma consolidação da oferta educativa. Assim, formar cidadãos para o sucesso constitui o pressuposto essencial da visão do Agrupamento. A oferta educativa existente teve em conta o meio onde o Agrupamento se insere, bem como as prioridades da rede escolar. A direcção e as estruturas intermédias exercem uma liderança dialogante e de proximidade com a comunidade educativa e congregam esforços no sentido de promoverem um trabalho concertado e reflectido que vá ao encontro da resolução dos problemas do Agrupamento 4.2 Motivação e empenho Os docentes e o pessoal não docente conhecem bem as suas áreas de actuação e encontram-se motivados e empenhados no exercício da acção educativa. As lideranças de topo e intermédias conhecem as suas áreas de intervenção e procuram promover a articulação de forma a poder responder aos principais desafios do Agrupamento. Existe a preocupação por parte da direcção de envolver e responsabilizar os diferentes actores nas tomadas de decisão. Ainda que exista monitorização da assiduidade do pessoal docente e não docente, o impacto do absentismo de uns e de outros assume algum significado, sem comprometer, no entanto, o desenvolvimento da acção educativa. 4.3 Abertura à inovação O Projecto Educação para Saúde, o Plano Nacional de Leitura e o Plano da Matemática, da responsabilidade do Ministério da Educação, têm tido um impacto positivo na aprendizagem dos alunos. O projecto de avaliação do ambiente educativo em contexto da educação pré-escolar, na área da intervenção precoce na infância, da responsabilidade de uma docente da educação especial, tem promovido um maior envolvimento das famílias, das educadoras e das assistentes operacionais, bem como tem possibilitado a articulação com uma diversidade de entidades que neste trabalho tem colaborado. A comunicação apoia-se nos recursos tradicionais e nos meios proporcionados pelas tecnologias da informação e comunicação, nomeadamente o correio electrónico, a plataforma Moodle e a página Web. 4.4 Parcerias, protocolos e projectos O Agrupamento tem celebrado protocolos, parcerias e projectos que têm contribuído para a melhoria do serviço educativo prestado. Um parceiro privilegiado tem sido a Câmara Municipal do Porto, tendo o Agrupamento participado em vários dos seus projectos, nomeadamente Porto Futuro, Educação para os Valores, Porto de Crianças, Porto a Ler, Projecto de Educação Ambiental e Porto de Actividades, tendo também uma parceria com as Bibliotecas Municipais do Porto e Biblioteca Municipal Almeida Garrett também na cidade do Porto. O Agrupamento tem estabelecido protocolos com os Centros de Saúde da Carvalhosa, Aníbal Cunha e Paranhos, o Instituto Português do Sangue, as instituições de ensino superior Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto e Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto -, a Associação Luso Espanhola de Pedagogia, o Clube de Ténis do Porto e o Centro Educativo, entre outros. Contudo, poderá claramente ser mais activo na procura de parcerias e protocolos com instituições públicas e privadas de natureza económica, social e cultural, no contexto geográfico do Agrupamento, convergentes com a visão do Agrupamento e promotores do alargamento da sua oferta educativa/formativa. 10

5. Capacidade de auto-regulação e melhoria do Agrupamento 5.1 Auto-avaliação O Agrupamento analisa e monitoriza os resultados escolares, identificando as áreas/disciplinas com sucesso e insucesso e comparando as classificações internas com as avaliações externas, quer nos órgãos de direcção, administração e gestão, quer nas estruturas de coordenação e supervisão pedagógica. Existem, também, práticas de avaliação relativamente a algumas das suas actividades. Em 2009-2010, foi criada uma equipa de auto-avaliação, constituída por três docentes, que produziu um relatório onde se encontram vertidas informações relevantes sobre o funcionamento do Agrupamento. Contudo, dado tratar-se de um processo recente, os procedimentos de auto-avaliação ainda estão pouco consolidados. Para além da necessária formação a obter a nível da avaliação institucional, sentem ainda, a necessidade de alargar a constituição da equipa de forma a assegurar o princípio da representatividade da comunidade educativa. 5.2 Sustentabilidade do progresso Apesar de não existir ainda uma cultura consolidada de auto-avaliação, o Agrupamento conhece os seus principais pontos fortes e fracos, bem como identifica constrangimentos e oportunidades. Do relatório de autoavaliação não decorrem ainda planos intencionais de melhoria. Contudo, os mecanismos de avaliação já instituídos, associados às práticas reflexivas por parte do Conselho Geral, particularmente pelas entidades externas, e à diversidade de protocolos e projectos, permitem antever que estão criadas as condições necessárias para a sustentabilidade do progresso do Agrupamento V CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste capítulo, apresenta-se uma selecção dos atributos do Agrupamento de Escolas Irene Lisboa (pontos fortes e fracos) e das condições de desenvolvimento da sua actividade (oportunidades e constrangimentos). A equipa de avaliação externa entende que esta selecção identifica os aspectos estratégicos que caracterizam o agrupamento e define as áreas onde devem incidir os seus esforços de melhoria. Entende-se aqui por: Pontos fortes atributos da organização que ajudam a alcançar os seus objectivos; Pontos fracos atributos da organização que prejudicam o cumprimento dos seus objectivos; Oportunidades condições ou possibilidades externas à organização que poderão favorecer o cumprimento dos seus objectivos; Constrangimentos condições ou possibilidades externas à organização que poderão ameaçar o cumprimento dos seus objectivos. Os tópicos aqui identificados foram objecto de uma abordagem mais detalhada ao longo deste relatório. Pontos fortes As taxas de transição/conclusão do 1.º ciclo superiores às nacionais, bem como os resultados nas provas de aferição do 4.º ano, no último triénio. A participação activa das crianças/alunos assente na cultura de responsabilidade. A diversidade da oferta educativa, integrando componentes activas, sociais e artísticas, com reflexos na formação integral dos alunos. 11

A diferenciação de medidas de apoio educativo para os alunos com necessidades educativas especiais e dificuldades de aprendizagem. O envolvimento crescente da Associação de Pais e Encarregados de Educação na resolução dos problemas do Agrupamento. A motivação e o empenho do pessoal docente e não docente. Pontos fracos As reduzidas taxas de transição/conclusão dos 2.º e 3.º ciclos em 2010, bem como a tendência descendente dos resultados de Matemática e Língua Portuguesa nas provas de aferição do 6.º ano e de Matemática nos exames nacionais do 9.º ano, no último triénio. A débil articulação interdepartamental. A falta de mecanismos generalizados e sistemáticos de acompanhamento e supervisão da prática lectiva em sala de aula. A ausência de articulação entre os documentos orientadores da vida do Agrupamento. A inexistência de metas quantificáveis e avaliáveis no Projecto Educativo, com impacto na avaliação objectiva dos resultados alcançados. A falta de consolidação do processo de auto-avaliação. Oportunidades A recente construção do pavilhão gimnodesportivo poderá contribuir para a melhoria da prática de educação física e para uma maior articulação com a comunidade local. O aprofundamento de parcerias e protocolos com instituições públicas e privadas de natureza económica, social e cultural, no contexto geográfico do Agrupamento, poderá potenciar o alargamento da oferta educativa/formativa, com reflexos na concretização da visão do Agrupamento. Constrangimentos A inexistência de Serviço de Psicologia e Orientação poderá dificultar o apoio psicopedagógico e a orientação vocacional dos alunos. 12