UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA FACULDADE DE EDUCAÇÃO E ARTES CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA. Asma e a Educação Física Escolar



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Transcrição:

1 UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA FACULDADE DE EDUCAÇÃO E ARTES CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA Asma e a Educação Física Escolar Adriane Fernandes Pimentel Eric Aparecido de Siqueira Costa Leandro Ferreira de Brito Jacareí/SP 2013

2 UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA FACULDADE DE EDUCAÇÃO E ARTES CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ASMA E A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR Adriane Fernandes Pimentel Eric Aparecido de Siqueira Costa Leandro Ferreira de Brito Relatório final a ser apresentado como parte das exigências da disciplina Trabalho de Conclusão de Curso do Curso de Educação Física da Faculdade de Educação e Artes da Universidade do Vale do Paraíba. Orientador: Profª. Drª. Bruna Oneda. Jacareí, SP 2013

3 DEDICATÓRIA E AGRADECIMENTO Agradecemos primeiramente à DEUS por nossas vidas e de ter concluído com sucesso nosso trabalho, às nossas famílias que nos incentivaram e apoiaram, a Bibliotecária da faculdade que sempre nos concedia alguns minutinhos a mais e à todos aqueles que contribuíram direta ou indiretamente para a evolução de nosso trabalho. Um AGRADECIMENTO mais que ESPECIAL à Profª Bruna Oneda, por toda a paciência e dedicação, sempre nos direcionando e instigando para que a cada dia pudéssemos melhorar. Atenciosa, nos recebeu em sua casa, respondeu e- mails, mensagens, as tantas reuniões após as aula, sem você não conseguiríamos, MUITO OBRIGADO POR SER A NOSSA PROFESSORA e ORIENTADORA. Eu ADRIANE dedico este trabalho a minha Mãe, meu Pai e meu namorado que foram à inspiração de cada dia, pela grande paciência e cumplicidade que tiveram comigo principalmente nos momentos mais difíceis. Não foi fácil mais eu consegui! Eu ERIC dedico este trabalho a minha mãe, meu Pai, meu filho e meus irmãos, que me ajudaram, incentivaram e acreditaram em mim em todos os momentos. Eu LEANDRO dedico este trabalho a minha mãe, a minha esposa Luciana, as minhas irmãs Camila, Elaine e Ivonete e aos meus cunhados Edilson e Edivaldo, todos que de uma forma me ajudaram e incentivaram a chegar a essa conquista.

4 RESUMO O presente estudo tem por objetivo compreender a asma e verificar como a educação física escolar pode contribuir com as crianças asmáticas. A asma é considerada uma doença inflamatória crônica, que se caracteriza por uma obstrução da passagem do fluxo respiratório. Em sua atuação, o professor de educação física, tem por objetivo proporcionar uma melhora no desenvolvimento fisiológico, físico e social do aluno asmático, através de atividades específicas que auxiliem na sua integração nas aulas. Os exercícios geralmente desencadeiam os sintomas de asma, mas os alunos asmáticos não podem deixar de praticá-los. O professor de educação física pode limitar a intensidade dos exercícios, ou também fazê-los praticarem de forma muito intensa, o que podem leva-los a um episódio de crise asmática. Os estudos mostram que os exercícios físicos se realizados de maneira adequada, podem contribuir para melhora da mecânica respiratória, melhora da eficiência pulmonar aumentando assim a tolerância ao exercício. Palavras chave: Educação física escolar, Asma, Fatores desencadeantes da asma.

5 ABSTRACT This study aims to understand asthma and check it how physical education can contribute to asthmatic children. Asthma is considered a chronic inflammatory disease that is characterized by obstruction of the passage of flow. The physical education teacher, must to provide an improvement in physiological, physical and social development in the asthmatic students through specific activities that help their integration in the classroom. The exercises generally presents asthma help symptoms, but students with asthma can not stop practicing them. The physical education teacher may control the intensity of exercises, or also makes them do hardly, which can lead them to an episode of asthma attacks. Studies show that exercises performed properly, can contribute to improved respiratory systems, lung efficiency and increasing exercises tolerance. Keywords: Physical education at school, Asthma, Asthma factors.

6 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 7 1.1 Objetivos Gerais... 9 1.2 Objetivos Específicos... 9 2 JUSTIFICATIVA... 10 3 METODOLOGIA... 11 4 REVISÃO DE LITERATURA... 12 4.1 Características da Asma... 12 4.1.1 Crise Asmática... 14 4.2 Fatores Desencadeantes da Asma... 16 4.3 Exercícios Físicos para Asmáticos... 20 4.4 Asma e a Educação Física Escolar... 22 5 CONCLUSÃO... 25 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS... 26

7 1 INTRODUÇÃO A asma é considerada uma doença inflamatória crônica, que se caracteriza por uma obstrução da passagem do fluxo respiratório. Segundo Lustosa; Britto; Bezerra (2011), o número de internações por asma no Brasil em 2010 foi de 192.601, os gastos para os cofres públicos foi de R$ 100.537.934,90. A asma se não tratada corretamente poderá levar a óbito. De acordo com Fiks et al (2012) estima-se que a asma atinge cerca de 300 milhões de pessoas no mundo,sendo que em sua maioria crianças e adolescentes. Sabe-se que o exercício físico de maneira geral apresenta resultados satisfatórios na diminuição das crises asmáticas devido à melhora no condicionamento físico e na função respiratória. As aulas de educação física têm papel fundamental no auxilio aos alunos asmáticos, tanto nos aspectos físicos, sociais e psicológicos, proporcionando seu bem-estar num modo geral. Através da educação física escolar os alunos podem desenvolver as habilidades motoras e as capacidades físicas. As aulas também auxiliaram na inclusão a sociedade, através da participação em jogos, brincadeiras, ginástica, lutas, esportes, danças e outras atividades desenvolvidas, com modificações e adaptações realizadas pelo professor, além do contato com diversas outras formas de manifestações culturais, respeitando sempre o limite de cada um. A integração e a inclusão dos alunos asmáticos nas aulas de educação física são restritas, isso devido à falta de conhecimento da doença, por professores e até mesmo pelos pais. Os professores, juntamente com os outros profissionais e funcionários da escola, necessitam de conhecimento para saberem identificar e reconhecerem os sinais de princípio da crise nos alunos, para que possam auxiliar no tratamento e prestarem os primeiros atendimentos de maneira adequada, quando necessário. Dessa forma, os professores devem estar preparados e serem capacitados para tornar possível a participação dos alunos asmáticos nas aulas de educação física. É responsabilidade dos professores, elaborarem um programa

8 de atividades em que os asmáticos possam participar e melhorar seu condicionamento físico, pois ao desenvolverem sua capacidade física, existe a possibilidade de enfrentarem melhor a doença e suas crises. Além disso, se sentirão cada vez mais à vontade para participarem das aulas de educação física escolar e outras atividades físicas.

9 1.1 Objetivos Gerais O presente estudo tem por objetivo compreender a asma e verificar como a educação física escolar pode contribuir com as crianças asmáticas. 1.2 Objetivos Específicos Compreender a asma, suas características, fatores desencadeantes e métodos diagnósticos. Identificar quais exercícios e atividades físicas são mais recomendados para crianças asmáticas. Verificar a influência da educação física na criança asmática.

10 2 JUSTIFICATIVA Sabe-se que existe uma grande proporção de pessoas asmáticas no mundo e que o exercício físico pode contribuir de maneira significativa para a saúde dos asmáticos. Este estudo justifica-se pela necessidade dos professores de educação física conhecerem a doença e poderem orientar melhor seus alunos, além de planejarem melhor suas aulas.

11 3 METODOLOGIA O presente estudo foi desenvolvido através de uma revisão de literatura onde foram utilizados os seguintes meios: livros, sites de pesquisas como google acadêmico e artigos científicos.

12 4 REVISÃO DE LITERATURA (RESULTADOS E DISCUSSÃO) 4.1 Características da Asma Os estudos epidemiológicos no Brasil não têm sido realizados frequentemente, desconhecendo as realidades das diversas áreas do país e por esse motivo há uma grande dificuldade em desenvolver programas de prevenção a asma. Sabe-se que a asma pode atingir uma média elevada de crianças chegando a 25.7%, tornando-se um problema de saúde pública, necessitando de medidas rápidas e efetivas. (SOLÉ et al., 2004) A maioria dos autores considera a asma como uma doença com muitos fatores e repercussões, em sua maioria, negativas sobre o desenvolvimento infantil. A asma é uma doença de evolução crônica, que pode melhorar na adolescência. (TEIXEIRA, et al) Nos últimos anos, o entendimento das diversas causas sobre a geração da asma tem sido amplamente aceito. Esse posicionamento demanda a combinação interdependente de fatores alérgicos, psicológicos, hereditários, e de um processo infeccioso. (O BRIEN; FISCHER, 1993 apud TEIXEIRA, L. R. et al) A asma é uma doença inflamatória crônica, que deixa os brônquios mais sensíveis e susceptíveis as múltiplas causas que desencadeiam as crises, que podem ser agravadas por diversos fatores conforme a faixa etária. Os principais fatores desencadeantes da asma são os alérgenos inaláveis das vias respiratórias; irritantes; infecções por vírus; exercícios físicos; fatores emocionais, entre outros. (TEIXEIRA, 2011 apud SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA, 2002; GINA, 2002) Segundo a Associação Brasileira de asmáticos (2012), os principais sintomas da asma são: falta de ar, cansaço fácil, chiado no peito, tosse com ou sem catarro e sensação de aperto no peito. O diagnóstico pode ocorrer através de uma adequada anamnese e exame físico. A anamnese é composta por avaliação clínica que analisa sintomas recorrentes de tosse, sibilos, dispneia e desconforto torácico. O exame físico engloba a avaliação funcional através da espirometria, verifica-se o pico do

13 fluxo expiratório (PFE). O PFE mede a velocidade da saída do ar (em litros), podendo analisar o grau do estreitamento e obstrução dos brônquios. O PFE representa o fluxo máximo gerado na expiração forçada, realizada com a máxima intensidade, partindo do nível máximo de insuflação pulmonar, ou seja, capacidade pulmonar total. O PFE é considerado um indicador indireto da obstrução das grandes vias aéreas e é afetado pelo grau de insuflação pulmonar, pela elasticidade torácica e musculatura abdominal e pela força muscular. (FONSECA et al,2006 p-2) A asma depois de diagnosticada e classificada, poderá ser tratada de forma medicamentosa ou não. Haverá também a necessidade de informar o asmático e sua família sobre efetivo entendimento da doença e cuidados necessários para o controle da mesma. Desta forma, a asma é uma doença que abrange um grande número de pessoas, acometendo diversas faixas etárias de ambos os sexos, com elevada incidência em crianças. A falta de conhecimento e diagnóstico faz com que os cofres públicos sofram uma significante perda de valores, sendo que a prevenção e a orientação minimizariam o problema.

14 4.1.1 Crise Asmática Em uma crise asmática ocorre uma obstrução parcial das vias aéreas, assim dificultando a passagem do ar, então, o indivíduo asmático tem que fazer um grande esforço respiratório forçando a passagem do ar. A obstrução acontece por três episódios: - Contração muscular da parede brônquica (Broncoespasmo); - Inflamação dos brônquios; - Produção exacerbada de muco. Segundo Cortês, Carvalho Júnior (S/D) a crise asmática acontece através de um estímulo, seja ele antigênico ou não, ocorre a degranulação de mastócitos, liberando diversos mediadores inflamatórios, que lesionam o epitélio e invade a mucosa brônquica onde encontram mais células, tais como eosinófilos e mastócitos à serem acionadas. Essas células liberaram mais células ocasionando a broncoconstrição. O bronco espasmo é caracterizado por um estreitamento transitório das vias aéreas (TEIXEIRA, 2012), dificultando a passagem do ar, ocasionando a falta de ar, chiado e possível dor no peito. Devido ao estreitamento dos brônquios, a frequência respiratória é aumentada, podendo levar o individuo também a uma crise de tosse. O processo inflamatório acontece através de células de defesa, como os linfócitos T, eosinófilos, mastócitos, plasmócitos e os neutrófilos que migram para o local, onde liberam substâncias como citocinas IL-4 e IL-5, proteínas catiônicas dos eosinófilos, histamina e as lipoxinas, em particular os leucotrienos e a imunoglobina que auxiliam no combate ao processo inflamatório. (SILVA, 2011) Essa ação faz com que as células inflamatórias, mediadores químicos e anticorpos, agridam o revestimento dos bronquíolos, assim modificando a função dos cílios, responsáveis pela limpeza das vias respiratórias, livrando-os de partículas indesejáveis, produzindo então uma grande quantidade de muco. (SILVA, 2011)

15 Costa (2001) e Kerbej (2002) evidenciam que o indivíduo com asma brônquica apresenta dificuldade em não expirar. Como a asma é uma doença hereditária e não tem cura, o asmático, sabendo controlá-la de maneira adequada, poderá levar uma vida normal. (TENROLLER, 2004; TEIXEIRA, 2009) Segundo o III Consenso Brasileiro no Manejo da Asma (2012) a gravidade da asma pode ser caracterizada como intermitente, persistente leve, persistente moderada e persistente grave, conforme tabela abaixo: Tabela 1 Classificação da Gravidade da Asma Gravidade Distribuição Frequência Atividades VFE1 Intermitente 60% dos casos 1 vez / sem Normais 80% do previsto Persistente 60% dos casos >1 vez/sem e Limitação aos 80% do leve < 1 vez/dia esforços previsto Persistente moderada 25 a 30% Diários Prejudicada Entre 60 e 80% Persistente 5 a 10% Contínuos Limitação < 60% grave Contínuos Diária *Adaptado do III Consenso Brasileiro no Manejo da Asma 2002 A principal característica da asma é a obstrução das vias aéreas, podendo causar um desconforto torácico do indivíduo, além da falta de ar e sibilos. A classificação da asma tem uma grande importância para prevenção e o devido controle da doença.

16 4.2 Fatores Desencadeantes da Asma Existe uma concordância dos autores Teixeira (2010), Tenroller (2004) e Oliveira (2003) em relação aos fatores de risco desencadeadores da asma, portanto os fatores comumente acordados são genéticos, alérgicos, irritantes, infecções respiratórias, climáticas, fatores emocionais e por exercício físico. Os fatores de risco, segundo os autores acima podem ser: Fator genético: considerado um dos fatores mais indicados para o aumento da prevalência da asma. (BOTELHO, SALDANHA, DA SILVA, 2004) Os fatores alérgicos são: pó caseiro, ácaros, fungos, pena ou pelo de animais remédios até mesmo alimentos que possuam corantes ou conservantes, leite, chocolates. Pode-se realizar o teste alérgico onde se verifica quais os fatores o indivíduo é mais sensível. (OLIVEIRA et al, 2003). Teixeira (2008), afirma que o principal provocador da asma é a poeira caseira, por tanto se deve evitá-la, além desse fator muitos outros podem ser neutralizados. O contato e exposição a esses gatilhos aumentam a inflamação brônquica e também o uso de medicamentos e sintomas recorrentes da crise. Os fatores irritantes são: poluição no geral, urbana, fortes cheiros como produtos de limpeza. Devido o grande aumento da poluição do ar e dissipação do diesel a incidência da asma e a renite alérgica tem aumentado nas últimas três décadas. (MELO; LIMA; SARINHO, 2005) As infecções respiratórias são também são consideradas fatores de risco e englobam as infecções virais, como exemplo gripe. Os vírus da gripe e resfriados afetam milhões de pessoas todos os anos. Devido á constante inflamação presente no asmático, o individuo fica mais suscetível ao vírus podendo acarretar no desencadeamento ou na evolução da crise asmática. (CASTRO) As variações climáticas bruscas: o clima e as estações do ano podem afetar o asmático. A inalação do ar úmido ou frio pode desencadear as crises, e as vias respiratórias tendem a ressecar pelo ar quente derivado dos sistemas

17 de calefação, ocasionando uma piora nos sintomas da asma. (CEZIMBRA, 2007) Os fatores emocionais são: pico da emoção como risadas ou choros, ansiedade chegando a superproteção dos pais causando inseguranças. Problemas familiares e provas escolares são referenciados pelos pais como agravantes das crises. (GUALDI, 2004) Algumas pesquisas relatam que os exercícios físicos são provocadores de bronco espasmo em 80% a 90% dos asmáticos. Porém, nem todas as atividades físicas geram este tipo de reação. Diferentes exercícios, em diferentes intensidades provocam diferentes magnitudes de crises. (TEIXEIRA, 1990) O exercício físico constitui fator desencadeante das crises, principalmente em escolares e adolescentes (NUNES; SOLÉ; NASPITZ, 1997). O brônquio espasmos induzido pelo exercício (BIE) é caracterizado pelo estreitamento transitório das vias aéreas durante e mais frequentemente após esforço físico vigoroso. (TEIXEIRA et al, 2012) O BIE é marcado por uma queda de 10% a 15% no fluxo expiratório máximo. Ele acontece com a duração do exercício entre seis a oito minutos em atividade de trabalho de aproximadamente dois terços do consumo máximo de oxigênio (frequência cardíaca de 170 a 180/min para crianças). A resposta ao exercício aparece alguns minutos depois de interrompido o esforço e se reverte após aproximadamente, 60 minutos. Na maior parte dos asmáticos, o bronco espasmo consiste em uma única crise de rápido início e recuperação. Alguns podem desenvolver uma reação mais demorada, entre quatro a dez horas após o exercício. (TEIXEIRA, 2009) Os gatilhos asmáticos mais comuns e estratégias de prevenção são mostrados na Tabela 2.

18 Tabela 2 Gatilhos asmáticos comuns e estratégias de prevenção Gatilho Alérgenos do ácaro (Tão pequenos que não são vistos a olho nu) Fumaça do tabaco (se o paciente fumar ou inalar a fumaça de outros) Alérgenos de animais peludos Alérgenos de baratas Pólen e mofo externos Mofo domiciliar Atividade física Remédios Como evitar Lavar a roupa de cama e lençóis uma vez por semana em água quente e secar na secadora ou ao sol. Forrar colchões e travesseiros com capas. Remover tapetes, especialmente no quarto de dormir. Usar vinil, couro ou madeira pura na mobília, em vez de tecidos. Se possível, usar aspirador de pó com filtros. Ficar afastado da fumaça do tabaco. Pacientes e familiares não devem fumar. Remover animais de casa ou, pelo menos, do quarto de dormir. Limpar casa caprichosamente e frequentemente. Usar spray pesticida, sem que o asmático esteja em casa durante a aplicação do spray. Fechar portas e Janelas e ficar dentro de casa nas épocas de polinização. Reduzir a umidade da casa. Limpar as áreas úmidas frequentemente. Não evitar atividade física. Os sintomas podem ser prevenidos pela inalação de um beta-2-agonista de ação curta ou longa, ou do cromoglicato dissódio antes do exercício extenuante. Não tomar aspirina ou beta-bloqueadores se essas medicações causarem sintomas da asma. Reproduzido de: Global strategy for asthma management and prevention. NHLBI/WHO workshop report apud CAMPOS, H.S. Epidemiologia e tratamento da asma, 2001. Dessa forma, aspectos climáticos, de urbanização e industrialização, alérgenos inaláveis, fatores nutricionais e socioeconômicos, colaboram para o aumento da prevalência da asma. (KAMOI, ROSÁRIO FILHO, FARIAS, 1998)

19 Além disso, o exercício físico é apontado como o principal fator no desenvolvimento das crises em escolares, devido à falta de controle da intensidade e duração do mesmo.

20 4.3 Exercícios Físicos para Asmáticos O exercício físico que tem por objetivo a promoção da saúde e deve ser uma atividade planejada, estruturada e repetitiva (CHEIK. N et al, 2003 ), esses exercícios são caracterizados por uma mudança na homeostase do corpo, como consequência acontece um aumento na demanda energética da musculatura exigida, assim atingindo todo o corpo. (BRUM. P et al, 2004) Segundo o I Consenso Brasileiro de Educação em Asma (1995), as atividades recomendados ao indivíduo asmático são: exercícios respiratórios, caminhadas com controle da respiração, corridas curtas mantendo controle e ritmo respiratório, exercícios posturais e exercícios em quadrupedismo visando extensão e alongamento. As atividades aeróbias se baseiam em diversos benefícios, dentre eles, aumento da eficiência dos pulmões e coração, do volume total de sangue e do Volume Maximo de Oxigênio, aumentando a absorção, captação e transporte desse oxigênio. (BIAZUSSI, 2008) A natação se encontra como uma das mais importantes atividades para a criança asmática, pois ela envolve os objetivos físicos gerais como o controle respiratório, relaxamento, melhora nos problemas posturais, desenvolve as qualidades físicas, habilidades aquáticas e controle corporal, trabalhando também a resistência cardiovascular, sistema respiratório, expansão pulmonar e aumento do sistema muscular. (KERBEJ, 2002; LANG et al, 2004 apud AZEVEDO) A prática regular da natação em crianças diminui consideravelmente as complicações pulmonares, melhora a mecânica respiratória, auxilia na correção de problemas posturais, além de outros benefícios para a saúde. (GUALDI, 2004). Além da natação existe outra opção aquática não muito conhecida, a remada, é um exercício que possui benefícios semelhantes aos da natação, sendo que existem algumas vantagens prevalecem como o contato com o cloro presente nas piscinas e também os efeitos do impacto do mergulho que poderá ser um possível fator de bronco espasmo. (TEIXEIRA, 2005)

21 O exercício respiratório terá a função de ensinar a criança a controlar sua respiração, fazer com que a troca respiratória seja mais eficiente e em uma eventual crise consiga se controlar, uma vez que ansiedade da criança poderá influenciar na piora da crise. Para Betti (1996) e Kerbej (2002) o exercício respiratório deverá ser realizado para trabalhar as musculaturas envolvidas na expiração e alteração da estrutura torácica, os exercícios devem focar em uma expiração mais duradoura que a inspiração, visando à maior dificuldade do asmático que é a expiração. Esse tipo de exercício beneficiará a criança com uma melhora da eficiência da ventilação pulmonar. Segundo Betio, Krebs, Keulen (2007) a ginástica artística possui um grande variedade de combinações entre giros, parada de mãos, rolamentos, rodas laterais, parada de cabeça que auxiliam na consciência corporal e também proporciona ao organismo uma melhora na drenagem do muco das vias aéreas, quando realizado em posições invertidas. O asmático pode fazer qualquer tipo de exercício físico, desde que seja assistido por uma pessoa apta a prescrever esses exercícios. Deve-se atentar a intensidade do exercício e também respeitar os limites individuais da criança. Segundo Cezimbra (2007), os exercícios para asmáticos seguem parâmetros de intensidade, freqüência e modalidades, porém não existem muitos relatos na literatura sobre os diferentes exercícios e os parâmetros referidos acima. Como relata Teixeira (2009) o BIE é desencadeado quando o treinamento ultrapassa de 70% a 80% do VO² Máximo como uma duração de 6 a 8 minutos. Concluindo que a intensidade e duração do exercício aplicado deverão ser inferiores ao referido acima.

22 4.4 Asma e a Educação Física Escolar A educação física escolar deve ser considerada essencial e indispensável no processo de educação das crianças e adolescentes, além de desenvolver habilidades motoras e capacidades físicas. Diversos níveis do governo, entidades profissionais e científicas e os meios de comunicação devem considerar a atividade física na criança e no adolescente como um assunto de saúde pública, divulgando esse tipo de informação e implementando programas para a prática orientada de exercício físico. (LAZZOLI, 1998) Em sua atuação, o professor de educação física, tem por objetivo proporcionar uma melhora no desenvolvimento fisiológico, físico e social do aluno asmático, através de atividades específicas auxiliem na sua integração nas aulas. (MORSE e JOHNSON, 1991apud BORBA; SARTI, 2005) As crianças com asma convivem diariamente com risco a sua saúde e o abandono de seu convívio social, devido ao surgimento de crises e possíveis internações médicas, que fazem com que eles necessitem normalmente de acompanhamento médico, além do social e psicológico. É reconhecida à importância da atividade física para asmáticos, porém o despreparo dos professores faz com que o cuidado exagerado aconteça nas aulas de educação física. (SHUTE e PATON,1990 e PEREIRA, 2011 apud GOULART; SPERB, 2003) A falta de informações dos pais sobre a asma faz com que eles super protejam seus filhos, os impedindo de participar das aulas de educação física e de brincadeiras mais ativas com medo das possíveis crises. (BETTI, 1992) Para facilitar a inclusão dos alunos asmáticos nas aulas de educação física, é necessária uma comunicação efetiva entre professores e pais, mostrando a importância do exercício físico na melhoria da vida desses alunos, fazendo com que o incentivo dos pais os auxiliem e o número de crianças afastadas das aulas seja reduzido. (FREITAS, 2005) Estudos sobre o desenvolvimento da criança com asma e sua família, demonstram que elas apresentaram dificuldades emocionais e diversos problemas de comportamento relacionado a diferentes situações familiares, quando comparadas às crianças que não possuem asma. (PEÇANHA, 1997 apud TEIXEIRA et al)

23 Com a finalidade de socialização, as diversas práticas culturais realizadas na escola, como ginástica, lutas, esportes, danças entre outras, devem ser adaptadas para facilitar a participação de todos os alunos. Com isso, é fundamental uma formação que possibilite o tratamento de métodos de ensino, para criação de uma cultura de inclusão dos alunos asmáticos nas aulas de educação física, com permanente capacitação entre os setores envolvidos como a escola, professores, médicos e a família do aluno. (FREITAS, 2005) Nas aulas de educação física o professor deverá ter um conhecimento para a adequação das atividades aos asmáticos e também saber como prestar os primeiros socorros a criança que estiver em crise, o procedimento mais adequado neste caso é tentar acalmar a criança, coloca-la em uma posição confortável de preferência sentada, incentivá-la a manter o controle respiratório, verificar se a mesma utiliza inaladores e ajudá-la a usá-lo para controlar a frequência respiratória até sua normalização. Os professores de educação física necessitam de orientações sobre a doença, atentando para as limitações físicas e desempenho escolar, sendo informados sobre as necessidades dos alunos e permitindo que eles participem das atividades. (SANTOS; SOARES, 2003) Além disso, o professor de educação física tem o papel de encorajar os alunos asmáticos na participação regular de atividades esportivas, pois elas são um importante fator para melhorar a autoimagem da criança asmática. (BROOK et al., 1993 apud TEIXEIRA, 1993) A falta de informação dos pais e professores pode ser determinante para um bom desenvolvimento da criança principalmente nas aulas de educação física, o medo de a criança entrar em crise as priva muitas vezes de participarem das aulas e até mesmo de brincar, dificultando o desenvolvimento físico e principalmente social da criança. O professor de educação física deve utilizar de métodos para promover informações sobre saúde, através de ações educativas como palestras, folhetos, cartazes, workshops, práticas coletivas e outros meios de comunicação que se encontrem na comunidade. (ORFEI, TAVARES) Os exercícios geralmente desencadeiam os sintomas de asma, mas os alunos asmáticos não podem deixar de praticá-los. O professor de educação física pode limitar a intensidade dos exercícios sem necessidades, ou também

24 fazê-los praticarem de forma muito intensa, o que podem levá-los a um episódio de crise asmática., são necessários professores bem informados para ajudar esses alunos na melhoria de sua qualidade de vida, ajustando os tipos de exercício, o ritmo ou a intensidade de uma atividade quando houver necessidade. (BORBA, 2009)

25 5 CONCLUSÃO A asma é uma doença obstrutiva crônica que pode ser reversível com medicamentos ou não, com diversos fatores desencadeantes de crise.atinge principalmente crianças e adolescentes e é considerado um problema de saúde pública devido a sua proporção de internações e intervenções clínicas. Existem vários exercícios que são bons para os asmáticos, como, por exemplo, caminhada, natação, corrida, remo, exercícios respiratórios e variações de exercícios aeróbios. Havendo a possibilidade de inclusão de todo e qualquer exercício desde que sejam adequadas as limitações do asmático. Muitos desses exercícios podem ser feitos na escola desde que o professor saiba incluir seu aluno asmático dentro de um programa adequado. Se feitos de maneira adequada, podem contribuir para melhora da mecânica respiratória, melhora da eficiência pulmonar aumento assim a tolerância ao exercício.

26 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Associação Brasileira de Asmáticos 2012. Disponível em: <http://www.asmaticos.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id= 13:asma-ou-bronquite-alergica&catid=1:categoria&Itemid=6>. Acesso em 14 de outubro de 2012. AZEVEDO, A. M. P, et al. Asma, natação e exercícios respiratórios para crianças. Disponível em: <http://www.prac.ufpb.br/anais/xenex_xienid/x_enex/anais/area6/6ccsdefo UT01.pdf>. Acesso em: 15 de abril de 2013. BETIO. J; KREBS. R.J, KEULEN. G.E. V, 2007, BETIO. J; KREBS. R.J, KEULEN. G.E. V, 2007, Atividade física para portadores de asma. Cinergs,VOL 8,N. 2, P.7-12. Disponível em: <https://online.unisc.br/seer/index.php/cinergis/article/view/549>. Acesso em: 12 de março de 2013. BETTI, I. C. R, 1992. O falso conflito entre atividade física e asma. Disponível em: <http://seer.ufrgs.br/index.php/movimento/article/viewarticle/2007>. Acesso em 12 de fevereiro de 2013. BIAZUSSI, R. 2008. Os benefícios da atividade física aos adolescentes. Disponível em: <http://www.nutrociencia.com.br/upload_files/artigos_download/atividade%20fis ica%20em%20adolescentes.pdf>. Acesso em: 15 de abril de 2013. BORBA et al, 2009. O mundo da criança portadora de asma grave na escola. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s010321002009000700 15>. Acesso em 13 de outubro de 2012. BOTELHO, C. et al 2004. - Fatores ambientais e hospitalizações em crianças menores de cinco anos com asma - Environmental factors and hospitalizations in children under five years old with asthma. Disponível em: <http://www.sopterj.com.br/revista/2004_13_4/03.pdf>. Acesso em: 15 de abril de 2013. BRUM, P et al, 2004. Adaptações agudas e crônicas do exercício físico no sistema cardiovascular. Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/61145571/adaptacoes-agudas-e-cronicas-doexercicio-fisico-no-sistema-cardiovascular>. Acesso em 14 de maio de 2013. CASTRO, A. P. B. M. Gripe e resfriados e suas relações com alergias respiratórias. Disponível em: <http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?id_materia=3849&fase=imprime>. Acesso em: 13 de maio de 2013.

27 CEZIMBRA, B. G, 2007. Avaliação de um programa de exercícios adaptados de natação para crianças na prevenção de crises asmáticas. Disponível em:<http://ged.feevale.br/bibvirtual/monografia/monografiabarbaracezimbra.pd f>. Acesso em: 15 de abril de 2013. CHEIK, N et al, 2003. Efeitos do exercício físico e da atividade física na depressão e ansiedade em indivíduos idosos. Disponível em: <http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=web&cd= 2&ved=0CDQQFjAB&url=http%3A%2F%2Fportalrevistas.ucb.br%2Findex.php %2FRBCM%2Farticle%2Fview%2F509&ei=4uOaUcmGKYyK0QGC5YCoBg&u sg=afqjcng_nul11uwqdsruw0ux0enxzrcw&sig2=uap10kibg6xakx8d2ef P9w. Acesso em 22 de março de 2013. CORTÊS, I. R, CARVALHO JÚNIOR, F. F. Estudo comparativo entre o uso inalatório de salbutamol e fenoterol no tratamento da asma aguda em crianças. Disponível em: <http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?id_materia=1499&fase=imprime>. Acesso em: 31 de maio de 2013. FIKS, Y.N et al, 2012. Ocorrência de sintomas asmáticos e de distúrbio obstrutivo em nadadores amadores de 8 a 17 anos de idade. Disponível em: <http://www.jornaldepneumologia.com.br/sitetemporario/detalhe_artigo.asp?id= 1293>. Acesso em 15/05/2013. FONSECA, A.C.C. F et al, 2006. Pico do fluxo expiratório no acompanhamento de crianças asmáticas. Disponível em: <http://www.luzimarteixeira.com.br/wp-content/uploads/2009/11/pfe-em-c>. Acesso em 14 de outubro de 2012. FREITAS, J. L. 2005. Uma problematização do processo de inclusão de alunos asmáticos na educação física escolar: um caso de interlocução entre limites e possibilidades. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/detalheobraform.do?select_actio n=&co_obra=166482>. Acesso em 13 de outubro de 2012. GOULART; SPERB, 2003. Histórias de criança: as narrativas de crianças asmáticas no brincar. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0102-79722003000200016>. Acesso em 13 de outubro de 2012 GUALDI, F.R, 2004. Asma e os benefícios da atividade física. Disponível em: <http:// www.efdeportes.com/efd72/asma.htm>. Acesso em 13 de fevereiro de 2013. KAMOI, ROSÁRIO FILHO, FARIAS, 1998. História natural da asma em crianças: Há remissão na adolescência?. Disponível em: <http://www.crisedeasma.com.br/curiosidades.html>. Acesso em 14 de outubro de 2012.

28 LAZZOLI et al.,1998. Atividade física e saúde na infância e adolescência. Revista Brasileira de Medicina do Esporte _ Vol. 4, Nº 4 Jul/Ago, 1998. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbme/v4n4/a02v4n4.pdf>. Acesso em 13/10/2012. LUSTOSA, G. M. M.; BRITTO, M. C.A.; BEZERRA. P.G. M, 2011. Manejo de crises asmáticas em crianças: conhecimento de profissionais de saúde quanto ao tópico em hospitais-escola do Recife (PE). Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s1806-37132011000500004>. Acesso em 11/05/2013. MELO, R. B.; LIMA, B. M.; SARINHO, E. C. Associação entre controle ambiental domiciliar e exacerbação da asma em crianças e adolescentes do município de Camaragibe, Pernambuco. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/jbpneu/v31n1/23449.pdf>. Acesso em: 15 de abril de 2013. NUNES; SOLÉ; NASPITZ, 1997. Fatores de risco e evolução clínica da asma em crianças. Disponível em: <http://www.jped.com.br/conteudo/97-73- 03-151/port.pdf> (Jornal da pediatria, Vol. 73, Nº3, 1997). Acesso em 23 e 24 de agosto e 9,17 e 18 de setembro 2012. OLIVEIRA, F. R. et al, 2003. Asma - Manejo da crise. Disponível em: <http://www.fmrp.usp.br/revista/2003/36n2e4/30asma.pdf>. Acesso em 14 de outubro de 2012. O BRIEN, K. P. & FISCHER, T. J. The Dutch hypothesis revisited: recent evidence that children do not outgrow asthma, Pediatric Asthma, Allergy & Immunology, V.7, N.2, p.285-290, 1993 apud TEIXEIRA, L et al, 2004, Percepção dos pais sobre as limitações da asma em alunos de um programa de educação física adaptada. Disponível em: <http://www.faculdadesocial.edu.br/dialogospossiveis/artigos/5/11.pdf>. Acesso em 05 de setembro de 2012. ORFEI, J.M; TAVARES, V. P. Promoção da saúde na escola através das aulas de educação física. Disponível em: http://fefnet172.fef.unicamp.br/departamentos/deafa/qvaf/livros/alimen_saudave l_ql_af/escolares/escolares_cap10.pdf. Acesso em: 15 de abril de 2013. SANTOS; SOARES, 2003. Asma brônquica e desempenho escolar em crianças e adolescentes de Maceió AL. Disponível em: <http://pediatriasaopaulo.usp.br/upload/pdf/591.pdf>. Acesso em 13/10/2012. Acesso em 13 de outubro de 2012. SILVA. F.J, 2011. Tabagismo fator de risco de câncer de pulmão. Disponível em: <http://www.webartigos.com/artigos/tabagismo-fator-de-riscode-cancer-de-pulmao/68930/>. Acesso em: 17 de maio de 2013.

29 SOLÉ, D. et al, 2004. A asma em crianças brasileiras é um problema de saúde pública? Revista brasileira de alergia e imunopatologia, vol. 27, Nº 5. Disponível em: <http://www.googleacademico.com.br>. Acesso em 15 e 16 de agosto e 08 de setembro de 2012. TEIXEIRA, L. 1990. Asma: da teoria à prática. Disponível em: <http://www.luzimarteixeira.com.br>. Acesso em: 15 de abril de 2013. TEIXEIRA, L et al. Percepção dos pais sobre as limitações da asma em alunos de um programa de educação física adaptada. Disponível em: <http://www.faculdadesocial.edu.br/dialogospossiveis/artigos/5/11.pdf>. Acesso em 05 de setembro de 2012. TEIXEIRA. L, 2005. O ar sumiu? Revista discutindo educação física, Volume 1, n2, novembro de 2005, editora escala educacional - SP, P 59. Acesso em 15 de novembro de 2012. TEIXEIRA. L, 2009. Atividades físicas e alergia. Disponível em: <http://www.luzimarteixeira.com.br/wp-content/uploads/2009/09/atividadesfisicas-e-alergia.pdf>. Acesso em 13 de outubro de 2012. TEIXEIRA. L, 2010. Atividades físicas e promoção da saúde na infância e adolescência. Disponível em: <http://www.luzimarteixeira.com.br/wpcontent/uploads/2010/04/manual-da-escola-promotora-de-saude.pdf>. Acesso em 05 de setembro de 2012. TEIXEIRA, L et al, 2012. Bronco espasmo induzido por exercício em corredores brasileiros de longa distância de elite. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s180637132012000300003&script=sci_ar ttext (Jornal Brasileiro de Pneumologia Vol.38,n 3, páginas 292-298,2012)>. Acesso em 7,8 e 9 de setembro de 2012. TENROLLER, C. A, 2004. Asma e atividades físicas em crianças. Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/file/conteudo/ar tigos_teses/educacao_fisica/monografia/tenroller.pdf>. Acesso em 17 de agosto e 07 de setembro de 2012. I Consenso Brasileiro de Educação em Asma, 1995. Disponível em: <http://www.sbpt.org.br/downloads/arquivos/sup01_96.pdf>. Acesso em: 12 de dezembro de 2012. III Consenso Brasileiro do Manejo da Asma, 2012. Capítulo I Definição, epidemiologia, patologia e patogenia. Disponível em: <http://www.amrigs.com.br/revista/4603/iii%20consenso%20brasileiro%20no% 20Manejo%20da%20Asma%20(2002).pdf>. Acesso em 13 de janeiro de 2013.