CLIPPING ELETRÔNICO. Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações e Operadoras de Mesas Telefônicas no Estado do Espírito Santo

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Transcrição:

Brasil Econômico Custo de telecomunicações diminui ao redor do mundo Preços de serviços de telefonia móvel caíram 22% Embora os preços dos serviços de telecomunicações estejam em queda ao redor do mundo, o custo dessas atividades é bem maior nos países mais pobres do globo. Segundo pesquisa divulgada pela União Internacional de Telecomunicações (ITU, na sigla em inglês), a média dos preços de serviços, como telefonia fixa, celular e banda larga ficou menor, devido principalmente à queda desses preços nos países em desenvolvimento. Na média mundial, em 2010 os consumidores pagavam 18% menos por esses serviços do que em 2008. De acordo com a pesquisa, os preços de serviços de telefonia móvel caíram 22% no mesmo período, enquanto de telefonia fixa recuou em média 7%. Para a banda larga, os preços diminuíram 52%. A queda foi maior nos países em desenvolvimento. Para a entidade, a redução nos preços reflete o nível elevado em que os preços se encontram nesses países. Os preços de banda larga nos países em desenvolvimento caíram 52%. Ainda que na metade do preço, o serviço continua inacessível para a maioria da população, diz a entidade. Já nos países avançados, os preços ficaram 35,4% mais baixos. De acordo com a pesquisa, os países que possuem os serviços mais baratos são aqueles em que a renda por habitante é mais elevada. No topo da lista, estão Mônaco, Macau, Liechtenstein, Hong Kong e Singapura. Nos países desenvolvidos, os preços de comunicações correspondem a menos de 1% da renda por habitante. Já nos países em desenvolvimento, esse conjunto de serviços custa 17% da renda média.

FNDC 17/05/2011 Oi e Telefônica apostam em fundos de investimento para apoiar empresas de inovação As duas maiores operadoras de telecom procuram inovadores nacionais Embora com estratégias diferentes, as duas maiores concessionárias de telecomunicações - Oi e Telefônica - começaram a investir no apoio à tecnologia nacional e inovação. A Telefônica, segundo seu presidente, Antonio Carlos Valente, criou um fundo de investimentos que vai apoiar dois tipos de empresas brasileiras:as pequenas empresas, e as empresas já constituídas, que precisam de capital para crescer. Já a Oi, informou Pedro Ripper, diretor de estratégia corporativa e novos negócios da Oi, criou um fundo financeiro para dois usos distintos: apoiar as iniciativa internas, além de estimular as pequenas empresas de inovação. Para Ripper, o setor ainda tem algumas janelas de oportunidades que permitem o ingresso da tecnologia brasileira, mas alerta que essas janelas podem se fechar rapidamente. Valente assinalou, por sua vez, que a prioridade da Telefônica é apoiar a soluções voltadas para a aplicação de vídeo e alternativas para as redes de superbanda larga.

Instituto Telecom Valeu a pena recriar a Telebrás? Na última semana, fez um ano que a Telebrás foi reativada pelo governo. A recriação tinha como objetivo auxiliar na execução do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) e fazer da estatal um regulador do mercado, fomentando a competição e estimulando preços mais baixos para o consumidor final. Hoje, cabe a pergunta: o papel definido para a Telebrás dentro do PNBL vem, de fato, sendo executado? Em entrevista ao Tele.Síntese, na semana passada, o presidente da Telebrás, Rogério Santana reafirmou o papel fundamental da Telebrás, garantindo que até 2014 a rede pública de banda larga chegará aos 4.283 municípios previstos inicialmente. Só que, até agora, metas como a de atender 100 cidades em 2010 não foram atingidas. E dificilmente se chegará às 1.063 previstas para 2011. Santana atribui a culpa do atraso às complexas negociações com a Eletrobrás, Furnas, Chesf, Eletronorte, Eletrosul e Petrobrás e destaca o corte no orçamento da Telebrás como mais um empecilho. Em primeiro lugar é importante lembrar que o PNBL foi lançado em maio de 2010 para responder ao diagnóstico de que, no Brasil, a banda larga é cara, lenta e concentrada principalmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. A reativação da Telebrás e a MP 495, atual Lei 12.349/10, que garante a prioridade para equipamentos produzidos e desenvolvidos no país, permitiram passos importantes no sentido de mudar esse diagnóstico, como a assinatura de contratos com várias empresas nacionais como a Datacom, Digitel (consórcio formado pela Asga e a Gigacom) e Padtec para o fornecimento de equipamentos e serviços. Em que pese esses pontos positivos, a verdade é que o governo está deixando para a empresa um papel secundário dentro do objetivo de universalizar a banda larga. Isto ficou claro quando o Ministério das Comunicações estabeleceu como prioridade para que o PNBL seja bem sucedido, as negociações com as concessionárias. E nestas negociações cedeu às pressões das empresas e aceitou retirar do PGMU qualquer cláusula referente à banda larga. Ou seja, retirou obrigações contratuais em troca do compromisso das concessionárias alcançarem determinadas metas. Com isso, fez com que tanto o PGMU III quanto a Telebrás não sejam mais considerados estratégicos para alcançar o avanço da banda larga no país. O PGMU virou moeda de troca e a Telebrás, criada para pressionar as empresas privadas, poderá ficar com o incômodo papel de ter que levar a banda larga para aqueles que o mercado não tem interesse em atender. No modelo que está sendo desenhado, à Telebrás caberiam as obrigações de universalização, isto é, levar banda larga para os mais pobres enquanto as concessionárias permaneceriam com o modelo que sempre defenderam: oferecer banda larga somente para quem pode pagar por ela. Defensor desde a primeira hora da reativação da Telebrás, o Instituto Telecom considera que a resposta à pergunta inicialmente formulada é não. E insiste que a universalização só se dará se o serviço de banda larga for prestado em regime público. É dentro desta lógica que a Telebrás tem um papel fundamental para o PNBL. Se o regime público for ignorado, à Telebrás restará apenas o papel de mero coadjuvante do modelo definido pelo governo. Nota do Editor: Por conta de um problema técnico, o Nossa Opinião desta semana só pode ser postado no site nesta quarta-feira, ao invés de seguir o padrão às terça-feira. Mas, foi enviado normalmente para os leitores inscritos na nossa newsletter.

Instituto Telecom Preços de celulares continuam altos no Brasil, segundo UIT Segundo levantamento divulgado pela UIT a fatura de celular paga pelo consumidor brasileiro ainda é uma das mais altas do mundo, mas o preço médio da banda larga caiu mais no país que no resto do mundo. A tarifa de celular cobrada no país é cinco vezes mais alta que a dos países da Europa. A desigualdade entre os países também continua. Nos países considerados desenvolvidos, os consumidores pagam mais barato para ter internet e celulares de qualidade superior aos encontrados nos países subdesenvolovidos. Entre 2008 e 2010 o preço de serviço de celular no Brasil caiu 7% no país enquanto em escala global o valor diminuiu cerca de 22%. Mesmo na África, por exemplo, o valor caiu 25%. Enquanto nos países ricos o usuário gasta 1% da sua renda para os serviços de internet, nos países pobres o consumidor gasta mais de 50% de sua renda. A pesquisa detalhada será publicada em setembro pela UIT. A taxa cobrada no Brasil chega a ser cinco vezes maior que a cobrada pelas operadoras na Europa. Apenas 40 países de 161 analisados pelo levantamento da UIT tem celulares mais caros que o Brasil. Em todos os países sul-americanos o custo da tarifa de celular é menor que no Brasil. Conforme antecipado pelo secretário-geral da UIT, Hamadoun Touré, globalmente os preços de serviços de tecnologia e comunicação caíram 18%, entre 2008 e 2010. O órgão credita a queda à competição no setor. Os preços relativos aos serviços de celular caíram aproximadamente 22% entre 2008 e 2010, enquanto os custos de telefonia fixa diminuíram 7%. Banda larga Em contrapartida aos preços dos celulares, o custo dos serviços de internet no país caiu 64% enquanto na média global o valor caiu 52%. Mas essa queda não significa que os preços ficaram baratos. Enquanto uma assinatura de banda larga no Brasil comprometia 9,6% da renda em 2008, o valor em 2009 caiu para 4,58% da renda. Mas, nos países ricos, a internet corresponde a menos de 1% da renda mensal. Entre todos os governos analisados, a UIT estima que 70 países tem um serviço de internet mais barato que no Brasil. Em 91, a internet ainda é mais cara que no Brasil. Conforme a UIT, o acesso à banda larga é o real espelho do desenvolvimento de um país na difusão da internet e nos países mais caros, a banda larga ainda pode custar US$ 1,8 mil por mês, como no Burkina Fasso, ou US$1,6 mil em Cuba.

O Globo Fórum Econômico propõe serviços financeiros no celular para 2,5 bilhões Brasil, Índia, Colômbia e Indonésia são citados como prontos para expansão Serviços financeiros por meio de telefonia móvel são uma alternativa crescente para as mais de 2,5 bilhões de pessoas que não têm acesso a contas bancárias, segundo um relatório do Fórum Econômico Mundial divulgado ontem em Nova York. O estudo, realizado em 20 países emergentes da América Latina, África e Ásia, situa o Brasil, a Índia, a Colômbia e a Indonésia entre os mais bem preparados para a expansão dessa modalidade de serviço. Menos de 10% da população pesquisada utiliza o recurso, embora a cobertura de celular chegue perto de 100% em vários países. - Achamos que não havia clareza suficiente para fazer um ranking, porque os dados e serviços disponíveis em cada país são desiguais, mas o Brasil certamente está entre os mais bem colocados em termos de nível de preparação - disse James Bilodeau, diretor de Finanças de Mercados Emergentes do Fórum Econômico Mundial e um dos autores do relatório. Relatório diz que Brasil deveria favorecer inovação Entre os pontos fortes do Brasil, de acordo com o estudo, estão o alto índice de penetração do uso de celulares e um forte sistema de proteção ao consumidor. Como a maioria dos países pesquisados, o Brasil precisaria mexer na regulamentação do setor de telefonia móvel, recomenda o Fórum. Os reguladores devem lutar por políticas que favoreçam a inovação, e não que a inibam, diz o relatório. De acordo com Bilodeau, a oferta de serviços financeiros via telefonia móvel deve evoluir com a abertura de um portfólio maior, incluindo poupança, crédito e pequenos seguros. - Acredito que haja um potencial maior de crescimento aí, mais do que no microcrédito tradicional. Com o celular, o cliente cria uma identidade eletrônica, e todas as operações podem ser rastreadas, é tudo mais seguro - afirma o diretor do Fórum. Bilodeau afirma que seria mais fácil para as pessoas que hoje estão excluídas do sistema bancário tradicional construir um histórico de crédito dessa maneira, comprovando seus pagamentos por meio do celular. Uma poupança também poderia ser feita por intermédio das operadoras, com os clientes acumulando crédito em dinheiro (em vez de minutos) e até recebendo juros. Mas, para isso, as autoridades reguladoras teriam de permitir a oferta desse tipo de serviço. A tecnologia móvel oferece oportunidades sem precedentes para alcançar as pessoas pobres em lugares nos quais os serviços bancários tradicionais fracassaram historicamente. O desafio para os políticos dos países em desenvolvimento é encontrar maneiras de liberar esse canal mantendo um setor financeiro seguro - disse Alfred Hannig, diretor-executivo da Aliança para Inclusão Financeira.

Blog do Emir Cultura: mercadoria ou bem comum? Todo o programa neoliberal, assim como o diagnóstico que levou a ele, pode ser sintetizado em um ponto: desregulamentar. O diagnóstico de por que a economia tinha parado de crescer, depois do ciclo mais longo de expansão capitalista no segundo pos-guerra, se centrou no suposto excesso de regulamentação. O capital se sentiria inibido para investir, por estar cerceado por excesso de normas, leis, políticas, que bloqueariam a livre circulação do capital. Chegado ao governo, o neoliberalismo se pôs a privatizar patrimônio público, a diminuir o tamanho do Estado, a abrir as economias nacionais ao mercado internacional, a flexibilizar as relações de trabalho, entre tantas outras medidas padrão codificadas no chamado Consenso de Washington e colocadas em prática por governos às vezes com origens ideológicas distintas, mas todos rendidos ao pensamento único. Todas elas são formas de desregulamentação, de retiradas de supostos obstáculos à circulação do capital. Quando se privatizam empresas, se está levantando obstáculos para que o capital privado se aproprie delas, se está desregulamentando o mercado de propriedade de empresas. Quando se aceita a não obediência a normas básicas da legislação do trabalho para contratar trabalhadores, se está desregulamentando o mercado de trabalho. Assim para todas as medidas do receituário neoliberal. Promoveu-se assim, rapidamente, o maior processo de concentração de riqueza que tínhamos conhecido, tanto a nível nacional, quanto mundial. Sem proteções dos Estados, os mais frágeis, os mais pobres a grande maioria de cada sociedade, em especial as periféricas, - se viram indefesos diante das ofensivas do capital e dos Estados centrais do capitalismo. Direitos, como aqueles à educação e à saúde, foram deixando de ser direitos para se transformar em mercadorias, compráveis no mercado. Quem tem mais recursos, compra mais e melhor, em detrimento de quem não tem. Riquezas naturais, como a água passaram a ser mercadoras, compradas e vendidas. O Estado, principalmente nas suas funções reguladoras de afirmação dos direitos contra a voracidade do capital passou a ser vítima privilegiada dos ataques neoliberais, pregando-se o Estado mínimo e a primazia do mercado, isto é, da concorrência feroz, em que os mais fortes e mais ricos ganham sempre. Até a cultura foi vítima de um grande embate, para definir se se trata de uma mercadoria mais ou de um bem comum. Do ponto de vista institucional o debate se deu para definir se a cultura deveria ser objeto da Organização Mundial do Comércio (OMC) e, portanto, uma mercadoria a mais, ou no âmbito da Unesco, considerada como patrimônio da humanidade, como bem comum, com as devidas proteções. Terminou triunfando esta segunda versão apesar da brutal oposição e pressão dos EUA, que chegaram a se retirar da Unesco. Foi um momento muito importante de resistência ao neoliberalismo, que queria reduzir também a capacidade de cada povo, de cada nação, de cada setor da sociedade, de afirmar suas identidades

Continuação... específicas, dissolvidas pela globalização. Queriam desregulamentar também a cultura, deixá-la ao sabor das relações de mercado, sem proteção de regulações estatais. Mas o embate não terminou por aí, porque o poder avassalador dos capitais privados, nacionais e internacionais, é um fluxo permanente, cotidiano, buscando expandir seu poder de mercantilização. As TVs públicas, por exemplo, se debilitam no seu papel diferenciado dos mecanismos de mercado que regem as TVs privadas, enfraquecidas pela falta de financiamento, apelam ao mercado e induzem seus mecanismos como aconteceu tristemente com a TV Cultura de São Paulo. Programas como o de Pontos de Cultura, do MINC, surgiram na contramão dessa lógica homogeneizadora da globalização na esfera cultural, buscando incentivar e proteger todas as formas de diversidade de cultural, de afirmação da heterogeneidade das identidades de setores sociais, étnicos, regionais, diferenciados. Muitos outros debates atuais hoje no Brasil o dos Commons, da propriedade intelectual, dos direitos de autor são também objeto de duas concepções diferenciadas, uma regulamentadora antineoiberal outra desregulamentadora, neoliberal, mercantilizadora. No marco mais geral do embate entre neoliberalismo e posneoliberalismo, é que a natureza das posições fica mais clara. Por um lado, as normas protetoras que consideram a cultura como um bem comum, de outro, a desregulamentação, que a consideram uma mercadoria como outra qualquer. Do seu desenlace depende a natureza da cultura no Brasil na segunda metade do século XXI.