Parte 1 A Sociologia. Sociologia Etapa 3 Prof.: Appio



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Transcrição:

Parte 1 A Sociologia Sociedade: Cidadania: Autores: Max Weber (1864 1920 ): - a pesquisa histórica é essencial para compreender a sociedade. Cada sujeito age levado por um motivo que se orienta pela tradição, por interesses racionais, ou pela emotividade. - A comunidade e sociedade coexistem. A comunidade existe dentro do interior da sociedade, como por exemplo, a família (comunidade) que existe dentro da sociedade. - Política é luta de indivíduos pelo poder dentro do Estado. - O Estado é um instrumento de dominação do homem pelo homem, para ele só o Estado pode fazer uso da força da violência, e essa violência é legítima, pois se apóia num conjunto de normas (constituição). - o desenvolvimento do capitalismo devia-se em grande parte à acumulação de capital a partir da Idade Média. Mas os pioneiros desse capitalismo pertenciam a seitas puritanas e em função disso levavam a vida pessoal e familiar com bastante rigidez. As convicções religiosas desses puritanos os levavam a crer que o êxito econômico era como uma benção de Deus. Aquele definia o capitalismo pela existência de empresas cujo objetivo é produzir o maior lucro possível, e cujo meio é a organização racional do trabalho e da produção. É a união do desejo do lucro e da disciplina racional que constitui historicamente o capitalismo. Para Durkheim (1858 1917): - a comunidade é anterior a sociedade, ou melhor, a comunidade se transforma em sociedade. - a Sociologia é edificada em um sistema completo de leis sociais. - A política é a relação entre governantes e governados. - O Estado para Durkheim é a instituição da disciplina moral que vai orientar a conduta do homem. Ação social: é um comportamento humano e esse comportamento só é ação social quando o ator atribui a sua conduta um significado ou sentido próprio, e esse sentido se relaciona com o comportamento de outras pessoas. a Sociologia é uma ciência que procura compreender a ação social. A sociedade, as condutas. Necessidade de entender as intenções e motivações dos indivíduos que vivenciam essas situações sociais. Karl Marx (1818 1883): - defende um socialismo humanista, que se preocupa principalmente com a alienação do homem. - As relações sociais são inteiramente interligadas às forças produtivas. Adquirindo novas forças produtivas, os homens modificam o seu modo de produção, a maneira de ganhar a vida, modificam todas as relações sociais. O moinho a braço vos dará a sociedade com o suserano; o moinho a vapor, a sociedade com o capitalismo industrial. - Apesar das diversidades aparentes, escravidão, servidão e capitalismo seriam essencialmente etapas sucessivas de um processo único. - A base da sociedade é a produção econômica. Sobre esta base econômica se ergue uma superestrutura, um estado e as idéias econômicas, sociais, políticas, morais, filosóficas e artísticas. 1

- queria a inversão da pirâmide social, ou seja, pondo no poder a maioria, os proletários, que seria a única força capaz de destruir a sociedade capitalista e construir uma nova sociedade, socialista. - os trabalhadores estariam dominados pela ideologia da classe dominante, ou seja, as idéias que eles têm do mundo e da sociedade seriam as mesmas idéias que a burguesia espalha. - O capitalismo seria atingido por crises econômicas porque ele se tornou o impedimento para o desenvolvimento das forças produtivas. Seria um absurdo que a humanidade inteira se dedica-se a trabalhar e a produzir subordinada a um punhado de grandes empresários. - A economia do futuro que associaria todos os homens e povos do planeta, só poderia ser uma produção controlada por todos os homens e povos. Para Marx, quanto mais o mundo se unifica economicamente mais ele necessita de socialismo. Descartes e o cartesianismo: Desigualdade: produto das relações sociais Várias teorias apareceram no século XIX criticando as explicações sobre desigualdade, entre elas a de Karl Marx, que desenvolveu um teoria sobre a noção de liberdade e igualdade do pensamento liberal, essa liberdade baseava-se na liberdade de comprar e vender. - Marx criticava o liberalismo porque só eram expressos os interesses de uma parte da sociedade e não da maioria como tinha que ser. - a sociedade é um conjunto de atividades dos homens, ou ações humanas, e essas ações e que tornam a sociedade possível. Essas ações ajudam a organização social. - O poder de dominação dá origem às desigualdades. As desigualdades se originam dessa relação contraditória, refletem na apropriação e dominação, dando origem a um sistema social, neste sistema uma classes produz e a outra domina tudo, onde esta última domina a primeira dando origem as classes operárias e burguesas. - As desigualdades são fruto das relações, sociais, políticas e culturais, mostrando que as desigualdades não são apenas econômicas mas também culturais, são vistas como coisas absolutamente normais. Participar de uma classe significa que você esta em plena atividade social, seja na escola, seja em casa com a família ou em qualquer outro lugar, e estas atividades ajudamlhe a ter um melhor pensamento sobre si mesmo e seus companheiros. - As classes sociais: - mostram as desigualdades da sociedade capitalista. Cada tipo de organização social estabelece as desigualdades, de privilégios e de desvantagens entre os indivíduos. - se inserem em um quadro antagônico, elas estão em constante luta, que nos mostra o caráter antagônico da sociedade capitalista, pois, normalmente, o patrão é rico e dá ordens ao seu proletariado, que em uma reação normal não gosta de recebe-las, principalmente quando as condições de trabalho e os salários são precários. - greves e reivindicações que exigem melhorias para as condições de trabalho, mostrando a impossibilidade de se conciliar os interesses de classes. - A predominância de uma classe sobre as demais, se funda também no quadro das práticas sociais pois as relações sociais capitalistas alicerçam a dominação econômica, cultural, ideológica, política, etc. 2

A luta social também está presente em movimentos artísticos como telenovelas, literatura, cinema, etc. Tomemos a telenovela como exemplo. Ela pode ser considerada uma forma de expressar a luta de classes, uma vez que possa mostrar o que acontece no mundo, como um patrão, rico e feliz, e um trabalhador, sofrido e amargurado com a vida, sempre tentando ser independente e se livrar dos mandos e desmandos do patrão. Isso também é uma forma de expressar a luta das classes, mostrando essa contradição entre os indivíduos. Outro bom exemplo da luta das classes é a propaganda. As propagandas se dirigem ao público em geral, mesmo aos que não tem condição de comprar o produto anunciado. Mas por que isso? A propaganda é capaz de criar uma concepção do mundo, mostrando elementos que evidenciam uma situação de riqueza, iludindo os elementos de baixo poder econômico de sua real condição. A dominação ideológica é fundamental para encobrir o caráter contraditório do capitalismo. Questões: 1. Você acha que MARX estaria correto? 2. As desigualdades seriam resultado de que situação? 3. Por que existem classes sociais? as relações entre o capital e o trabalho - No século XVIII, as relações se ampliam e o capitalista, e o assalariado passaram a ser os principais representantes desta organização. - esta nova fase é baseada no liberalismo: baseado na defesa da propriedade privada, comércio liberal e igualdade perante a lei. A velha sociedade medieval estava sendo totalmente transformada, assim o nome de homem de negócios era exaltado como virtude, e eram-lhe dadas todas as credenciais uma vez que ele poderia fazer o bem a toda sociedade. - O homem de negócios era louvado ou seja ele era o máximo, era o sucesso total e citado para todos como modelo para os demais integrantes da sociedade, a riqueza era mostrada como seu triunfo pelo seus esforços, diferente do principal fundamento da desigualdade que era a pobreza que era o fator principal de seu fracasso pessoal. - Os pobres deveriam apenas cuidar dos bens do patrão, e supostamente Deus era testemunha do esforço e da dedicação do trabalhador ao seu patrão. Diziam que a pobreza se dava pelo seu fracasso e pela ausência de graça, então o pobre era pobre porque Deus o quis assim. - O pobre teria que ganhar somente o básico para sua sobrevivência, pois eles não podiam melhorar suas condições pois poderiam não se sujeitar mais ao trabalho para os ricos. - A existência do pobre era defendida pelos ricos, pois os ricos são ricos as custas dos pobres, ou seja para poderem ficar ricos eles precisam dos pobres trabalhando para eles, assim conclui-se que os pobres não podiam deixar de serem pobres. Questões: Está correta a última afirmação? Você concorda com ela? E o que poderia ser feito para mudar essa concepção? As relações sociais/classes são estáticas? 3

Democracia Representativa - Democracia - do grego: demos, que significa povo e cracia, governar. - A definição: Governo do povo, para o povo e pelo povo. - Nela, o governo é exercido em função do bem comum. Visa o aperfeiçoamento de todos, dando-lhes oportunidades, favorecendo a aquisição dos meios básicos e necessários a esse aperfeiçoamento, defendendo os direitos inalienáveis do homem e facilitando-lhe o cumprimento dos deveres. - Na democracia, o povo participa do governo pelo voto, pelo plebiscito. As Leis saem daqueles que foram escolhidos pelo povo para serem seus legítimos representantes. - Este regime de governo não é sistema fechado e rígido. Ele se amolda conforme as necessidades e a evolução do povo. - É por isso que se diz que a democracia é o governo do povo, pelo povo e para o povo. - A democracia dá igualdade de oportunidade para todos, pois são iguais perante a lei. - Na democracia, todos podem constituir associações para fins jurídicos, econômicos, sendo asseguradas pelo Estado. Há apoio, a toda iniciativa particular que não atente contra o bem comum. - Teoricamente todos se sentem responsáveis pelo progresso e pelos fracassos, pois todos concorrem para a escolha dos governantes. O Estado democrático, por ter caráter mais descentralizado, procura desenvolver e aproveitar as capacidades de cada cidadão e os meios de cada região. - A concorrência pode ser, na democracia, quando regulada por leis justas e sábias, grande fator de desenvolvimento. - O governo age livremente na pauta das leis em vigor, mas o povo a fiscaliza e julga por eleições e plebiscitos. - A democracia desenvolve, nos indivíduos, o senso da própria dignidade e responsabilidade. - Garante melhor os direitos da pessoa humana. - A experiência vem demonstrando que os países democráticos se desenvolvem mais a contento de todos, com mais rapidez e eficiência do que os totalitários. E praticada a democracia nos países de maior participação política. - A verdadeira democracia garante e concretiza os seguintes objetivos: o bem comum, os direitos humanos, os deveres, a vida segura para todos, o bem estar, igualdade de tratamento, liberdade de expressão, de ação, de culto e de escolha do próprio estado de vida, de participação na vida política. - A democracia, no entanto só se torna efetiva quando todos os cidadãos forem conscientizados e politizados, isto é, quando tomarem conta de sua responsabilidade, dos seus deveres e direitos, quando compreenderem o valor da organização política e da importância do bem comum para a felicidade geral, quando o simples operário, como o rico, o sábio, como o mais humilde dos cidadãos, estiverem cônscios de que seu desenvolvimento será completo, seus direitos serão assegurados na democracia com a colaboração de todos. No Brasil, existe uma democracia efetiva?? Por que? 4

Resumindo... A democracia é conseguida com intensas lutas populares, à custa de muitos choques com os patrões e a polícia. Não foram os governos ou os capitalistas que diminuíram a jornada de trabalho e ampliaram os salários nos países desenvolvidos. Essas conquistas trabalhistas tiveram início no final do século XIX e se estendem até hoje. A verdadeira democracia consiste num Estado de direito que resulta de reivindicações populares. A democracia, portanto: não se resume em eleições periódicas diretas, com o direito de ir e vir, em liberdade de imprensa e outras. ela consiste num processo contínuo de invenção e reivindicação de novos direitos deve assegurar os direitos dos consumidores, a qualidade de vida dos cidadãos, o direito das mulheres, das minorias étnicas, etc. No entanto, a democracia dificilmente consegue se firmar no Sul: mantém-se por curtos períodos ou existe apenas na teoria. Alguns motivos: desigualdades sociais são extremas, não há diálogo e respeito mútuo constante relação de força. A Constituição, no seu artigo 5º, determina: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade... Sociedade e estado Nos países desenvolvidos o capitalismo resultou de um processo endógeno (interno), ou seja, desenvolveu-se a partir da própria sociedade. No Terceiro Mundo o capitalismo foi imposto de fora, resultou de um processo exógeno (externo). Essa é mais uma diferença entre os países desenvolvidos e os subdesenvolvidos. A exploração colonial visava à expansão do comércio e à produção de minérios ou gêneros agrícolas baratos. Como conseqüência, o modelo social instituído nas áreas colonizadas foi marcado por extremas desigualdades: de um lado os poucos ricos, a minoria privilegiada ligada aos interesses metropolitanos; do outro, a imensa massa de trabalhadores mal remunerada, intensamente explorada (escravos). A partir do século XIX, a escravidão começou a atrapalhar o desenvolvimento da economia de mercado, pois o escravo não era comprador e consumidor. Com isso, uma massa de trabalhadores com baixíssimos salários substituiu os escravos. Dessa forma, a intensa exploração da força de trabalho constitui uma das características do subdesenvolvimento. O Estado de uma nação desenvolvida: se origina de um processo histórico da sociedade, do embate entre as diversas forças sociais, sendo legítimo. é influenciado igualmente por interesses de grupos (grandes empresas, por exemplo), o Estado serve à sociedade, como resultado de conquistas populares, e pelos impostos. Nos países subdesenvolvidos: Estado foi imposto de fora, a partir de um modelo que não resultou da dinâmica social interna, não é legítimo. 5

imposto pela força e só existe em função de reprimir e extorquir os cidadãos é a maioria da população, que serve o Estado; distante do povo e alheio a ele (burocracia, impostos). Anarquismo - movimento que surgiu na mesma época em que emergiu o socialismo de Marx e Engels (por volta de 1840), - teoria anarquista: fim da propriedade privada, a propriedade era o suicídio da sociedade. - Prega o fim do Estado, já que existe a crença de que o Estado é nocivo e desnecessário para a sociedade, favorecendo exclusivamente as classes dominantes no caso da época, a burguesia. - crença na liberdade e ordem obtida de forma espontânea, sem a intervenção do Estado através de leis. Para os anarquistas, deveria haver uma sociedade sem Estado, equilibrada na ordem, na liberdade de forma voluntária e na autodisciplina. No caso, o Estado seria uma abstração, uma ficção, uma mentira, que defendia apenas as classes mais altas e deveria ser extinto. Entretanto, os anarquistas são a favor de uma forma de organização voluntária, sendo que os seres humanos deveriam ter a liberdade espontânea sem ter que seguir diretrizes partidárias. - a própria comunidade deveria se reunir para tomar decisões de seu interesse, desenvolvendo a responsabilidade pelo seu grupo social, independentemente do Estado e das leis, - as instituições sociais de caráter autoritário impediam que o ser humano desenvolvesse uma perspectiva cooperativa. - Seria possível? Parte 2 o Brasil A Escravidão atualmente A abolição da escravatura: 1888. O Brasil foi o ultimo pais a fazer a abolição da escravatura. Mas ate hoje não acabou. É um problema de vários países subdesenvolvidos atuais: África, Ásia, América do Sul. Em todos acontece. Mas quais as causas? Países agrários, exportadores, grande desigualdade social, desemprego, falta de qualificação. No Brasil sua grande extensão facilita esse fato, e dificulta a fiscalização. Uma reforma agraria bem sucedida renderia empregos para muitos desses. Mas, seria a solução?? A Violência no Brasil - O Brasil é considerado um dos países mais violentos do mundo. - O índice de assaltos, seqüestros, extermínios, violência doméstica é alto. - Causas: miséria, pobreza, má distribuição de renda, desemprego e desejo de vingança. A polícia gera conflitos e insegurança na população que pela corrupção das autoridades não sabem em quem confiar e decide se defender a próprio punho perdendo seu referencial de segurança e sua expectativa de vida. 6

- O governo, por sua vez, concentra o poder nas mãos de poucos, ou não investe em segurança, deixando de lado as instituições que representam o povo. - É necessário que haja um planejamento para diminuir esta violência. Medidas precisam ser tomadas para diminuir tais fatos, mas é preciso que se atente para a estrutura que vem sendo montada para decidir o futuro das cidades brasileiras. - É preciso pessoal capacitado para combater a violência e os seus causadores. Um importante passo seria cortar a liberdade excessiva que hoje rege o país, aplicar punições mais severas aos que infringirem as regras e diminuir a exploração econômica. - E qual poderia ser outra solução para diminuir a violência? Crime organizado - O crime tem se organizado cada vez mais, além de se munir com armamentos modernos pois o poder público não tem conseguido coibir as ações de grupos criminosos como PCC. - O crime organizado é mantido, principalmente pelo tráfico de drogas, seqüestros e assaltos à bancos entre outras ações criminosas. - Uma parte do dinheiro é usada para a manutenção do crime, pagamento de propina, compra de sentença, já outra parte, considerada como lucro, é investida em atividade lícita (legal) como: restaurantes, hotéis, fazendas, mercado especulativo etc., esse processo de transformação do dinheiro ilegal proveniente do crime em dinheiro legal é denominado de lavagem de dinheiro. - Uma organização criminosa é respeitada e temida segundo o nível de poder de fogo, ou seja, o grau de violência. O crescimento do crime organizado não se deve apenas ao envolvimento com o narcotráfico, mas principalmente por causa das questões sociais e omissão do estado. - Os bairros periféricos geralmente se encontram sem os serviços públicos como pavimentação, iluminação pública, água tratada, saneamento, segurança e educação. Com isso, muitos jovens que residem nesses bairros não têm estudo, nem qualificação e nem perspectiva, e encontra no tráfico o único meio de retirar o seu sustento e de sua família, isso tem ocorrido constantemente nos grandes centros urbanos de todo país. - Esse processo aflora a realidade de países subdesenvolvidos capitalistas que possui uma disparidade econômica provocada pela concentração desigual da renda. Desigualdades Sociais - Os aspectos mais simples para constatarmos que os homens são diferentes são: físicos ou sociais. Constatamos isso em nossa sociedade pois nela existem indivíduos que vivem em absoluta miséria e outros que vivem em mansões rodeados de coisas luxuosas e com mesa muito farta todos os dias enquanto outros não tem sequer o que comer durante o dia. - Por isso vemos que em cada sociedade existem essas desigualdades, elas assumem feições distintas porque são constituídas de um conjunto de elementos econômicos, políticos e culturais próprios de cada sociedade. - Essas desigualdades são necessárias e interligadas, fazem parte do capitalismo, fazem parte do lucro de uns, e prejuízo de outros. No Brasil - O crescente estado de miséria, as disparidades sociais, a extrema concentração de renda, os salários baixos, o desemprego, a fome que atinge milhões de brasileiros, a desnutrição, a mortalidade infantil, a marginalidade, a violência, etc, são expressões do grau a que chegaram as desigualdades sociais no Brasil. - São produzidas por um conjunto de relações que abrangem as esferas da vida social. Na economia existem relações que levam a exploração do trabalho e a concentração da riqueza nas mão de poucos. Na política, a população é excluída das decisões governamentais. 7

- Até 1930, a produção brasileira era predominantemente agrária, que coexistia com o esquema agrárioexportado, sendo o Brasil exportador de matéria prima, as indústrias eram pouquíssimas, mesmo tendo ocorrido, neste período, um verdadeiro surto industrial. - A industrialização no Brasil, a partir da década de 30, criou condições para a acumulação capitalista, evidenciado não só pela redefinição do papel estatal quanto a interferência na economia mas também pela implantação de indústrias voltadas para a produção de máquinas, equipamentos, etc. - A política econômica, estando em prática, não se voltava para a criação, e sim para o desenvolvimento dos setores de produção, que economizam mão-de-obra. Resultado: desemprego. Desenvolvimento e Pobreza - O subdesenvolvimento latino-americano tornou-se pauta de discussões na década de 50. As proposta que surgiram naquele momento tinham como pano de fundo o quadro de miséria e desigualdade social que precisava ser alterado. - A Cepal (A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe foi criada em 1948, pelo Conselho Econômico e Social das Nações Unidas) acreditava que o aprofundamento industrial e algumas reformas sociais criariam condições econômicas para acabar com o subdesenvolvimento. - o aprofundamento da industrialização inverteria o quadro de pobreza da população. Uma de suas metas era criar meios de inserir esse contingente populacional no mercado consumidor. Contrapunha o desenvolvimento ao subdesenvolvimento e imaginava romper com este último por meio de industrialização e reformas sociais. Por que não aconteceu?? - houve um predomínio de grandes grupos econômicos - produção voltada para o atendimento de uma estrita faixa da população e o uso de máquinas que economizavam mão-deobra. - esse processo gerou uma acumulação das riquezas nas mãos da minoria, o que não resolveu os problemas sociais, e muito menos acabou com a pobreza. - o Brasil conseguiu um maior grau de industrialização, mas o subdesenvolvimento não acabou: - As desigualdades sociais são enormes, e os custos que a maioria da população tem de pagar são muito altos. Com isso a concentração da renda tornou-se extremamente perceptível, bastando apenas conversar com as pessoas nas ruas para nota-la. Do ponto de vista político esse processo só favoreceu alguns setores, e não levou em conta os reais problemas da população brasileira: moradia, educação, saúde, etc. A pobreza do povo brasileiro aumentou assustadoramente, e a população pobre tornou-se mais miserável ainda. A Pobreza Absoluta Quando se fala em desigualdades sociais e pobreza no Brasil, não se trata de centenas de pessoas, mas em milhões que vivem na pobreza absoluta. Essas pessoas sobrevivem apenas com 1/4 de salário mínimo no máximo! A pobreza absoluta apresenta-se maior nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Para se ter uma idéia, o Nordeste, em 1988, apresentava o maior índice (58,8%) ou seja, 23.776.300 pessoas viviam na pobreza absoluta. Em 1988, o IBGE detectou, através da Pesquisa Nacional por Amostra em Domicílios, que 29,1% da população ativa do Brasil ganhava até l salário mínimo, e 23,7% recebia mensalmente de l a 2 salários mínimos. Pode-se concluir que 52,8% da população ativa recebe até 2 salários mínimos mensais. Com esses dados, fica evidente que a mais da metade da população brasileira não tem recursos para a sobrevivência básica. Além dessas pessoas, tem-se que recordar que o contingente de desempregados também é muito elevado no Brasil, que vivem em piores 8

condições piores que as desses assalariados. As condições de miserabilidade da população estão ligadas aos péssimos salários pagos. 1. O que poderia ser feito para aumentar a oferta de emprego? 2. A desigualdade faz parte do capitalismo. Você concorda com a afirmação? Por que? O Brasil não é um país sério, disse certa vez o General Charles De Gaulle, na época presidente da França. Quando examinamos os fatos recentes da nossa política, parece-nos que esta afirmação nunca chegou a incomodar as autoridades brasileiras e, é claro, o povo brasileiro, por sua simplicidade e ignorância não merecia esta afronta. Mas o povão - quase nunca toma consciência dos assuntos políticos que circulam nos bastidores ou são debatidos nos meios diplomáticos. Examinemos alguns episódios: A gigantesca hidrelétrica de Itaipu é resultado de um consórcio entre Brasil e Paraguai, construída na fronteira entre os dois países. Pelo acordo a energia produzida é dividida entre as duas nações; e o Brasil compra do Paraguai a parte de energia que aquele país não consome. Mas o Brasil paga pela aquisição apenas um terço do preço de mercado e o governo paraguaio se ressente, julgando-se prejudicado pelo acordo. No caso do gás boliviano o processo é semelhante: o Brasil paga apenas um quarto do preço internacional por metro cúbico do produto. Tudo o que deseja o presidente boliviano Evo Moralez é que o nosso país pague um preço mais justo, o que é compreensível, afinal Bolívia e Paraguai são países pobres, com poucas possibilidades de desenvolvimento econômico, mas são explorados pela nação que é a maior Economia da América Latina e uma das maiores do mundo (apesar da miséria em que vive a maior parte da nossa população). E essa vergonhosa exploração é praticada em nome do povo brasileiro - em meu nome, no seu, em nome de todos nós. As autoridades paraguaias nunca perdem uma oportunidade de lembrar ao Brasil uma velha dívida que contraímos com aquele país. Recordemos, pois. O povo paraguaio ainda sente sangrar a ferida causada pelo genocídio que foi a guerra empreendida por Brasil, Uruguai e Argentina (1865 a 1870) contra o ditador Francisco Solano Lopes, que governava aquele país e tinha pretensões imperialistas. No início da guerra a população paraguaia era estimada em um milhão e quinhentos mil habitantes, e no final estava reduzida a menos da metade. Historiadores paraguaios reconhecem a grandeza do nosso ilustre Duque de Caxias, mas odeiam o Conde D EU, marido da princesa Isabel, que comandou a entrada das tropas brasileiras em Assunção, a capital paraguaia. É que o ditador Solano Lopes, sabendo-se derrotado, tinha abandonado a frente de luta e partido para o interior; e a capital estava na ocasião defendida apenas por crianças e meninos que foram massacrados pelas forças invasoras, sob comando do Conde D EU. Esses fatos históricos não são transmitidos aos nossos filhos... http://www.comciencia.br Imigração Ilegal O imigrante é a pessoa que deixa seu país natal para ir a outro com a intenção de morar e trabalhar por tempo determinado ou indeterminado. Normalmente, o imigrante busca no país estrangeiro uma melhor condição de vida e de trabalho com remunerações melhores. No Brasil: - se iniciou em 1530 quando os portugueses chegaram ao país para plantarem cana-de-açúcar - se intensificou em 1818 na regência de Dom João VI, vieram por causa das grandes plantações de café. - A imigração pode ser: Legal - entra num determinado país com autorização para permanecer no mesmo e exercer as funções desejadas. Ilegal - é aquele que entra no país de forma clandestina e permanece no mesmo sem qualquer tipo de documentação e autorização. - O ilegal arrisca sua vida e se for pego pelas autoridades locais ele é preso e ali permanece até ser deportado ao seu país de origem. Antes de ser deportado, o ilegal passa por um processo judicial não possuindo direitos trabalhistas nem 9

previdenciários e somente é deportado quando o governo local do país de origem compra sua passagem e consiga uma vaga num vôo. Muitas vezes, o deportado não pode mais entrar no país. - O país mais visado pelos imigrantes é os EUA onde 10 dos 40 milhões de imigrantes são ilegais e o Brasil é o segundo maior grupo clandestino perdendo somente para o México. - Após os atentados de 11 de setembro em 2001, o governo dos Estados Unidos intensificou o controle de entrada estrangeira no país e em 2005 a possibilidade de ingressar e permanecer no mesmo em situação ilegal reduziu consideravelmente, pois, todos os roteiros que são feitos para adentrar no país estão sob constante vigia. 1. por que ocorre a migração para outros países? 2. Po que ouvimos falar de problemas com migrantes de baixa qualificação? Parte 3 os Movimentos O MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA (MST): - movimento social brasileiro que busca a reforma agrária. - origem na oposição ao modelo de reforma agrária imposto pelo regime militar, principalmente nos anos 1970, que priorizava a colonização de terras devolutas em regiões remotas, com objetivo de exportação de excedentes populacionais e integração estratégica. - busca fundamentalmente a redistribuição das terras improdutivas, como forma de pressão pela reforma agrária - Confrontos são comuns também na região sul do Brasil, onde o MST ocupa fazendas teoricamente ociosas para reivindicar a reforma agrária. - reivindicação quanto a empréstimos e ajuda para que realmente possam produzir nessas terras. Para o MST, é muito importante que as famílias possam ter escolas próximas ao assentamento, de maneira que as crianças não precisem ir à cidade e, desta forma, fixar as famílias no campo. - recebe apoio de organizações não governamentais e religiosas, do país e do exterior, interessadas em estimular a reforma agrária e a distribuição de renda em países em desenvolvimento. - Sua principal fonte de financiamento é a própria base de camponeses já assentados, que contribuem para a continuidade do movimento. - se articula junto a uma organização internacional de camponeses chamada Via Campesina, da qual também faz parte o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e agricultores da Europa, EUA, África, Ásia e Américas. A Via Campesina tem como objetivo organizar os camponeses em todo o mundo. Ele também está vinculado com outras campanhas nacionais e internacionais, como a Via Campesina Brasil, que reúne alguns dos movimentos sociais brasileiros do campo, e a Campanha contra a implantação da ALCA. Reforma Agrária - conjunto de medidas que visam promover a melhor distribuição das terras mediante modificação no regime de sua posse e uso, a fim de atender aos princípios da justiça social e ao aumento de produtividade. - reorganização do espaço rural que tem como objetivo a distribuição mais igualitária das terras e que, ao mesmo tempo, promova a tecnificação das pequenas e médias propriedades, tornando-as mais produtivas. A luta pela terra é um fato histórico que remonta às primeiras civilizações, desde a antiguidade clássica: romanos, gregos... tiveram que reestruturar sua estrutura fundiária para que as populações rurais tivessem acesso à terra, ampliassem a produção de alimentos e melhorassem a qualidade de vida da sua população. Nos tempos modernos, a primeira redistribuição de terras ocorreu na França, após a Revolução de 1789, que criou o padrão de pequenas fazendas familiares que se mantêm no país até hoje. Os sistemas de propriedade da terra variam consideravelmente e têm grande importância para estrutura social e política de um país. As terras podem ser mantidas de forma cooperativa por famílias ou em pequenos lotes individuais, ou por um pequeno número de latifundiários (propriedades de grandes extensões de terra). Dependendo do contexto social e político, a reforma agrária pode ter propósitos diversos e adquirir diferentes formatos: - pode visar à criação de uma sociedade mais igualitária, abolindo relações de tipo feudal e conquistando o apoio dos camponeses, e dando-lhes maior participação na sociedade; - pode objetivar maior eficiência econômica, criando um padrão de propriedade de terras maximiza o investimento e a produtividade; 10

- pode procurar impor um padrão socialista de propriedade, no qual em geral não é permitida a propriedade de terras por indivíduos isolados. - pode ser uma redistribuição da renda, de poder e de direitos, aparecendo as formas multifamiliar e cooperativa como alternativas viáveis para o não fracionamento da propriedade - uma mudança na estrutura política e social no campo, sobre a qual se assenta o poder dos grandes proprietários de terras. A política de crédito rural subsidiado ilustra bem a tríplice aliança entre indústria, bancos e latifundiários, hoje, no Brasil. Como regra, apenas os grandes proprietários têm acesso ao crédito, pelo menos naqueles programas que são mais vantajosos. De um lado, porque o crédito é para comprar: tratores, colhedeiras, adubos e defensivos químicos, etc. De outro, porque a burocracia bancária dá preferência ao grande, porque o custo operacional de um financiamento, por exemplo, de mil reais é o mesmo que o de um bilhão. Resumindo, ganham os grandes fazendeiros que recebem o crédito subsidiado. Ganham os bancos que fazem o empréstimo, e garantem mais um cliente. E ganham também os fabricantes de tratores, de adubos químicos, de defensivos, etc., de quem esses fazendeiros compram os produtos. OBS: Os dados mais recentes mostram que a concentração da propriedade aumentou e os trabalhadores rurais se tornaram ainda mais miseráveis. A estrutura agrária brasileira não constituiu empecilho ao processo de industrialização do país. O processo de desenvolvimento capitalista no Brasil, como em todas as partes, criou riqueza em poucas mãos e miséria generalizada. Hoje, o latifúndio se aburguesou e se internacionalizou. Não são mais apenas os velhos coronéis do Nordeste. Os grandes latifundiários, hoje, são também os bancos e as grandes multinacionais: o BRADESCO, a Volkswagen, a Basf... Como resultado disso são expulsas do campo, a cada ano que passa, milhares de famílias, que não têm para onde se dirigir a não ser às favelas das periferias das cidades. Ë por isso que a reforma agrária aparece hoje como a única solução democrática possível para a questão agrária. A reforma agrária é hoje - mais do nunca - uma questão eminentemente política. Ela não visa fundamentalmente aumentar a produção, embora isso também seja desejável e possível de obter. A reforma agrária é hoje a expressão da reivindicação dos trabalhadores rurais pela apropriação dos frutos do seu trabalho. E é nesse sentido que a reforma agrária não é mais apenas uma reivindicação dentro da legalidade capitalista : não é mais o direito de cada um à sua propriedade, mas o direito dos trabalhadores ao resultado da sua produção. 1. Se acontecesse a reforma agrária, os problemas de desemprego no campo acabariam? 2. E o êxodo rural? Grupos terroristas Abu Sayaf O grupo terrorista filipino tenta implantar um estado islâmico na região sul do país. A suspeita é de que muitos militantes tenham sido treinados pelos muforam treinados pelos mujahdines, veteranos afegãos, excombatentes da guerra contra a ocupação russa, em 1988. Al Qaeda O grupo é formado pelos colaboradores do milionário saudita Osama bin Laden, acusado pelos atentados 11

contra embaixadas americanas no Quênia e na Tanzânia, em 1998. Bin Laden, que vive escondido no Afeganistão, também é o principal suspeito de ter planejado o ataque aos Estados Unidos, no dia 11 de setembro de 2001. As explosões no Capitólio e nas torres gêmeas do World Trade Center causaram a morte de milhares de pessoas. ETA (Pátria Basca e Liberdade) Fundado em 1959, o Euskadi Ta Azkatasuna luta pela formação do País Basco, que ficaria situado parte na Espanha e parte na França. O primeiro atentado foi cometido em 1968 e provocou a morte de Meliton Manzanas, chefe da polícia de San Sebastián. A organização praticou o maior ataque em 1980, deixando 118 mortos. Hamas (Movimento da Resistência Islâmica) O grupo extremista foi criado em 1987 depois da intifada (resistência palestina à ocupação do território israelense). Contrário à existência do Estados de Israel e ao processo de paz entre palestinos e israelenses, o movimento usa suicidas para promover ataques terroristas em Israel. Hezbollah O movimento libanês surgiu na década de 1980. Luta contra a influência ocidental no mundo islâmico e se baseia na doutrina do aiatolá Khomeini, que liderou a revolução islâmica no Irã. O grupo se manifesta por meio de atentados à bomba e seqüestros de avião. IRA (Exército Republicano Irlandês) A organização é formada por representantes da minoria católica da Irlanda do Norte. Ela começou a atuar nos anos de 1960 e defende a reunificação do país com a República da Irlanda, de maioria católica. Cerca de 60% da população da Irlanda do Norte é formada por protestantes. Os unionistas, como são chamados os protestantes, querem que o país continue ligado ao Reino Unido. Jihad Islâmica (Guerra Santa) A organização foi formada no Egito, em 1980, por jovens palestinos. Atacar alvos israelenses é uma forma de estancar o processo de paz entre Israel e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP). Ela é apontada como responsável pela morte de 18 soldados israelenses em um ponto de ônibus em Beit Lid, em 1995. O grupo também assumiu a autoria de um atentado suicida em 12 de agosto de 2001, que feriu 15 pessoas em um restaurante na região norte de Israel. PKK (Partido Curdo dos Trabalhadores) A organização pretende estabelecer um Estado curdo para abrigar uma população de cerca de 20 milhões de pessoas, espalhas na Turquia, na Síria, no Iraque e no Irã. O grupo foi criado em 1978 e é liderado por Abdullah Ocalan, o "Apo", que mora em Damasco. Os alvos turcos são os preferidos. Supremacia Branca O grupo atua nos Estados Unidos e é formado por organizações paramilitares racistas de extrema-direita. O representante mais famoso da organização é o exsoldado Timothy McVeigh, executado com uma injeção letal no dia 11 de junho de 2001. Ele foi considerado culpado pela explosão de um prédio federal em Oklahoma City, em abril de 1995, que deixou 168 mortos. Taleban O grupo foi formado por estudantes de teologia islâmica que lutavam contra o regime comunista no Afeganistão durante a Guerra Fria. Em 1996, liderados por ex-combatentes afegãos, o Taleban tomou o poder e implantou rígidos códigos religiosos de conduta. O grupo domina cerca de 90% do país. Tigres do Eelam Tamil O grupo age desde 1976 no Sri Laka em defesa de uma etnia. Com outra cultura e idioma, ele reivindica a criação de um Estado próprio na parte ocidental da ilha, de maioria cingalesa. Tupac Amaru (MRTA) O Movimento Revolucionário Tupac Amaru é uma guerrilha peruana ligada ao grupo Sendero Luminoso. Sua ação mais conhecida foi a invasão da Embaixada do Japão, em Lima, durante uma festa de ano novo. 1. O que a maioria dos grupos terroristas busca, na realidade? 2. é visível também que grande parte deles se origina em países subdesenvolvidos. Por que? 12

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