Marianna Corrêa Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI mariannacorrea@univali.br



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Transcrição:

Exame nacional de desempenho dos estudantes: um estudo comparativo entre as diretrizes do exame e os aspectos didático pedagógicos do Curso de Administração. Resumo O atual sistema de avaliação do Brasil é o aprovado pela Lei 10.861/2004, que instituiu o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior SINAES, tendo como pilares: a avaliação institucional, a avaliação de cursos (externa) e avaliação de desempenho dos estudantes (ENADE). Os Cursos de Administração respondem por 12% do total de matrículas no Ensino Superior, sendo o maior curso. Este estudo debruçou se sobre o Curso de Administração na Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI, Campus Itajaí, visando analisar os aspectos didático pedagógicos envolvidos na realização do ENADE deste, a fim de determinar (in)coerências entre as diretrizes da prova e a sua organização didático pedagógica. Delineou se este estudo como qualitativo e em relação aos procedimentos técnicos como pesquisa documental. Foram analisadas as diretrizes de elaboração da prova, orientadas pelo método da análise de conteúdo, a fim de diagnosticar quais competências e conteúdos curriculares seriam necessários para sua resolução, que foram comparados ao projeto pedagógico e à matriz curricular do curso. A análise desses resultados estabeleceu relações entre o exame e a organização didático pedagógica do curso, a qual embasará discussões dos gestores no que se refere à pertinência deste às exigências legais. Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI mariannacorrea@univali.br Palavras chave: Políticas Públicas de Avaliação. Educação Superior. Administração X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.1

1 Introdução Na história recente da educação superior, as políticas públicas de avaliação têm sido tema de destaque entre os pesquisadores da área. No Brasil, destaca se como um dos principais motivadores a expansão das instituições de ensino superior (IES). O Censo da Educação Superior de 2012 indica que neste ano havia 2.416 IES, das quais 87% do total são da iniciativa privada (MEC, 2013). Neste cenário, pensar em avaliar a qualidade da educação ofertada aos acadêmicos torna se um imperativo. Desde a década de 1960, identificam se iniciativas de desenvolver políticas públicas voltadas para a avaliação da qualidade da educação superior. (ZAVANDALLI, 2009). Especificamente na década de 1990, o Governo assumiu uma postura de Estado Avaliador, vinculando a regulação aos resultados dos processos avaliativos. Nesse momento, os responsáveis pela política educacional no país incorporaram determinados princípios das agendas de organismos internacionais, que recomendavam a desregulamentação do ensino superior, a retração de gastos governamentais para esse nível de ensino [...]. (MARTINS, 2009, p. 25). A partir de então, o Brasil têm se posicionado de tal forma que não faltam políticas públicas no sentido de garantir que a educação atenda a padrões mínimos de qualidade. Entretanto, como assevera Dias Sobrinho (2010) chegar a um consenso sobre o que é afinal qualidade na educação superior é tarefa das mais difíceis. Para o autor a qualidade da educação superior não pode ser pensada fora das ações e dos compromissos que cada instituição instaura em seu âmbito interno e em suas vinculações com o entorno, com a sociedade nacional, os contextos internacionais do conhecimento e o Estado Nacional. Atualmente, vigora o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES). O SINAES, instituído pelo a Lei nº 10.861/2004, tem por finalidade a melhoria da qualidade da educação superior, por meio de avaliações que ocorrem em ciclos trienais. Essas políticas de avaliação, ao longo dos anos, são alvo de constantes discussões. De um lado, têm se os que argumentam que essas ações são meros requisitos de ajustes às políticas neoliberais, não resultando efetivamente em melhorias no ensino. Por outro X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.2

lado, encontram se aqueles adeptos a estes processos, defendendo que os mesmos oportunizam melhorias nas condições de ensino oferecidas nas IES. Entretanto, independente da visão que se tenha, não se pode desconsiderar o fato de que é fundamental para o desenvolvimento de uma nação que as IES preocupem se constantemente com a qualidade dos seus serviços. Como assevera Dias Sobrinho (2000, p. 90), os resultados dos processos de avaliação [...] implicam a necessidade de intervenção sobre a natureza e os fins da universidade, sobre seu papel no desenvolvimento de uma determinada sociedade, sua interferência crítica ou sua participação cooperativa na consolidação de tendências de âmbitos globais. [...] A avaliação institucional tem a ver, pois, com a vida das pessoas e o destino da sociedade. Especificamente em relação aos cursos de Administração, atualmente, estes contabilizam 833.042 matrículas, sendo, com 12% do total das matrículas das IES brasileiras, o curso com mais matrículas na graduação. (MEC, 2013). Neste contexto de expansão das IES e de crescimento nas matrículas nos Cursos de Administração é que se encontra a justificativa deste estudo. O Curso de Administração da Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI foi implantado em 1979 e atualmente é o 3º maior curso da instituição. Os acadêmicos do referido curso realizaram a prova do ENADE nos anos de 2006, 2009 e 2012, nos quais alcançaram respectivamente os conceitos 3, 4 e 3, numa escala de conceitos de 1 a 5. Uma vez sabida a considerável participação do ENADE na composição dos resultados do sistema, compreender quais variáveis estão envolvidas nos resultados assume importância primordial para embasar a tomada de decisão no âmbito dos cursos. Assim, este artigo se propõe a analisar os aspectos didático pedagógicos envolvidos na realização do ENADE dos Cursos de Administração, a fim de determinar (in)coerências entre as diretrizes da prova e a organização didático pedagógica do curso de Administração da UNIVALI, Campus Itajaí. Para este estudo, serão considerados como aspectos didático pedagógicos os constantes na Dimensão Organização Didáticopedagógica do Instrumento de Avaliação dos Cursos de Graduação, elaborado em 2012 X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.3

pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais Anísio Teixeira do Ministério de Educação (INEP/MEC, 2012): a) Objetivos do Curso (perfil do egresso e competências); e b) Estrutura Curricular. Delinearam se os seguintes objetivos específicos: a) Comparar as competências do Curso de Administração da UNIVALI com as constantes nas Diretrizes da Prova do ENADE para os Cursos de Administração; b) Analisar a matriz curricular do Curso de Administração da UNIVALI à luz dos conteúdos previstos na matriz de referência da Prova do ENADE. A partir de uma metodologia qualitativa, caracterizada pela pesquisa documental que se serviu da análise de conteúdo para o tratamento dos dados, foi possível identificar relações de coerência entre a organização didática do curso e as diretrizes da Prova do ENADE. 2 As políticas de regulação e avaliação na educação superior brasileira No que se refere à avaliação da educação, Dias Sobrinho (2010a) afirma que ela é a ferramenta principal da organização e implementação de políticas educacionais. A avaliação está relacionada com as transformações da educação superior, uma vez que produz mudança nos currículos, nos métodos de ensino, na gestão, nas configurações do sistema educativo, entre outras. Assim, é possível observar que desde a criação da universidade moderna (1810), os processos que antecederam as mudanças em sua estrutura, por meio de dispositivos legais, estavam embasados em situações avaliativas. Nestas situações, os segmentos da sociedade e o próprio Estado refletiam sobre a concepção, a função e o modelo da educação superior (SANDAVALLI, 2009). No Brasil, na intenção de identificar se a Educação Superior estava alcançando os objetivos aos quais se propunha, durante sua história podem ser identificadas inicialmente algumas medidas isoladas, como as que ocorreram entre os anos 1960 e 1980, e mais recentemente a constituição de um sistema nacional de avaliação neste nível de ensino. Nas iniciativas mais recentes, ressalta se que a avaliação está intimamente X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.4

relacionada à regulação, ambas em uma perspectiva de conferir ao sistema níveis de qualidade minimamente aceitáveis. Sandavalli (2009) aponta que a avaliação da educação superior no Brasil, de forma sistemática e contínua, tem início em 1977, quando os cursos de pós graduação passaram a ser avaliados pela Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal de Nível Superior (Capes). Entretanto, É no final dos anos 50 e anos 60, culminando com a Reforma Universitária, que se pode localizar as origens do atual processo de avaliação no Ensino Superior, ainda que ele tenha sofrido significativamente transformações em razão das mudanças nos principais fatores estruturais e conjunturais que o condicionam. (SGUISSARDI, 1997, p. 46 47). Na década de 1960, o Governo encomendou uma série de estudos a fim de embasar a Reforma da Educação Superior de 1968. Destacam se, nos anos de 1960, o Plano Atcon, as orientações da Associação Internacional de Desenvolvimento, o Relatório Meira Matos e o Relatório do Grupo de Trabalho Universitário (GTRU) [...].. (ZAVANDALLI, 2009, p. 387). Esses documentos tinham a tarefa de realizar um diagnóstico da situação da educação superior brasileira, que viriam a embasar a Reforma Universitária de 1968. Na década de 1980 e 1990, contribuições significativas no campo da avaliação da educação superior foram emanadas pelo Governo. Destaca se neste período o Programa de Avaliação de Reforma Universitária (PARU); a Comissão Nacional para a Reformulação do Ensino Superior; o Grupo Executivo para a Reformulação do Ensino Superior (GERES); e o Programa de Avaliação das Universidades Brasileiras (PAIUB) (BARREYRO, ROTHEN, 2008). Em 1996, sob orientação de organismos internacionais, tem se início uma tentativa de constituir um sistema de avaliação da educação superior. A primeira medida concreta foi a Lei 9.131/95 que definiu em seus artigos 3º e 4º que avaliação das IES e seus cursos deveriam ser periódicas, acentuando a obrigatoriedade de exames nacionais para medir o X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.5

desempenho dos formandos. Estes artigos foram materializados na concepção do Exame Nacional de Cursos (ENC) ou Provão (ZANDAVALLI, 2009). Inicialmente, o Provão avaliou 3 áreas de conhecimento e em sua última edição, em 2003, chegou a 26. Entretanto, mesmo sendo aceito pela sociedade em geral, foi durante todo o período de vigência criticado pela comunidade acadêmica e especialistas em avaliação, os quais não foram incluídos na discussão acerca do sistema que viria a ser implantado. O uso mercadológico dos resultados da avaliação e a concepção do sistema (pautado pela regulação, padronização e controle contabilista dos produtos que o ensino superior pode prover) estavam entre as principais críticas ao Provão (VERHINE, DANTAS, SOARES, 2006; DIAS SOBRINHO, 2004; WEBER, 2010). Em 2003,com a mudança de Governo, ocorre uma reorientação da política educacional, que passa a se voltar para a construção de um sistema nacional de avaliação com participação democrática. 2.1. O sistema nacional de avaliação da educação superior (sinaes) e o exame nacional de desempenho dos estudantes (enade) Conforme assinalam Hortale e Mora (2005, p. 11), a partir de 2003 o novo Governo [...] se empenha em sair do atraso em que se encontra há mais de 20 anos a área da educação superior em duas vertentes: implantação de uma nova legislação da educação superior reforçando o papel protagonista das universidades públicas e de um sistema de avaliação de qualidade da educação também respeitando as particularidades regionais. Os estudos que resultaram no SINAES foram conduzidos pela Comissão Especial de Avaliação (CEA) da Educação Superior, nomeada pelo MEC em abril de 2003 e cujos trabalhos foram presididos pelo Professor José Dias Sobrinho (WEBER, 2010). Apontando como principal fragilidade do Provão o seu caráter estático e fragmentado, apoiado em somente um instrumento a ser aplicado também em momento único, o SINAES foi elaborado baseado na concepção de uma avaliação global e integradora. X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.6

Partindo desses princípios, em 14 de abril de 2004, a Lei nº 10.861 é promulgada, instituindo o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior SINAES e dando outras providências. Conforme definido em seu Art. 1º, o SINAES tem como objetivo garantir a avaliação das IES, dos cursos e dos acadêmicos, com foco na melhoria da qualidade da educação superior (BRASIL, LEI 10.861/2004). Neste ponto, Dias Sobrinho (2003; 2010) chama a atenção que a concepção original do SINAES, é a vinculação da avaliação à regulação, caracterizando, assim, um sistema articulado. A regulação articulada à avaliação implica algo maior que somente o controle burocrático, deve ser uma prática à produção da qualidade das IES e da emancipação social. Desta forma, no SINAES a regulação seria embasada pelos resultados globais da avaliação, composto por vários instrumentos, tornando se mais confiável, fundamentada e eficaz, uma vez que levaria em consideração a relevância social e a pertinência das IES. O SINAES é composto por 3 avaliações: a avaliação da IES; a avaliação dos cursos e a avaliação do desempenho dos estudantes, cujos resultados formam a base do referencial dos processos regulatórios. Os resultados destas avaliações são ordenados em uma escala de 5 níveis (BRASIL, LEI 10.861/2004). A avaliação do desempenho dos estudantes, é sistematizada por meio do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE). Conforme previsto no Art. 5º 1º O ENADE aferirá o desempenho dos estudantes em relação aos conteúdos programáticos previstos nas diretrizes curriculares do respectivo curso de graduação, suas habilidades para ajustamento às exigências decorrentes da evolução do conhecimento e suas competências para compreender temas exteriores ao âmbito específico de sua profissão, ligados à realidade brasileira e mundial e a outras áreas do conhecimento. (BRASIL, LEI 10.861/2004). Após a promulgação da Lei 10.861/2004, o Governo divulgou uma série de dispositivos legais para ajustar a condução do SINAES. Entre estes, destacam se o Decreto 5.773, de 9 de maio de 2006 que dispõe sobre o exercício das funções de regulação, supervisão e avaliação de instituições de educação superior e cursos superiores de graduação e sequenciais no sistema federal de ensino; e a Portaria X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.7

Normativa do MEC nº 40, de 12 de dezembro de 2007 que instituiu o e MEC, sistema eletrônico de fluxo de trabalho e gerenciamento de informações relativas aos processos de regulação da educação superior no sistema federal de educação. No que se refere à Portaria MEC 40/2007, ela traz à cena novos indicadores de qualidade (CPC e CC para os cursos de graduação e IGC e CI para as IES), calculados pelo INEP, a partir dos resultados do ENADE e considerando os insumos 1 coletados nas bases de dados oficiais do INEP e do MEC, que, sendo considerados satisfatórios, são utilizados para renovação de reconhecimento de cursos e recredenciamento de IES automaticamente, dispensando a avaliação in loco. Essas alterações tornaram o ENADE o centro do SINAES, visto seu papel fundamental na aferição destes conceitos dos cursos e IES. Aplicado desde 2004, o ENADE, componente curricular obrigatório dos cursos de graduação, é aplicado em periodicidade trienal, sendo admitida a utilização de procedimentos amostrais. A aplicação do ENADE é acompanhada de um questionário destinado a levantar o perfil dos estudantes e a percepção destes em relação à prova e à IES. O resultado do ENADE é expresso por meio de conceitos, ordenados também em uma escala com 5 (cinco) níveis, tomando por base padrões mínimos estabelecidos por especialistas das diferentes áreas do conhecimento (BRASIL, LEI 10.861/2004). O INEP é o responsável por realizar o ENADE, com o apoio técnico de Comissões Assessoras por área, garantindo assim que as especificidades de cada área sejam preservadas. Para a elaboração da prova, o INEP constituirá um banco de itens, que serão elaborados por especialistas, que tomarão como base os conteúdos programáticos presentes nas diretrizes curriculares nacionais dos respectivos cursos, e as habilidades e competências adquiridas em sua formação (MEC, PORTARIA 40/2007). Em cada ano de realização, respeitando o calendário das áreas, o INEP disponibiliza o Manual do ENADE, notas técnicas para a composição dos conceitos, 1 Em outubro de 2013, o Inep e a DAES (Diretoria de Avaliação da Educação Superior) divulgaram uma Nota Metodológica dos Indicadores de Qualidade da Educação Superior 2012, na qual ficam especificados os insumos de cada conceito. Disponível em: http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/notas_tecnicas/2012/nota_metodologica_indicad ores_2012.pdf. Acesso em 10 de novembro de 2013. X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.8

Portarias Normativas e Diretrizes da Prova por área (documentos base de estudo deste artigo), a fim de normatizar os procedimentos e orientar as IES. 3 Aspectos metodológicos Considerando se os objetivos apresentados e a forma como se pretende analisar a problemática, esta pesquisa é caracterizada como qualitativa. Em relação aos procedimentos técnicos, entende se como uma pesquisa documental, que se debruçará sobre os seguintes documentos: a) Projeto Pedagógico do Curso de Administração; e b) Portarias Normativas do INEP relativas a área da Administração (Portaria INEP n. 201, de 22 de junho de 2012; Portaria Inep nº 122 de 24 de junho de 2009; Portaria INEP nº 117 de 28 de julho de 2006). Para que se possa alcançar os objetivos específicos, os documentos fontes dos dados receberam tratamento orientado pela análise de conteúdo. Conforme explicita Bardin (1999), a análise de conteúdo refere se a um conjunto de técnicas que permite a interpretação das informações nas comunicações. Conforme orienta a autora, trata se de um tratamento da informação contida nos documentos a fim de analisar seus significados. Para tanto, faz se necessário organizar a análise em três etapas consecutivas: a) pré análise; b) exploração do material; c) tratamento dos resultados, inferência e interpretação (BARDIN, 1999). A partir desta análise, os dados foram codificados de tal forma que assumiram significados, os quais representarão conteúdos/categorias que puderam ser melhor comparados. Esta análise de conteúdo se faz necessária para que se pudesse comparar os documentos emanados pelo MEC/INEP com a organização didático pedagógica do curso em estudo. X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.9

4 Resultados da pesquisa: apresentação e discussão Considerando que este artigo versa especificamente sobre as relações entre as diretrizes da prova e a organização didático pedagógicas (competências e matriz curricular), as duas variáveis consideradas serão analisadas separadamente. 4.1 Competências do curso de administração e as diretrizes da prova do ENADE A análise comparativa das competências presentes nas Portarias Normativas que estabelecem as diretrizes para a organização das provas na área da Administração e no Projeto Pedagógico do Curso de Administração da UNIVALI foi realizada à luz da metodologia da análise do conteúdo. O desenvolvimento deste método foi elaborado de forma que se identificaram nos documentos categorias temáticas definidas a posteriori, a partir de unidades de registro, ou seja, as palavras que contribuíram para a criação das categorias, as quais podem ser mais facilmente comparadas. Essa análise é sintetizada no Quadro 1: Quadro 1 Análise das competências Categorias Competências ENADE Pensamento estratégico Tomada de decisão Reflexão crítica Raciocínio lógico e analítico Atuação criativa x x Comunicação e expressão compatíveis com a profissão Negociação Implementação de projetos; Realização de consultorias Iniciativa Competências Curso de Administração Atuação estratégica Tomada de decisão Reflexão crítica Atuação analítica; Raciocínio lógico Atuação criativa Aprendizado contínuo Atuação interativa e dinâmica Expressão e comunicação adequada x Implementar e avaliar modelos de gestão Iniciativa Ética Responsabilidade social; Conduta responsável, justa e ética Intercâmbio de conhecimentos Visão sistêmica e integrada pessoais e profissionais Capacidade de se adaptar às Lidar com a mudança; Flexibilidade e mudanças adaptabilidade no exercício profissional X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.10

Determinação x Trabalho em equipe; Liderança; Relações pessoais cooperativas. cooperação Fonte: elaborado pela autora, 2014. A partir das categorias apresentadas no Quadro 01 constata se que as competências presentes tanto nas Diretrizes da Prova do ENADE, quanto no Projeto Pedagógico do Curso de Administração apresentam alto grau de similaridade, podendose inferir que são equivalentes, uma vez que a análise do conteúdo permitiu identificar que as temáticas propostas representam os mesmos conteúdos (unidades de registro). O Curso de Administração apresenta as categorias Aprendizado contínuo e Atuação interativa e dinâmica que não apresentam categorias imediatamente equivalentes nas Diretrizes do ENADE. Ainda em relação às competências do Curso de Administração, em algumas situações foi necessário agrupar subcategorias para que estas se equivalessem as das Diretrizes do ENADE 2006. No que se refere às categorias das Diretrizes do ENADE, verifica se que foram encontradas as categorias Determinação e Negociação as quais não possuem equivalência no Curso de Administração. As categorias Implementação de projetos e Realização de consultorias foram consideradas equivalentes à categoria Implementar a avaliar modelos de gestão, uma vez que a consultoria, nada mais é que o desenvolvimento de um projeto no qual, na grande maioria das vezes, é feita a implantação de um modelo de gestão 4.2 Relações curriculares entre a concepção da prova do enade e a matriz curricular do curso de administração. Também sob a orientação da análise de conteúdo, foram elaboradas categorias a priori, sendo estas correspondentes aos referenciais da Prova do ENADE, ou seja, os respectivos conteúdos dos campos de formação. As disciplinas foram categorizadas a partir de seus conteúdos curriculares, conforme apresentado no Quadro 02. X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.11

Quadro 02 Referenciais do ENADE e o Currículo do Curso de Administração Categorias Diretrizes ENADE Disciplinas Curso de Administração Estudos antropológicos x Estudos sociológicos Sociologia Organizacional Estudos filosóficos Filosofia e Ética Estudos psicológicos Psicologia Organizacional Ética profissional Filosofia e Ética Política x Estudos comportamentais Psicologia Organizacional Economia Economia Contabilidade Matemática Financeira, Contabilidade Tecnologias da comunicação e Comunicação Organizacional da informação Ciências jurídicas Direito para Administração Teorias da administração e das Teorias da Administração; Organização, Sistemas e organizações Métodos; Modelos Organizacionais Contemporâneos; Tópicos Especiais; Gestão Empresarial; Seminários Avançados em Administração. Administração de recursos Administração de Recursos Humanos humanos Marketing Administração Mercadológica; Pesquisa Mercadológica; Projetos Organizacionais Administração de materiais Administração de Materiais Administração da produção Administração da Produção e Operações Logística Logística Administração financeira e Avaliação Financeira de Investimentos; Gestão de orçamentária Custos; Administração Financeira; Contabilidade Gerencial; Mercado de Capitais Sistemas de informações Administração de Sistemas de Informação Planejamento estratégico Estratégias Organizacionais Administração de Serviços Administração da Produção e Operações Pesquisa operacional Pesquisa Operacional Teoria dos jogos Modelos matemáticos e estatísticos e aplicação de tecnologias Métodos qualitativos aplicados à administração x x Estatística Fonte: elaborado pela autora, 2014. Pesquisa em Administração Negócios Internacionais; Seminários de Estudos em Administração; Empreendedorismo; Estágio. X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.12

De forma geral, o Quadro 02 evidencia que a matriz curricular do Curso de Administração, atende de forma parcial aos referenciais da prova. Observa se que não existem disciplinas diretamente relacionadas aos estudos antropológicos e a política, bem como as disciplinas Filosofia e Ética e Psicologia Organizacional encontram se em mais de uma categoria, podendo se questionar se as mesmas abarcam todos os conteúdos necessários para atender a esses referenciais. A maior concentração encontram se nas disciplinas relacionadas à formação profissional, sendo que para as categorias Teorias da administração e das organizações, Administração de recursos humanos, Marketing e Administração financeira e orçamentária encontram se mais de uma disciplina correspondente. Também foi possível identificar disciplinas as quais não se enquadram nas categorias existentes, sendo estas vinculadas de forma genérica a três áreas da administração: negociação e empreendedorismo. Em contrapartida, a área de administração de serviços é contemplada na matriz curricular de forma extremamente superficial, sendo um tópico da ementa da disciplina Administração da Produção e Operações. Na categoria de Estudos Quantitativos e suas Tecnologias é possível encontrar certa fragilidade visto que para as 3 categorias, encontram se na matriz curricular somente 2 disciplinas, Estatística e Pesquisa Operacional. 5 Considerações finais Este artigo se propôs a analisar os aspectos didático pedagógicos envolvidos na realização do ENADE dos Cursos de Administração, a fim de determinar (in)coerências entre as diretrizes da prova e a organização didático pedagógica do curso de Administração da UNIVALI, Campus Itajaí. Analisaram se especificamente as competências e a matriz curricular, e foi possível constatar que de maneira geral o referido curso vem respondendo positivamente às políticas públicas de avaliação vigentes. Contudo, em relação especificamente ao currículo do curso, este precisa de um maior alinhamento às Diretrizes da Prova. X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.13

Para pesquisas futuras sugere se a ampliação deste estudo, uma vez que enquanto questões didático pedagógicas ainda se poderiam analisar os planos de ensino das disciplinas, para identificar se as metodologias utilizadas pelos docentes estão possibilitando o desenvolvimento das competências pretendidas, elaborando se ainda um cruzamento com o desempenho dos acadêmicos. Entende se esse estudo como fundamental aos gestores uma vez que o ENADE é o carro chefe do SINAES, sendo esta a política de avaliação vigente, para a qual as IES devem responder satisfatoriamente a fim de não sofrerem processos regulatórios. Referencias: BARDIN, L. Analise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1999. BARREYRO, G. B.; ROTHEN, J. C.. Para uma História da Avaliação da Educação Superior Brasileira: análise dos documentos do PARU, CNRES, GERES e PAIUB. Avaliação, v. 13, n. 1, mar. 2008. BRASIL. Lei n o 10.861, de 14 de abril de 2004. Institui o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior SINAES e dá outras Providências. Diário Oficial da União, Brasília, 15 abr. 2004. Seção 1, p. 3 4. Disponível em URL: http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/leisinaes.pdf.. Ministério da Educação. Portaria nº 40 de 12 de dezembro de 2007. Institui o e MEC, sistema eletrônico de fluxo de trabalho e gerenciamento de informações relativas aos processos de regulação, avaliação e supervisão da educação superior no sistema federal de educação, e o Cadastro e MEC de Instituições e Cursos superiores e consolida disposições sobre indicadores de qualidade, banco de avaliadores (Basis) e o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE) e outras disposições. Diário Oficial da União, Brasília, 13 dez. 2007. Seção 1, p. 39. Disponível em URL: http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/ead/port_40.pdf. DIAS SOBRINHO, J.. Avaliação da Educação Superior. Petrópolis: Editora Vozes, 2000.. Avaliação e Transformações da Educação Superior Brasileira (1995 2009): do provão ao SINAES. Avaliação, v. 15, n. 1, mar. 2010. X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.14

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