UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS LUCAS GABRIEL DUARTE

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Transcrição:

1 UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS LUCAS GABRIEL DUARTE PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO COMO FERRAMENTA NA MAXIMIZAÇÃO DOS LUCROS EMPRESARIAIS RECIFE 2013

2 LUCAS GABRIEL DUARTE PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO COMO FERRAMENTA NA MAXIMIZAÇÃO DOS LUCROS EMPRESARIAIS Monografia apresentada como requisito obrigatório para cumprimento da disciplina Monografia II, do curso de Ciências Contábeis, da Universidade Católica de Pernambuco. Orientador: Prof. Julio César Gonçalves RECIFE 2013

3 AGRADECIMENTOS Agradeço em primeiro lugar a Deus que iluminou o meu caminho durante esta caminhada. Agradeço a minha mãe (Daura Cristina) que de forma sempre otimista me deu força e coragem me apoiando nos momentos difíceis. Agradeço também a todos os meus amigos e professores que tive na Universidade Católica de Pernambuco que de certa forma me ajudaram durante a minha passagem acadêmica em especial ao professor e orientador Julio César Gonçalves o qual me acompanhou no desenvolvimento desta pesquisa. Cada um teve a sua contribuição e colaboração para que eu alcançasse esse objetivo e concluísse mais uma etapa da minha vida. A todos vocês, o meu muito obrigado.

4 EPÍGRAFE O único lugar aonde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário Albert Einstein (1879-1955)

5 RESUMO Devido a elevada importância dos tributos nas sociedades empresariais tem-se a importância de um estudo mais aprofundado quando falamos de tributação. A contextualização deste trabalho tem como finalidade responder a seguinte pergunta: Até que ponto o planejamento tributário quando feito de maneira eficaz exerce influência determinante sobre a maximização dos lucros empresariais? Fundamentando este objetivo inicia-se este estudo com uma exposição geral sobre o Sistema tributário Nacional conceituando seus diversos tributos e espécies, aprofundando no planejamento tributário e a sua finalidade. Por fim destacam-se as definições dos mais variados autores acerca da diferença da evasão e elisão fiscal. A metodologia empregada no presente estudo trata-se de uma pesquisa bibliográfica, com estudo em material bibliográfico já existente sendo esses em sua maioria disponíveis em livros e artigos, seguida de uma pesquisa na área com aplicação de questionário estruturado. Concluiu- se que um planejamento tributário realizado de forma eficaz minimiza o impacto tributário, podendo aperfeiçoar o resultado da empresa. Palavras Chave: Planejamento tributário, Contabilidade tributária, elisão fiscal.

6 ABREVIATURAS COFINS Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social CSLL Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido CTN Código Tributário Nacional DARF Documento de Arrecadação de Receitas Federais DIRF Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte. IBGE Instituto Brasileiro de Geografia Estatística IBPT- Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário ICMS Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços INSS Instituto Nacional do Seguro Social IDH Índice de Desenvolvimento Humano IOF Imposto Sobre Operações Financeiras IPI Imposto Sobre Produtos Industrializados IPTU Imposto Sobre a Propriedade Territorial Urbana IR Imposto de Renda IRPF Imposto de Renda da Pessoa Física IRPJ Imposto de Renda da Pessoa Jurídica ISS Imposto sobre serviços PASEP- Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Publico PIB Produto Interno Bruto PIS Programa de Integração Social PNAD Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar STN Sistema Tributário Nacional

7 Sumário 1 INTRODUÇÃO... 9 1.1 OBJETIVOS... 11 1.1.1 Objetivo Geral... 11 1.1.2 Objetivos Específicos... 11 1.2 Justificativas... 11 2 REFERENCIAL TEÓRICO... 13 2.1 O Sistema Tributário Nacional... 13 2.2 Tributos... 15 2.3 Classificação dos tributos... 17 2.4 Carga Tributária versus Produto Interno Bruto... 18 2.5 Planejamento tributário... 20 2.6 Planejamento tributário e suas abrangências... 21 3. METODOLOGIA... 23 3.1 Coleta de dados... 23 4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS... 24 4.1 A IMPORTANCIA DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO PARA A GESTÃO EMPRESARIAL...24 4.2 OS TRIBUTOS VIGENTES NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA...27 4.2.1 A origem dos tributos...28 4.3 AS CARACTERÍSTICAS E AS DIFERENÇAS ENTRE ENVASÃO E ELISÃO FISCAL...29 4.3.1 Formas de evasão fiscal...31 4.3.1.1 Sonegação fiscal...31 4.3.1.2 Conluio...33

8 4.3.1.3 Fraude...33 4.4 A SONEGAÇÃO FISCAL E SEUS ELEVADOS ÍNDICES...34 5. CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS... 36 REFERÊNCIAS... 38 APÊNDICES... 40

9 INTRODUÇÃO Atualmente o mundo empreendedor cresce paralelo ao mercado econômicofinanceiro, e nos últimos anos os mercados se tornam cada vez mais competitivos, onde continuamente procuram uma forma de reduzir gastos, custos, consumos e os famosos impostos presentes no nosso cotidiano onde obrigatoriamente contribuímos seja de maneira direta ou indireta. Antes de tudo o primeiro passo para o sucesso chama se planejamento e quando se fala de empreendimentos o planejamento tributário é um componente que merece destaque. É de notório conhecimento que o nível de tributação sobre as empresas e pessoas físicas no Brasil é bastante pesado, chegando a inviabilizar certos negócios, diante dessas circunstancias é indispensável nos dias atuais dar continuidade de forma positiva no seu empreendimento ou na sua empresa sem que haja um eficiente Planejamento tributário. Como contribuintes, temos duas formas de diminuir os encargos tributários: a maneira legal denomina-se elisão fiscal e a forma ilícita chama-se evasão fiscal. A evasão fiscal pode ser conceituada como toda e qualquer ação ou omissão tendente a elidir ou reduzir o cumprimento de obrigação tributária, já a elisão fiscal pode ser definida como todo procedimento lícito realizado pelo contribuinte antes da ocorrência do fato gerador com o objetivo de eliminar ou postergar a obrigação tributária ou reduzir o montante devido. (OLIVEIRA, p.170). A finalidade do Planejamento Tributário se baseia na economia dos tributos onde comparando as várias opções legais o contribuinte procura orientar os seus passos de forma a evitar o procedimento mais oneroso do ponto de vista fiscal. O profissional que venha a optar pelo planejamento deve assumir uma postura ética contabilmente, ter bom censo além de se manter sempre atualizado perante as leis, acompanhando de perto as constantes alterações na legislação tributária. O código Tributário Nacional (Lei n 5172/66) em seu art.96 conceitua legislação tributária da seguinte maneira: Art.96. A expressão legislação tributária compreende as leis, os tratamentos e convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.

10 No Brasil por convivermos com diversos impostos, é fácil perceber que os tributos sobre as pessoas físicas e empresas são pesados. A carga tributária tem um peso consideravelmente alto, alcançando uma posição de destaque entre os países considerados desenvolvidos. Se as contribuições e os pagamentos não forem realizados corretamente, podem trazer perdas para as pessoas físicas, já no caso das empresas os endividamentos fiscais podem levá-las a falência. Os tributos podem ser municipais, estaduais ou federais para todos aconselha-se que o profissional contábil ou administrador realize um planejamento para que os impostos sejam gerenciados da melhor maneira possível. (Oliveira, Contabilidade Tributária). Para uma boa administração das empresas, além da habilidade de sobreviver às condições adversas do mercado podemos adicionar como item fundamental ter uma elevada capacidade de gestão na área tributária, com a necessidade de administrar dezenas de taxas e impostos, grande parte do esforço das empresas para ter melhores resultados acaba perdida com as contribuições. São poucas as organizações que usufruem por completo dos benefícios do eficaz planejamento tributário como incentivos fiscais, redução dos custos e aumento do seu resultado econômico. No planejamento tributário o contribuinte trabalha com o intuito de reduzir ou excluir a incidência de tributos, sem que as condutas tomadas não representem pratica de fraude ou violação da lei. Ao realizar um planejamento dos tributos, o contador deve trabalhar de forma correta na redução destes custos de forma lícita se utilizando de meios legais. Em contrapartida o profissional que se utilizar de meios fraudulentos ou procedimentos ilícitos descumprindo determinações para ocultar incidências tributárias caracteriza uma evasão fiscal, que de acordo com a Legislação brasileira Lei nº 8.137/90 classifica-se como crime de sonegação fiscal. (FABRETTI, p.30) Nesse projeto de monografia acredita-se que o planejamento tributário exerce influência direta na rentabilidade de uma empresa. Esse trabalho tem como objetivo responder a seguinte pergunta de pesquisa: Até que ponto o planejamento tributário quando feito de maneira eficaz exerce influência determinante sobre a maximização dos lucros?

11 1.1 OBJETIVOS 1.1.1 Objetivo Geral O trabalho realizado tem como principal finalidade desenvolver um estudo sobre a importância de um eficaz Planejamento Tributário, para uma melhor gestão empresarial, demonstrando de forma clara e objetiva que ao buscar a melhor opção, sendo essa através de meios legais a empresa poderá ser beneficiada com a redução do ônus tributário e assim maximizar os seus lucros. 1.1.2 Objetivos Específicos A pesquisa realizada além de apresentar os tributos como grande ferramenta na gestão empresarial tem como objetivos: a) Comprovar a importância do planejamento tributário; b) Esclarecer os tributos previstos na legislação; c) Distinguir evasão fiscal e elisão fiscal; d) Demonstrar como o planejamento resultará nos lucros do empreendimento. 1.2 Justificativas No Brasil as empresas possuem custos e despesas elevados, sendo a maior parte desses custos referentes aos tributos que no nosso País chega a ser uma das mais altas cargas tributárias. Para as empresas a redução de custos é de extrema importância, principalmente nos dias atuais onde o mercado se encontra cada vez mais competitivo. Quando a redução especificamente for tributária o profissional contábil é o mais habilitado para proceder de forma correta. O contador deve conhecer bem a legislação e manter-se sempre atualizado, pois esta é uma área que constantemente ocorre mudanças aplicando seus

12 conhecimentos legalmente e com segurança para que a empresa obtenha economias no pagamento de tributos. O presente trabalho visa demonstrar com os estudos realizados a importância de um planejamento tributário apresentando aos administradores e empresários a real necessidade de se planejar, pois muitos ainda não têm consciência que tal procedimento pode ser responsável pelo sucesso financeiro-econômico de sua empresa.

13 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 O Sistema Tributário Nacional Sistema Tributário Nacional é o conjunto de normas constitucionais de natureza tributária, inserido no sistema jurídico global, formado por um conjunto unitário e ordenado de normas subordinadas aos princípios fundamentais reciprocamente harmônicos, que organiza os elementos constitutivos do Estado, que outra coisa não é senão a própria Constituição (HARADA, 2005). Segundo Eduardo Torres (2009), o Sistema Tributário Nacional (STN) é integrado pela ampla legislação que o disciplina que compreende a Constituição Federal, o Código Tributário Nacional, leis complementares, decretos, leis ordinárias, resoluções, instruções e portarias. O STN é basicamente regulado pela Constituição Federal de 05.10.88 e pela Lei 5.172 de 25.10.66 Código Tributário Nacional (CTN). Faz parte do STN taxas, impostos, contribuições de melhoria, sociais, de intervenção no domínio econômico, e de interesse das categorias profissionais ou econômicas além de empréstimos compulsórios. Para Maria Lucia Fattorelli Carneiro, Presidente do UNAFISCO NACIONAL um sistema tributário desejável é aquele que desempenha quatro funções básicas: o financiamento das atividades estatais, a redistribuição justa de renda, a equalização das desigualdades regionais e a justa repartição das receitas entre os entes federados (TORRES, 2009) Para isso precisa ser simples, desburocratizado, célere, com leis sintetizadas, codificadas e não esparsas, respeitando a destinação de suas receitas. A Presidente ainda afirma que o Sistema Tributário Nacional não tem cumprido sua função redistributiva. Pelo contrário, sempre foi um sistema altamente regressivo e concentrador de renda. A tributação no Brasil cerca de dois terços dos tributos

14 advém da tributação sobre o consumo, até mesmo de produtos destinados à sobrevivência básica, como alimentos, remédios e produtos de higiene pessoal. No último século, houve quatro reformas tributárias foram elas nos anos de 1934, 1946, 1967 e 1988. Nesse ponto, destaca-se a análise realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010) a respeito das reformas tributárias. Entre os anos de 1920 e 1958, a carga tributária passou de 7% para 19% do PIB, com crescimento das tributações domésticas e dos tributos diretos e a criação de impostos sobre o consumo e a renda (IR, criado em 1924 e o Imposto sobre Vendas e Consignações atual ICMS, crido em 1934), que passam a se constituir nas principais fontes de receitas. Na reforma de 1934 é concedida competência tributária aos municípios, com a criação dos impostos predial e de profissões. O imposto de importação se torna, a partir daí, um instrumento de política comercial. Na reforma de 1967 é introduzido o Imposto sobre o Valor Adicionado e são introduzidos mecanismo para aumentar a eficácia da arrecadação. Depois em 1988, com o aumento da participação dos estados e municípios na arrecadação dos impostos de renda e sobre os produtos industrializados, o governo intensificou a arrecadação de contribuições sociais indiretas, não compartilhadas com estados e municípios como COFINS e CSLL. O Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) realizou no ano de 2005, através da Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar (PNAD), um estudo sobre a problemática do nosso sistema tributário e concluiu que para o contribuinte compreender razoavelmente a realidade tributária brasileira seria necessário analisar três mil normas fiscais, estudar cerca de 60 tributos cobrados no Brasil, além de verificar 93 obrigações assessórias que sufocam todas as empresas brasileiras. Por conseguinte, compreenderiam, porque o crime por evasão fiscal não significa propositalmente despeito com a fiscalização, mas, muitas vezes, simples compreensível desinformação.

15 2.2 Tributos A palavra tributo deriva do latim tributum e diz respeito àquilo que, por dever, é entregue ao Estado. O Código Tributário Brasileiro (CTN) no ser Art. 3, conceitua tributo: Art.3.Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção por ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Ao analisar o artigo 3, pode-se resumir o conceito de tributo, dizendo que é sempre um pagamento compulsório em moeda, forma normal de extinção da obrigação tributária. Os tributos também podem ser definidos como diretos e indiretos. OS tributos diretos são aqueles que recaem sobre o contribuinte que tem relação pessoal e direta com o fato gerador, incidindo sobre o patrimônio e a renda. Como exemplo desses tributos, temos o IRPF (Imposto de Renda Pessoa Física), IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica), IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano). Os tributos indiretos recaem sobre o preço final de uma venda de mercadoria. Consequentemente, o consumidor final é o contribuinte de fato, sendo o contribuinte de direito responsável apenas pelo recolhimento perante o fisco. São exemplos desses tributos: ICMS (Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e de comunicação), IPI (Imposto Sobre Produto Industrializado). (QUALITAS REVISTAS ELETRÔNICAS, 2007) Segundo Robson Ribeiro (2006) pode-se afirmar que o Sistema Tributário Brasileiro é composto dos tributos instituídos no Brasil, dos princípios e normas que regulam tais tributos. No nosso país adota-se o princípio da estrutura orgânica dos tributos, pelo qual a espécie tributaria é determinada pelo seu fato gerador, com base na doutrina mais aceita, pode-se afirmar as espécies tributarias que compõe o sistema tributário brasileiro cinco: impostos, taxas, contribuições especiais, empréstimos compulsórios e contribuições de melhoria.

16 IMPOSTO É o tributo que tem como fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal especifica relatia ao contribuinte (Art. 16 do CTN). Em outras palavras, imposto é o tributo que não está vinculado a uma contraprestação direta a quem o está pagando. As receitas de impostos não são destinadas a custear obras ou serviços em prol de quem a paga, mais sim para serem utilizadas para custear as despesas gerais do estado, visando promover o bem comum. TAXA É o tributo que pode ser cobrado pela União, Estado, Distrito Federal ou Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, que tem como fato gerador, o exercício do poder de polícia ou a utilização efetiva ou potencial, de serviços públicos especifica e divisível prestado ao contribuinte ou posto a sua disposição (Art. 77 do CTN). CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS- Estão previstas no artigo 149 e 149ª da Constituição Federal, são tributos cobrados para custeio de atividades paraestatais e podem ser sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse de categorias econômicas ou profissionais. EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO É o tributo que somente pode se instituído pela União, através de lei complementar, nos casos de: Calamidade pública ou guerra externa ou sua iminência, que exijam recursos extraordinários, isto é, além dos previstos no orçamento fiscal da União. CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA É o tributo cobrado pela União, Estados, Distritos Federal e Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, com o objetivo de fazer face ao custo de obra pública de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado (Art. 81 do CTN).

17 2.3 Classificação dos tributos Para Oliveira (2005), Os tributos podem ser classificados de várias formas, destacando suas características inerentes ao Sistema Tributário Brasileiro e à doutrina, bem como a diferença que existe entre ele. De acordo com a Constituição Federal, existem tributos que podem ser instituídos somente por um ente federativo (União, Estados ou Municípios), enquanto outros podem ser criados por qualquer um deles diante da ausência de dispositivo constitucional, fixando a competência a um único ente. Segundo esse critério, os tributos serão divididos da seguinte forma: a) Tributos de Competência Privativa b) Tributos de Competência Comum. Os tributos poderiam ser analisados como simples fontes de recursos para o Estado e, de fato, assim eram. Entretanto, no mundo moderno, tributos vêm sendo criados e utilizados com funções não arrecadatórias, sobretudo de intervenção na economia privada. No Brasil, o sistema tributário possui vários exemplos, nos quais o tributo é usado não só para fomentar atividades econômicas, mas, também, para reduzir as desigualdades sociais existentes de regiões menos desenvolvidas. Assim, de acordo com Oliveira (2005) os tributos podem ser classificados em função de suas finalidades, sendo dividido em: a) Tributos extrafiscais: não são instituídos com função arrecadatória, mas para que o Estado cumpra a função de controle da economia. Exemplos: II, IE, IPI, IOF, ITR. b) Tributos parafiscais: possuem função meramente arrecadatória; contudo a receita arrecadada destina-se ao cumprimento de funções paralelas às funções típicas de Estado. Exemplo: as contribuições previdenciárias. c) Tributos fiscais: possuem função meramente arrecadatória, visando ao financiamento das atividades do Estado para garantir o aporte de recursos necessários ao exercício de suas atividades. Exemplo: IR.

18 Quanto aos benefícios do sujeito passivo, em função da existência de alguma atividade estatal, os tributos se classificam em duas espécies: a) Tributos não vinculados são aqueles que não estão vinculados a nenhuma prestação específica do Estado ao sujeito passivo. b) Tributos vinculados são aqueles tributos devidos quando houver atividade estatal prestada ou colocada à disposição do contribuinte, onde encontramos as taxas e as contribuições de melhoria. 2.4 Carga Tributária versus Produto Interno Bruto Estudos concluídos no dia 4 de março de 2013, pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário IBPT indica que a carga tributária brasileira em 2012 chegou a 36,27% do PIB (Produto Interno Bruto). De acordo com o presidente do Conselho Superior e coordenador de estudos do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral, o baixo PIB registrado no ano passado e a alta arrecadação tributária ocasionaram o aumento da carga tributária, superando inclusive o índice de 2011, que foi de 36,02%. Nem mesmo as desonerações e o fraco desempenho do PIB conseguiram diminuir a carga tributária brasileira, analisa Amaral. O levantamento do IBTE foi feito a partir dos dados do PIB brasileiro divulgado pelo IBGE. Tal estudo concluiu que a arrecadação tributária chegou a R$ 1,59 trilhão em 2012, contra R$ 1,49 trilhão registrado em 2011. Nominalmente, houve crescimento de 7,03% na arrecadação tributária, enquanto que o PIB variou 6,26%. O IBPT havia previsto uma pequena queda da carga tributária de 2012, mas a surpreendente arrecadação de novembro e dezembro e o fraco desempenho do PIB resultaram em novo recorde histórico. Nos últimos dez anos, a carga tributária cresceu 3,63 pontos percentuais, com media de 0,36 pontos percentual ano. O mesmo estudo ainda demonstra que a arrecadação para o INSS - Previdência Social foi o item que registrou maior crescimento, de R$ 30,73 bilhões em relação ao ano de 2011. O ICMS vem em segundo lugar, com R$ 28,48 bi, seguido da COFINS com R$ 16,39 bi e o Imposto

19 de Renda, com R$ 14,33 bilhões. Os tributos federais apresentaram crescimento de R$ 65,38 Bilhões, os estaduais, de R$ 31,38 bilhões e os municipais, de R$ 8,11 bilhões. Figura 1 - Principais impostos cobrados no Brasil: Federais -IR (Imposto de Renda) - Imposto sobre a renda de qualquer natureza. No caso de salários, este imposto é descontado direto na fonte. -IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados. -IOF - Imposto sobre Operações Financeiras (Crédito, Operações de Câmbio e Seguro ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários). -ITR - Imposto Territorial Rural (aplicado em propriedades rurais). Estaduais - ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços. - IPVA - Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (carros, motos, caminhões) Municipais - IPTU - Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (sobre terrenos, apartamentos, casas, prédios comerciais) - ITBI - Imposto sobre Transmissão Inter Vivos de Bens e Imóveis e de Direitos Reais a eles relativos - ISS - Impostos Sobre Serviços Fonte: IBPT - Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (2009) O Presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário IBPT, João Eloi Olenike ressalta a alta carga tributária brasileira como um dos principais entraves para o investimento, afirmando que, nos últimos 10 anos, a arrecadação tributária do País foi 33% superior ao crescimento do PIB. Para que o Brasil tenha um poder de competitividade maior, é preciso diminuir a tributação em cima do consumo, hoje com IPI, ICMS, PIS e Cofins, que incidem em várias etapas da cadeia até chegar ao consumidor final. Este por sua vez, não tem para quem repassar, pagando no preço do produto toda a tributação. A tributação no Brasil incide sobre o faturamento das empresas, mesmo antes da venda, quando em outros países, se dá após o comerciante e o fabricante formarem renda e patrimônio. João Eloi Olenike, em entrevista concedida ao IBPT citou o estudo Dias Trabalhados para pagar Tributos, que indicou que em 2012, o brasileiro trabalhou 150 dias apenas para pagar tributos. (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, 2013)

20 Entre os 30 países com a maior carga tributária, o Brasil segue como o que pior retorna valores arrecadados em prol do bem estar da sociedade. A posição de primeiro lugar para quem melhor atende seus cidadãos fica com a Austrália. Esse foi um mais um estudo feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário. O índice de Retorno de Bem Estar à Sociedade, que é uma média ponderada da carga tributária de cada país com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da Organização das Nações Unidas (ONU), foi divulgado ao final de 2012, classificando o Brasil como a última posição. 2.5 Planejamento tributário Planejar é umas das ferramentas administrativas, que auxilia na avaliação dos caminhos para uma projeção futura, possibilitando perceber a realidade com o intuito de obter os melhores resultados para a empresa. Para Oliveira (2005), a redução dos custos é uma necessidade a todas as empresas brasileiras que estão em condições de alta competitividade; algo premente no que tange aos custos tributários, dado seu fortíssimo incremento nos últimos anos e sua característica de não gerar benefícios diretos às organizações. Hoje as grandes empresas já contemplam em sua estrutura organizacional um Comitê de Planejamento Tributário constituído por pessoas de várias formações e segmentos para tratar especificamente desse grande projeto. A expressão planejamento tributário deve designar tão só a técnica de organização preventiva de negócios, visando a uma legitima economia de tributos, independente de qualquer referencia aos atos ulteriormente praticados. Por ser um procedimento lícito e transparente, no planejamento tributário admite-se que os contribuintes tenham o direito de recorrer a seus procedimentos preferidos em uma atividade necessariamente anterior à ocorrência do fato gerador, autorizados pela lei, que resultem em redução ou deferimento do impacto fiscal. Por outro lado, os contribuintes têm a obrigação de verificar se os negócios jurídicos efetivamente constituídos são válidos e regulares, com a adequada correspondência entre forma e conteúdo (TÔRRES, 2003).

21 Na visão de Domingues (2000) o objetivo primordial do planejamento tributário é a redução ou transmissão do ônus econômico dos tributos. Igualmente, pode ocorrer situação em que o ônus não provenha direto da obrigação tributária principal e, sim, dos deveres fiscais acessórios, com a manutenção de escrituração contábil, a apresentação de documentos etc. Para atingir o objetivo econômico, as condutas devem ser lícitas, ou seja, admitidas pelo ordenamento jurídico. Devido ao complexo sistema tributário, e a sua elevada carga tributária brasileira, a realização de um correto planejamento tributário empresarial acaba sendo uma necessidade de sobrevivência no mercado, independente do setor ou da grandeza da empresa. O alto custo tributário somado as exigências fiscais podem provocar a extinção de forma antecipada de um bom número de empresas. 2.6 Planejamento tributário e suas abrangências Para Amaral (2001), quando se adota um sistema de economia fiscal, é necessário analisar quatro aspectos: A. Análise fisco-contábil deve-se adotar procedimentos que permitam a economia de outros tributos, buscar a maximização do lucro e a minimização do risco. Para tanto, a Contabilidade reveste-se da importância fundamental, pois, na maior parte das vezes, os lançamentos contábeis dão suporte às operações. B. Análise fiscal - é preciso que as obrigações acessórias estejam cumpridas e sem ordem para não desencadear um processo de fiscalização. Dois preceitos constitucionais protegem a adoção da economia legal: Princípio da Ampla Defesa e do Devido Processo Legal. C. Análise jurídica deve haver fundamento jurídico a ser alegado. O CTN estabelece que a compensação só pode operar após o transito em julgado da ação; é necessário muito cuidado nessa análise. D. Análise econômico-financeira adota procedimentos que visem a maximizar o resultado do planejamento. Por exemplo, na maioria das vezes, o Depósito Judicial é prejudicial à empresa, pois, além do desembolso do valor, a empresa não pode se aproveitar da dedutibilidade da despesa e poderá,

22 ainda, precisar reconhecer a variação monetária ativa na base de cálculo do PIS e da COFINS. De acordo com Amaral (2001), a economia legal de tributos pode operar em três esferas: 1. No âmbito do Poder Judiciário pela adoção de medidas judiciais, com o fim de suspender o pagamento, diminuição da base de cálculo ou alíquotas e contestação quanto à legalidade da cobrança. Por exemplo, como a ânsia do Poder Publico em arrecadar é enorme e urgente, nem sempre o legislador toma as cautelas devidas, instituindo a quantidade de normas tributárias, ocorrendo, muitas vezes contradição entre elas. 2. No âmbito da esfera administrativa que arrecada o tributo, buscando a utilização dos meios previstos em lei que lhe garantam uma diminuição legal do ônus tributário. Por meio de um Planejamento Tributário possa optar por uma melhor opção fiscal. 3. No âmbito da própria empresa, por meio de medidas gerenciais que possibilitem a não ocorrência do fato gerador do tributo, que diminua o montante devido ou que adie seu vencimento. Por exemplo, para possibilitar o adiamento do tributo na prestação de serviços, o contrato deve estabelecer o momento da realização da receita.

23 3. METODOLOGIA Para se obter informações e conhecimentos sobre uma determinada área, é necessário desenvolver uma pesquisa, com o objetivo de responder as dúvidas pertinentes que o assunto abrange. O trabalho iniciou-se o estudo através de pesquisa bibliográfica, com análises de livros, coletas de textos, artigos e dados que foram direcionados a análise do planejamento tributário nas empresas. 3.1 Coleta de dados Foram utilizados dois tipos de pesquisa: a pesquisa bibliográfica e pesquisa documental. A bibliográfica se constituiu basicamente de livros, artigos científicos e site com fontes confiáveis, possibilitando um estudo mais aprofundado do tema planejamento tributário e a sua importância. Diferentemente da bibliográfica, a pesquisa documental é feita por informações coletadas baseadas em documentos existentes tais como: documentos de arquivos públicos, relatórios de pesquisas e fontes estatísticas. A abordagem da coleta de dados será pelo método qualitativo, pois a pesquisa tem caráter exploratório e indutivo com a finalidade de desenvolver conceitos, ideias a partir dos dados estudados. De igual modo, foi desenvolvido um roteiro de entrevista e realizada coleta de dados junto a profissionais especializados e referenciados no campo em estudo, cujas informações contribuíram para o desenvolvimento e análise dos dados. O principal objetivo dessa pesquisa é analisar e interpretar as informações buscando extrair valores visando direcionar todo esse embasamento para a realização da monografia.