AVALIAÇÃO DO USO DE SUPLEMENTAÇÃO NUTRICIONAL DE UM GRUPO DE CORREDORES DE RUA DA CIDADE DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-SP



Documentos relacionados
Bases Metodológicas do Treinamento Desportivo

NECESSIDADES NUTRICIONAIS DO EXERCÍCIO

INSTITUIÇÃO: FACULDADE MUNICIPAL PROFESSOR FRANCO MONTORO DE MOGI GUAÇU

INGESTÃO DIETÉTICA E COMPOSIÇÃO CORPORAL DE DANÇARINAS DA UFPA (BELÉM PA).

PROMOVENDO A REEDUCAÇÃO ALIMENTAR EM ESCOLAS NOS MUNICÍPIOS DE UBÁ E TOCANTINS-MG RESUMO

MS

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE ATLETAS DA SELEÇÃO GOIANA DE JUDÔ: ATIVIDADE DO ATENDIMENTO NUTRICIONAL 1

Avaliação do consumo de suplementos nutricionais por praticantes de atividade física do município de Monte Azul Paulista

CONSUMO DE SUPLEMENTO ALIMENTAR POR HOMENS PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO, NAS ACADEMIAS CENTRAIS DO MUNICÍPIO DE GUARAPUAVA/PR

SUPLEMENTAÇÃO NUTRICIONAL PARA ATLETAS: CONHECIMENTO DE ESTUDANTES DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE MENINOS DA CIDADE DE AMPARO - SÃO PAULO

A influência da prática de atividade física no estado nutricional de adolescentes

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO ESPORTIVA APLICADA À SÁÚDE, ESTÉTICA E DESEMPENHO FÍSICO

PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIO AERÓBIO

COMPORTAMENTO ALIMENTAR DE ATLETAS NO PRÉ TREINO DE UMA CIDADE DO INTERIOR DO ESTADO DE SÃO PAULO

PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO EM VOLEIBOL

PERFIL NUTRICIONAL DE PRÉ - ESCOLARES E ESCOLARES DE UMA INSTITUIÇÃO FILANTRÓPICA DA CIDADE DE MARINGÁ, PR

ANÁLISE FUNCIONAL DO FITNESS

Eixo Temático Gestão Ambiental BARREIRAS ENCONTRADAS NA COMPRA DE PRODUTOS ORGÂNICOS NUM SUPERMERCADO DE NATAL/RN

Malhar em jejum é nova 'modinha' para perda de gordura Sex, 20 de Dezembro de :38 - Última atualização Sex, 20 de Dezembro de :11

TÍTULO: CONHECIMENTO E UTILIZAÇÃO DE BEBIDAS ISOTÔNICAS POR PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA

Avaliação antropométrica de idosas participantes de grupos de atividades físicas para a terceira idade.

RESPOSTAS RENAIS A UMA DIETA HIPERPROTEICA

XVIII CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 19 a 23 de outubro de 2009

Atividade Física. A atividade física aumenta a sensibilidade à insulina e a capacidade de absorver os nutrientes.

CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DA OBESIDADE

ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS DE 0 A 10 ANOS COM CÂNCER ASSISTIDAS EM UM HOSPITAL FILANTRÓPICO

ANÁLISE DO PROGNÓSTICO DE PACIENTES INFECTADOS COM HIV DE LONDRINA E REGIÃO DE ACORDO COM PERFIL NUTRICIONAL

ATIVIDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA 3º E.M.

PRODUÇÃO CIENTÍFICA EM TREINAMENTO DE FORÇA NO CRESCIMENTO LONGITUDINAL DE ADOLESCENTES

Deficiência de Desempenho Muscular. Prof. Esp. Kemil Rocha Sousa

PALAVRAS-CHAVE: avaliação antropométrica; oficina de culinária; Síndrome de Down.

PESQUISA DIA DAS CRIANÇAS - MOSSORÓ

IMPLANTAÇÃO DOS PILARES DA MPT NO DESEMPENHO OPERACIONAL EM UM CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO DE COSMÉTICOS. XV INIC / XI EPG - UNIVAP 2011

PERFIL DOS CELÍACOS NO MUNICÍPIO DE FOZ DO IGUAÇU-PR. Curso de Enfermagem 1,2

PERFIL ANTROPOMÉTRICO DE ADULTOS E IDOSOS EM UMA UBS DE APUCARANA-PR

Grau de hipertrofia muscular em resposta a três métodos de treinamento de força muscular

ALERTA AOS CONSUMIDORES: Fique atento com os suplementos alimentares!

Pós-graduação Lato-Sensu em Atividades Motoras para Promoção da Saúde e qualidade de Vida Escola de Educação Física de Caratinga.

Página 1

Dietas Caseiras para Cães e Gatos

EXCESSO DE PESO E SUA ASSOCIAÇÃO COM A ALIMENTAÇÃO ESCOLAR ENTRE CRIANÇAS DE UMA ESCOLA MUNICIPAL DE MINAS GERAIS 1

Fenilcetonúria Tratamento e Acompanhamento Nutricional

EFEITO DO TREINAMENTO DE FORÇA NO DESEMPENHO DA FORÇA MÁXIMA DE PRATICANTES DA MODALIDADE DE MUSCULAÇÃO

PREVALÊNCIA DE SOBREPESO E DE OBESIDADE EM ESCOLARES DO ENSINO FUNDAMENTAL I DA ESCOLA ESTADUAL ANTONIA DE FARIAS RANGEL

Prevenção Cardio vascular. Dra Patricia Rueda Cardiologista e Arritmologista

Uso de suplementos nutricionais por idosos praticantes de atividades físicas em Bambuí e Uberaba.

Modos de vida no município de Paraty - Ponta Negra

SEMANA ,44 km PLANILHA DE TREINO. Semana de treino para melhora da capacidade pulmonar.

Teste seus conhecimentos: Caça-Palavras

Necessidades Nutricionais Antes, Durante e Depois do Exercício

IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO NUTRICIONAL NA INFÂNCIA

A importância da alimentação no desempenho esportivo e competitivo

A REGULAMENTAÇÃO DA EAD E O REFLEXO NA OFERTA DE CURSOS PARA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

ESTUDO DE VIABILIDADE. Santander, Victor - Unioeste Aula de Luiz Eduardo Guarino de Vasconcelos

CONSUMO DE ÁLCOOL E TABACO ENTRE ESTUDANTES DE ODONTOLOGIA E FISIOTERAPIA DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR

Maio Mais saúde e bem estar para você e seus colaboradores. Maior produtividade para sua empresa.

Programa de Controle de Peso Corporal

PADRÃO ALIMENTAR DE INDIVÍDUOS ADULTOS NOS PERÍODOS PRÉ E PÓS-CIRURGIA BARIÁTRICA

FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO APLICADA À SAÚDE E AO CONDICIONAMENTO FÍSICO

INTRODUÇÃO. Diabetes & você

ANÁLISE DE ASPECTOS NUTRICIONAIS EM IDOSOS ADMITIDOS NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

ROTEIRO DE ESTÁGIO NUTRIÇÃO CLÍNICA AMBULATORIAL

A CIÊNCIA DOS PEQUENOS JOGOS Fedato Esportes Consultoria em Ciências do Esporte

Perfil dos consumidores de suplementos alimentares praticantes de musculação em academias nas cidades de Curitiba e Pinhais

O que é a obesidade?

Mais em forma, mais veloz, mais forte, mais alongado: Programa de Desenvolvimento de Cárdio Precor

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO E SAÚDE

Suplementos de A a Z

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO PROJETO BÁSICO CURSO DE APERFEIÇOAMENTO EM PRODUÇÃO E ORGANIZAÇÃO DE CONTEÚDO NA EAD CURSO PARA DOCENTES DA UFOP

Projeto Ação Social. Relatório equipe de Nutrição Responsável pelos resultados: Vanessa de Almeida Pereira, Graduanda em Nutrição.

ANÁLISE SENSORIAL DE DIETAS ENTERAIS INDICADAS PARA USO VIA ORAL

CONHECIMENTO NUTRICIONAL DE PRATICANTE DE ATIVIDADES FÍSICAS: uma revisão sistemática

Prescrição Dietética

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA EM UNIDADES DE DIÁLISE NA CIDADE DE MACEIÓ-AL

Saiba mais sobre eles antes de consumir Todas as informações que você precisa ter antes de consumir ou não estes produtos que prometem maravilhas

PROJETO. Saúde, um direito Cívico

Software. GUIA DO PROFESSOR Fluxo de energia. Duração da Animação/simulação: 1 hora-aula

PROC. Nº 0838/06 PLL Nº 029/06 EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS

Universidade Presidente Antônio Carlos UNIPAC Pró-reitoria de Pesquisa, Extensão, Pós-graduação e Cultura Assessoria de Extensão PROGRAMA DE EXTENSÃO

Treinamento de Força

TÍTULO: AVALIAÇÃO DE UM PROGRAMA ESPECÍFICO DE ATENÇÃO À SAÚDE DO ADOLESCENTE DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA, VIÇOSA MG.

Programa Corporativo Fitness Timbu

BSC Balance Score Card

III-206 RECURSOS NATURAIS E RESÍDUOS TECNOLÓGICOS: ANÁLISE DO CONSUMO PARA FABRICAÇÃO DE ELETROELETRÔNICOS (ESTUDO DE CASO)

MITOS E VERDADES SOBRE A CORRIDA DE RUA Corrida e Cia. Home (

PERFIL NUTRICIONAL E CONSUMO DE MACRONUTRIENTES POR CORREDORES DA CIDADE DE MARINGÁ, PR

Protocolos de Nutrição Clínica

AUTOR: Jansen Ramos Campos SESI/DR/PB

Data: 27/03/2014. NTRR 54/2014 a. Medicamento x Material Procedimento Cobertura

Comparação da força da musculatura respiratória em pacientes acometidos por acidente vascular encefálico (AVE) com os esperados para a idade e sexo

OS 5 PASSOS QUE MELHORAM ATÉ 80% OS RESULTADOS NO CONTROLE DO DIABETES. Mônica Amaral Lenzi Farmacêutica Educadora em Diabetes

Osteoporose Prevenção e Tratamento

Nutrientes. E suas funções no organismo humano

Programa de 5 Km Iniciantes Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo

ANÁLISE DAS CARGAS E MÉTODOS DE TREINAMENTO UTILIZADOS NA PREPARAÇÃO FÍSICA DO FUTSAL FEMININO AMAZONENSE

Palavras-chave: Suplementos Alimentares, Musculação, Academia de Ginástica.

Atividade física. Sexo Capital Total n % IC 95%

EDUCAÇÃO NUTRICIONAL PARA PRÉ-ESCOLARES DO CENTRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL EM VIÇOSA-MG

A UTILIZAÇÃO DA BANDAGEM CRIOTERÁPICA NA ADIPOSIDADE ABDOMINAL EM MULHERES ENTRE 25 E 30 ANOS

Transcrição:

AVALIAÇÃO DO USO DE SUPLEMENTAÇÃO NUTRICIONAL DE UM GRUPO DE CORREDORES DE RUA DA CIDADE DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-SP Sarah Gouvêa Espanhol¹, Jaciara Portela Nascimento², Érika Lima Rodrigues³ ¹²³Universidade do Vale do Paraíba - UNIVAP Endereço: Av. Shishima Hifumi, 2911 - Urbanova CEP: 12244-000 São José dos Campos SP Fone/Fax:(12)3947-1044 sarahespanhol@gmail.com; jaciaraportela2010@hotmail.com; erikalima@yahoo.com Resumo Este estudo tem como objetivo principal a avaliação do uso de suplementos nutricionais de um grupo de indivíduos de ambos os sexos, praticantes de corrida de rua da cidade de São José dos Campos - SP. A amostra foi composta por 20 praticantes, na faixa etária entre 28 e 57 anos, sendo 14 do sexo masculino e 6 do feminino. A avaliação foi feita através de um questionário adaptado de consumo de suplementos e a avaliação do estado nutricional através do consumo alimentar por um registro de três dias e dados antropométricos.os resultados da avaliação do uso de suplementos indicaram os mais utilizados pelos corredores como os Complexos vitamínicos, vitaminas isoladas, Whey protein maltodextrina e BCAA (aminoácido de cadeia ramificada). As calorias da dieta foi calculado a partir do registro de 3 dias, indicaram que 13 indivíduos consumiam menos que o recomendado.o Índice de Massa Corporal (IMC) foi realizado e 71% dos homens estão com seu peso adequado a altura e as mulheres 50%.O percentual de gordura corporal dos corredores do sexo masculino prevaleceu sendo menor que os das mulheres que classificaram acima da média. Palavras-chave: nutrição esportiva, corredores de rua, suplementação, estado nutricional Área do Conhecimento: Nutrição Introdução A nutrição relacionada ao esporte envolve a aplicação de diversos princípios dessa ciência para manter o atleta saudável e aumentar o rendimento esportivo. Pesquisas possibilitam o aperfeiçoamento da interação entre a dieta e o rendimento do esforço físico. A nutrição adequada também otimiza os depósitos de energia para o período de competição, aumentando o desempenho das atividades físicas, a capacidade para o exercício, favorecendo o que pode ser a diferença entre o 1º e o 2º lugar, tanto em provas de resistência como de velocidade, no caso das corridas (GUERRA et.al., 2006). Diferente dos atletas, que fazem do esporte a sua profissão e completam uma maratona, os corredores de rua recreacionais praticam treinos regulares com vários interesses que vão desde a promoção da saúde, a estética, a integração social, a fuga do estresse da vida moderna, e também pelo desejo de manterem-se competitivamente bem classificados (SALGADO,2006) Objetivando melhorar o rendimento físico, os esportistas vêm tornando-se cada vez mais adeptos ao uso de suplementos nutricionais, porém que abre espaço para a utilização indevida dos mesmos, podendo traduzir-se em riscos para a saúde (HALLAK, 2007). Muitos autores classificam os suplementos nutricionais como sendo um dos recursos ergogênicos usados por atletas ou 1

esportistas com intuito de melhorar o rendimento esportivo ( TIRAPEGUI,2005). Segundo Bacurau (2001), não existe classificação de suplementos esportivos que seja adotada de modo unânime entre os diversos pesquisadores. Entretanto, recentemente, a American Dietetic Association (ADA), a Canadian Dietetic Association (CDA) e o American College of Sports Medicine (ACSM) (2009) assumiram que a segurança dos recursos ergogênicos relacionados à nutrição permanecem em questão e destacaram a classificação destes produtos em quatro categorias: Aqueles que podem funcionar conforme alegado. P.ex: creatina, cafeína, isotônicos, barras e géis esportivos, suplementos à base de aminoácidos e proteínas e bicarbonato de sódio; Aqueles que podem funcionar conforme alegado, porém com evidências insuficientes no momento da sua eficácia, no que tange ao aumento do desempenho esportivo e melhora da saúde geral. São eles: glutamina, HMB (bhidroxi bmetilbutilrato), colostro, ribose; Aqueles que não desempenham funções como alegam e aqui está incluída a maioria dos suplementos comercializados atualmente, P.ex: Aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA), carnitina,picolinato de cromo, coenzima Q10, ácido linoléico conjugado (CLA),triglicerídeo de cadeia média (TCM),entre outros. Aqueles que são perigosos, banidos pelo COI ou ilegais e,portanto, não devem ser usados.p.ex: esteróides anabólicos, Tríbulus terrestris, efedrina, hormônio do crescimento (GH) (Goston,2009) O aumento de praticantes de corrida no município de São José dos Campos, associado ao aumento da oferta de diferentes suplementos no mercado, despertou em realizar este estudo que tem como objetivo principal avaliar o consumo de suplementos e como objetivo secundário avaliar o estado nutricional desses praticantes permitindo assim realizar uma palestra educativa. Metodologia O estudo foi realizado com 20 voluntários de ambos os sexos com idade entre 28 e 57 anos, que praticam corridas de rua e treinam três vezes na semana (segunda, quarta e sexta), com duração de uma hora e meia no período noturno no Centro Poliesportivo João do Pulo. Todos os participantes assinaram um termo de consentimento livre esclarecido, de acordo com as normas éticas exigidas pela Resolução n.l96/outubro de 1996 (Conselho Nacional de Saúde). Até o dado momento, priorizamos os indivíduos que entregaram todos os questionários respondidos e alcançamos um número total de 20 pessoas no estudo. Os dados foram obtidos utilizando um questionário de suplementação contendo questões abertas como: nome, idade, tipo de atividade praticada, quantas vezes por semana, há quanto tempo, objetivo da prática de atividade física e questões fechadas: informações dos suplementos utilizados, se o uso é antes, durante ou após a atividade, a indicação, razão para o uso e o tempo que utiliza. Para o levantamento do consumo alimentar utilizou-se de registro de 3 dias sendo um dia de final de semana. As medidas caseiras foram convertidas em gramas e mililitros para a análise quantitativa. Os cálculos das dietas para avaliar a ingestão de macro e micronutrientes e calorias foram feitos com auxílio do software Ava Nutri. Para determinar a necessidade energética destes indivíduos, foi utilizada a equação de predição de necessidade estimada de energia em quatro níveis de atividade física, segundo a Dietary References Intakes.Os valores 1,25 para homens e 1,27 para mulheres foram adotados como coeficientes de atividade física de nível ativo. (DRI, 2002). Realizou-se o levantamento antropométrico, que visa estabelecer a composição corporal, utilizando medidas de peso corporal, estatura e três dobras cutâneas de todos os corredores. Estas medidas foram tomadas sempre antes do treinamento, no período noturno. O peso corpóreo foi obtido usando-se uma balança da marca Fiziola e capacidade de 150kg. Para a medida de estatura, foi utilizado uma fita métrica da marca Misura per Sarti de 1,50cm de comprimento fixada na parede com uma distancia de 50cm do chão sem rodapés. A partir destes dados, foi calculado o índice de massa corporal (IMC), classificado conforme os pontos de corte estabelecidos para adultos e de idosos pela Organização Mundial da Saúde (WHO, 2004). Na avaliação das dobras cutâneas nos homens foi avaliado: tríceps, supra-ilíaca e abdominal, e nas mulheres: abdominal, supra-ilíaca, e coxa, utilizou-se adipômetro, marca Lange (EUA), com sensibilidade em milímetros. Cada dobra cutânea foi medida três vezes em forma de circuito, sendo 2

considerada como valor final a média entre os três registros. Para o cálculo da densidade corporal (DC), foi utilizada a equação segundo Guedes, que utiliza o somatório de 3 dobras para homens e mulheres.para converter a densidade corporal em percentual de gordura corporal (%GC), foi utilizada a seguinte fórmula segundo SIRI: %GC = [(4,95/DC) 4,50] x 100). A coleta dos dados antropométricos foi realizada no Centro Poliesportivo pelas próprias pesquisadoras. Tabela 1 - valores padrão de gordura corporal para indivíduos saudáveis (valores não específicos para atletas) Fonte: Tirapegui,2005 Resultados HOMENS MULHERES Risco < OU = 5% < OU = 8% Abaixo da média 6 14% 9 22% Média 15% 23% Acima da média 16 24 24 31 Fizeram parte do estudo 20 corredores, sendo 14 homens e 6 mulheres, a faixa etária dos homens variou de 32 a 57 e as mulheres 28 a 53 anos.quanto ao grau de escolaridade,foi verificado que 55%, concluíram o ensino superior e o restante o segundo grau. A renda mensal dos participantes em ambos os sexos variou de 4 a 10 salários mínimos. Todos os indivíduos avaliados treinam três dias na semana com duração de uma hora e meia, e além da corrida 3 mulheres (50%) e 6 homens (42,8%) relatam freqüentar academia. Os homens tiveram uma quantidade superior de tempo (10 a 20 anos) que praticam a corrida em relação as mulheres ( 2 anos).a ingestão média de liquídos pelos corredores foi de 2 a 3 litros. Dos 20 indivíduos, 7 fazem o uso de suplementos nutricionais,representando um total de 35%.Em relação ao tipo de suplemento destaca-se como os mais citados BCAA,Complexos vitamínicos, vitaminas isoladas, Whey protein,e maltodextrina. Tabela 2 Valores de energia encontrados comparados com a ingestão alimentar de referência (DRI) N= 20 Mulheres (6) Homens (14) Valores de energia encontrados (kcal) 1886 ----- 2745kcal Necessidade energética DRI 2125 ---- 2412 1820 ----- 2855kcal 2192 ----2425 Tiveram uma média de consumo de 2 a 3 diferentes tipos de suplementos.houve uma variação no tempo em que utilizam os suplementos de 3 meses a 3 anos. As respostas para a possível indicação destes suplementos foram variadas, mais prevaleceu a indicação pelos vendedores de loja e iniciativa própria, tendo como principal razão para o uso, aumentar a energia,performance atlética. Em relação ao consumo de calorias da dieta e a necessidade calculada encontramos 65% dos indivíduos do estudo ingerem menos calorias do que o recomendado. (tabela 2). Verificou-se que 71% dos homens ingerem menos calorias e 50% das mulheres ingerem mais. A avaliação dos carboidratos, proteínas e lipídeos da dieta dos participantes foi diferenciada entre os sexos.os homens mantiveram a % mais adequada dos macronutrientes em relação as mulheres,podendo ser analisado na tabela 3. N= 20 Tabela 3 Distribuição energética de macronutrientes Mulheres (6) Homens (14) Carboidratos Min. Max.(%) Proteina Min.Max.(%) 52,1 ----76,2 16,1 ---- 20 46 ---- 70,2 10,5 ---- 17 Lipídeos Min.Max.(%) 20,5 --- 40,1 13,6 --- 30,2 3

No gráfico 1, é possível verificar em % a quantidade de indivíduos e a classificação do Índice de Massa Corpórea em ambos os sexos. Gráfico 1 : Classificação IMC 80 60 40 20 0 BP E PO O Feminino Masculino BP = Baixo peso;e = Eutrofia; PO = Pré obeso;o = Obeso A porcentagem de gordura encontrada nos homens variou de 10,7% a 19,1% e nas mulheres 28,6% a 32,4% sendo valores mínimos e máximos. Os homens prevaleceram com um índice menor indicando uma baixa % de gordura em relação as mulheres. Na tabela 1 são apresentados valores padrão de gordura corporal para indivíduos saudáveis. Argumenta-se que quantidades abaixo desses valores (5 e 8%) podem comprometer algumas funções fisiológicas e metabólicas do organismo. Discussão A mídia hoje em dia tem tido forte influência nas escolhas dos praticantes, além da facilidade de se obter no mercado todo e qualquer tipo de suplemento, sem qualquer prescrição médica ou nutricional (SANTOS e BARROS 2002). Os suplementos mais mencionados no estudo foram os complexos vitamínicos, vitaminas isoladas, Whey protein, maltodextrina e BCAA (aminoácido de cadeia ramificada).sendo que o BCAA tem como prioridade auxiliar no aumento da massa muscular não é indicado para dar energia ao indivíduo porque não é um carboidrato.e como a maioria das respostas a respeito da indicação é de vendedores de loja imagina-se ter sido esse o foco para a venda do produto. Os praticantes de atividade física regular buscam através dos suplementos uma maneira de aumentar a massa muscular e de melhorar a resistência com isso muitos fazem o uso de mais de um suplemento alimentar. (LINHARES et.al.2006).os corredores deste estudo tiveram uma média de consumo de 2 a 3 diferentes tipos de suplementos. Durante o treinamento de alta intensidade, deve ser ingerida quantidade adequada de energia para a manutenção do peso corporal, com o intuito de maximizar os efeitos do treinamento e manter a saúde. Baixa ingestão de energia pode resultar em perda de massa muscular, disfunção menstrual, aumento do risco de fadiga e, conseqüentemente, comprometimento do rendimento atlético (BACURAU, 2009). Os valores de consumo energético da população estudada mostraram-se inadequados tanto nos homens quanto nas mulheres. Dietas com teor energético muito baixo e, especificamente, com baixo teor de carboidratos, resultam em baixas reservas de glicogênio nos músculos e podem provocar fadiga e debilitação do desempenho de atletas e esportistas com regimes de treinamento semanais extenuantes (BURK, 2007). Em relação aos macronutrientes os homens estão mais próximos dos recomendados. A composição corporal pode ser indicador indireto sobre o estado nutricional. Os homens do estudo apresentaram menor porcentagem de gordura do que as mulheres, pelo fato do tempo de prática de corrida que prevalece na população masculina. Na classificação do IMC, encontramos mais homens do que mulheres eutróficos (peso adequado a altura), porém esse tipo de avaliação não deve ser adotado como único critério de avaliação, pois este não leva em consideração a massa muscular do indivíduo, que pode pesar mais que a massa gorda. O consenso geral estabelece que pessoas fisicamente ativas, que se exercitam para promoção da saúde, recreação ou estética, não necessitariam de nutrientes adicionais além daqueles obtidos por meio da alimentação balanceada e diversificada. Estes indivíduos só deveriam consumir suplementos em situações especiais sob prescrição de profissionais competentes: médicos e nutricionistas da área esportiva (DSBME, 2003; BRASIL, 2008). Conclusão Diante do elevado consumo e dos diversificados suplementos nutricionais disponíveis no mercado, é extremamente preocupante sob o ponto de vista nutricional o esclarecimento sobre as conseqüências do uso indiscriminado dessas substancias bem como a real necessidade de regulamentações mais rigorosas para a comercialização de tais 4

produtos, não só no que diz respeito a sua prescrição mas também no que diz respeito a sua eficiência e segurança. Os dados obtidos no presente estudo apontam para a necessidade de um suporte contínuo de profissionais de nutrição nos esportes, em especial na corrida, tendo em vista que comportamentos nutricionais inadequados, como evidenciados neste estudo, podem influir negativamente nos resultados finais de desempenho. Referências BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria da Vigilância Sanitária. Consulta pública n. 60 de 13 de novembro de 2008. Regulamento técnico de Alimentos para atletas. Disponível em:http://www4.anvisa.gov.br/base/visadoc/c P/CP%5B24416-1-0%5D.PDF >. Acesso em: 12 abr. 2011. BACURAU, R.F.P. Nutrição e Suplementação Esportiva.6ed. São Paulo: Phorte,2009.284 p BASSIT, R.A; MALVERDI, M.A. Avaliação Nutricional de Triatletas. 1998, disponível em:<http://www.edulife.com.br/dados%5carti gos%5cnutricao%5cnutricao%20esportiva% 20e%20Suplementacao%5CAvaliacao%20nut ricional%20de%20triatletas.pdf>. BRAGGION, G.F. Suplementação alimentar na atividade física e no esporte: aspectos legais na conduta do nutricionista. Nutrição Profissional. 2008. Disponível em: <http://www.frnutri.com.br/dbarquivos/5f758b3 6b337dbcecef6ca26e915c20f.pdf>. BRITO, C.J.; MARINS, J.C.B. Caracterização das práticas sobre hidratação em atletas da modalidade de judô no estado de Minas Gerais. R. bras. Ci e Mov. 2005; 13(2): 59-74. Disponível<http://portalrevistas.ucb.br/index.p hp/rbcm/article/viewfile/626/638>. Burke L. Middle-and long-distance running. In: Burke L. Practical aports nutrition. Austrália: Human Kinetics, 2007;109-39. COSTA, R. F. Composição corporal: teoria e prática da avaliação. São Paulo: Manole, 2001.p. 40,41,42. CUPPARI, L. Guia de Nutrição: nutrição clínica no adulto. São Paulo:Manole, 2006. p.5,20,71, 84-85, 155-1 56 e 185. CRUZ, M. A. E.; CABRAL, C. A. C.; MARINS, J. C. B. Nível de conhecimento e hábitos de hidratação dos atletas de Mountain Bike. Fitness and Performance Journal, v. 8, n. 2, p. 79-89, 2009. DURAN, A.C.F.L., LATORRE, M.R.D.O., FLORINDO, A.A., JAIME, P.C. Correlação entre consumo alimentar e nível de atividade física habitual de praticantes de exercícios físicos em academia. R. bras. Ci.e Mov. 2004; 12(3): 15-19. Disponível em: http://portalrevistas.ucb.br/index.php/rbcm/ar ticle/viewfile/568/592. DIRETRIZ DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA DO ESPORTE DSBME. Modificações dietéticas, reposição hídrica, suplementos alimentares e drogas: comprovação de ação ergogênica e potenciais riscos para saúde. Rev Bras Med Esporte, v. 9, n. 2, p. 43-56, 2003. GUEDES, D.P. Estudo da gordura corporal através da mensuração dos valores de densidade corporal e da espessura de dobras cutâneas em universitários. In: COSTA, R. F. Composição corporal: teoria e prática da avaliação. São Paulo: Manole, 2001. GUERRA, T.; KNACKFUSS, M.; SILVEIRA, C. Avaliação da composição corporal, nível de hemoglobina e perfil nutricional de atletas de handebol. Fitness & Performance Journal, v.5, n.5, p. 277-281, 2006. ade de Belo Horizonte, MG, Brasil. Rev Bras Med Esporte, Niterói, v. 17, n. 1, Feb. 2011Availablefrom<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517869220110 00100002&lng=en&nrm=iso>.access on 10 fev.2011. http://dx.doi.org/10.1590/s1517869220110001 00002. GOSTON,J.L;CORREIA,M.I.T.D.Suplementos Nutricionais:Histórico, Classificação, Legislação e Uso em Ambiente Esportivo.Disponível em: http://www.nutricaoempauta.com.br/view.php? page=nutricao_esporte&p=3 HALLAK, A.; FABRINI, S.; PELÚZIO, M. Avaliação do Consumo de Suplementos Nutricionais em Academias da Zona Sul de 5

Belo Horizonte, MG, Brasil. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. v. 1, n. 2, p. 55-60, Mar/Abril, 2007. JESUS E.V;SILVA M. D. B. Suplemento alimentar como recurso ergogenico por praticantes de musculação em academias. Anais do II Encontro de Educação Física (NEPEF),2008.Disponívelem:<http://www.ufpi. br/subsitefiles/def/arquivos/files/suplement O%20ALIMENTAR%20COMO%20RECURSO %20ERGOGENICO%20POR%20PRATICAN TES%20DE%20MUSCULAO%20EM%20ACA DEMIAS.pdf>.Acesso em 20 de outubro de 2010 número de provas e de praticantes. Conexões 2006;4:100-9. TIRAPEGUI, J.Nutrição, Metabolismo e Suplementação na Atividade Física. São Paulo: Atheneu, 2005.350 p WORLD HEALTH ORGANIZATION. BMI Classification. Disponível em: <http://apps.who.int/bmi/index.jsp?intropage=i ntro_3.html>. Acesso em: 24 out.2010. LOLLO, P.C.B; TAVARES, M.C.G.C.F. Perfil dos consumidores de suplementos dietéticos nas academias de ginástica de Campinas, SP.Disponível em www.http://www.efdeportes.com/.com.br Acesso em 5 de setembro de 2010 MARCONDELLI. P, COSTA, T.H. M; SCHMITZ, B.A.S. Nível de atividade física e hábitos alimentares de estudantes do 3º ao 5º semestre da área da saúde da Universidade de Brasília. Universidade de Brasília; 2004. MATSUDO,S.M.M; ALMEIDA,V.S. Perfil dos corredores de rua do estado de São Paulo e as lesões a que estão sujeitos.2003 PANZA, V.P. Consumo alimentar de atletas: reflexões sobre recomendações nutricionais, hábitos alimentares e métodos para avaliação do gasto e consumo energéticos. Rev. Nutr., Campinas, v.20, n.6, Dec. 2007.Availabl efrom<http://www.scielo.br/scielo.php?script=s ci_arttext&pid=s141552732007000600010&ln g=en&nrm=iso>. ROGATTO, G. P; LUCIANO, E. Influência do Treinamento Físico Intenso Sobre o Metabolismo de Proteínas. 2001. Disponível em:<http://www.emersonalmeida.com.br/pesq uisas/arogatto2.pdf>. SAPATA,K.B; FAYH, A.P.T; OLIVEIRA, A. R. Efeitos do consumo prévio de carboidratos sobre a resposta glicêmica e desempenho. Rev Bras Med Esporte, Niterói, v. 12, n. 4, Aug. 2006. Availablefrom <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_art text&pid=s151786922006000400005&lng=en &nrm=iso>. SALGADO MJVV, CHACON-MIKAHIL MPT. Corrida de rua: análise do crescimento do 6