METODOLOGIA DE ENSINO: UM ESTUDO DA DISCIPLINA DE PERÍCIA CONTÁBIL NO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DA UNESC-CRICIÚMA/SC.



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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE UNESC CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO EM DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR LEONEL LUIZ PEREIRA METODOLOGIA DE ENSINO: UM ESTUDO DA DISCIPLINA DE PERÍCIA CONTÁBIL NO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DA UNESC-CRICIÚMA/SC. CRICIÚMA, SETEMBRO DE 2008.

LEONEL LUIZ PEREIRA METODOLOGIA DE ENSINO: UM ESTUDO DA DISCIPLINA DE PERÍCIA CONTÁBIL NO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DA UNESC-CRICIÚMA/SC. Monografia Apresentada à Diretoria de Pós- Graduação da Universidade do Extremo Sul Catarinense UNESC, para obtenção do título de especialista em Didática e Metodologia do Ensino Superior. Orientador: Prof Msc. Adilson Pagani Ramos. CRICIÚMA, SETEMBRO DE 2008.

Dedico esta monografia a minha esposa, que apoiou e soube compreender minhas ausências e aos meus filhos, Leonardo e Letícia.

AGRADECIMENTOS A DEUS, por ter me dado força, saúde e coragem, para enfrentar as dificuldades da vida. A minha esposa e meus filhos pelo amor e compreensão. Aos colegas de curso, pelas amizades construídas. Aos professores do curso de Didática Metodologia do Ensino Superior, pela socialização do conhecimento. Ao meu amigo e orientador Profº Msc. Adilson Pagani Ramos, pelos ensinamentos passados. E, por fim, agradeço a todos aqueles que direta ou indiretamente, colaboraram para a realização de nosso objetivo. Que DEUS ilumine a todos!

RESUMO A contabilidade como ciência social tem um papel de grande importância para sociedade, pois, o profissional da contabilidade quando no uso de sua real função e ética, contribui para seu desenvolvimento. Diversas são as áreas de atuação deste profissional, e, uma das principais é a Perícia Contábil. Porém, nota-se que atualmente poucos procuram explorá-la. Assim, o presente trabalho através de uma pesquisa exploratória, com os acadêmicos da última fase do segundo semestre de 2004 do curso de Ciências Contábeis da Universidade do Extremo Sul Catarinense UNESC procurou levantar a causa de tal desinteresse, abordando: A carga horária e a forma metodológica de ensino aplicada à disciplina de Perícia. Após análise dos dados levantados contatou-se que, para a Perícia Contábil ser mais explorada, duas mudanças devem ocorrer e estão ligadas diretamente ao plano de ensino: onde 60,87% dos entrevistados apontam que devem ser mostrados com mais situações práticas, a importância e o mercado da Perícia Contábil e levar os acadêmicos a contatos diretos com o que acontece no campo de trabalho, ainda, com 69,57%, constatou-se a carga horária da disciplina deva ser elevada. Baseado no que foi analisado e pesquisado percebe-se que o curso de Ciências Contábeis da UNESC, deve elevar a carga horária da disciplina, bem como incrementar o plano de ensino. Sugere-se então que o plano de ensino contemple: Interpretações de decisões judiciais, análise das peças processuais, levantamento de haveres (cálculos), mercado de trabalho e responsabilidades do Perito. Quanto à carga horária sugere-se que seja elevada para 108 créditos, a exemplo da disciplina de Auditoria Contábil. Isto certamente contribuirá para ampliar o conhecimento dos acadêmicos e será um diferencial para o próprio curso de Ciências Contábeis. Palavras-chave: Perícia Contábil. Metodologia de ensino. Carga horária.

LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Idade com que as pessoas estão ingressando na Universidade... 36 Gráfico 2: Porque a escolha pelo Curso de Ciências Contábeis... 37 Gráfico 3: Satisfação dos acadêmicos com a Grade Curricular... 38 Gráfico 4: Satisfação dos acadêmicos com relação a carga horária das disciplinas do curso de Ciências Contábeis... 39 Gráfico 5: Satisfação dos acadêmicos com relação à carga horária da disciplina de Perícia Contábil... 40 Gráfico 6: Opinião dos acadêmicos com relação à carga horária necessária para a disciplina de Perícia Contábil... 41 Gráfico 7: Opinião dos acadêmicos com relação à metodologia aplicada à disciplina de Perícia Contábil... 42 Gráfico 8: Opinião dos acadêmicos com relação à metodologia x carga horária para despertar o interesse pela área da Perícia Contábil... 43 Gráfico 9: Opinião dos acadêmicos sobre o que está faltando para despertar o interesse pela área da Perícia Contábil... 44

LISTA DE ABREVIATURAS CFC - Conselho Federal de Contabilidade NBC - Normas Brasileiras de Contabilidade NBC P2 - Normas Profissionais do Perito NBC T13 - Normas Técnicas sobre a Perícia Contábil

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 08 1.1 Justificativa do Trabalho... 09 1.2 Objetivos do Trabalho... 12 1.2.1 Geral... 12 1.2.2 Específico... 12 1.2.3 Estrutura de Apresentação do Trabalho... 13 2 A HISTÓRIA DA CONTABILDIADE... 14 2.1 Contabilidade do Mundo Antigo... 15 2.2 Contabilidade do Mundo Medieval... 18 2.3 Contabilidade do Mundo Moderno... 20 2.4 Contabilidade do Mundo Científico... 22 3 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO CURRÍCULO DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS NO ENSINO SUPERIOR... 24 4 PERÍCIA... 30 4.1 Seus Conceitos e Algumas Classificações... 30 4.2 Perito Contador... 32 4.2.1 Conceitos de Perito... 32 4.3 Evolução Histórica da Perícia... 33 5 APRESENTAÇÃO DOS DADOS DE ESTUDO... 36 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 46 REFERÊNCIAS... 48 ANEXOS... 50 APÊNDICES... 83

8 1 INTRODUÇÃO Sabe-se que o campo de atuação do profissional contábil é amplo, porém, ainda pouco explorado. No entanto observa-se um processo de mudança desta situação. Os cursos de Ciências Contábeis nas Instituições de Ensino Superior estão procurando preparar profissionais cada vez mais capacitados e conscientes da importância do constante aprimoramento e aperfeiçoamento profissional. O que a sociedade realmente precisa são de profissionais altamente qualificados, tendo em vista a alta competitividade e sua responsabilidade para com esta. O verdadeiro profissional amplia seus horizontes de conhecimentos nas diversas áreas, e procura estar informado de tudo o que acontece, principalmente naquela de sua formação, pois, as mudanças ocorrem muito rapidamente. A formação universitária habilita o acadêmico para o desempenho da sua profissão. O desenvolvimento das suas habilidades ocorre com o efetivo exercício dela. O crescimento profissional é mérito do esforço individual. Apesar dos esforços das Instituições Ensino Superior no sentido de capacitar seus acadêmicos, nota-se que algumas áreas de atuação do profissional da contabilidade ainda são pouco exploradas, dentre eles cita-se o campo da Perícia Contábil, cujo mercado de trabalho é amplo, exigente e competitivo.

9 Foi com propósito de não saber exatamente por que este importantíssimo ramo da contabilidade ainda é pouco explorado, que se procurou desenvolver este estudo. 1.1 Justificativa do trabalho O que se pretende com esta pesquisa é diagnosticar se a carga horária e a forma metodológica de ensino aplicada à disciplina de Perícia do curso de Ciências Contábeis da UNESC - Criciúma/SC, é suficiente para fazer despertar nos acadêmicos do curso o interesse pela exploração deste ramo da contabilidade, fazendo assim, com que este possa ser mais difundido e conhecido. Nota-se que atualmente poucos profissionais procuram explorá-lo. Assim, a idéia deste pesquisador é de realmente contribuir para que isso aconteça e de que cada vez mais novos profissionais surjam nesta área, pois, assim, seu reconhecimento e valorização crescerão ainda mais. A contabilidade como ciência social tem um papel de grande importância para sociedade, pois, o profissional da contabilidade quando no uso de sua real função e ética, contribui para o desenvolvimento da sociedade em geral. Entende-se que um dos principais ramos da contabilidade é a Perícia Contábil. Segundo a resolução 858/99 do Conselho Federal de Contabilidade, perícia é o conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de laudo sobre questões contábeis, mediante exame, vistoria,

10 indagações, arbitramento, avaliação ou certificação uma vez que, o papel do profissional da área é de extrema importância, tendo em vista que seu trabalho tem como foco o patrimônio das pessoas. Este profissional atua como auxiliar da justiça. Art. 139 do código civil São Auxiliares do juízo, o oficial de justiça, o perito... É com base neste ramo da contabilidade e na relevância do papel do profissional da contabilidade que se resolveu estudar como se dá preparação, seu despertar para exploração deste ramo da contabilidade. Ramo este que ainda tem muito a ser explorado e que ainda é carente de profissionais realmente capacitados. Com base nas colocações anteriores, procurou-se estudar dentro do curso de Ciências Contábeis da UNESC - CRICIÚMA/SC, a disciplina de Perícia Contábil, conhecendo sua ementa, seu objetivo, o conteúdo programático e a metodologia de ensino aplicada. Através deste estudo será possível encontrar algumas respostas ou até mesmo contribuir para que este ramo da contabilidade venha ou passe a ser mais explorado, difundido. E, desta forma, os futuros acadêmicos verão a disciplina como uma grande oportunidade de negócio. O que realmente se buscou estudar e entender são as razões pelas quais os profissionais da contabilidade não buscam conhecer o ramo da perícia contábil. Como norte na descoberta de respostas, traçou-se algumas questões que servirão de orientação: do curso que escolheram? a) Os atuais acadêmicos de Ciências Contábeis realmente gostam b) Tem consciência da opção pelo Curso de Ciências Contábeis?

11 c) As importâncias dos diversos ramos da contabilidade estão sendo discutidas pelos professores e acadêmicos? d) A metodologia atualmente aplicada na disciplina de Perícia Contábil e a carga horária estão estimulando o interesse dos acadêmicos? Assim, pretende-se responder de forma clara, a pesquisa, mas, provisoriamente algumas respostas poderiam ser dadas. a) Ao longo dos cinco anos de vida acadêmica, pode-se verificar através de muitas conversas com colegas do curso que, suas intenções eram meramente a procura pelo título de formação em nível superior, não existia por parte de alguns qualquer afinidade e atração pelo curso escolhido. b) Observa-se que atualmente os jovens estão chegando mais cedo às universidades, ou seja, entre os 16 e 18 anos, fase em que seus pensamentos não estão totalmente voltados para o senso de responsabilidade. c) Pelo que se pode observar durante a vida acadêmica, alguns dos professores não comentam o assunto. Com base nesta vivência pode-se dizer que tal abordagem deveria ser mais discutida, a fim de orientar e esclarecer os acadêmicos sobre a importância do curso e da profissão escolhida, seus ramos de atuação, fazendo inclusive um comparativo das oportunidades de mercado. d) Neste momento não se pode comentar a respeito desta indagação, pois, a resposta somente será encontrada ao final das investigações. E, exclusivamente com base nos resultados, se chegará à conclusão, podendo-se então se for necessário, contribuir para que a metodologia atual possa ser

12 aprimorada e que a carga horária venha a ser ampliada. Fazendo assim com que os acadêmicos se sintam mais atraídos pela Perícia Contábil. Com estas simples indagações, pode-se verificar que muito há de ser ainda respondido e descoberto com a pesquisa, mas, uma certeza é real e verdadeira: a procura por métodos que passam contribuir para fazer com que os acadêmicos procurem conhecer e passam a se interessar por este ramo da contabilidade. 1.2 Objetivos do trabalho 1.2.1 Geral Estudar a metodologia de ensino aplicado na disciplina de Perícia Contábil, no curso de Ciências Contábeis da UNESC Criciúma/SC. 1.2.2 Específicos Identificar se a metodologia aplicada à disciplina de Perícia Contábil, na UNESC Criciúma está sendo suficiente para despertar no aluno o interesse, pela área de Perícia Contabil; Reconhecer a satisfação dos acadêmicos em relação à disciplina; Levantar sugestões para a ementa; Analisar se o total de carga horária é suficiente para provocar o interesse dos acadêmicos.

13 1.2.3 Estrutura de Apresentação do Trabalho O trabalho está organizado em cinco capítulos, com os assuntos fundamentais, organizados de forma clara, simples e objetiva. No primeiro capítulo apresenta-se a introdução e considerações do tema investigado e define o escopo do trabalho. No segundo capítulo trará a história da contabilidade em alguns de seus mundos, enfatizando suas formas de aplicação e evolução ao longo da história. O terceiro capítulo abordará a evolução histórica do currículo do curso de ciências contábeis no ensino superior, contemplando suas adaptações ao mundo moderno. O quarto capítulo apresentará uma breve explanação sobre a Perícia Contábil, seus conceitos, classificação e trará a tona o Perito Contábil. O quinto e último capítulo tratará do enfoque principal do trabalho, onde será apresentando o resultado da pesquisa realizada e algumas sugestões para a ementa da disciplina de Perícia Contábil, no curso de Ciências Contábeis da UNESC. Pretende-se com este trabalho, contribuir para o emprego de novas metodologias de ensino na disciplina de Perícia Contábil do curso de Ciências

14 Contábeis da UNESC, e, desta forma, também fazer com que os acadêmicos passem a pesquisar, estudar e desenvolver a atividade da Perícia Contábil. 2 A HISTÓRIA DA CONTABILIDADE A Contabilidade existe desde os primórdios da civilização e, durante um longo período, foi tida como a arte da escrituração mercantil. Utilizava técnicas específicas, que se foram aperfeiçoando e especializando, sendo algumas delas aplicadas até hoje. Apesar da origem milenar da contabilidade, identificada por historiadores como praticada em tempos remotos da civilização, embora de forma rudimentar e não sistematizada. Com a produção da riqueza por parte do homem foram surgindo técnicas para controlar e preservar os seus bens. Dessa maneira inicia-se a história da contabilidade, que segundo historiadores e estudiosos, se divide em quatro períodos:

15 2.1 Contabilidade do Mundo Antigo Período que se inicia com a civilização do homem e vai até 1202 da Era Cristã, quando apareceu o Liber Abaci, ou seja, o Livro do Ábaco ou do cálculo, da autoria de Leonardo Pisano. A Contabilidade empírica praticada pelo homem primitivo, já tinha como objeto, o Patrimônio, representado pelos rebanhos e outros bens nos seus aspectos quantitativos. Os primeiros registros processaram-se de forma rudimentar, na memória do homem. Como este é um ser pensante, inteligente, logo encontrou formas mais eficiente de processar os seus registros, utilizando gravações e outros métodos alternativos. O inventário exercia um importante papel, pois a contagem era o método adaptado para o controle dos bens, que eram classificados segundo sua natureza: rebanhos, metais, escravos. As primeiras escritas contábeis datam do término da Era da Pedra Polida, quando o homem conseguiu fazer os seus primeiros desenhos e gravações. perdurou por vários séculos. Os primeiros controles eram estabelecidos pelos templos, o que

16 Os súmeros-babilônios, assim como os assírios, faziam os seus registros em peças de argila, retangulares ou ovais, ficando famosas as pequenas tábuas de Uruk, que mediam aproximadamente 2,5 a 4,5 centímetros, tendo faces ligeiramente convexas. Uruk foi uma das mais antigas e importantes cidades da Babilônia. Os registros combinavam o figurativo com o numérico. Gravava-se a cara do animal cuja existência se queria controlar e o número correspondente às cabeças existentes. Embora rudimentar, o registro, em sua forma, assemelhava-se ao que hoje se processa. O nome da conta, "Matrizes", por exemplo, substituiu a figura gravada, enquanto o aspecto numérico se tornou mais qualificado, com o acréscimo do valor monetário ao quantitativo. Esta evolução permitiu que, paralelamente à aplicação, se pudesse demonstrar, também, a sua origem. Na antiga Mesopotâmia, mais precisamente da cidade de Ur, encontram-se, em escavações, importantes documentos contábeis: tabela de escrita cuneiforme, onde estão registradas contas referentes á mão-de-obra e materiais, ou seja, Custos Diretos. Isto significa que, há 5.000 anos antes de Cristo, o homem já considerava fundamental apurar os seus custos. O Sistema Contábil é dinâmico e evoluiu com a duplicação de documentos. Os registros se tornaram diários e, posteriormente, foram sintetizados em papiros ou tábuas, no final de determinados períodos sofreram nova sintetização,

17 agrupando-se vários períodos, o que lembra o diário, o balancete mensal e o balanço anual. Já se estabelecia o confronto entre variações positivas e negativas, aplicando-se, empiricamente, o Princípio da Competência. Reconhecia-se a receita, a qual era confrontada com a despesa. Os egípcios legaram um riquíssimo acervo aos historiadores da Contabilidade, e seus registros remontam a 6.000 anos antes de Cristo. A escrita no Egito era fiscalizada pelo Fisco Real, o que tornava os escriturários zelosos e sérios em sua profissão. O inventário revestia-se de tal importância, que a contagem do boi, divindade adorada pelos egípcios, marcava o inicio do calendário adaptado. Inscreviam-se bens móveis e imóveis, e já se estabeleciam, de forma primitiva, controles administrativos e financeiros. As "Partidas de Diário" assemelhavam-se ao processo moderno: o registro iniciava-se com a data e o nome da conta, seguindo-se quantitativos unitários e totais, transporte, se ocorresse, sempre em ordem cronológica de entradas e saídas. Pode-se citar, entre outras contas: "Conta de Pagamento de Escravos", "Conta de Vendas Diárias", "Conta Sintética Mensal dos Tributos Diversos", e outras.

18 Tudo indica que foram os egípcios os primeiros povos a utilizar o valor monetário em seus registros. Usava como base, uma moeda, cunhada em ouro e prata. Os gregos, baseando-se em modelos egípcios, 2.000 anos antes de Cristo, já escrituravam Contas de Custos e Receitas, procedendo, anualmente, a uma confrontação entre elas, para apuração do saldo. Os gregos aperfeiçoaram o modelo egípcio, estendendo a escrituração contábil às várias atividades, como administração pública, privada e bancária. inexistente. Quanto aos romanos, a documentação neste período é quase 2.2 Contabilidade do Mundo Medieval Este período que foi de 1202 da Era Cristã até 1494, quando apareceu o Tratactus de Computis et Scripturis (Contabilidade por Partidas Dobradas) de Frei Luca Paciolo, publicado em 1494, enfatizando que à teoria contábil do débito e do crédito corresponde à teoria dos números positivos e negativos, obra que contribuiu para inserir a contabilidade entre os ramos do conhecimento humano. Estudavam-se, na época, técnicas matemáticas, pesos e medidas, câmbio, e outras. Assim tornava o homem mais evoluído em conhecimentos comerciais e financeiros.

19 Foi um período importante na história do mundo, especialmente na história da Contabilidade, denominado a "Era Técnica", devido às grandes invenções, como moinho de vento, aperfeiçoamento da bússola, e outras, que abriram novos horizontes aos navegadores, como Marco Pólo e outros. A indústria artesanal proliferou com o surgimento de novas técnicas no sistema de mineração e metalurgia. O comércio exterior incrementou-se por intermédio dos venezianos, surgindo, como conseqüência das necessidades da época, o livro-caixa, que recebia registros de recebimentos e pagamentos em dinheiro. Já se utilizavam, de forma rudimentar, o débito e o crédito, oriundos das relações entre direitos e obrigações, e referindo-se, inicialmente, a pessoas. O aperfeiçoamento e o crescimento da Contabilidade foram a conseqüência natural das necessidades geradas pelo advento do capitalismo, nos séculos XII e XIII. O processo de produção na sociedade capitalista gerou a acumulação de capital, alterando-se as relações de trabalho. O trabalho escravo cedeu lugar ao trabalho assalariado, tornando os registros mais complexos. No século X, apareceram as primeiras corporações na Itália, transformando e fortalecendo a sociedade burguesa. No final do século XIII apareceu pela primeira vez a conta "Capital", representando o valor dos recursos injetados nas companhias pela família proprietária. O método das Partidas Dobradas teve sua origem na Itália, embora não se possa precisar em que região. O seu aparecimento implicou a adaptação de

20 outros livros que tornassem mais analítica a Contabilidade, surgindo, então, o Livro da Contabilidade de Custos. 2.3 Contabilidade do Mundo Moderno Período que foi de 1494 até 1840, com o aparecimento da Obra "La Contabilità Applicatta alle Amministrazioni Private e Pubbliche", da autoria de Franscesco Villa, premiada pelo governo da Áustria. Obra marcante na história da Contabilidade. Este período moderno foi à fase da pré-ciência. Devem ser citados três eventos importantes que ocorreram neste período: Em 1493, os turcos tomam Constantinopla, o que fez com que grandes sábios bizantinos emigrassem, principalmente para Itália; Em 1492, é descoberta a América e, em 1500, o Brasil, o que representava um enorme potencial de riquezas para alguns países europeus; Em 1517, ocorreu a reforma religiosa; os protestantes perseguidos na Europa, emigram para as Américas, onde se radicaram e iniciaram nova vida. A Contabilidade tornou-se uma necessidade para se estabelecer o controle das inúmeras riquezas que o Novo Mundo representava. O aparecimento da obra de Frei Luca Pacioli, contemporâneo de Leonardo da Vinci, que viveu na Toscana, no século XV, marca o início da fase moderna da Contabilidade. FREI LUCA PACIOLI escreveu: Tratactus de Computis et Scripturis (Contabilidade por Partidas Dobradas), publicado em 1494, enfatizando que à teoria

21 contábil do débito e do crédito corresponde à teoria dos números positivos e negativos. Pacioli foi matemático, teólogo, contabilista entre outras profissões. Deixou muitas obras, destacando-se a Summa de Arithmética, Geometria, Proportioni et Proporcionalitá, impressa em Veneza, na qual está inserido o seu tratado sobre Contabilidade e Escrituração. Pacioli, apesar de ser considerado o pai da Contabilidade, não foi o criador das Partidas Dobradas. O método já era utilizado na Itália, principalmente na Toscana, desde o Século XIV. O tratado destacava, inicialmente, o necessário ao bom comerciante. A seguir conceituava inventário e como fazê-lo. Discorria sobre livros mercantis: memorial, diário e razão, e sobre a autenticação deles; sobre registros de operações: aquisições, permutas, sociedades, etc.; sobre contas em geral: como abrir e como encerrar; contas de armazenamento; lucros e perdas, que na época, eram "Pro" e "Dano"; sobre correções de erros; sobre arquivamento de contas e documentos, etc. Sobre o Método das Partidas Dobradas, Frei Luca Pacioli expôs a terminologia adaptada: "Per", mediante o qual se reconhece o devedor; "A", pelo qual se reconhece o credor. Acrescentou que primeiro deve vir o devedor e depois o credor, prática que se usa até hoje.

22 A obra de Pacioli não só sistematizou a Contabilidade, como também abriu precedente para novas obras pudessem ser escritas sobre o assunto. 2.4 Contabilidade do Mundo Científico Período que se inicia em 1840 e continua até os dias de hoje. Apresentam, nos seus primórdios, dois grandes autores consagrados: Francesco Villa, escritor milanês, contabilista público, que, com sua obra "La Contabilità Applicatta alle administrazioni Private e Plubbliche ", inicia a nova fase; e Fábio Bésta, escritor veneziano. Os estudos envolvendo a Contabilidade fizeram surgir três escolas do pensamento contábil: a primeira, chefiada por Francesco Villa, foi a Escola Lombarda; a segunda, a Escola Toscana, chefiada por Giusepe Cerboni; e a terceira, a Escola Veneziana, por Fábio Bésta. Embora o século XVII tivesse sido o berço da era científica e Pascal já tivesse inventado a calculadora, a ciência da Contabilidade ainda se confundia com a ciência da Administração, e o patrimônio se definia como um direito, segundo postulados jurídicos. Naquela época, na Itália, a Contabilidade já chegara à universidade. A contabilidade começou a ser lecionada com a aula de comércio da corte, em 1809. Francesco Villa extrapolou os conceitos tradicionais de Contabilidade, segundo os quais escrituração e guarda livros poderiam ser feita s

23 por qualquer pessoa inteligente. Para ele, a Contabilidade implicava conhecer a natureza, os detalhes, as normas, as leis e as práticas que regem a matéria administrada, ou seja, o patrimônio. Era o pensamento patrimonialista. Foi o inicio da fase científica da Contabilidade. Fábio Besta, seguidor de Francesco Villa, superou o mestre em seus ensinamentos. Demonstrou o elemento fundamental da conta, o valor, e chegou muito perto de definir Patrimônio como objeto da Contabilidade. Foi Vicenzo Masi, seguidor de Fábio Besta, quem pela primeira vez, em 1923, definiu Patrimônio como objeto da Contabilidade. Teve, sobretudo, o mérito incontestável de chamar atenção para o fato de que a Contabilidade é muito mais do que mero registro; é um instrumento básico de gestão. Os defeitos da escola Européia tiveram como base, o peso excessivo da teoria, sem demonstrações práticas, sem pesquisas fundamentais: a exploração teórica das contas e o uso exagerado das partidas dobradas, inviabilizando, em alguns casos, a flexibilidade necessária, principalmente, na Contabilidade Gerencial, preocupando-se demais em demonstrar que a Contabilidade era uma ciência ao invés de dar vazão á pesquisa séria de campo e de grupo.

24 3 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO CURRÍCULO DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS NO ENSINO SUPERIOR A contabilidade existe deste os tempos primórdios da civilização, porém, durante um longo período foi tida como a arte da escrituração mercantil. A primeira escola de contabilidade no Brasil se deu na forma de comércio, cujo nome era: Fundação Escola de Comércio Alvares Penteada, seu surgimento foi em 1902, como Escola Prática de Comércio. O Decreto Federal N.º 1399 de Janeiro de 1905, reconheceu de forma oficial os diplomas expedidos pela Escola Prática de Comércio e imediatamente providenciou a organização dos cursos, dividindo-os em dois: um geral e outro Superior. Muitas disciplinas do curso Superior normalmente eram tratadas nos programas da escola, isto fez com que em 1908 naquela mesma fundação fosse criado o Curso Superior de Ciências Comerciais. Em 1931 os Cursos de Contabilidade propriamente ditos foram criados, através do Decreto N.º 20.158, o qual instituiu o Curso Técnico de Contabilidade, este curso teria a duração de dois anos e formaria guarda-livros, um outro curso foi criado para formar Peritos Contadores, cuja duração seria de três anos. Em 1943 o mesmo Decreto criou o Curso Superior de Administração e Finanças da Faculdade de Ciências Econômicas, mais tarde estes cursos foram transformados em cursos médios, garantindo aos formandos o título de Técnico em Contabilidade. No ano de 1945 foi criado o Curso Superior de Ciências Contábeis e Atuariais pela Lei N.º 7.988, sendo que a primeira turma só iniciou em 1949. No ano seguinte surgiu o Conselho Federal de Contabilidade e a Faculdade de Economia e

25 Administração da Universidade de São Paulo, estes contribuíram extraordinariamente para a qualidade do ensino Superior de Contabilidade. Em 1951, a Lei N.º 1.401 desmembrou os curso de Ciências Contábeis e Atuariais, tornando independente o Curso de Ciências Contábeis, isto possibilitou que os concluintes recebam o título de Bacharel em Contabilidade. Juntamente com todas estas mudanças o currículo do curso sofreu algumas modificações, a Escola Prática de Comércio apresentava seu currículo em três anos, o qual estava assim dividido: No primeiro ano disciplinas de Língua Portuguesa, Francês, Inglês ( ou Alemão ), Aritmética, Álgebra, Geometria e Contabilidade com noções gerais de escrituração mercantil. No segundo ano o aluno dava continuidade aos idiomas iniciados e Contabilidade, sendo que nesta última dava ênfase ao Comércio, Finanças, além de Estenografia e Desenho, entrava também em Estudos Geral de Mercadorias. Já no terceiro ano, o aluno tinha Geografia Econômica e Comercial ( incluindo Legislação Industrial, Marítima, com especialidade aduaneira e falência ), Economia Política e Finanças, que englobava desde Estatística até Análise do Sistema Monetário, Operações de Câmbio e Bolas de Valores. Com a criação do Curso de Ciências Contábeis e Atuariais em 1945 a duração do curso passou para quatro anos e seu currículo modificado, assim definido: Primeiro ano: Análise Matemática, Estatística Geral e Aplicada, Contabilidade Geral, Ciência da Administração e Economia.

26 Segundo ano: Matemática Financeira, Ciências das Finanças, Organização e Contabilidade Industrial, Contabilidade Agrícola e Instituições do Direito. Terceiro ano: Matemática Atuarial, Organização e Contabilidade Bancária, Finanças das Empresas, Técnica Comercial e Instituições de Direito Civil e Comercial. Quarto ano: Organização e Contabilidade de Seguro, Contabilidade Pública, Revisões e Perícia Contábil, Instituições de Direito Social, Legislação Tributária e Fiscal. Em 1962 uma outra reforma no currículo foi promovida, também significativa, esta estabelecia o currículo mínimo, dividindo o curso em ciclo de formação básica (Matemática, Estatística, Direito e Economia) e ciclo de formação profissional (Contabilidade Geral, Contabilidade Comercial, Contabilidade de Custos, Auditoria e Análise de Balanços, Técnica Comercial, Administração e Direito Tributário). A próxima reforma no currículo ocorreu 30 anos mais tarde, através da Resolução N.º 3 do Conselho Federal de Educação, a qual fixou os conteúdos mínimos e a duração dos cursos de graduação em Ciências Contábeis, ainda fixando normas para as Instituições de Ensino Superior elaborarem e planejarem os currículos plenos para os curso de Contabilidade, definindo também o perfil do profissional que estas Instituições deveriam formar, visando estimular o conhecimento teórico e prático, permitindo o competente exercício da profissão. Assim, cada Instituição de Ensino definiria o perfil do aluno a ser formado respeitando os indicativos da resolução e as peculiaridades de cada região. Sobre o planejamento curricular, TANIA (2000) escreve, planejamento curricular visa a

27 construir valores e conhecimentos indispensáveis para a formação qualificada e competente do futuro profissional. O currículo pleno é elaborado por disciplinas e outras atividades acadêmicas de forma a atingir o perfil do aluno por ela traçado, as disciplinas deverão ser distribuídas em categorias de conhecimento. Sobre o planejamento curricular. As categorias do conhecimento ficaram distribuídas em três: I- Conhecimentos de Formação Geral de natureza humanística e social, nesta categoria são obrigatórias as seguintes disciplinas: Língua Portuguesa, Noções de Direito, Noções de Ciências Sociais, Ética Geral e Profissional e outras obrigatórias e eletivas, a critério da instituição, tais como: Noções de Psicologia, Filosofia da Ciência, Cultura Brasileira e outras. II- Conhecimentos de Formação Profissional, este por sua vez é subdividido em: a) Conhecimentos obrigatórios de formação profissional básica: Administração Geral, Economia Direito Aplicado (Incluindo Legislação Societária, Comercial, Trabalhista e Tributária), Matemática e Estatística. b) Conhecimentos obrigatórios de formação profissional específica: Contabilidade Geral, Teoria da Contabilidade, Análise das Demonstrações Contábeis, Auditoria, Perícia Contábil, Administração Financeira e Orçamento Empresarial, Contabilidade Pública, Contabilidade e Análise de Custos. c) Conhecimentos eletivos a critérios da Instituição, (Contabilidade Gerencial, Sistemas Contábeis, Contabilidade Aplicada,), dentro da Contabilidade Aplicada são sugeridas nesta resolução disciplinas abrangendo atividade: agrícolas,

28 de seguro, extrativas, sociedades cooperativas, sociedades de previdência privada, instituição de previdência privada, atividade imobiliária, entidades sindicais, sociedades em cota de participações, entre outras. III- Conhecimentos ou Atividade de formação complementar, subdividido em: a) Conhecimentos obrigatórios de formação instrumental: Computação. b) Atividades obrigatórias de natureza prática, a critério da Instituição como: Jogos de Empresas, Laboratório Contábil, Estudos de Casos, Trabalhos de Fim de Curso, Estágio Supervisionado e outros. A resolução estudada ainda estabelece que o curso de graduação em Ciências Contábeis terá duração mínima de 2.720 horas/aulas que serão integralizadas em um máximo de 7 (sete) anos em um mínimo de 4 (quatro) anos no caso de cursos diurnos e de 5 (cinco) anos para cursos noturnos. Como se vê, toda evolução histórica tanto do curso de Ciências Contábeis como de seu currículo, percorreram mais de 70 anos, até chegar a um modelo de currículo que integralize os conhecimentos cognitivos, as teorias e as práticas. Modelo este que deve ser aperfeiçoado e trabalhado constantemente, pois, a escola atual tem a obrigação de quebrar o paradigma da transmissão do conhecimento e de provocar em seus alunos o saber pelo gostar a busca constante pela pesquisa, alunos conhecedores de suas obrigações perante a sociedade a qual pertencem, isto fará com que sejam profissionais críticos e criativos, com idéias inovadoras e de transformação.

29 Como se pode observar a disciplina de Perícia Contábil passou a fazer parte do curricular do curso de Ciências Contábeis, a partir Resolução N.º 3 do Conselho Federal de Educação, a partir desta, as Instituições de Ensino Superior passam a elaborar suas grades curriculares, contemplando as categorias do conhecimento estabelecidas. Baseado na referida Resolução o Curso de Ciências Contábeis da Unesc Criciúma/SC adequou à matriz curricular, passando esta a contemplar a disciplina de Perícia Contábil, atendendo o que dispõe a categoria II, letra b, como se vê no anexo A: A partir de partir de janeiro de 2004, uma nova matriz curricular foi aprovada, conforme Resolução N.º 90/2003, anexo B, do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão, da Universidade do Extremo Sul Catarinense. Cabe aqui informar que a nova matriz curricular, veio a atender a solicitação feita pelo Ministério da Educação e do Desporto, conforme Edital 04/97, anexo C. Com a nova proposta da matriz curricular a disciplina de Perícia passou a denominar-se Perícia Contábil e Investigação, conforme se observa na matriz curricular, anexo D. Diante do que foi visto quanto à contemplação da Perícia nas grades curriculares, como área do conhecimento para formação do Profissional de Contabilidade, cabe então comentar sobre Perícia.

30 4 PERÍCIA 4.1 Seus Conceitos e Algumas Classificações A Perícia pode ser utilizada nas mais diversas áreas do conhecimento humano, como: medicina, direito, engenharia, agrimensura, entre outras. Muitas são as definições encontradas para Perícia nesta pesquisa bibliográfica; chegou-se a encontrar autores que a definem em mais de uma forma, isto leva a crer em sua grande relevância. CABRAL 1 este espetacular doutor no assunto, traz em sua obra vários conceitos, dentre eles o que melhor faz compreender é perícia é a diligência efetuada por perito, a fim de esclarecer ou evidenciar fatos que envolvam necessariamente o saber do especialista. GONÇALVES 2 define: é o exame hábil de alguma coisa realizada por pessoa habilitada ou perito, para determinado fim, judicial ou extrajudicial. Conforme a Resolução do CFC N.º 858/99 3 Perícia Contábil é o conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de laudo sobre questões contábeis, mediante exame, vistoria, indagações, arbitramento, avaliação ou certificação. 1 CABRAL, Alberto Franqueira. Curso de perícia contábil judicial e extrajudicial. Rio de Janeiro: Unigranrio, 2000. p.52. 2 GONÇALVES, Reynaldo de Souza. Peritagem contábil. Rio de Janeiro: Forense, 1968. p.7. 3 Anexo D - NBC T 13

31 Como se vê, muitos são os conceitos sobre Perícia. Pode-se chegar à conclusão que Perícia é a demonstração de dados que foram solicitados ou não pela justiça, os quais a princípio eram fatores conflitantes entre as partes envolvidas, sendo que estas demonstrações ajudarão a definir e resolver. Ao longo da pesquisa foram encontrados vários tipos de Perícias, porém, os comentários serão sobre àquelas que são as mais usuais. judiciário. Perícia Judicial é aquela que tramita no âmbito do poder Supõe-se que em um determinado processo, o juiz após ouvir as partes, verificar os documentos acostados nos autos, ouvir as testemunhas, ainda não se sinta capaz de sentenciar sem antes fazer uma Perícia, pois, precisa verificar de fato a prova cabal a fim de não cometer injustiça. Apesar do juiz ter uma assessoria, da qual poderia utilizar neste momento, isto nem sempre ocorre, em virtude do grande número de processos que tramitam nas Varas Judiciais e do enorme fluxo de atividades deste grupo de assessores. Deixando o juiz de utilizar os serviços de seus assessores é imprescindível à assistência de uma pessoa, então, ele nomeia o perito. Segundo BUENO 4 perito é o sabedor, hábil, prático, que por sua vez tem por finalidade e responsabilidade a função de verificar os fatos, as provas periciais, com a maior e absoluta competência e seriedade, o qual gerará condições para o prosseguimento do processo.

32 Segundo CABRAL 5 A perícia contábil consiste no meio pelos quais pessoas habilitadas, capacitadas e de idoneidade moral, assumem o compromisso de bem e fielmente desempenhar os deveres de seu cargo, na forma e sob as penas da lei. Perícia Extrajudicial É aquela que se dá fora do âmbito do poder judicial, ou seja, não tem a presença da pessoa do juiz, é por vontade das partes. Neste caso, o perito realiza seu trabalho a fim de esclarecer a parte que o contratou. 4.2 Perito Contador O Perito Contador é um profissional em busca da verdade, em busca do levantamento de provas periciais. É o sujeito ativo da Perícia Contábil, que afinal é exclusivamente sua. A palavra perito deriva do latim peritus, do verbo perior, que quer dizer o saber por experiência, experimentar. (grifo nosso) 4.2.1 Conceitos de Perito Perito é a pessoa hábil, competente ou especialista em determinada matéria. O resultado de seu trabalho é expresso através do laudo, isto quando foi nomeado perito oficial do juiz. 4 BUENO, Francisco da Silveira. Minidicionário da língua portuguesa. São Paulo: FTD, 2000. p. 589. 5 CABRAL, op. cit. p. 62-63.

33 O CFC através da NBC P 2, anexo F, traz o seguinte conceito de perito é o Contador regularmente registrado em Conselho Regional de Contabilidade, que exerce a atividade pericial de forma pessoal, devendo ser profundo conhecedor, por suas qualidades e experiência, da matéria pericial. O saudoso jurista Moacyr Amaral Santos apud Ornelas, deixou a seguinte definição de perito 6 (...) é uma pessoa que, pelas qualidades especiais que possui, geralmente de natureza cientifica ou artística, supre as insuficiências do juiz no que tange à verificação ou apreciação daqueles fatos da causa que para tal exijam conhecimentos especiais e técnicos (...). 4.3 Evolução Histórica da Perícia Quando se fala em Perícia, parece que se trata de algo novo, moderno, mas, não foi isto que se observou ao longo desta pesquisa, pois, muitos são os vestígios encontrados. Observam-se indícios de Perícia desde o início da civilização, entre os homens primitivos, quando o líder desempenhava o papel de: juiz, legislador e executor.( grifo nosso ) Na índia, existiam vários problemas para as demarcações dos limites de terras. Foi neste período em que se configurou o árbitro, cujo seu papel era o de fixar tais limites a fim de tentar evitar os confrontos diretos entre as partes envolvidas, fazendo assim, que tal situação não acabasse em guerra, desta forma agindo ao mesmo instante como perito e juiz.

34 Na velha civilização do Egito também são encontrados muitos vestígios sobre Perícia, ficando ainda mais evidenciados com o seguinte fato: Um rei Egípcio chamado Sesóstris havia compartilhado suas terras com os súditos. A distribuição dos lotes de terras era feita por sorteios e os limites se davam pelos acidentes topográficos naturais. Fixavam-se apenas os tributos, os quais eram pagos com as colheitas tiradas da terra. Porém, quando a terra era alagada em conseqüência do aumento do nível de água de algum rio, as pessoas que se achavam lesadas procuravam o rei para expor as dificuldades em pagar os tributos. O rei por sua vez enviava um especialista em geometria e agrimensura, para fazer a mensuração da diminuição do lote de terra; a conseqüência era a imediata redução dos tributos, proporcionalmente à perda obtida. Na Grécia antiga com o surgimento das instituições jurídicas, já se recorria ao conhecimento de pessoas especializadas. Por volta do século XI, com o surgimento dos princípios do direito Romano e da influência da igreja, começaram aparecer os primeiros vestígios de Perícia. A figura do perito ainda era associada a do árbitro. O perito só teve sua figura desvinculada do árbitro após a idade média, com o desenvolvimento jurídico ocidental. A partir do século XVII, a figura foi criada definitivamente; sua finalidade era de auxiliar a justiça. 6 ORNELAS, Martinho Maurício Gomes de. Perícia Contábil. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1995. p. 42.

35 A Perícia Contábil Judicial foi introduzida no Brasil em 1939, pelo Código do Processo Civil, em seus artigos 208 7 e 254 8. Estes dois artigos regulavam a Perícia, nomeação do perito pelo juiz e indicação pelas partes. Mas, somente no segundo Código do Processo Civil Lei N.º 5.869/73, é que a Perícia realmente passou a ter uma legislação clara, ampla e aplicável. Outras leis também estão incluídas no conjunto de atividades periciais, como, as leis trabalhistas e o direito comercial. Segundo FONSECA et al 9 A Perícia Contábil foi legalizada no Brasil, em 1946, com o decreto-lei 9.295/46 10, que criou o Conselho Federal de Contabilidade e definiu as atribuições do contabilista. Como se viu a Perícia não é algo novo, pois mais de 50 anos se passaram depois da sua legalização e um pouco mais tarde passou a fazer parte do currículo do curso superior. Apesar de tantos anos de história nota-se que os profissionais da contabilidade ao se graduarem não exploram com entusiasmo o ramo da Perícia Contábil. Baseado no que foi aqui fundamentado, passa-se a seguir encontrar resposta para o objetivo geral que é: Estudar a metodologia de ensino aplicada a disciplina de Perícia Contábil, no curso de Ciências Contábeis da UNESC Criciúma/SC. Para diagnosticar a metodologia usou-se um questionário com nove questões objetivas e uma discursiva com objetivo de sugestão. Foi aplicado para 23 entrevistados. O resultado é apresentado a seguir. 7 Art. 208 São admissíveis em juízo, todas as espécies de prova reconhecidas nas leis civis e comerciais. 8 Art. 254 Na Perícia, para prova de fato que dependa de conhecimento especial, as partes poderão formular quesitos, nos cinco (5) dias seguintes à nomeação do perito, admitindo-se quesitos suplementares até a realização da diligência. 9 FONSECA, Alice Aparecida da Silva et al. A Perícia Contábil. RBC, Brasília, v. 29, n. 123, Maio/Jun. 2000.

36 5 APRESENTAÇÃO DOS DADOS DE ESTUDO A primeira questão a ser respondido pelos entrevistados foi: Com que idade você ingressou na Universidade? Analisando o gráfico abaixo se observa que a concentração de idade para ingresso na Universidade está na faixa dos 16 a 20 anos, totalizando 65,22% dos entrevistados. Significando dentro de uma normalidade e com aproximadamente 20 ou 24 anos, estes acadêmicos estariam se formam. Sendo que único contato com a disciplina que aborda o assunto aconteceria somente do semestre anterior ao da conclusão do curso, período em que estão preparando projeto e definindo tema elaboração e para defesa do trabalho de conclusão do curso. 40 35 30 30,43 34,78 Entrevistados Percentual 25 20 17,39 17,39 15 10 5 7 8 4 4 0 16 a 18 anos 19 a 20 anos 20 a 22 aos acima de 22 Gráfico 1: Idade com que as pessoas estão ingressando na Universidade Fonte: Autor 10 Anexo G - Decreto - Lei 9.295/46. Outra questão abordada na pesquisa foi: Por que escolheu o curso de Ciências Contábeis?

37 Dentre as opções proposta na pesquisa e após análise dos dados, as quais estão dispostas no gráfico abaixo, pode-se afirmar que existem dois fatores preponderantes para a escolha do curso, que são: a identidade dos alunos com o curso e também por ser um dos cursos que oferece melhores oportunidades de mercado, estes dois fatores totalizaram 100% dos entrevistados, sendo o primeiro com 47,83% e o segundo com 52,17%. Pensando nisto o curso deve propiciar ao máximo e levar aos acadêmicos dos diversos ramos de atuação dos profissionais da contabilidade, e um desses é a Perícia Contábil. 60 50 40 30 20 10 0 11 Identifica-se com o Curso 47,83 12 0 0,00 0 0,00 A pedido dos pais A pedido de amigos Melhores oportuniades de mercado 52,17 Entrevistados Percentual Gráfico 2: Porque a escolha pelo Curso de Ciências Contábeis Fonte: Autor Como terceira questão abordada foi: A grade curricular do curso de Ciências Contábeis em sua opinião é:

38 O resultado da pesquisa demonstra que a maioria dos acadêmicos, ou seja, 60,87% têm a grade curricular do curso de Ciências Contábeis como boa, porém, na contra mão, 26,09% demonstram que a grade curricular é regular, como se pode observar no gráfico abaixo, diante dos números cabe um estudo maior sobre o que pode ser melhorado. Sugere-se aqui também opinião de alunos egressos. 70 60 50 40 60,87 Entrevistados Percentual 30 26,09 20 13,04 14 10 0 0 Excelente 0,00 3 Ótima Boa 6 Regular Gráfico 3: Satisfação dos acadêmicos com a Grade Curricular Fonte: Autor A quarta questão diz respeito à carga horária das disciplinas do curso de Ciências Contábeis, as quais na maioria dos acadêmicos, ou seja, aproximadamente 74% estão satisfeitos com a carga horária, considerando-a como sendo boa. Porém, quase 22% classificam como regular. Tal percentual demonstra que se precisa de maneira mais aprofundada apurar as causas da insatisfação.

39 80 70 60 50 40 73,91 Entrevistados Percentual 30 20 17 21,74 10 0 0 0,00 1 Excelente Ótima 4,35 Boa 5 Regular Gráfico 4: Satisfação dos acadêmicos com relação a carga horária das disciplinas do curso de Ciências Contábeis Fonte: Autor A partir da quinta questão da pesquisa entra-se diretamente ao objeto do estudo, procurando desta forma respostas para os questionamentos levantados. Então, como quinta questão pergunta-se: A carga horária da disciplina de Perícia Contábil em sua opinião é: Como demonstram os números, grande parte dos acadêmicos classificou a carga horária da disciplina como regular, pode-se então concluir que deve haver uma adaptação na grade curricular na intenção de aumentar a carga horária da disciplina.

40 60 56,52 Entrevistados Percentual 50 40 34,78 30 20 10 0 0 Excelente 0,00 2 Ótima 8,70 Gráfico 5: Satisfação dos acadêmicos com relação à carga horária da disciplina de Perícia Contábil Fonte: Autor 8 Boa 13 Regular Como sexta questão indagou-se: Em sua opinião qual o N.º de carga horária necessária para que haja maior discussão, a respeito deste importante ramo da contabilidade? Os números mostram que, para que haja maior discussão a cerca deste importante ramo da contabilidade, deve-se aumentar a carga horária da disciplina. É o que se tem como lógico, pois, quanto maior for à discussão, e abordagem demonstrando que a Perícia Contábil é uma grande fatia do mercado, certamente o interesse dos acadêmicos tende a crescer.

41 80 70 60 50 40 30 20 10 0 0 72 horas aulas 0,00 16 108 horas aulas 69,57 7 144 horas aulas 30,43 Entrevistados Percentual Gráfico 6: Opinião dos acadêmicos com relação à carga horária necessária para a disciplina de Perícia Contábil Fonte: Autor O sétimo questionamento foi em relação à metodologia de ensino, onde, perguntou-se: A metodologia de ensino aplicada na disciplina e Perícia Contábil atualmente é? Neste questionamento nota-se que existe grande divisão de opiniões, onde as opiniões, boa e regular, estão muito próximas, isto demonstra que se deve fazer algum ajuste na metodologia para fazer com que as opiniões do tipo regular sejam no mínimo boas. Isto certamente contribuirá para o despertar dos acadêmicos em relação a este ramo da contabilidade.

42 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 0 Excelente 0,00 6 Ótima 26,09 39,13 9 8 Boa Regular 34,78 Entrevistados Percentual Gráfico 7: Opinião dos acadêmicos com relação à metodologia aplicada à disciplina de Perícia Contábil Fonte: Autor Como oitavo questionamento perguntou-se: A metodologia aplicada e a carga horária da disciplina de Perícia Contábil são suficientes para despertar no aluno o interesse pela área? Neste questionamento os números mostram que praticamente metade dos acadêmicos entende como sendo suficientes e a outra metade como não sendo suficientes para despertar o interesse pela área da Perícia Contábil. O que demonstra uma contradição com relação ao gráfico seis, quando opinaram de forma unânime que a carga horária atual não é suficiente, isto leva a refletir que realmente se deve aumentar a carga horária da disciplina e buscar algum ajuste na metodologia de ensino.

43 Entrevistados 80 70 73,91 69,57 Percentual 60 50 40 30 20 17 16 10 0 Sim Não Gráfico 8: Opinião dos acadêmicos com relação à metodologia x carga horária para despertar o interesse pela área da Perícia Contábil Fonte: Autor O último questionamento feito para diagnosticar o objeto da pesquisa foi: O que está faltando para isso acontecer? A palavra acontecer neste questionamento significa: Para fazer com que os acadêmicos do curso de ciências contábeis da UNESC, realmente se despertem e passem a explorar um dos mais importantes ramos da contabilidade que é a Perícia Contábil. Dentre as alternativas colocadas os números apontam que, para fazer com que os acadêmicos despertem para o interesse pela área da Perícia Contábil, duas mudanças devem ocorrer e estão ligadas diretamente ao plano de ensino, que são: mostrar com mais situações práticas a importância e o mercado da Perícia Contábil e levar os acadêmicos a contados diretos com o que acontece no campo de trabalho, demonstrando seu papel e sua importância para com a sociedade.