UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE TEORIA E PRÁTICA DA EDUCAÇÃO ALINE APARECIDA RODRIGUES



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Transcrição:

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE TEORIA E PRÁTICA DA EDUCAÇÃO ALINE APARECIDA RODRIGUES A EVASÃO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS DO PONTO DE VISTA DO PRÓPRIO ALUNO CIANORTE 2011

ALINE APARECIDA RODRIGUES A EVASÃO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS DO PONTO DE VISTA DO PRÓPRIO ALUNO Trabalho de Conclusão de Curso aprovado pela Banca Examinadora para obtenção do Grau de Pedagogo, no Curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Maringá. BANCA EXAMINADORA Prof. a Ms. Janira Siqueira Camargo (Universidade Estadual de Maringá - Orientadora) Profa. Ms. Gizeli Aparecida Ribeiro de Alencar (Universidade Estadual de Maringá) Prof.ª Dra. Sheila Maria Rosin (Universidade Estadual de Maringá) CIANORTE 2011

RESUMO O objetivo deste trabalho foi verificar os motivos que levam alunos da Educação de Jovens e Adultos EJA à evasão escolar do ponto de vista dos próprios alunos. Para tanto foram aplicados questionários em 15 alunos do CEEBEJA do município de Cianorte PR, escolhidos por serem alunos que começaram a freqüentar a EJA, saíram e voltaram a estudar na EJA, buscando identificar os variados motivos, que causaram a evasão. Os resultados apontam que muitos são os motivos que levam a evasão na EJA, mas envolvem principalmente a inadequação da educação oferecida nesta modalidade de ensino e, mesmo sendo considerada inadequada pelos alunos, eles retornam, pois ainda acreditam na escola como mecanismo de ascensão social. Palavras-chaves: Educação de Jovens e Adultos; evasão escolar; Educação.

SUMÁRIO RESUMO...5 1- INTRODUÇÃO...7 2- EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS...8 3- METODOLOGIA...13 3.1- PROCEDIMENTOS...13 3.2- DESCRIÇÃO DOS INSTRUMENTOS...13 3.3- CARACTERIZAÇÃO DOS SUJEITOS...14 4- RESULTADOS E ANÁLISES...15 5- CONSIDERAÇÕES FINAIS...18 6- REFERÊNCIAS...20 7- APÊNDICE...21

1- INTRODUÇÃO O objetivo deste trabalho foi verificar os motivos que levam alunos da Educação de Jovens e Adultos EJA à evasão escolar do ponto de vista dos próprios alunos. Para tanto, foram aplicados questionários em 15 alunos do CEEBEJA de Cianorte escolhidos por serem alunos que começaram a freqüentar a EJA, saíram e voltaram a estudar na EJA, buscando identificar os variados motivos, que causaram a evasão. Este tema foi escolhido para satisfazer a necessidade de saber o real motivo que estes alunos evadem. A fim de proporcionar a pesquisadores e educadores em geral recorrerem a esta pesquisa a fim de que possam descobrir, no caso de educadores, o motivo pelo quais muitos alunos desistem, e assim mudar a forma de alfabetizar ou corrigir possíveis erros que estaria cometendo com o objetivo de diminuir a defasagem destes alunos. E no caso de pesquisadores, recorrerem a este projeto como fonte de pesquisa, para que possam sanar possíveis problemas em relação a esta modalidade de ensino. Desta maneira, o trabalho ficou assim organizado, na primeira parte apresentamos um resgate teórico sobre a EJA no Brasil, salientando os principais programas oferecidos pelo governo federal objetivando acabar com o analfabetismo brasileiro. Na segunda parte descrevemos a metodologia utilizada na pesquisa de campo, com os procedimentos e o instrumento e a caracterização dos sujeitos da pesquisa. Na terceira parte os dados levantados com a aplicação dos questionários são analisados, apontando que são vários os motivos que levam os jovens e a adultos a abandonarem a EJA.

2- EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS Os ainda altos índices de jovens e adultos não alfabetizados no Brasil apontam para a necessidade de se analisar porque, apesar dos inúmeros programas, projetos e estudos sobre a EJA e a oferta de espaços para sanar esta problemática, muitos adultos e jovens não conseguem se manter na escola. Há anos atrás a não permanência na escola era encarada como falta de pré-requisitos por parte do sujeito para a frequência à escola. Por isso, temos hoje 20, 30 anos depois, um grande número de pessoas que até começaram a frequentar a escola, mas que lá não permaneceram. Muitos destes jovens e adultos demonstram desejo de voltar a estudar, na busca de maior e melhor inserção na sociedade, com a ascensão social e a melhor qualificação profissional. No entanto, encontram dificuldades para novamente se manterem na escola, por isso se faz a necessidade desta pesquisa, pois estará apontando aqui os motivos que os alunos saem da escola sob a ótica dos próprios alunos EJA, que já saíram e retornaram várias vezes para esta modalidade de ensino. Durante muito tempo foram lançados inúmeros projetos em torno da EJA com o intuito principal de erradicar o analfabetismo no Brasil. Só que todos estes projetos não foram bem sucedidos no que se propunham a fazer, pois o censo de 2000 verificou que cerca de 10% dos paranaenses com 15 anos ou mais ainda se encontravam não alfabetizados (PARANÁ, 2004). Por conseguinte, a pesquisa ora proposta contribuirá com as políticas públicas voltadas para a superação do analfabetismo não só no Estado do Paraná. A EJA no Brasil está sempre se reformulando por motivos comuns e até atendendo a interesses políticos. O primeiro programa destinado a esse fim foi intitulado Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos (CEAA) que teve seu início em 1947 com o objetivo específico de promover a integração da população analfabeta e para o crescimento econômico. Isto porque, se considerava o analfabetismo um grande entrave ao crescimento econômico. Esta campanha foi acompanhada de uma série de providências com a finalidade de garantir um mínimo de qualidade dos trabalhos docentes, entre

elas: um currículo especial, cartilhas, jornais, folhetos e textos de leitura diversos elaborados pelo Setor de Orientação Pedagógica do Serviço de Educação de Adultos do Ministério da Educação e Saúde (MES), distribuídos em larga escala por todo o país (CASÉRIO, 2003). De acordo com Casério (2003), foi criada a Campanha Nacional de Educação Rural (CNER) em 1952 com o objetivo do espírito comunitário, pois a partir daí podia-se resolver os problemas coletivos do homem do campo, que também tinha como objetivo provocar o desenvolvimento econômico, uma vez que a taxa de analfabetismo rural era muito grande. Com isso, havia a necessidade de estar promovendo campanhas para a erradicação do analfabetismo rural, visando projetos de integração social. Em 1958 aconteceu a Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo (CNA), que não partiu do princípio de desenvolver a economia, pois se acreditava que tais situações dependiam principalmente da formação do homem. Os programas descritos anteriormente estagnaram e a partir disso, em 1962, um novo programa foi criado denominado Programa da Mobilização Nacional contra o Analfabetismo (MNCA) e em 1963 um programa de emergência para a melhoria e a ampliação do curso primário e da educação popular adulta. Estes programas nasceram com o objetivo primordial de erradicar em definitivo a taxa de analfabetismo para assim promover o desenvolvimento econômico (CASÉRIO, 2003). Para Gadotti (2002, p. 14), Depois de Paulo Freire ninguém mais pode ignorar que a educação é um ato político (...) ela sempre esteve a serviço das classes dominantes. Este é um princípio da qual parte Paulo Freire. Porque a política utiliza a educação para mudar a sociedade, tal como estabeleciam os objetivos dos programas na medida em que com o fim do analfabetismo a economia se desenvolveria mais facilmente. No entanto, em 1963 todos estes programas foram extintos por fracassarem e não conseguirem alcançar os objetivos a que se propuseram. Vários foram os motivos, desde pouco

investimento financeiro, a professores voluntários desqualificados, aos materiais impróprios para a clientela entre outros fatores. Com a posse de João Goulart em 1963 que foi criado o Plano Nacional de Alfabetização, que chegou a ser implantado em alguns estados, mas foi extinto catorze anos depois, após o golpe militar. Este plano propunha metas qualitativas e quantitativas para um prazo de oito anos, mas restritas ao governo federal (CASÉRIO, 2003). A Lei n 5379, de 15 de dezembro de 1967, determinava a alfabetização funcional e a educação continuada como prioridade do Ministério da Educação e Cultura - MEC, autorizando o Poder Executivo [...] a instituir uma fundação o Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL). Apta a celebrar convênios com entidades nacionais e internacionais, públicas e privadas, com vistas à execução do plano (BEISEGEL, 1974, p.174). Tal como Paulo Freire afirmou que a educação está desvinculada à política, o MOBRAL, surgiu como um prosseguimento das campanhas de alfabetização de adultos iniciadas com Lourenço Filho, esta fundação já nasceu comprometida com os interesses da ditadura militar que era o de propor uma educação alienada, desligada da realidade, pois o interesse deles era o de não perder a ditadura (GADOTTI, 2002). No dia 25 de novembro de 1985, o MOBRAL encerrou suas atividades sem alcançar o objetivo pelo qual foi proposto que era o de erradicar o analfabetismo. Nos quinze anos de funcionamento, não conseguiu alcançar seus objetivos. As pessoas que passaram por este programa são denominadas de analfabetos funcionais, ou seja, podem até escrever alguma coisa, mas não entendem, nem compreendem o que estão escrevendo, muitos mal conseguem desenhar seu próprio nome. Com o fim do MOBRAL, nasce a Fundação Educar com o mesmo propósito, mas com paradigmas diferentes (GADOTTI, 2002). A Lei n 5692 de 1971 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) faz uma tentativa reflexiva, propondo experiências de alfabetização de adultos

por meio da criação do ensino supletivo existente até hoje em algumas regiões (BRASIL, 1971). Hoje a Educação de Jovens e Adultos está embasada e garantida a todos pela Constituição Brasileira, que em seu art. 208 afirma que o dever do Estado com a Educação será efetivado mediante garantia de: I. Ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria (BRASIL, 1988). A mudança conceitual de Ensino Supletivo para Educação de Jovens e Adultos se deu a partir da Lei no. 9394/96 Lei de Diretrizes e Bases da Educação nos arts. 37 e 38: Art. 37º. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria. 1º. Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames. 2º. O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre si (BRASIL, 1996). Como Soares (2002) afirma, embasado nesta mesma Lei, a mudança não ficou apenas na denominação, mas uma mudança conceitual, pois enquanto o conceito de ensino fica restrito apenas ao ato de instrução, o conceito de educar vai muito mais além do que a mera instrução. Para regulamentar a Educação de Jovens e Adultos, foram propostas as Diretrizes Curriculares Nacionais para a EJA em 2000, por meio do Parecer no. 11/2000 do Conselho Nacional da Educação (BRASIL, 2000). Os programas que existiram desde o inicio, tinham todos, o mesmo objetivo: erradicar o analfabetismo no Brasil, infelizmente nenhum conseguiu alcançar tal objetivo e isso se deve a inúmeras questões: desde questões de ordem operacional (falta de material, de local para aulas), a questões de ordem

pedagógica (falta de material e metodologia específicos) até a falta de desejo político para que, de fato, a população se tornasse alfabetizada. A compreensão de que jovens e adultos possuem especificidades em seu processo de aprendizagem, obriga a que se busque oferecer uma educação que, de fato, atenda às necessidades específicas destes sujeitos. Vygotsky (1989) afirma que a formação do psiquismo humano é resultado da interação de quatro planos: filogenético, ontogenético, sóciogenético e microgenético. O ser humano integra uma espécie, com características especificamente humanas que o diferenciam dos outros animais (filogenético), possuindo traços herdados de gerações anteriores (ontogenético), vivendo em uma sociedade que também influencia em seu desenvolvimento psíquico, transmitindo valores sociais, culturais, políticos e ideológicos (sóciogenético) e estas experiências são apropriadas de forma diferenciada de maneira a constituir a individualidade (microgenético). Portanto, o jovem ou adulto que busca escolarização apresenta vivências culturais que devem ser observadas na oferta de educação, em termos de metodologia e material didático. Por isso, educadores de EJA necessitam de uma formação diferenciada já que muitos professores acabam confundindo alfabetização infantil com alfabetização de jovens e adultos. Elas são distintas e precisam de enfoques diferenciados, já que a opinião, a forma de agir de uma criança é totalmente diferente da forma de agir de um adulto (OLIVEIRA, 1999). A escola é um espaço de livre expressão, que vai muito além da função do mero ensinar, portanto, deve ser um local em que pessoas não alfabetizadas, muitas vezes oprimidas por este fato, que já cansaram de sofrer preconceitos devido a sua falta de instrução possam falar, se expressar, participar, trazer e expor suas experiências, pois alunos que têm tais perspectivas têm uma motivação maior a estar na sala de aula, não se evadindo mais uma vez; este é mais um dos motivos que se deve focar realmente em uma formação especial destes alfabetizadores.

3- METODOLOGIA 3.1 PROCEDIMENTOS A pesquisa de campo se deu a partir da aplicação de um questionário em 15 alunos do Centro Estadual de Educação Básica para Educação de Jovens e Adultos CEEBEJA do município de Cianorte, indicados pela coordenação da escola atendendo aos requisitos estabelecidos: alunos que haviam abandonado a EJA e que haviam retornado para esta modalidade de ensino. Com autorização da direção os questionários foram aplicados na própria escola, nas salas de aula dos alunos. Após a aplicação os mesmo foram analisados. 3.2 DESCRIÇÃO DO INSTRUMENTO Como instrumento para a coleta de dados foi escolhido o questionário, pois, de acordo com Gil (1994), é um instrumento de pesquisa vantajoso, porque além de apresentar baixo custo, permite atingir um maior número de sujeitos em um tempo menor, além disso, ao possibilitar que não haja a identificação, os sujeitos se sentem mais livres para expressar o que realmente sentem e percebem sobre o tema abordado.

3.3 CARACTERIZAÇÃO DOS SUJEITOS Foram escolhidos quinze sujeitos de ambos os sexos e variadas idades como mostra o Quadro I. Quadro I: Caracterização dos sujeitos participantes da pesquisa SUJEITO SEXO IDADE PROFISSÃO ESTADO CIVIL NÚMERO DE FILHOS S 1 Feminino 17 Caixa Casada 0 S 2 Feminino 20 Vendedora Solteira 0 S 3 Feminino 20 Auxiliar de produção Solteira 0 S 4 Feminino 56 Costureira Casada 3 S 5 Feminino 31 Inspetora de Divorciada 2 qualidade S 6 Feminino 24 Suporte técnico Casada 2 S 7 Feminino 18 Trabalhadora rural Solteira 0 S 8 Feminino 52 Responsável de Casada 4 produção S 9 Masculino 20 Estudante Solteiro 0 S 10 Masculino 29 Mecânico e soldador Solteiro 1 S 11 Masculino 19 Estudante Solteiro 0 S 12 Feminino 16 Manicure e Pedicure Solteira 0 S 13 Masculino 18 Estudante Solteiro 0 S 14 Masculino 23 Designer Casado 0 S 15 Feminino 57 Auxiliar de saúde bucal Casado 3 Vale salientar que a faixa etária dos sujeitos é bastante baixa, pois a maioria (9) possui entre 17 e 25 anos. Todos os sujeitos trabalham, talvez este seja um dos motivos do retorno à escola.

4- RESULTADOS E ANÁLISE A partir da análise dos questionários aplicados nos 15 alunos CEEBEJA do município de Cianorte, chegamos a algumas conclusões. Em relação à questão: O que seus pais disseram quando tomou esta decisão de deixar de ir à escola?, boa parte deles afirmou que os pais, apesar de não concordarem e de afirmarem que se arrependeriam no futuro, não impuseram aos filhos a exigência de que permanecessem na escola. Um dos pais do sujeito do sexo feminino (S 4 ) afirmou que pelo fato de ser mulher não precisava estudar, que tinha que trabalhar na roça para ajudar a criar os irmãos. Como afirma Oliveira (1999), o jovem ou adulto desta modalidade de ensino geralmente é proveniente de áreas rurais, e só procura a escola para se alfabetizar quando passa a freqüentar a área urbana, onde a exposição à informação do mundo letrado é mais intensa, exigindo um melhor domínio da escrita e da leitura do que no campo. Por isso, acabam procurando por escolas que ofereçam acesso a esta modalidade de ensino. No que se refere à questão: Por que deixou de frequentar a escola?, 1 dos sujeitos (S 15 ) justifica pelo fato de ter sofrido um acidente de moto que o incapacitou, dificultando a ida à escola; dois sujeitos (S 3 e S 8 ) justificaram motivos pessoais, mas não especificaram; a maioria, ou seja, 7 sujeitos (S 1, S 2, S 4, S 5, S 6, S 10 e S 14 ) atribuem o trabalho como impedimento da permanência na escola. Em outros quatro sujeitos a alegação envolve problemas sociais e familiares, tornando a escola como algo secundário, deixando de ser prioridade na medida em que a sobrevivência se configurou como estando em risco. Confirmando mais uma vez o que Oliveira (1999) ressalta, de que o trabalho para pessoas que possuem pouca ou nenhuma instrução é a primeira opção para se manter, pois acreditam que o trabalho é a melhor forma que têm para garantir a sobrevivência. No entanto, ao entrar em contato com um mercado de trabalho cada vez mais exigente em termos de escolaridade, se vêem obrigados a buscar a escolarização e, com isso, a EJA se mostra, inicialmente, mais indicada: pelas facilidades em termos de acesso, pela forma como é estruturada com a não

exigência de frequência diária, e outras mais. Infelizmente, nem sempre as escolas de EJA conseguem manter este aluno. Para a questão: Por que voltou a frequentar a escola?, 8 mulheres (S 1, S 2, S 3, S 4, S 5, S 6, S 7, S 8 ) e 3 homens (S 11, S 13, S 14 ) responderam que a escola promove a ascensão social, vislumbrando, muitos deles, a possibilidade de fazer o ensino superior. Desejam estar se aperfeiçoando, tanto, para aquisição de conhecimento, quanto para a esperança de um futuro melhor; e muitos destes acreditam que a educação é sinal de uma melhoria no aspecto financeiro. No caso de S 9, que deixou a escola por problemas com a lei, acredita que somente na escola vejo a mudança na minha vida e deseja fazer um curso universitário. De acordo com Ribeiro (1999), a melhoria profissional e ocupacional é o motivo declarado pela maioria dos estudantes. Isto se confirma, pois a escola realmente ainda é percebida como espaço que permite a melhoria de vida das pessoas, por mais que os motivos variem, a maioria dos estudantes da EJA somente voltam a frequentar a escola para que melhorem socialmente de vida. Na questão: Por que deixou de frequentar novamente a escola?, 6 sujeitos (S 6, S 8, S 9, S 11, S 14, S 15 ) alegaram que deixaram de ir à escola por necessidades relacionadas ao trabalho, já que abandonaram o estudo para poderem trabalhar. Alguns alegaram que foi por motivos pessoais. Outros alegaram que foi por preguiça, por falta de estímulo, inclusive 2 (S 13 e S 7 ) disseram que pararam por conta da bagunça e das más companhias fora da escola, o que os motivou a deixar a escola para ficar com o grupo de amigos, algo muito frequente entre os adolescentes. Um sujeito em especial (S 4 ) alegou que parou de estudar pelo motivo de estar em fase mais adiantada nos conteúdos programáticos desenvolvidos pelos professores de sua turma. Enquanto fazia uma atividade sem grandes dificuldades ou a necessidade de apoio com material, os outros todos faziam mais lentamente, precisando do auxílio do professor e de material de apoio. Isto fez que ela fosse desanimando e acabou por deixar de frequentar a escola,

tal fato é algo muito incomum, pois a maioria dos tem dificuldades em entender os conteúdos quando voltam à escola. Com referência à questão: Quando retornou à escola que tipo de mudanças notou?, 5 sujeitos alegaram não terem percebido mudança nenhuma, já alguns sujeitos disseram que perceberam que os professores estavam mais comprometidos, que a carga horária estava mais extensa e havia maior rigidez, segundo eles o ensino estava bem melhor como diz o S 15 mudou para melhor, a gente sai daqui sabendo mais, no início era tudo diferente. Como Ribeiro (1999, p.79) afirma Assegurar uma escolaridade mínima comum é responsabilidade da qual o poder público não pode esquivar-se, ainda que possa contar com a colaboração da sociedade civil organizada para efetivá-la. Ou seja, conforme a educação caminha para crianças e adolescentes em idade escolar normal, para estes alunos também é necessário que mude, só que de uma forma mais simplificada, pois estes alunos já perderam muito tempo sem o devido preparo educacional, portanto cabe aos governos fazerem uma chamada para a sociedade em geral, para que estes alunos se engajem a continuarem aprendendo por toda a vida.

5- CONSIDERAÇÕES FINAIS Pudemos perceber, após a análise dos questionários, que os motivos mais corriqueiros para o abandono da EJA se dá por conta do trabalho, mesmo motivo que os fazem voltar novamente para a escola, mostrando aí um paradoxo. Abandonam a escola para trabalhar e retornam a estudar para garantir a permanência no trabalho. Outro motivo apontado de diferentes formas é a falta de interesse, que nos leva a questionar se os conteúdos programáticos trabalhados em sala de aula de EJA são realmente interessantes para um público desta faixa etária. Muitas vezes encontramos professores despreparados para lidar com este público e acabam confundindo educação infantil com educação de jovens e adultos, ou seja, acabam por prepararem aulas desestimulantes. Cabe ao Estado disponibilizar recursos e programas de formação inicial e continuada para professores que irão atuar na EJA, para que estes sejam capazes de entrarem em uma sala de aula com jovens e adultos e lhes propiciem um ensino prazeroso. Isto resolveria parte dos problemas de analfabetismo, pois haveria maior possibilidade de só sairiam desta modalidade de ensino quando tivessem concluído, e sabendo verdadeiramente o conhecimento proposto de maneira adequada. Outro fator seria a preparação de conteúdos realmente importantes e interessantes para estes alunos, pois com um professor melhor preparado para esta modalidade de ensino, seria capaz de preparar aulas mais estimulantes, com conteúdos ricos e pertinentes, que atendessem às necessidades e expectativas do público desta modalidade de ensino. Se os jovens e adultos não tivessem um processo de aprendizagem próprio, não haveria a necessidade de Diretrizes Curriculares específicas e os alunos poderiam frequentar a escola convencional. No que diz respeito ao aumento da faixa etária da EJA, procura-se dizer que esta idade deveria ser aumentada, por conta do público que geralmente busca esta modalidade de ensino. Muitos alunos param de estudar no ensino

regular, sabendo que quando completarem quinze anos poderão entrar sem problema algum na EJA. O problema encontra-se no momento em que estes voltam e não querem saber de aprender o que é proposto, apenas estão ali para no final do curso receberem o certificado de conclusão de curso. Então o que ocorre é que muito adultos, e até idosos, que de fato querem aprender, deixam de ir à EJA, por não conseguirem conviver com o público demasiado jovem. Há um descompasso entre aqueles que querem aprender e aqueles que apenas querem um certificado, um diploma. Enfim, a EJA tem muito em que melhorar, não somente do ponto de vista do professor, do aluno ou do currículo, mas também do ponto de vista político, buscando oferecer uma educação que de busque uma formação integral que sirva de instrumento para o exercício da cidadania.

6- REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Lei no. 5692/71. Brasília: 1971. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: 1988. BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Lei no. 9394/96. Brasília: 1996. BRASIL. Ministério da Educação. Parecer no. 11/2000 Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos CNE/CEB. Brasília: Conselho Nacional de Educação, 2000. BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica. Resolução CNE/CEB no. 1/2000 - Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos. Brasília: 5 de julho de 2000. CASÉRIO, V. M. R. Educação de jovens e adultos: pontos e contrapontos. Bauru: EDUSC, 2003. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisas. São Paulo: Atlas, 1994 OLIVEIRA, M. K. de. Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem. Revista Brasileira de Educação. no. 12, Set/Out/Nov/Dez 1999, p. 59-73. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Programa Paraná Alfabetizado. Curitiba: 2004. VIGOTSKY, L. S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1989. RIBEIRO, Vera M. Masagão. Visões da educação de jovens e adultos no Brasil.<Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ccedes/v21n55/5541.pdf. Acesso em 10/10/11. BEISEGEL, CASÉRIO, V. M. R. Educação de jovens e adultos: pontos e contrapontos. Bauru: EDUSC, 2003 GADOTTI, 2002 apud CASÉRIO, V. M. R. Educação de jovens e adultos: pontos e contrapontos. Bauru: EDUSC, 2003. BEISEGEL, 1974 apud CASÉRIO, V. M. R. Educação de jovens e adultos: pontos e contrapontos. Bauru: EDUSC, 2003.

7- APÊNDICE QUESTIONÁRIO 1) Com que idade começou a frequentar a escola: 2) Por que deixou de frequentar a escola? 3) O que seus pais disseram quando tomou esta decisão? 4) Por que voltou a frequentar a escola? 5) Por que deixou de frequentar? 6) Quando retornou à escola que tipo de mudanças notou?

7) Idade: 8) Sexo: 9) Cursando nível: 10) Estado civil: 11) Número de filhos: 12) Profissão: 13) Trabalha atualmente: 14) Que tipo de trabalho executa: