ANÁLISE DE CRÉDITO E COBRANÇA



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Transcrição:

ANÁLISE DE CRÉDITO E COBRANÇA ALVES, Christopher Thomaz Oliveira BORGES, Karine Elisiário CAMARGO, Natalia de CARVALHO, Tamires Rodrigues de SANTOS, Michele Gomes dos BORGES, Leandro Pacheco Docente da Faculdade de Ciências Sociais e Agrárias de Itapeva RESUMO O conteúdo central deste trabalho está na preocupação econômica que a inadimplência vem apresentando atualmente, tornando-se o pesadelo das instituições financeiras autorizadas. Inadimplência é a situação de qualquer quebra de cláusula de contrato, em transações comerciais, significa também situação de atraso de dívida, ou seja, inadimplente é aquele que deixou de pagar suas dívidas em dia. Apesar de todos os mecanismos disponíveis de proteção ao crédito, a inadimplência tem se tornado corriqueira, envolvendo inúmeros motivos, entre eles desemprego, desequilíbrio do orçamento familiar, oscilação na taxa de juros, desvalorização salarial, doenças na família, entre outros. Palavras-chaves: econômica; inadimplência. Tema Central: Administração. ABSTRACT The central theme of this work is the economic concern that default is currently presenting, becoming the nightmare of authorized financial institutions. Default is the status of any breach of contract clause in commercial transactions, it also means lagging behind debt, ie default is one that failed to pay their debts on time. Despite all the available protection mechanisms to credit, default has become commonplace, involving numerous reasons, including unemployment, imbalance of the family budget, fluctuation in interest rates, wage depreciation, illness in the family, among others. Keywords: economic; delinquency

1. INTRODUÇÃO O conteúdo central deste trabalho está na preocupação econômica que a inadimplência vem apresentando atualmente, tornando-se o pesadelo das instituições financeiras autorizadas. Inadimplência é a situação de qualquer quebra de cláusula de contrato, em transações comerciais, significa também situação de atraso de dívida, ou seja, inadimplente é aquele que deixou de pagar suas dívidas em dia. (Silva, 1998) Apesar de todos os mecanismos disponíveis de proteção de crédito, a inadimplência tem se tornado corriqueira, envolvendo inúmeros motivos, entre eles desemprego, desequilíbrio de orçamento familiar, oscilação na taxa de juros, desvalorização salarial, doenças na família, entre outros. (Silva, 1998) Segundo Tavares (1998) a fundamentação teórica foi realizada através de pesquisa bibliográfica, com informações relacionadas ao crédito bancário e aos riscos que os bancos estão sujeitos, com destaque para o risco de crédito. A estrutura do trabalho compreendeu na pesquisa sobre inadimplência; seus principais instrumentos e formas de recuperação de créditos inadimplidos, procurando analisar os principais motivos que levam a inadimplência, bem como as medidas que estão sendo implementadas para reduzir seus índices. (Leoni, 1997) As atividades de gerir e analisar o crédito tem um papel importante do contexto socioeconômico do país, pois ele surge com necessidade básica à movimentação e incremento da econômia, as empresar precisam de recursos para atender suas necessidades de investimento e capital de giro, os indivíduos recorrem ao crédito para aumentarem seu orçamento, e cumpre as instituições financeiras a função de supridora desses recursos. A preocupação econômica e social em manter o controle dos níveis de inadimplência, que surge em consequência das políticas de expansão de crédito e o incentivo ao consumo, está mobilizando o mercado financeiro. (Silva, 1998) Segundo Leoni (1997), a concessão de crédito as pessoas interessadas em realizar seus sonhos de consumo ou até mesmo suprir suas necessidades básicas, vem tornando-se o pesadelo das instituições financeiras à medida que crescem os níveis de inadimplência, tornando difícil a relação de consumo. Com

isso nasce à pergunta para analisar melhor a inadimplência no mercado, sendo ela: Quais métodos são mais corretos para combater a inadimplência e como analisar corretamente a concessão de crédito? O crédito consiste no ato de confiar e acreditar, a confiança faz parte do nosso cotidiano, convivemos em sociedade porque acreditamos que outros agirão de acordo com regras ou padrões socialmente estabelecidos, ou seja, quando atravessamos a rua temos confiança que o motorista respeita o sinal. Nas transações comerciais o crédito segue o princípio de confiança. Quando se entrega um bem ou serviço mediante uma promessa de pagamento em data futura se estabelece uma relação de confiança entre ambas as partes envolvidas no negócio. (Leoni, 1997) Para muitas pessoas, o importante nos dias de hoje é ter crédito, seja ele qual for, porque crédito também é sinônimo de confiança. Leoni (1997) confirma esta crença, Credere é a palavra latina que significa acreditar, ou seja, confiar; é a forma de obter recursos para destinar a algum empreendimento ou atender a alguma necessidade. (Leoni, 1997) Para Schrickel (1997) cabe lembrar que, com a estabilização da moeda, deu-se o reaparecimento da oferta de crédito, antes reprimida pela crescente inflação. A relativa falta de experiência na concessão de crédito acabou produzindo uma situação em que a qualidade das informações não acompanhou, em principio, a sua expansão. Para um banco, as operações de crédito constituem seu próprio negócio, e afim de obter resultados em suas atividades as instituições buscam atingir o ponto de equilíbrio entre a probabilidade de recebimento e a rentabilidade possível, administrando seus ativos com a disposição de assumir riscos, visando obter o melhor resultado possível. Para tanto se estruturam e estabelecem políticas de concessão de crédito e critérios de análise de risco. Este trabalho se justifica pelo fato de que conhecendo o processo de concessão é possível adotar medidas proativas para disponibilização de crédito com menor índice de risco e aplicar medidas de cobrança efetivas para aumentar o resultado final das instituições. (Tavares, 1988) O trabalho busca compreender o processo de crédito e analisar os mecanismos de recuperação utilizados pelos bancos, e apontar as medidas a serem adotadas para amenizar e solucionar os problemas da inadimplência, visando

melhorar os resultados de negócios com os clientes. Sendo assim limita-se a estudos de créditos concedidos as pessoas físicas e inadimplidos. (Schrickel, 1997) Como coloca Tavares (1988) As políticas básicas de crédito e cobrança deverão ser definidas de forma objetiva, a fim de servirem como instrumento orientativo no processo de decisão gerencial, medindo-se o seu grau de eficiência em função do número de situações objeto de resolução, com base na obediência dessas políticas. Ao desempenhar o papel de intermediadores financeiros os bancos, recebem os depósitos ou aplicações dos agentes econômicos superavitários e os colocam no mercado de crédito tentando se cercar de relativa segurança de que os valores retornarão nas datas aprazadas e nas condições acordadas, operando sempre com um nível de previsibilidade, porém nunca com absoluta certeza. (Silva, 1998) Afim de garantir rentabilidade em negócios com relativa segurança, os bancos definem linhas de orientação que norteiam o processo de decidir sobre a colocação desses depósitos no mercado. Estas linhas são formuladas com perspectiva de longo prazo e visam assegurar coerência de propósito nas decisões. Constituem aspectos relevantes na definição de uma política de crédito: a administração do crédito, a administração da carteira de ativos, os critérios de riscos, os limites de crédito, as garantias dos empréstimos, sua estrutura e documentação. (Leoni, 1997) Para acreditar nos demandadores de crédito são necessárias basicamente duas coisas: tempo e informação. Só se confia em pessoas que se conhece. Assim, o banco somente emprestará dinheiro a clientes que conheça. (Leoni, 1997) Segundo Schrickel (1997), analisar crédito consiste em fazer estimativas sobre o futuro. Fatos não previstos e de todo inesperados ocorrem constantemente, mas um grande número desses fatos é passível de razoáveis predições; mantém-se em nível conhecido ou apresentam taxas de crescimento ou de declínio previsíveis. Isto permite efetuar estimativas e previsões para embasar o processo decisório de crédito. A qualidade da análise de crédito depende dentre outros fatores, dos conhecimentos e habilidades específicas, a serem aplicadas nas rotinas de trabalho e da suficiência, integridade e consistência das informações sobre o cliente analisado.

2. REFERENCIAL TEÓRICO O tema abordado foi discutido por vários autores, sendo que cada um deles deu sua opinião e sua justificativa. Através das leituras pode-se encontrar aquilo que os autores apontam como essencial para uma análise criteriosa, e como chegar a um futuro com resultados positivos, ou seja, ao analisar de forma correta e com veracidade obteremos a inadimplência bem mais baixa e com concessão de crédito sem danos. (Silva, 1998) Para Schrickel (1997), o conceito de crédito e análise é mais amplo: Crédito é todo ato de vontade ou disposição de alguém de destacar ou conceder, temporariamente, parte de seu patrimônio a um terceiro, com a expectativa de que esta parcela volte a sua posse integralmente, depois de decorrido o tempo estipulado. Para Silva (1998) trata o conceito de crédito num sentido mais restrito e específico: Em um banco, que tem a intermediação financeira como sua principal atividade, o crédito consiste em colocar à disposição do cliente (tomador de recursos) certo valor sob a forma de empréstimo ou financiamento, mediante uma promessa de pagamento numa data futura. Ambos citaram com formas diferentes como se pode obter um resultado positivo após analisar um cliente e permitir a ele a concessão do crédito, dando-lhe um limite e uma data específica o valor será pago sem eventuais cobranças ou quebra de contratos. (Silva, 1998) Para Tavares (1988) ter capacidade é a competência ou a possibilidade, habilidade do indivíduo em honrar seus compromissos, define-se capacidade também como o potencial do cliente para saldar seus créditos recebidos, ou seja, a capacidade do indivíduo ou empresa. Para Schrickel (1997) define-se Existe uma área em que se misturam ou confundem, até certo ponto indefinível, com precisão, os C do Caráter e da Capacidade. Isto porque pode o tomador de empréstimos, literalmente, ser honesto,

isto é, ele tem a inquestionável vontade (Caráter) de pagar suas obrigações. Porém se sua habilidade (Capacidade) em fazê-lo for considerada anormal (leia-se, se ele for incapaz de pagar), sua vontade perde algo de seu valor. Afinal, pouco esclarecedora é a afirmação de um devedor: quero pagar, mas não posso. Nestas circunstâncias, o querer e o poder pagar misturam-se, a ponto de dificultar sobremaneira ao emprestador o discernimento de cada um deles. Tendo em vista todas as análises dos autores, são citadas também como dever ser o comportamento das empresas a respeito do pagamento de suas dívidas e como relacionar isto justamente com o cliente. (Silva, 1998) Silva (1998) continua seu pensamento dizendo: Não basta conhecer a situação da empresa, mas é preciso que se conheça sua controladora e suas controladas e coligadas para se formar um conceito sobre a solidez do conglomerado. Para Tavares (1988), é necessário o exame conjunto de todo o grupo de empresas, ou seja, não basta conhecer a situação de uma empresa isolada, mas é necessária a análise da controladora, de suas controladas, interligadas e coligadas. Na concessão de crédito o profissional deve ater-se a política de crédito da empresa, ter o conhecimento do negócio e fazer uma análise criteriosa de risco para garantir o retorno esperado. Para Schrickel (1997), pondera que o risco significa incerteza, imprevisível, e estes, situam-se necessária e unicamente, no futuro. Nem sempre é fácil diferenciar qual tipo de risco presente em determinada situação, pois o risco pode variar dependendo da ótica sob a qual observamos o problema. Schrickel (1997) Após analisar toda a concessão do crédito é importante avaliar a capacidade de pagamento e conhecer a origem dos recursos que serão empregados pelo cliente na amortização da dívida contratada. Do contrário, corre-se o risco de liberar um crédito num montante inadequado às necessidades do cliente. Desse modo, a análise do risco e o acompanhamento da situação econômico-financeira da empresa são fundamentais para prevenir a inadimplência. (Leoni,1997) Para Tavares (1988) as instituições bancárias e comercias devem, antes da concessão do crédito, aprofundar seu conhecimento sobre o cliente, estar atento ao clima econômico variável, saber o impacto de competição no negócio do seu cliente

e verificar se seu cliente tem capacidade para administrar o empreendimento, esses são apenas alguns critérios a observar na concessão do crédito. 3. CONCLUSÕES A análise criteriosa para liberação do crédito (avaliação de risco) é de extrema importância para diminuição dos índices de inadimplência, análise esta, feita com base até mesmo nos modelos Burocráticos de Merton. O profissional ao analisar a capacidade de o cliente em honrar seus compromissos, deve estar atento, quanto à autenticidade dos documentos comprobatórios, diminuindo-se assim os riscos de fraude, que em grande parte contribuem para o fator de inadimplência. Por fim, disciplinas como Educação Financeira, integradas a educação básica do ensino, diminuiria até mesmo a inflação que assola o país, e, a busca excessiva pelo crédito.

4. REFERÊNCIAS LEONI, Geraldo Evandro. Cadastro Crédito e Cobrança. São Paulo: Altas, 1997. SCHRICKEL, Wolfgang Kurt. Análise de Crédito: Concessão e Gerência de Empréstimos. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 1997. SILVA, Jose Pereira da. Gestão e Análise de Risco de Crédito. São Paulo: Atlas, 1998. TAVARES, Ricardo Ferro. Crédito e Cobrança. São Paulo: Atlas, 1988.