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A simulação não é considerada vício de consentimento. 3. A coação pressupõe, necessariamente, fundado temor de dano à pessoa ou à família. 4. O erro na indicação da pessoa ou da coisa a que se referir a declaração de vontade não vicia o ato quando, por seu contexto e pelas circunstâncias, se puder identificar a coisa ou a pessoa cogitada. 5. O prazo para se requerer judicialmente a anulação dos atos jurídicos contaminados com vícios de vontade é de seis anos. 3. Referente aos defeitos dos atos jurídicos e às obrigações, julgue os itens a seguir. 1. Na obrigação de dar coisa certa, o devedor cumpre integralmente a obrigação se entregar coisa mais valiosa e não tiver agido com dolo (defeito do ato jurídico que causa a nulidade do ato). 2. Extingue-se a obrigação de não fazer na hipótese de se tornar impossível ao devedor abster-se do fato, ainda que por sua culpa. 3. Nas obrigações indivisíveis com pluralidade de devedor, cada um será obrigado pela dívida toda. O devedor que paga a dívida sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados. 4. A solidariedade não se presume: resulta da lei ou da vontade das partes. É anulável a obrigação solidária resultante da vontade das partes, quando a declaração de vontade do devedor emanou de erro substancial. 4. Julgue os itens subseqüentes, referentes à responsabilidade civil, inclusive por danos causados ao meio ambiente e ao consumidor, previstos, respectivamente, no Código Civil, na Lei n.º 6.938/1981 e na Lei n.º 8.078/1990. 1. A responsabilidade civil decorrente de dano ecológico exclui a possibilidade de responsabilização penal ou administrativa. 2. No Código Civil, a regra é a da responsabilidade civil objetiva, assim como no Código Brasileiro de Defesa do Consumidor. 3. Na responsabilização civil por dano ecológico, há necessidade de se provar a culpa do agente. 4. No Código Civil, os relativamente incapazes são passíveis de responsabilização civil. 5. Julgue os itens subseqüentes, a respeito dos contratos de compra e venda. 1. Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes obrigase a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe outra coisa em troca. 2. Os ascendentes não podem vender aos descendentes, sem que os outros descendentes expressamente consintam. 3. Na cláusula de retrovenda, o vendedor pode reservar-se o direito de recobrar, em certo prazo, o imóvel que vendeu, restituindo o preço acrescido das despesas feitas pelo comprador. 4. A venda a contento reputar-se-á feita sob condição suspensiva, não se aperfeiçoando o negócio enquanto o adquirente não se declarar satisfeito. 6. Com referência ao contrato de fiança, julgue os itens abaixo. I - O fiador, demandado pelo pagamento da dívida, poderá alegar ao credor compensação de dívida que tenha com este, ainda que o crédito seja proveniente de outra obrigação. II - O fiador só responde pelas obrigações explicitamente assumidas, não se admitindo a interpretação extensiva. Assim, constando do contrato que o fiador responderá pela obrigação principal, ele não assume a responsabilidade pelos acessórios da dívida. III - O contrato de fiança, com prazo certo, pode validamente conter cláusula contratual por força da qual o fiador renuncia ao direito de exonerar-se da garantia. IV - Se o fiador for diretamente demandado pelo credor, poderá exigir que primeiro sejam excutidos os bens do devedor principal. V - O contrato de fiança no qual esta supere o valor da obrigação principal ou a sua onerosidade será nulo de pleno direito por violar o princípio da acessoriedade que rege o mencionado contrato. Estão certos apenas os itens (A) I e II. (D) III e V. (B) I e IV. (E) IV e V. (C) II e III. 7. Com relação aos direitos das obrigações e seus efeitos, julgue os itens subseqüentes. I - Na novação, a obrigação primitiva é substituída pela nova, permanecendo, entretanto, a obrigação preexistente. II - Na obrigação solidária passiva, o devedor poderá alegar o benefício da divisão, caso o credor não exija o pagamento por parte dos demais devedores. III - A parte que não deu causa ao descumprimento da obrigação poderá pleitear indenização suplementar, desde que prove que seu prejuízo foi maior que o valor das arras. Poderá também exigir a execução do contrato acrescida das perdas e danos, cujo valor mínimo deve corresponder ao das arras. IV - A cláusula penal compensatória, estipulada para a hipótese de descumprimento total da obrigação, poderá sofrer redução judicial, sem violação do princípio de sua imutabilidade, quando já tiver havido cumprimento parcial da obrigação. V - A invalidade da dação em pagamento importará sempre o restabelecimento da obrigação primitiva, perdendo efeito a quitação dada. Estão certos apenas os itens (A) I, II e III. (D) II, IV e V. (B) I, II e IV. (E) III, IV e V. (C) I, III e V. 8. Conforme o Código Civil, é CORRETO afirmar que a lei põe a salvo os direitos do nascituro, desde: a) cento e oitenta dias de gestação. b) a concepção. c) o nascimento com vida. d) cento e vinte dias de gestação. Atualizada 19/12/2008 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 1

9. Assinale a alternativa CORRETA. São absolutamente incapazes, segundo o Código Civil: a) os menores de 16 (dezesseis) anos, os ébrios habituais e os excepcionais sem desenvolvimento mental completo. b) os menores de 16 (dezesseis) anos e os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. c) os menores de 16 (dezesseis) anos e os viciados em tóxicos. d) os menores de 16 (dezesseis) anos, os pródigos e os silvícolas. 10. Considerando os dispositivos do Código Civil em vigor sobre os direitos da personalidade, assinale a alternativa INCORRETA a) Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. b) É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte, sendo tal ato irrevogável. c) Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. d) Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica. 11. Julgue os seguintes itens. 1. Caso uma pessoa firme contrato de locação residencial assumindo o pagamento excessivo de alugueres por estar sua família em desabrigo, esse instrumento estará eivado de nulidade absoluta por vício de consentimento, podendo o prejudicado requerer sua rescisão ou pedir que o aluguel seja fixado ao valor de mercado da época em que o negócio foi concluído. 2. Não pode o menor, com dezesseis anos de idade, que se tenha declarado emancipado no momento da constituição da obrigação, alegar sua incapacidade relativa quando chamado a cumprir seus deveres sob o fundamento de que o acordo lhe trouxe grandes prejuízos financeiros. 12. João, motorista, enquanto aguardava seu chefe na porta de uma repartição pública, foi vítima de tentativa de furto do veículo que conduzia. Antes de consumar o delito, o criminoso fugiu, por circunstâncias alheias à sua vontade. Com relação a essa situação hipotética, julgue os seguintes itens. 1. Em conformidade com os termos expressos do Código Civil, apenas o possuidor turbado, ou esbulhado e não, o mero detentor, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça imediatamente. 2. João, no momento em que os fatos ocorreram, era mero detentor e não, possuidor do veículo que conduzia. 13. No campo das obrigações e dos contratos, várias novas teorias têm sido delineadas pela doutrina e pela jurisprudência. A esse respeito, julgue os itens que se seguem. 1. A partir do princípio da função social, tem-se estudado aquilo que se convencionou chamar de efeitos externos do contrato, que constituem uma releitura da relatividade dos efeitos dos contratos. 2. Segundo a doutrina contemporânea, o aforismo turpitudinem suam allegans non auditor não se confunde com a vedação do venire contra factum proprium; enquanto o primeiro objetiva reprimir a malícia e a má-fé, o segundo busca tutelar a confiança e as expectativas de quem confiou na estabilidade e na coerência alheias. 14. A respeito dos direitos reais, julgue os itens a seguir. 1. Segundo a Súmula do STJ, a hipoteca firmada entre a construtora e o agente financeiro, anterior ou posteriormente à celebração da promessa de compra e venda, não tem eficácia perante os adquirentes do imóvel. 2. A detenção também é uma relação de uma pessoa com uma coisa. Porém, nesta situação o detentor encontra-se em uma situação de dependência ou subordinação, ao contrário do possuidor, que exerce vínculo jurídico com determinada coisa de forma autônoma. 3. Ihering definia a posse com exteriorização da propriedade. 4. A aquisição da posse ocorre quando se torna possível o exercício de alguma das faculdades inerentes à propriedade. 15. Diante da parte geral do Código Civil marque a alternativa incorreta: 1. A capacidade jurídica da pessoa natural é limitada, pois pode ter o gozo de um direito, sem ter o seu exercício, por ser incapaz. 2. A capacidade refere- se à aptidão para ser sujeito de obrigações e exercer, por si ou por outrem, os atos da vida civil. A legitimação consiste em ter ou não capacidade para estabelecer determinada relação jurídica. 3. Sujeitos de direito são os participantes da relação jurídica, titulares de direitos e deveres. São sujeitos de direitos as pessoas naturais e as pessoas jurídicas. 4. O alcoólatra e o toxicômano são totalmente incapazes de praticar atos negociais. 16. Em relação aos bens públicos, julgue os itens subseqüentes. 1. O imóvel afetado para funcionamento de agência do INSS é um bem público dominical. 2. As terras devolutas podem ser alienadas pela administração pública. 3. Os estacionamentos localizados nas ruas públicas e cuja utilização gera pagamento à administração são bens de uso especial. 17. Assinale a opção errada: 1.Se o menor de 15 anos completos estiver sob tutela, somente por sentença judicial será concedida sua emancipação. 2.Se duas pessoas, pai e filho falecerem em um acidente, na mesma ocasião, não se podendo averiguar se um deles morreu antes do outro, presume- se que ambos faleceram ao mesmo tempo, ou seja, são comorientes. 3.Qualquer interessado, ou órgão do MP, poderá formular requerimento judicial a fim de que seja declarada a ausência e em seguida arrecadados os bens do desaparecido, com a subseqüente investidura de um curador para administrá-los 4.As associações e as sociedades são constituídas pela união de pessoas naturais para fins, respectivamente, não lucrativos e lucrativos, sendo que a lei reconhece sua personalidade jurídica e lhes permite o exercício de todos os direitos. 18. Assinale a alternativa correta. 1.A liberdade de forma é princípio contratual básico que não admite exceções, vez que assegurada pela autonomia da vontade. 2. A boa-fé objetiva é princípio contratual com diversas diferentes funções, não se limitando à regra de interpretação do negócio jurídico. 3. Pelo princípio da liberdade contratual autoriza-se a celebração de qualquer tipo de contrato, desde que sua escolha recaia sobre um dos tipos contratuais previstos no Código Civil. 4. O princípio da "pacta sunt servanda" não admite exceções, uma vez que qualquer revisão do contrato atentaria contra o princípio da boa-fé, atualmente consagrado no art. 422 da lei 10.406/2002. 2 Atualizada 19/12/2008 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores

19. O instituto da responsabilidade civil é parte integrante do direito obrigacional, pois a principal conseqüência da prática de um ato ilícito é a obrigação que acarreta, para o seu autor, de reparar o dano, obrigação esta de natureza pessoal, que se resolve em perdas e danos. (Carlos Roberto Gonçalves. Responsabilidade civil. 8.a ed. São Paulo: Saraiva, 2003, p. 2 -com adaptações). A respeito da responsabilidade civil e com base nas idéias do texto acima, julgue os próximos itens. 1. A responsabilidade civil se assenta, segundo a teoria clássica, na existência de três pressupostos: um dano, a culpa do autor do dano e a relação de causalidade entre o fato culposo e o referido dano. 2. A responsabilidade civil dos pais e tutores por ato ilícito praticado pelo incapaz independe da imputação de culpa. 3. Apesar dos fundamentos da teoria clássica, a lei civil brasileira vigente admite a imputação da responsabilidade civil sem a comprovação da existência da prática de conduta culposa ou dolosa por parte do agente. 4. Nas hipóteses de responsabilidade objetiva imprópria ou impura, o autor da ação só precisa provar a ação ou a omissão e o dano resultante da conduta do réu, porque a culpa deste já é presumida. 5. Na hipótese de culpa aquiliana, o ônus da prova caberá ao lesado, por inexistir a presunção de culpa, diferentemente do que ocorre na relação contratual. 6. Na responsabilidade civil subjetiva, a atividade que gera o dano é lícita, mas causa perigo a outrem, de modo que aquele que a exerce, por ter a obrigação de velar para que dela não resulte prejuízo, tem o dever ressarcitório mediante o simples implemento do nexo causal. 7. A vítima, no caso de responsabilidade por ato ou fato de terceiro, poderá eleger, entre os co-responsáveis, aquele de maior resistência econômica para suportar o encargo ressarcitório. 8. Na legislação brasileira, a responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito público interno é ampla. Assim, todo e qualquer prejuízo patrimonial relacionável com condutas omissivas do Estado deve ser indenizado à vítima ou aos seus herdeiros ou sucessores. 9. No caso de conduta omissiva, a responsabilidade extracontratual do Estado é subjetiva. 20. No que concerne ao direito civil das pessoas, julgue os itens subseqüentes. 1. A capacidade de fato ou de exercício da pessoa natural é a aptidão oriunda da personalidade para adquirir direitos e contrair obrigações na vida civil. 2. Segundo a teoria da ficção legal defendida por Savigny, a pessoa jurídica é um organismo social que tem existência própria distinta da de seus membros e objetiva realizar um fim social. 3. O foro de eleição constitui espécie de domicílio necessário ou legal especial. 21. Com respeito ao direito civil das coisas, julgue os itens que se seguem. 1. A ocupação é o modo originário, por excelência, de aquisição do domínio de bem imóvel. 2. O constituto possessório é modo de aquisição e perda da posse, pois o possuidor, em razão da cláusula constituti, altera a relação possessória, passando a possuir em nome alheio aquilo que possuía em nome próprio. 3. Modernamente, a determinação do conteúdo da propriedade, ao contrário, dependerá de centros de interesses extraproprietários, os quias vão ser egulados no âmbito da relação jurídica de propriedade. 4. A acessão é uma forma de aquisição de propriedade imóvel que resulta de processo de incorporação de determinado bem ao solo. A acessão sempre dependerá da conjugação de dois requisitos: 1º a conjugação entre duas coisa, até então separadas; 2º o caráter acessório de uma dessas coisas, em confronto com a outra. 22. Em 2/7/2008, Renato teve de desocupar sua casa, que fora invadida por Glauber e Walter. Duas semanas após o fato, Renato procurou um advogado para se informar a respeito da providência jurídica que poderia ser adotada nessa situação. Com base no que dispõe o atual Código Civil, é correto afirmar que Renato, na situação hipotética apresentada. 1. deve pleitear a manutenção da posse, em razão do tempo ocorrido desde a turbação. 2. tem direito à reintegração da posse, por tratar-se de esbulho. 3. tem direito de requerer medida assecuratória ante a violência iminente. 4. pode utilizar-se do desforço imediato para defesa da sua posse. 23. A respeito do transporte de pessoas, assinale a opção correta, de acordo com o Código Civil vigente. 1. O transportador responde pelos danos causados às pessoas transportadas, desde que seja provada sua culpa. 2. É nula a cláusula de exclusão da responsabilidade no contrato de transporte de pessoas, ao qual também não se aplica a excludente da força maior. 3. O transportador não poderá reter bagagem ou objetos pessoais de passageiros para garantir o pagamento da passagem que não tiver sido efetuado no início do percurso. 4. Em regra, o transporte feito por cortesia não se subordina às normas estipuladas para o contrato de transporte de pessoas. 24. A respeito da resolução dos contratos por onerosidade excessiva, assinale a opção correta de acordo com o atual Código Civil. 1. Para que haja aplicação do referido instituto, deve estar caracterizada a seguinte situação: prestação excessivamente onerosa para uma das partes, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis. 2. Presentes os respectivos pressupostos, não há como a outra parte evitar a resolução por onerosidade excessiva, em razão da aplicação do princípio segundo o qual os pactos devem ser cumpridos da exata forma como foram firmados. 3. O referido instituto aplica-se a qualquer contrato; assim, o devedor pode requerer a resolução tanto de contrato de execução instantânea quanto de execução continuada. 4. Caso a resolução do contrato seja decretada por sentença, os efeitos deverão retroagir à data do evento que acarretou a onerosidade excessiva, a fim de que seja cumprida a finalidade da norma. 25. Maria, menor com 14 anos de idade, filha de Henrique e Mônica, pintou flores coloridas em um carro da Polícia Rodoviária Federal que estava estacionado em frente à sua casa. O reparo do dano causado ao veículo custou R$ 5.000,00 aos cofres públicos. Considerando a situação hipotética apresentada, assinale a opção correta acerca da responsabilidade quanto ao prejuízo causado. 1. Maria não poderá ser responsabilizada pelo prejuízo porquanto é incapaz de deveres na ordem civil. 2. A responsabilidade civil é inafastável, por isso Maria será responsável pelo prejuízo ainda que tenha de se privar do necessário a sua sobrevivência. Atualizada 19/12/2008 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 3

2. Os pais de Maria somente poderão ser responsabilizados pelo prejuízo caso seja provado que tiveram culpa pelo dano. 4. Os pais de Maria responderão objetivamente pelo prejuízo se dispuserem de meios suficientes para tanto. 26. No que diz respeito ao condomínio: 1.Haverá condomínio quando mais de uma pessoa, ao mesmo tempo, exerce o direito de propriedade dobre determinada coisa. 2. Condomínio voluntário é aquele que emerge de contrato. A hipótese dos bens deixados por herança a mais de um herdeiro ou doação de uma coisa configura condomínio eventual. 3. A convenção deverá ser subscrita por no mínimo 1/3 dos condôminos. 4. O ato de instituição de um condomínio não pode se dar mediante testamento. 27. No que concerne aos defeitos do negócio jurídico, 1. Para caracterizar a simulação, defeito sujeito à anulabilidade do negócio jurídico, exige-se que, na conduta do agente, além da intenção de violar dispositivo de lei, haja o desejo de prejudicar terceiros. 2. Podem demandar a anulabilidade do negócio simulado o terceiro juridicamente interessado e o Ministério Público, sendo vedada aos simuladores a faculdade de alegar a simulação ou requerer em juízo a sua anulação, em litígio comum ou contra terceiros. 3. A lesão é vício de consentimento que surge concomitantemente com o negócio e acarreta a sua anulabilidade, permitindo-se a revisão contratual para evitar a anulação, aproveitando-se, assim, o negócio. 4. Se, na celebração do negócio, uma das partes induzir a erro a outra, levando-a a concluir a avença e assumir uma obrigação desproporcional à vantagem obtida pelo outro, esse negócio será nulo porque a manifestação de vontade emana de erro essencial e escusável. 28. respeito da posse e da proteção possessória, assinale a opção correta. 1. A posse natural é um direito real de aquisição da propriedade de bens móveis e imóveis. Para a obtenção dessa posse, exige-se o exercício de poderes de fato sobre a coisa. 2. Na ação de reintegração de posse, a procedência do pedido fica condicionada à efetiva comprovação da posse, do esbulho praticado pelo réu e da perda da posse. Exige-se, ainda, a demonstração da data do esbulho, para que seja definido o rito pelo qual deverá tramitar o processo. 3. A ação possessória tem natureza dúplice, mesmo que o réu não demande, na contestação, proteção possessória nem indenização por benfeitorias erigidas na coisa. Nessas ações, admite-se a conversão de uma possessória em outra, ou, ainda, em petitória. 4. O possuidor de má-fé tem direito à retenção da coisa alheia até ser indenizado pelas benfeitorias necessárias e melhorias implementadas, tais como plantações ou construções. 29. Acerca dos contratos regidos pelo Código Civil, 1. O contrato de compra e venda deve conter cláusula que estipule o preço do bem ou o modo de determiná-lo. Esse preço pode ser fixado de acordo com o tabelamento oficial, estipulado por terceiro ou por qualquer um dos contratantes. 2. O objeto do contrato de fiança é uma obrigação assumida em outro contrato do qual é acessório, servindo-lhe, ainda, de garantia. Por isso, a responsabilidade do fiador deve corresponder ao valor da dívida garantida, não podendo ser em valor superior, inferior ou com mais ônus do que aqueles estabelecidos na obrigação principal. 3. No contrato bilateral com cláusula resolutiva expressa, no qual os contratantes assumam que as obrigações autônomas devem ser cumpridas sucessivamente, se uma das partes não cumprir espontaneamente a sua prestação, o contratante prejudicado poderá considerar o contrato resolvido, alegando a exceção do contrato não cumprido. 4. No contrato de seguro de coisa, a indenização securitária deve ser feita em dinheiro, salvo se convencionada pelos contratantes a recomposição ou a substituição da coisa. 30. No que concerne ao ato ilícito e à responsabilidade civil, 1. A responsabilidade por ato de terceiro é objetiva e permite estender a obrigação de reparar o dano a pessoa diversa daquela que praticou a conduta danosa, desde que exista uma relação jurídica entre o causador do dano e o responsável pela indenização. 2. A concorrência de culpas do agente causador do dano e da vítima por acidente de trânsito, por exemplo, no caso de colisão de veículos, acarreta a compensação dos danos,devendo cada parte suportar os prejuízos sofridos. 3. Quando inúmeras e sucessivas causas contribuem para a produção do evento danoso, todas essas causas são consideradas como adequadas a produzir o acidente e a gerar a responsabilidade solidária para aqueles que o provocaram. Nessa situação, cabe à vítima escolher a quem imputar o dever de reparar. 4. Os atos praticados em legítima defesa, no exercício regular de um direito ou em estado de necessidade, que provoquem danos morais ou materiais a outrem, embora sejam considerados como atos ilícitos, exoneram o causador do dano da responsabilidade pela reparação do prejuízo causado. 31. Acerca da Lei de Introdução do Código Civil e da vigência, aplicação e interpretação das leis, assinale a opção correta. 1. Iniciado o transcurso da vacatio legis, se, por qualquer motivo, ocorrer nova publicação do texto legal, o prazo de obrigatoriedade da lei contará da primeira publicação. 2. A lei nova que estabelece disposições gerais revoga as leis especiais anteriores que dispuserem sobre a mesma matéria, pois não pode ocorrer conflito de leis, ou seja, uma mesma matéria não pode ser regida por diversas leis. 3. Repristinação da lei é dar nova vigência a determinada lei, ou seja, uma lei que tiver sido revogada volta a viger por determinação expressa de uma nova lei. 4. A lei tem vigência até que a outra lei a revogue, ou, então, até que a lei nova com ela seja incompatível. Nesse caso, ocorre a derrogação da lei, ou seja, a revogação integral de uma lei anterior por uma posterior. 32. Acerca do domicílio, assinale a opção incorreta. 1. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo. 2. O direito brasileiro somente admite a unicidade domiciliar. 3. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso. 4. As partes contratantes podem especificar, nos contratos celebrados por escrito, o domicílio onde serão exercidos os direitos e obrigações resultantes dos mesmos. 33. A passagem do tempo pode determinar uma série de efeitos jurídicos, sendo, por exemplo, um dos elementos determinantes para a prescrição ou a decadência de direitos. Sobre esses institutos jurídicos, 4 Atualizada 19/12/2008 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores

1. A interrupção da prescrição, que pode ocorrer diversas vezes, exige a demonstração do interesse por parte de quem a promove. 2. O direito brasileiro não admite a suspensão da decadência, sendo esta, portanto, considerada como prazo fatal. 3. A prescrição da pretensão de reparação civil se dá, nos termos do Código Civil, em 5 anos. 4. A prescrição pode ser pronunciada, de ofício, pelo juiz. 34. Com referência às diversas espécies contratuais reguladas pelo Código Civil, 1. É nula a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente a consentirem. 2. O mútuo, o comodato e o depósito, sendo considerados contratos reais, caracterizam-se pela transmissão da propriedade da coisa ao mutuário, comodatário e depositário desde a sua celebração. 3. Com relação a compra e venda com reserva de domínio é certo afirma que se aplica somente aos bens móveis. 4. Na fiança, não pode o fiador, em nenhuma hipótese, alegar benefício de ordem, sendo considerado devedor solidário com o afiançado. 35. Acerca da responsabilidade civil, assinale a opção correta. 1. A responsabilidade dos pais pelos atos dos filhos menores, que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia, é considerada subjetiva, embora se presuma a culpa daqueles. 2. No regime do Código Civil, a responsabilidade do empresário e da sociedade empresária pelos danos causados por produtos postos em circulação é subjetiva, ao contrário do que se observa, no regime do Código de Defesa do Consumidor, em relação aos fornecedores, que respondem objetivamente pelos mesmos danos. 3. Na hipótese de homicídio, o autor do fato somente será obrigado a indenizar o cônjuge sobrevivente, mas não os eventuais credores de alimentos do falecido, pois esta seria uma hipótese de reparação de dano indireto, o que é vedado pelo direito brasileiro. 4. O Código Civil impõe uma responsabilidade civil objetiva ao empregador pelo ato culposo de seu empregado, se o dano foi causado no exercício do trabalho que lhe competia ou em razão dele. Atualizada 19/12/2008 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 5