CMYK. Muito além do PROCESSO



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André Borges Lopes* Muito além do O uso de tintas especiais permite ampliar o universo de cores oferecido pela quadricromia tradicional, além de criar efeitos especiais como tons metálicos. Mas o uso dessa técnica exige cuidados e um bom conhecimento de retículas e dos processos de impressão. T CMYK odo profissional que trabalha há algum tempo com impressão de fotos coloridas já passou ao menos uma vez pelo trauma do azul. Ele acontece quando digitalizamos uma boa foto tirada ao ar livre e, no modo RGB, o céu se mostra naquele intenso tom de azul que só a combinação de um filme de alta qualidade com um fotógrafo talentoso produz. Mas, na hora em que a imagem é convertida para CMYK, vem o desastre: o belo céu azul transforma-se numa massa arroxeada e sem vida, que nem de longe lembra a cor da foto original. Seguem-se dias de irritadas discussões entre fotógrafos, diretores de arte, impressores, retocadores e até fabricantes de tintas para descobrir quem foi o culpado pelo estrago. Em maior ou menor escala, problemas semelhantes surgem em inúmeras outras cores. Vermelho, laranja e verde-limão, comuns nas fotos de alimentos, assim como o púrpura-brilhante e rosa-choque dos desfiles de Carnaval são apenas alguns exemplos de tons que simplesmente não são possíveis de ser conseguidas com uso da combinação de ciano, magenta amarelo e preto da seleção de cores tradicional. Por melhores que sejam as tintas, os papéis, a gráfica e os impressores não há remédio. Boa parte do espectro de tons visíveis pelo olho humano simplesmente esta fora do espaço de cores ou gammut da síntese CMYK. Mais do que um defeito, essa limitação é uma característica dos processos de impressão com a qual todo produtor gráfico tem que aprender a conviver. CORES DE SELEÇÃO E CORES ESPECIAIS Há, no entanto, uma maneira simples e bem conhecida de imprimir essas cores impossíveis : é só pintar o papel com uma cor especial (spot color, em inglês), usando tintas fabricadas especialmente para gerar tom exato que se quer obter. Basta selecionar a tonalidade desejada num catálogo ou livreto de amostras de tintas e passar essa referência para o impressor, do mesmo modo como escolhemos uma tinta latex para uma parede de casa. A conhecida tabela de cores Pantone (veja box) oferece tintas especiais que reproduzem quase todo o espectro visível. Escolha um Pantone 293, por exemplo, e você coloca no papel aquele mesmo azul que desapareceu no céu. Selecione Pantone Orange 021 e as cenouras de uma salada impressa em CMYK vão lhe parecer pálidas e doentes. O problema é que, ao contrário das quatro cores de seleção (process colors, em inglês), as tintas especiais não podem ser combinadas para obtenção dos tons necessários à boa reprodução de uma foto colorida. Por isso, o uso de cores especiais costuma ficar limitado aos impressos mais simples, produzidos com apenas duas ou três tintas. Nesses casos, é

possível usá-las para produzir duotones e cromias (veja artigo na Publish 50), melhorando o aspecto das fotos preto-e-branco ou gerando efeitos especiais. Produtos mais sofisticados normalmente são feitos tintas de seleção e ficam limitados às cores do CMYK. Um impasse insolúvel? Não. Pouca gente sabe, mas é possível imprimir usando cores especiais e cores de seleção ao mesmo tempo, onde tintas extras são usadas para superar as limitações de cor do CMYK. Essa técnica, desenvolvida inicialmente pela Linotype- Hell, passou a ser conhecida genericamente como HiFi Color (cor de alta fidelidade) e emprega cinco, seis ou mais cores. Boa parte das impressoras de grande formato do mercado de sinalização usam mais de quatro tintas a fim de melhorar a reprodução de cores. Nas gráficas tradicionais, no entanto, a adoção desse processo é lenta. Além do custo alto, a impressão de cinco ou mais cores cria dificuldades que precisam ser contornadas. DESTAQUE OU REFORÇO A forma mais comum de uso de cores adicionais nos impressos coloridos é para a produção de reforços ou efeitos. Esse é o caso, por exemplo, da tinta prata brilhante usada nos folhetos promocionais do Virtua acima, aplicada no macacão e na maquiagem da modelo, e também na logomarca e nos ícones. O mesmo efeito foi usado na hoje histórica capa da revista Wired de junho de 1997 acima, onde o laranja vivo do logotipo é uma cor especial, usada também para realçar os vermelhos do logo da Apple. Nesses casos, a quinta cor entra praticamente sólida (100%), em áreas definidas da imagem, junto com as tintas CMYK (como a Publish, ao contrário da Wired, é produzida em apenas quatro cores, é impossível visualizar aqui o efeito real). O objetivo é gerar uma base com a cor especial obtendo, no primeiro caso, um tom prateado verdadeiramente metálico (impossível em CMYK) e no segundo uma tonalidade bem mais próxima do vermelho-sangue adequado à ilustração da capa. O fotolito e a chapa da quinta cor praticamente não precisam empregar nenhuma retícula, pois as áreas a serem pintada são chapadas, ou quase. Por isso, não há muito com o que se preocupar com lineaturas e inclinações dos pontos. O uso de cores de reforço (bump colors) é comum em catálogos e impressos promocionais, em geral quando o logotipo da empresa ou a cor típica dos seus produtos está fora do espaço de cores do CMYK. É também a forma mais prática de colocar no impresso tons pratedos, dourados ou cores metálicas convincentes. Mas lembre-se: a maioria das tintas metálicas é opaca e cobre o que está por baixo. Por isso, essas tintas devem ser colocadas em primeiro lugar na sequência de impressão.

ALTA FIDELIDADE O uso de um verdadeiro sistema de cores de alta fidelidade é mais complicado que a mera aplicação de tintas de reforço. No hifi color tradicional, três tintas extras (Vermelho Verde e Azul-Violeta) são aplicadas em diferentes quantidades sobre todas as áreas da imagem onde sua presença ajuda a reforçar ou dar mais vida às cores originais. Isso aumenta consideravelmente o espaço de cores do impresso, mas para conseguir um bom resultado é preciso resolver alguns problemas. Separação de cores. A geração em computador dos quatro fotolitos CMYK a partir de uma imagem RGB já é uma tarefa complicada que exige, além de um bom software, ajustes e decisões do operador (veja o artigo De RGB para CMYK na Publish nº 43). Produzir a separações de uma imagem colorida em 6 Quase um sinônimo de cor especial Ao definir uma cor especial de impressão, a maior complicação é usar um catálogo de tintas que a gráfica possua, para que as referências sejam compatíveis. Afinal, o tom vermelho-rubi ou verde-floresta de um fabricante de tintas pode ser diferente ou até não existir no catálogo de um concorrente. Em 1963, Lawrence Herbert salvou da falência a Gráfica Pantone de New Jersey (EUA) ao desenvolver o catálogo de tintas Pantone Matching System. A inovação de Herbert foi produzir em formato de fácil manuseio um livreto com centenas de cores numeradas, que podem ser produzidas na própria gráfica por meio da mistura em quantidades exatas de apenas 14 tintas básicas. Com o tempo, as tabelas Pantone espalharam-se pelo mundo, e Pantone tornou-se quase sinônimo de tintas especiais. Hoje, a Pantone Inc. produz sistemas de referência de tintas e pigmentos para vários setores industriais, inclusive tecidos e plásticos. Na área gráfica, são mais de 20 catálogos, que incluem tintas metálicas, fluorescentes, tons pasteis e escalas CMYK em diversos tipos de suporte. O livreto original, rebatizado Pantone Formula Guide, oferece 1.147 cores diferentes com as respectivas fórmulas de mistura, em papéis foscos, brilhantes e não-revestidos. Grandes fabricantes de tinta de muitos países inclusive do Brasil são licenciados como fornecedores de tintas padrão Pantone para as gráficas. Nas fábricas é possível comprar as tintas básicas e também as cores do catálogo já pré-misturadas. Embora haja outros catálogos de referência, as escalas Pantone são os mais adotados no mercado de artes gráficas brasileiro. Representante Pantone no Brasil: AFITEC - www.afitec.com.br Tel: (31) 3371 5331 Belo Horizonte, MG ou 7 tintas é tarefa para especialistas em reprodução de cores, ou para sofisticados programas especializados. Inclinação das retículas. Combinar diferentes proporções de tintas numa mesma área de impressão exige cuidados com as retículas, para evitar as interferências que resultam em moiré. No CMYK, é preciso rotacionar em 30 graus os filmes de cada cor, colocando o Ciano em 15º, o Preto a 45º e o Magenta a 75º. Para o Amarelo não há ângulo adequado, mas como a cor é pouco visível, mesmo posicionada a 0º ela não gera moiré que incomode. Para as cores adicionais não há ângulos adequados disponíveis, e o encaixe das retículas torna-se um quebra-cabeça de difícil solução, a menos que o produtor decida pelo uso de retículas estocásticas, que poucas gráficas aceitam. Carga máxima de tinta. A maioria dos sistemas de impressão não suporta que a soma total dos percentuais das tintas nas áreas de sombra da imagem supere os 300% ou 320%. Isso leva ao uso de técnicas de limitação de carga na impressão em quatro cores. Com o uso de tintas adicionais, o cuidado deve ser redobrado. Sistema de provas. Os sistemas de provas de cor analógicos ou digitais foram projetados para gerar provas confiáveis em impressões CMYK, e não conseguem simular adequadamente os resultados de impressões hi-fi (a exceção fica com os velhos prelos). O mesmo problema ocorre nos monitores dos micros. Por isso, a visualização dos resultados antes da impressão final é limitada. Equipamento de impressão. No Brasil, impressoras de quatro cores tornaram-se comuns na indústria gráfica somente há poucos anos. Unidades com 6 ou 7 cores são raridades encontráveis apenas nas mais sofisticadas (e caras) gráficas dos grandes centros. Isso limita as opções do produtor e contribui para aumentar ainda mais o custo dos impressos. Em função desses problemas, os sistemas de hi-fi color não emplacaram no mercado, apesar dos esforços de alguns fabricantes. Mesmo no exterior, são raras as gráficas capacitadas para lidar adequadamente com esse tipo de produto, e os custos costumam ser

Figura A Figura B Muitos canais no Photoshop Amaneira mais prática de adicionar cores especiais em uma imagem colorida é utilizando dois recursos das versões atuais do Photoshop: os canais especiais ( spot ) e o modo Multicanal. A escolha entre um e outro depende do efeito desejado. Canais especiais extras A criação de canais spot permite a introdução de tintas adicionais em uma imagem CMYK. Para isso, abra a paleta Canais e selecione Novo canal de spot (New spot channel) como na figura A. O programa irá apresentar então a caixa de diálogo Opções do canal de spot mostrada na parte superior da figura B. Clique na caixinha de cor e o Photoshop disponibiliza seu tradicional seletor de cores. Na figura, foi utilizada a opção de cor personalizada (custom) que dá acesso a diversos catálogos de cores, entre eles os da Pantone e selecionada a tinta especial Pantone Orange 021. O percentual de solidez (solidity) definido na caixa de opções tem influência apenas na visualização no monitor, e não no resultado impresso. Ajustado em 40% gera um preview razoavel. O programa cria um canal em branco para a cor especial, e você pode demarcar as áreas onde deseja aplicar o reforço. É possível fazer a demarcação com pintura manual, com uma máscara pré-definida ou criando uma seleção sobre as áreas a serem reforçadas. Use a varinha mágica ou a ferramenta de seleção por faixa de cores (color range). É possível criar múltiplos canais especiais, que podem ser trabalhados um a um (figura C). Canais spot podem ser criados e excluídos a qualquer momento, e você também pode converter um canal alfa (uma máscara de seleção, por exemplo) em canal spot. Caso sua imagem tenha mais que uma camada (layer), os novos canais estarão presentes em todas. Modo Multicanal O modo Multicanal permite criar uma imagem onde todos os canais são tratados como especiais. Pode-se produzir imagens onde todos os canais são spots Pantone, sem a presença das cores CMYK. Também é possível criar imagens com apenas dois ou três canais, recurso útil quando se quer retocar isoladamente cada cor de um Duotone. Arquivos Multicanal são obtidos convertendo qualquer imagem para esse modo, como na figura D. Mas atenção: a mera conversão de uma imagem CMYK não altera seu resultado impresso, apenas são gerados quatro canais Ciano, Amarelo, Magenta e Preto que podem ser livremente Figura C editados, ter o nome ou cor alterados e até mesmo ser eliminados. Aliás, sempre que eliminamos um dos canais de cor de uma foto CMYK o Photoshop o transforma automaticamente em Multicanal. A conversão direta de uma imagem RGB para Multicanal gera um arquivo CMY, uma seleção sem o canal do Preto. O plug-in HexImage da Pantone permite que fotos RGB sejam convertidas diretamente para um arquivo Multicanal Hexachrome de seis tintas. EPS DCS 2 Imagens CMYK com canais spot, assim como todas as imagens Multicanal, só podem ser salvas em dois formatos: o nativo do Photoshop (PSD) e uma variação do Encapsulated PostScript conhecida como EPS DCS 2. As Figura D versões mais recentes dos principais programas de paginação (QuarkXPress 4.1, PageMaker 6.5 e InDesign 1.5) importam sem problemas esse tipo de EPS, incorporando automaticamente as tintas extras na sua paleta de cores spot. Caso sejam utilizadas retículas nos canais especiais, é preciso estudar as opções de ângulo para cada tinta, o que pode ser feito no fechamento do arquivo. O formato DCS 2 oferece algumas opções na caixa de diálogo de salvamento (figura E). Na primeira (preview) vale a mesma regra dos EPS convencionais: TIFF 8 bits para PC, Macintosh 8 bits para Mac. Na segunda linha, prefira a opção de arquivo único com cores compostas em 72 dpi (single file with color composite) evitando que sejam gerados múltiplos arquivos (a resolução de 72 dpi refere-se ao preview). Por fim, selecione código binário para imagens Figura E que serão usadas apenas em Mac e ASCII para as que forem para plataformas PC. E não assinale os quadradinhos das opções inferiores.

proibitivos. Na maioria das vezes, os designers e produtores preferem empregar as tintas extras como cores de reforço, chapadas ou com uso discreto de retículas. Um recente cartaz promocional das motocicletas Honda foi produzido com nada menos que oito impressões: CMYK mais Prata (nos aros e cromados), Alumínio-Fosco (nos motores), uma tinta metálica especial (reproduzindo a cor real da moto) e verniz de máquina sobre as áreas impressas. Um desafio para os profissionais de fotolito e impressão. O ENGENHOSO HEXACHROME Tentando superar ao menos parte dos problemas, a Pantone desenvolveu o Hexachrome, uma tecnologia de altafidelidade baseada em seis tintas: um CMYK diferenciado, acrescido de Verde-Limão e Laranja- Abóbora. Lançado em 1994, o novo sistema chegou a ganhar alguns adeptos, mas sua adoção pelo mercado ficou longe das expectativas do fabricante. O uso de seis cores aumenta as opções de gráfica, já que impressoras de seis castelos são mais comuns que as de sete ou oito. Além disso, a engenhosa escolha das cores extras permite o uso de retículas convencionais sem problemas de moiré. O Verde usa o mesmo ângulo 75º do Magenta e o Laranja compartilha a angulação 15º do Ciano. Como são cores opostas, é nula a possibilidade dessas tintas se sobreporem na imagem, gerando interferências. O Azul-Violeta não é usado, pois teria que ficar no ângulo 0º do Amarelo que é inadequado. Para compensar sua falta, a Pantone alterou o tom do Magenta e do Ciano. Auxiliadas pelas cores extras na tarefa de gerar vermelhos e verdes, as duas tintas foram otimizadas para tons azuis mais convincentes. Separar uma imagem RGB para impressão em Hexacrome é uma tarefa delicada, que fica a cargo de uma ferramenta especial: o HexImage, que é instalado como Plug-In no Photoshop 5 e permite a criação automática de arquivos do tipo Multicanal, com seis filmes (veja o box Muitos canais no Photoshop ). A Pantone também oferece uma versão para imagens vetoriais, o HexVector, que funciona com o Illustrator. A versão teste dos dois pode ser baixada gratuitamente no site da Pantone (www.pantone.com). Diversos aplicativos de Editoração Eletrônica trabalham com Hexacrome, e a Pantone afirma que cerca de 90% das suas cores especiais não-metálicas podem ser sintetizadas no tom exato com esse sistema (contra 50% no CMYK). Algumas gráficas comerciais brasileiras oferecem a opção de imprimir em Hexacrome, e os fabricantes de provas de cor analógicas (Cromalin, MatchPrint, etc) comercializam kits especiais para o sistema. Na prática, o Hexacrome permite reproduções mais vivas de tons verdes, vermelhos e laranjas, além de discreta melhoria nos azuis. Isso o torna útil na reprodução de fotos de alimentos, mas cuidado: use com moderação. Force a mão na carga das brilhantes tintas especiais e você imprimirá uma salada com jeitão de ter sido cultivada num quintal de Chernobil. OTIMIZANDO RESULTADOS A decisão de usar ou não sistemas de cores hifi num impresso deve ser avaliada com cuidado. Além de um belo aumento nos custos, prepare-se para enfrentar problemas, atrasos e percalços, agravados pela pouca experiência do birô e da gráfica no uso dessas técnicas. Visto pelo lado bom, há o desafio de fazer algo novo e diferente. No uso de cores especiais de reforço, há macetes para minimizar custos. Procure usar uma das 14 tintas Pantone padrão, principalmente em tiragens pequenas. Isso evita que a gráfica misture ou compre uma lata de tinta só para seu uso, jogando fora o excedente. No caso de Prata ou Dourado (de uso mais comum) converse com o impressor sobre a possibilidade de pegar carona em algum outro trabalho que use as mesmas tintas. Isso pode render um significativo desconto. Por fim, lembre-se sempre da regra menos é mais ( less is more ). O fato de que você pode usar cores extras não quer dizer necessariamente que você deva usá-las sem que haja um bom motivo. Guarde o hifi color para ocasiões adequadas, onde ele pode mostrar a que veio, dando um toque diferenciado aos seus impressos. Instalado como um Plug-In no Adobe Photoshop, o programa Hex Image permite converter imagens RGB ou CIE-Lab diretamente para separações Hexachrome. André Borges Lopes (andre.lopes@publish.com.br) é produtor gráfico, consultor em artes gráficas pela Bytes & Types (www.bytestypes.com.br) e instrutor em cursos de treinamento na escola Graph Work.