X EDAO ENCONTRO PARA DEBATES DE ASSUNTOS DE OPERAÇÃO SISRTM - SISTEMA DE ROTEIRO DE MANOBRAS



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Transcrição:

X EDAO ENCONTRO PARA DEBATES DE ASSUNTOS DE OPERAÇÃO SISRTM - SISTEMA DE ROTEIRO DE MANOBRAS Antônio Sérgio de Araújo Eloi Rocha Tiago Diniz Lira Sizenando Andrade CHESF Smartiks Smartiks CHESF Recife PE Campina Grande PB Campina Grande PB Recife - PE RESUMO Apresenta-se uma nova ferramenta computacional para automatizar o processo de elaboração e utilização dos Roteiros de Manobras, Programas de Manobras e Analise Preliminar de Perigo, que utiliza técnicas computacionais que otimiza de forma inteligente o trabalho de edição e recuperação de procedimentos, ações e análises de perigo. A especificação e a estratégia de desenvolvimento são apresentadas, incluindo a fase de operação experimental e implantação na Chesf. PALAVRAS-CHAVE Roteiro de Manobras, Programa de Manobras, Análise Preliminar de Perigo, Padronização, Sistema de Potência. 1.0 INTRODUÇÃO Na Operação do Sistema Elétrico de Potência, os Operadores de Sistema, de Subestações e Usinas que operam o SEP (Sistema Elétrico de Potência) da Chesf em tempo real, têm a complexa tarefa de executarem manobras observando os requisitos de segurança física. Entende-se por manobra uma ação ou conjunto de ações efetuadas com a finalidade de se atingir uma determinada configuração para o SEP, usina ou instalação. Portanto os Roteiros de Manobras RTM - são procedimentos que contemplam ações padronizadas para liberação e normalização de equipamentos e LT e os Programas de Manobras PGM - são procedimentos que contemplam ações não padronizadas para liberação e normalização de equipamentos e LT enquanto que as APP são as Análises Preliminares de Perigo quando da realização de manobras. Felizmente os operadores da Chesf possuem em tempo real os PGM e RTM facilitando assim a liberação e normalização dos equipamentos em condições programadas e de urgências. Entretanto, um dos problemas encontrados pela Operação do Sistema da Chesf consiste na dificuldade em gerenciar Roteiros e Programas de Manobra além da dificuldade em editar de forma padronizada tais documentos, tendo em vista a possibilidade de geração de documentos completamente despadronizados e ambíguos, possibilitando erros de interpretação entendimento, que podem acarretar em falhas operacionais. Com o advento da norma regulamentadora NR10, que recomenda condições mínimas para garantir a segurança das pessoas quando da realização de manobras a CHESF decidiu elaborar Roteiros para Análise Preliminar de Perigo - APP que deverão estar associados aos Roteiros de Manobras e Programas de Manobras incorporados ao SisRTM. A CHESF (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco) e a Smartiks firmaram uma parceria para desenvolver o projeto SisRTM: Sistema de Roteiros de Manobras. O projeto SisRTM visa ao desenvolvimento e a integração com o SmartAction, de uma ferramenta computacional para o processo de elaboração e utilização dos RTM, PGM e APP. O SmartAction (Determinação Inteligente de Ações para Recomposição da Rede de Transmissão de Energia) é um software para determinação inteligente e automática de seqüências de ações que são necessárias às recomposições do sistema elétrico de potência) [1], [2] e [3] A concepção do SisRTM objetivando tratar a questão delineada acima, envolveu fundamentalmente a experiência da equipe da Chesf na formação da base de conhecimento para concepção desse sistema e da Smartiks na filosofia do programa que se baseia em técnicas computacional que otimiza de forma inteligente o trabalho de edição e recuperação dos RTM, PGM e APP, com controle automático de versão e edição, permitindo auditoria de todo o processo. Atualmente o SisRTM está instalado na infraestrutura coorporativa da Chesf. Sua utilização é essencial para realização dos serviços prestados pelos Centros de Operação de Sistema, Subestações e Usinas. É apresentado neste artigo o desenvolvimento da ferramenta e os resultados da aplicação prática deste software são incluídos. 2.0 ESTUDO DO PROBLEMA A natureza do problema relacionado com a manutenção dos Roteiros de Manobra na Chesf assim como em outras empresas, envolve uma série de características: i) um grande número de equipamentos para controle; ii) grande quantidade de eventos para análise; iii) diversidade de arranjos no sistema elétrico; iv) grande número de documentos normativos não estruturados; e, v) mudanças freqüentes na estrutura topológica do sistema, e em procedimentos sobre os equipamentos. Estas características geram

problemas relacionados com a manutenção dos Roteiros de Manobras e Programas de Manobras. 2.1 Advento da Norma Regulamentadora Nº 10 A constante atualização da legislação brasileira referente à prevenção de acidentes do trabalho é uma das principais ferramentas à disposição de trabalhadores e empregadores para garantir ambientes de trabalho seguros e saudáveis. Quando se trata de medidas preventivas de choque elétrico torna-se obrigatório consultar a norma brasileira, norma regulamentadora NR-10 - Instalações e serviços com eletricidade, que recomenda condições mínimas para garantir a segurança das pessoas, e estabelece critérios para proteção contra os riscos de contato, incêndio e explosão, dentre outros. Com base neste conceito e para atendimento especificado pela NR-10 quanto à Análise Preliminar de Perigo - APP, a CHESF faz recomendação enfática para que se adapte às particularidades da empresa, quando da realização de manobras no sistema elétrico, auxiliando os esforços dos operadores de instalação e usinas, na melhoria das condições de trabalho e na preservação da vida humana. Para trabalhar em segurança é necessário primeiro saber a maneira correta de funcionamento da máquina ou equipamento, qual o tipo de serviço a ser realizado, observar bem o local de trabalho levantando as possíveis interferências que poderão causar algum dano. Assim para atender as exigências e condições citadas acima a CHESF decidiu elaborar Roteiros de APP que deverão estar associados aos Roteiros de Manobras e incorporados ao SisRTM. 2.2 Problemática da Falta de Padronização Em geral, roteiros de manobra são escritos em documentos Word, que devido a enorme facilidade e flexibilidade durante sua edição, permite a geração de documentos extremamente complexos, e, em geral, completamente despadronizados. O problema fica ainda maior, quando existem vários editores escrevendo roteiros, nessas situações, é possível observar roteiros seguindo padrões completamente diferentes dentro de um mesmo Centro de Operação. Um exemplo seria em um roteiro a existência das ações Abrir disjuntor tal e em outra ação Confirmar abertura do disjuntor tal, enquanto que em outro roteiro semelhante está tudo em uma única ação, ou seja: Abrir e confirmar disjuntor tal. Além desses problemas, outros relacionados com formatação também podem ser percebidos, por exemplo: roteiros utilizando máscaras, fontes e, até mesmo, logomarcas distintas dentro da mesma empresa. Vale salientar, que o problema da ausência de padrão pode ser ainda maior, uma vez que, devido ao fato dos textos das ações serem escritos sem nenhuma validação automática, os conteúdos de uma ação pode apresentar duplicidade, e, no pior caso, comprometer o seu entendimento, acarretando falhas na execução de uma manobra no Sistema Elétrico. 2.3 Problemática de Documentos não Estruturados Documentos dessa natureza por serem escritos de forma não estruturada, isto é, como textos livres, dificulta enormemente o acesso das informações contidas nos roteiros por parte de outros sistemas. Para exemplificar, imagine se um sistema externo precisasse auditar todas, ou ao menos uma parte, das ações existentes em um determinado procedimento. Perceba, que um ser humano é capaz de assimilar facilmente que ação Abrir o disjuntor 15D1 é semanticamente igual à ação Abra o disjuntor 15D1, entretanto o mesmo não pode ser afirmado para um sistema computacional. Nesse contexto, é desejável permitir que as informações existentes dentro dos roteiros sejam acessíveis programaticamente por outros sistemas. 2.4 Problemática do Gerenciamento Outro problema que deve ser destacado consiste na dificuldade de gerenciar mudanças em um Roteiro de Manobras. Por exemplo, sempre que um roteiro de um centro de operação é modificado, é necessário sinalizar as instalações que utilizam o roteiro, pois, muitas vezes, esses roteiros precisam ser modificados para incluir as ações a serem realizadas pelas instalações (subações manobras em serviços auxiliares realizadas pelas instalações e que fazem parte de um RTM ou PGM). O fato é que, utilizando documentos textuais, existe o risco das modificações inseridas pelos centros de operação não serem percebidas corretamente, e, conseqüentemente, as instalações não utilizarem no momento da manobra o RTM em sua última edição. Fatos como estes citados acima podem gerar inclusive custos adicionais face penalizações decorrentes da indisponibilidade de equipamentos pertencentes à Rede Básica de Operação ou pela falta de atendimento ao suprimento da carga. 2.5 Problemática de Estruturação das APP Com o advento da NR-10, surge à necessidade de integrar Roteiros de Manobras e Programas de Manobras com as Análises Preliminares de Perigo. Nesse contexto, as ações e subações de um RTM ou PGM podem conter várias APP. Analogamente ao problema de padronização existentes nas ações de um RTM, existe também o problema nas APP, uma vez que elas são muito semelhantes entre si. O problema de padronização em APP ainda é maior, pois a má interpretação devido a uma ambigüidade pode ser danosa à vida dos operadores de subestações e usinas que realizarão as manobras. Portanto, integrar RTM, PGM e APP através de documentos Word, ou editores de texto consiste em uma atividade não trivial. No setor elétrico brasileiro poucos trabalhos falam sobre este tema. Verifica-se que para desenvolvimento, implantação e integração de uma ferramenta que solucione estas problemáticas no nível que venha a atender as necessidades da operação em tempo real, necessita-se de uma equipe que detenha conhecimento teórico sobre o assunto, domínio de técnicas de inteligência

computacional, interface homem-máquina, interface com outros aplicativos e elaboração de estratégia de desenvolvimento desta ferramenta de forma bastante detalhada. 3.0 O PROGRAMA SisRTM O SisRTM Sistema de Roteiro de Manobras consiste em uma aplicação computacional construída para solucionar todos os problemas relacionados com gerência de Roteiros de Manobras, Programas de Manobras e Análise Preliminar de Perigo que otimiza de forma inteligente o trabalho de edição e recuperação destes documentos, permitindo auditoria de todo o processo. Utiliza o conceito de privilégios através de acesso por senha (mecanismo de login), garantindo que nenhuma informação seja alterada por um usuário que não possua permissão para tal (mecanismo de perfil de usuário). O grande diferencial do SisRTM está na solução utilizada para resolver essas problemáticas, isto é, garantir a padronização das ações existentes nos RTM, PGM e APP de manobra da empresa, bem como permitir que sistemas externos possam auditar as ações contidas nestes documentos. Código Template Parâmetros A1 T1 CMD, 15D1 A2 T2 CROS, 15D1 A3 T1 FTZ, 14D1 TABELA 3 Ações utilizando templates 3.1 Padronização e Estruturação da Informação Para o problema da ausência de padrão, a solução utilizada consiste em alterar completamente a forma de inserir uma ação dentro de um roteiro. Utilizando um editor de texto convencional, todas as ações são inseridas livremente, isto é, o editor pode escrever. Agora, utilizando o SisRTM, para uma ação ser inserida, é necessário escolher primeiramente qual template (molde) ela está relacionada e informar o conteúdos dos parâmetros. Nesse contexto, um template consiste em um texto parametrizado. Por exemplo: se o texto da ação é CMD Abrir disjuntor 15D1, então para que essa ação seja inserida, é necessário escolher o template ${1} Abrir disjuntor ${2}, onde ${1} e ${2} são parâmetros do template, que, nesse caso, são representados por CMD e 15D1, respectivamente. A tabela 1 ilustra algumas ações escritas livremente, enquanto que a tabela 3 apresenta as ações escritas utilizando os templates especificados na tabela 2. A figura 1 apresenta a tela de edição de um roteiro de manobra utilizando o SisRTM. Observe que o usuário digita apenas os parâmetros. Código Responsável Texto FIGURA 1 Tela de edição de um roteiro de manobra no SisRTM A1 CMD Abrir 15D1 A2 CROS Autorizar liberação 15D1 A3 FTZ Abrir 14D1 TABELA 1 Ações escritas sem o uso de templates Template Responsável Texto T1 ${1} Abrir ${2} T2 ${1} Autorizar liberação ${2} TABELA 2 Templates FIGURA 2 Estrutura de um Roteiro de Manobras A figura 2 apresenta a estrutura de um roteiro de manobra. Observe que um template pode estar relacionado com várias ações de procedimentos e roteiros diferentes. Dessa forma, o SisRTM garante que as ações semanticamente idênticas estarão

utilizando o mesmo template. Além disso, atualizar um roteiro de manobra torna-se bem mais fácil, uma vez que alterando o conteúdo de um template, todos os roteiros que o utilizam serão, automaticamente, atualizados. Note que sem o SisRTM, todos os roteiros deveriam ser atualizados manualmente. Com relação à auditoria das ações existentes dentro de um procedimento de manobra, através da utilização dos templates, esse problema foi resolvido facilmente. Cada template possui um campo adicional, onde é possível inserir expressões, seguindo uma determinada linguagem, as quais podem ser avaliadas por outros sistemas computacionais, diferentemente de textos livres, que não podem. Dessa forma, sistemas externos poderão acessar as ações de um roteiro, e, conseqüentemente, os templates relacionados com cada ação, e, por fim, as expressões associadas com cada template. 3.2 Gerenciamento e Estruturação das APP Sobre o problema do controle de mudanças entre as versões dos roteiros de manobras editadas pelos Centros de Operação e as editadas pelas instalações, o SisRTM solucionou da seguinte forma: cada editor possui um login no sistema que o identifica, além disso, existem dois tipos de roteiros, os de Centro de Operação e os de Instalação; o editor do Centro poderá alterar apenas os procedimentos e ações existentes na sua versão do roteiro, já o editor da Instalação poderá editar apenas as subações existentes na sua versão do roteiro. As alterações inseridas nos roteiros de Centro de Operação são visíveis nos roteiros de Instalação através de uma cor especial, entretanto, para que elas fiquem em uma cor padrão, o editor da Instalação deverá aceitar as modificações, isso garante que o editor da instalação sempre perceba as alterações inseridas no roteiro. A integração entre RTM, PGM e APP pode ser considerada um grande diferencial no SisRTM. Assim como existem os templates de ação, as APP também estão organizadas na forma de templates, isso garante a criação de uma base única e padronizada de APP, o que é de extrema valia, pois quanto mais rica for à base, menor é a possibilidade do operador de subestação ou usina esquecer de realizar uma análise preliminar de perigo quando da realização de uma manobra. A incorporação de uma APP no roteiro ocorre em duas fases: primeiramente, uma APPM (roteiro contendo ações e APP) é criada, nesse momento, as APP são associadas ao roteiro, caso o editor perceba que uma APP não contemplada no banco de APP precise ser associada à APPM, ele poderá criá-la e associá-la a APPM (essa APP será avaliada posteriormente e poderá ser incorporada à base definitivamente); o segundo passo consiste na execução da APPM, nesse momento, todas as APP inseridas serão reavaliadas pelo executor, que poderá ou não aceitá-las, apenas quando todas as APP forem analisadas é que a manobra poderá ser executada. Esses dois passos são importantes para que as APP sejam analisadas cuidadosamente, evitando, dessa forma, acidentes de trabalho. FIGURA 3 Tela de edição de uma Análise Preliminar de Perigo no SisRTM 3.3 Auditoria A auditoria é uma das funções mais úteis na interação com o mantenedor, pois ela apresenta o mecanismo de perfil do usuário que utiliza o conceito de privilégios através de acesso por senha (mecanismo de login), garantindo que nenhuma informação seja alterada por um usuário que não possua permissão para tal. A auditoria é feita de forma automática através da investigação das informações contidas nas fontes relacionadas com o usuário logado no sistema e a ação a ser executada pelo mesmo. 3.4 Características Técnicas e Funcionais aprovação digital de roteiros: para aprovar um roteiro, basta que um usuário com perfil de aprovador acesse o roteiro e clique no botão Aprovar, a partir de então, o roteiro estará aprovado e, automaticamente, o nome do aprovador aparecerá no roteiro; operacionalização digital de roteiros: para operacionalizar um roteiro, basta que um usuário com perfil para tal acesse o roteiro, que previamente foi aprovado, e clique no botão Operacionalizar, a partir de então, o roteiro estará operacionalizado e o nome do usuário que o operacionalizou aparecerá no roteiro; busca inteligente: é possível realizar uma busca informando apenas uma parte do nome do roteiro, bem como pelo tipo do equipamento ou instalação; impressão: os roteiros (RTM, PGM, APPM) são exportados para PDF seguindo o padrão definido nos normativos da empresa;

função salvar como: quando um roteiro é salvo com outro nome, não apenas o código operacional do roteiro será alterado, mas também o de todos os equipamentos existentes dentro do roteiro (chaves, disjuntores, transformadores, linhas, etc.); validação durante a edição de roteiros: no momento da edição, várias regras se aplicam para evitar que roteiros sejam criados incorretamente, por exemplo, não é possível criar: roteiros de manobras com procedimentos com mesmo nome; programas de manobras com mesmo número; análise preliminar de perigo de manobras com mesma data e hora, etc; controle de versão: é possível recuperar até 5 versões anteriores (obsoletas) para eventual comparação (quantidade configurável); unificação de templates: caso dois templates sejam semanticamente iguais, é possível transformá-los em um único, e, conseqüentemente, todos os roteiros que utilizam os templates serão automaticamente alterados; controle de acesso: o sistema permite que roteiros em tempo real sejam consultados, entretanto para alterá-los é necessário efetuar um login no sistema; perfis de usuários: cada usuário possui um perfil, que poderá ser visualizador, editor, aprovador e administrador. 3.4.1 Interface e Desenvolvimento Possui uma interface WEB, que permite o acesso das funcionalidades do sistema por qualquer pessoa conectada à intranet da CHESF. O sistema pode ser instalado em qualquer tipo de plataforma operacional, pois foi desenvolvido no modelo orientado a objeto utilizando tecnologia Java. O Banco de Dados utilizado é o Oracle 9i. 4.0 APLICABILIDADE Considerando o universo de equipamentos da CHESF e como para cada equipamento deve existir no mínimo um RTM, neste caso estamos falando de milhares de RTM, além dos PGM que são gerados a partir da necessidade de manobras que não estejam contempladas nos RTM e atualmente da necessidade de que para cada manobra realizada deverá existir uma APPM fica evidente a necessidade de um sistema computacional para gestão de todo este processo. O SisRTM originariamente é fruto de um projeto de P&D entre a CHESF e a UFCG intitulado Smart Action. O objetivo do SmartAction consistiu em desenvolver um sistema de recomposição de anormalidades no sistema elétrico. Durante o desenvolvimento desse sistema surgiu a necessidade de interpretar os roteiros de manobras (que até então eram não-estruturados), diante dessa necessidade, o projeto SmartAction desenvolveu o SisRTM (atualmente, todos os roteiros estão semi-estruturados). Dessa forma, o SmartAction trabalha conjuntamente com o SisRTM para auxiliar a recomposição de possíveis anormalidades no Sistema Elétrico. 4.1 Importação de Roteiros de Manobras Inicialmente, o SisRTM encontrava-se apenas no Centro Regional de Operação do Sistema Leste - CROL, em Recife, logo apenas os roteiros dessa regional encontram-se na base do sistema. Nesse contexto, foi essencialmente necessário importar todos os roteiros dos 4 demais centros de operação regional: Norte, Sul, Centro e Oeste. O estado em que estavam esses roteiros, eram: localizados em arquivos (nos formatos DOC ou PDF); Não estruturados; Não existindo padronização das ações utilizadas nos roteiros; Quantidade de roteiros para importar era de aproximadamente 5.000. O processo de importação teve que resguardar de forma fiel às informações contidas nestes arquivos. Após a importação, os dados não estruturados passaram a estar semi-estruturados (baseados no conceito de template). O software administra aproximadamente 100 mil documentos (existem tabelas com 5 milhões de registros), implementado. 5.0 PERSPECTIVAS FUTURAS Existem recursos que deverão ser evoluídos e implantados tais como: Construir uma solução de replicação, exportação parcial dos dados de um Banco para outro (RTM Operacionais e APPM) para contingências do sistema. Isto consiste no sistema ter como acessar uma base de dados existente nas regionais, que é replicada periodicamente, para ser acessada quando da indisponibilidade da infra-estrutura corporativa da Chesf. Desenvolver módulo de aquisição de dados do SAGE (Sistema de Supervisão e Controle utilizado pela Chesf) para preenchimento automático dos horários em que a ação foi realizada pelo tempo-real. O sistema deve permitir que se faça inferência sobre estes dados. Desenvolver módulo de consultas que devem ser realizadas pelos usuários do sistema, bem como a geração de relatórios contendo estatísticas sobre a execução dos roteiros nos Centros de Operação (o banco terá RTM e PGM pós-operação). 6.0 CONCLUSÃ0 6.1 Aplicação Prática Foi realizada a fase de aplicação prática chamada de pré-fase de operação experimental, com o objetivo principal de termos uma significativa contribuição dos operadores de sistema, subestação e usina na elaboração de especificações técnicas e interfaces para o usuário.

Apesar de já está em fase de operação no Centro Regional de Operação de Sistema Leste CROL em Recife, houve uma mudança significativa nos requisitos técnicos e funcionais para serem implementados no software além da ampliação do número de usuários. A partir da instalação da primeira versão continuamos a realizar o monitoramento para se confirmar o funcionamento apropriado do produto em relação às regras de manuseio e usabilidade, à capacidade de operação contínua, à estabilidade do consumo de memória ao desempenho computacional através da rede coorporativa da CHESF e assim poder se definir a efetiva elaboração e validação do aplicativo. Após a identificação das carências e dúvidas, observadas durante esta fase e posterior acompanhamento do uso do sistema em caráter de testes, adotou-se um plano de ação com os seguintes critérios: Desenvolver e implantar as versões atualizadas para continuação dos testes; Realizar debate com pessoal envolvido, discutindo sobre erros e dúvidas em relação ao manuseio do programa; Implementar melhorias em relação aos critérios e objetivos do uso do SisRTM; Realizar treinamento final reciclando, principalmente sobre os pontos que não alcançaram a meta desejada. Foram realizados treinamentos práticos com todos os operadores de sistema, subestação e usina em suas áreas de trabalho, demandando aproximadamente o período de um ano para alcançarmos todos os colaboradores. Atualmente, o SisRTM está instalado na infraestrutura coorporativa da CHESF atendendo de forma satisfatória a todos seguimentos da operação de sistema, subestações e usinas da CHESF, apresentando de forma rápida e segura a edição e recuperação dos roteiros solicitados pelos usuários. 6.2 Consideração final Este artigo apresenta o desenvolvimento e aplicação do SisRTM contendo a técnica proposta para solução do problema de roteiros e programas de manobras e análise preliminar de perigo. Aplicativo este que é resultado de um trabalho cooperativo inicialmente entre a CHESF e a UFCG, desenvolvido e evoluído atualmente numa parceria CHESF e Smartiks de forma a apresentar os RTM, PGM, APP e APPM de maneira fácil, acessível, segura e rápida, eliminando o número excessivo de arquivos não estruturados para uso dos seguimentos da operação de sistema, subestação e usina da CHESF com o propósito de aumentar a eficácia e eficiência destes no processo de manobras de liberação e normalização dos equipamentos e LT. Os objetivos principais do desenvolvimento do SisRTM foram permitir com base no conceito de segurança operativa e para atendimento especificado da NR-10 quanto a análise preliminar de perigo - APP, atender a recomendação enfática para que se adapte às particularidades da empresa, quando da realização de manobras no sistema elétrico, auxiliando os esforços dos operadores de sistema, instalação e usinas, na melhoria das condições de trabalho e na preservação da integridade do sistema elétrico e sobretudo da vida humana. Todo o conhecimento contido nas regras que geraram as APP, na formação dos templates e estruturação dos RTM e PGM foi obtido através dos especialistas em operação de sistema, subestação, usina, manutenção, medicina e segurança do trabalho da CHESF. Atualmente, o SisRTM está instalado na infraestrutura coorporativa da CHESF. Sua utilização é essencial para realização dos serviços prestados pelos Centros de Operação de Sistema, Subestações e Usinas. Ressalta-se que a concepção do SisRTM o torna prático e amoldável para ser aplicado e utilizado em diferentes plataformas operacionais. Assim o que estamos propondo através desta ferramenta vem a estabelecer na área de operação um tremendo avanço no setor elétrico nacional. 7.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] A.S.ARAÚJO, J.P.SAUVÉ, J.C.A. FIGUEIREDO, E.R. NETO, J. M. SANTOS, F.G. AMORIM, P. S. NICOLETTI. Smart Action - Determinação Inteligente de Ações para Recomposição da Rede de Transmissão de Energia, SNPTEE - Grupo IX, Outubro 2007. [2] A.S.ARAÚJO, J.P.SAUVÉ, J.C.A. FIGUEIREDO, E.R. NETO, J. M. SANTOS, F.G. AMORIM, P. S. NICOLETTI. Sistema Especialista de Apoio à Operação e Recomposição do Sistema Elétrico - Tema C, Março 2007. [3] A.S.ARAÚJO, J.P.SAUVÉ, J.C.A. FIGUEIREDO, E.R. NETO, J. M. SANTOS, F.G. AMORIM, P. S. NICOLETTI. Smart Action - Determinação Inteligente de Ações para Recomposição da Rede de Transmissão de Energia, IV CITENEL - Grupo Supervisão e Controle, Novembro 2007. 8.0 BIOGRAFIAS Antônio Sérgio de Araújo Supervisor de Centro de Operação do Centro Regional de Operação do Sistema Leste, CHESF, Recife, Graduado Bacharel em Psicologia pela UNICAP - 1989, Graduado em Psicologia Organizacional UNICAP 1993, Pós- Graduado Treinamento em SRH FAFIRE - 1990, Extensão Universitária em Eletrotécnica UFPE 2000, Especialização em Linguagem de Programação ITECI 2002, Curso de Análise de Segurança Operativa de Sistemas Elétricos de Potência Fundação COGE 2004, Especialização Técnica em Automação de Sistemas Elétricos FUPAI - 2006 (asergio@chesf.gov.br, 0xx81 3229-4806, 3229-4795). Eloi Rocha Neto - Mestre em Informática pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e graduado pela mesma instituição. É diretor da Smartiks Tecnologia da Informação, forte atuante no desenvolvimento de soluções em TI para Sistemas Elétricos. Tiago Diniz Lira - Graduado em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Campina

Grande (UFCG). Atualmente, trabalha na Smartiks desenvolvendo soluções em TI para Sistema Elétricos. Sizenando Figueira de Andrade - Formação em Engenharia Elétrica e em Direito - UFPE. Pós Graduação em Direito Processual Civil - Mackenzie. Cursa especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho - UPE. Trabalha na CHESF desde 1980, com experiências na Área de Operação de Usinas, Coordenador da Normatização Técnica da Operação de Usinas, Gestão da Capacitação Técnica da Operação, Gestão de Grupo de Comercialização de energia, desenvolveu estudos GLD. Assessor do Departamento de Operação de Instalações e Sistema, onde coordena a implantação da NR-10 na Operação da CHESF.