Famílias falidas esquecem-se do perdão do resto da dívida



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SÚ MÚLA DE RECOMENDAÇO ES AOS RELATORES Nº 1/2016/CE

Transcrição:

Famílias falidas esquecem-se do perdão do resto da dívida ENDIVIDAMENTO DAS FAMÍLIAS Tem meio ano para pedir insolvência Nem sempre é fácil perceber quando se entra em insolvência. Raul Gonzalez dá um exemplo: o dia em que se recebe uma carta, por exemplo do banco, a reclamar o pagamento de uma factura em atraso. A partir desse momento tem meio ano para se apresentar ao tribunal. Se demorar mais do que isso, o juiz pode recusar o pedido de exoneração do passivo restante (para limpar as dívidas que não tenham sido pagas ao fim dos cinco anos). O pedido tem de ser feito aquando do início do processo. Famílias falidas para toda a vida se juiz quiser Exoneração do passivo restante nem sempre é dada e processo de insolvência pode não servir para nada Jornal de Noticias, por Alexandra Figueira 15-01-2012 É sinal da crise: há mais famílias do que empresas a abrir falência. Logo à partida, perdem a casa, mesmo que já a tenham quase paga, ajudando a afundar mais ainda o mercado imobiliário. E nada garante que se livrem das dívidas, após cínco anos de vida em suspensa No fim de um processo de insolvência, uma empresa deixa de existir, mas uma pessoa não pode fechar as portas. Por isso, a lei contempla a figura da exoneração do passivo restante : em paralelo ao processo de 1

insolvência, o advogado pede ao juiz que, no final dos cinco anos, limpe as dívidas que ficarem por pagar. Acontece que nem sempre o pedido é feito, testemunha o advogado Raposo Subtil, que tem dado palestras por todo o país alertando os colegas para a obrigatoriedade de entregar o pedido mal o processo de insolvência dá entrada. E, ainda que seja feito, nada garante que o juiz aceite. Cinco anos e tudo igual O Observatório do Endividamento, liderado por Catarina Frade, fez as contas aos 55 pedidos de exoneração do passivo restante que já foram parar aos tribunais da Relação do Porto e Lisboa, por uma das partes discordar da decisão do juiz de 1ª instância. No Porto, 30 pedidos tinham sido indeferidos (recusados), pelo que o insolvente recorreu para a Relação; e 4 tinham sido aceites e quem recorreu foram os credores. Dos recursos de Coimbra, 17 foram interpostos pelos falidos e 4 pelos credores. Uma vez na Relação, a maioria dos casos é decidida a favor do insolvente: 38 vão conseguir livrar-se das dívidas; mas 17 continuarão a dever tudo o que não pagarem nos cinco anos do processo. Para estas pessoas, a insolvência foi um caminho longo e difícil, sem um final feliz, conta Catarina Frade. A lei enumera as circunstâncias em que o juiz pode recusar o pedido, mas a realidade não é linear. Uma é a apresentação à insolvência demasiado tarde. Mas quando é que uma pessoa tem noção que já não conseguirá recuperar? Que está mesmo insolvente?, questiona Catarina Frade. 2

Raul Gonzalez, presidente da Associação dos Administradores Judiciais, dá um exemplo: O prazo começa a contar quando recebe uma carta a exigir juros de mora por atraso no pagamento. Mas a esperança de que possam endireitar a vida pode levar as pessoas a adiar a decisão que, para mais, irá mudar radicalmente a sua vida. Perder tudo, a começar pela casa O processo é tudo menos simples e inócuo. Muitas vezes, as pessoas não imaginam que será tão doloroso, conta Catarina Frade. Logo à partida, todos os bens são retirados, a começar pela casa, ao contrário do que se passa em vários países europeus, onde a habitação da família é protegida (ler página ao lado). Mas também o carro, o mobiliário (até pode ficar com ele, mas paga-o), as contas bancárias e até parte do salário já viverá da mesada estipulada pelo tribunal. Durante 5 anos, terá que dar contas da sua vida financeira ao fiduciário indicado pelo tribunal para o acompanhar e que, por norma, é o administrador que trata da fase inicial da insolvência. Além disso, é afixado um edital na porta da casa do insolvente, para que os vizinhos saibam que está falido. Isto enquanto não recebe a ordem para sair de casa. Uma das consequências da venda automática da casa é a entrada no mercado de habitações, a preço de saldo, contribuindo para baixar o valor do imobiliário. Para mais, quando a pessoa deixa de pagar as prestações, é frequente o banco executar a hipoteca e tomar conta da casa. Insolvência é último recurso 3

Mesmo que o juiz aceite a exoneração do passivo restante, o processo de insolvência é doloroso, garante Catarina Frade. Não deve, por isso, ser encarado como uma solução fácil para o sobreendividamento. Mais vale declarar todo o património do falido Esconder património, para evitar ficar sem ele, é uma das razões pelas quais o juiz pode recusar a exoneração do passivo restante (caso em que a pessoa continuará endividada após o processo). Outra causa de recusa da exoneração é ir a tribunal mais do que seis meses após a entrada em insolvência. O prazo é difícil de calcular, mas basta, por exemplo, receber uma carta do banco a dizer que lhe vai debitar juros de mora por atraso no pagamento de uma prestação para começar a contar. Procurar ajuda logo de inicio O sobreendividamento não aparece de repente. Seja por doença, divórcio, desemprego ou porque perde a conta aos créditos, os sinais vão aparecendo. Procure ajuda, mal se aperceba de que está a chegar ao limite. Grécia e Reino Unido protegem habitação Legislação 4

Portugal trata a habitação como qualquer outro bem do insolvente e vende-o o mais rapidamente possível para pagar aos credores. A nova lei das insolvências, já aprovada pelo Governo mas ainda não publicada, pouco muda relativamente às famílias. Mas em vários países europeus, a lei protege a habitação. Catarina Frade, do Observatório do Endividamento, relata o caso grego, onde a habitação é tratada à parte. Quando está em causa a morada da família, a pessoa negoceia com o banco uma prestação comportável. Se a pagar sem falhas durante 20 anos, e se findo esse tempo tiver pago 85% da dívida, ela fica saldada, explicou. Neste momento, garante, é a única forma de muitas famílias gregas manterem um tecto. Catarina Frade pensa que Portugal deve proteger a habitação, seja usando o modelo grego, seja usando um modelo de arrendamento, como o FIIAH, os fundos de arrendamento da Banca (ler página anterior). Quem mantém a habitação recupera o equilíbrio financeiro mais facilmente, justifica. Jardim Moreira, presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza, acrescenta: As necessidades básicas devem ser postas à frente de tudo o resto. A habitação é uma delas, recuso que se ignore que é fundamental para a dignidade e a superação da pobreza. Reino Unido permite arrendar Os fundos de arrendamento são a solução encontrada pelo Reino Unido, conta Raul Gonzalez, presidente da Associação de Administradores Judiciais. A lei britânica permite que a habitação seja transferida para um fundo específico. A família continua a viver na casa, pagando uma renda que forçosamente será mais baixa do que a prestação que pagava ao banco. Após a insolvência, tem opção de recompra. 5

Raul Gonzalez admite que a criação de uma medida destas podia obviar o problema de a pessoa ter de sair de casa. Em todo o caso, teria sempre de ser uma iniciativa da Banca e acarinhada pelo Governo. Quem contesta Nem todos concordam que a lei portuguesa deva proteger a casa. Raposo Subtil, por exemplo, lembra que existem demasiadas casas em Portugal, pelo que quem perde o sítio onde vive pode sempre arrendar uma outra. Não faz sentido preservar a habitação quando há excesso de oferta no mercado, diz. Para mais, a maioria das habitações são compradas a crédito e o legislador não pode impor a perda do empréstimo ao banco. A inserção social não é, para o administrador judicial, argumento válido, já que uma insolvência pessoal não acarreta nenhum estigma, assegura. Bancos acumulam casas de quem deixa de pagar prestações Imobiliário De Janeiro a Outubro de 2011, estima a APEMIP, foram entregues cinco mil imóveis à Banca. A este ritmo, vai tornar-se o maior proprietário do país, ironizou o presidente. Luís Lima alerta para a forte crise sentida no imobiliário, aumentada pelo facto de os bancos leiloarem casas a preço de saldo e com financiamento a 100% garantido. Ao invés, 6

dificilmente se consegue crédito para comprar casa a uma imobiliária, diz. O Governo PS tentou uma solução, que nunca funcionou: os FIIAH, fundos a criar pela Banca para ficarem com as casas e as arrendarem aos anteriores proprietários, com opção de compra. O JN questionou os principais bancos e a associação sobre o assunto, mas só o BPI respondeu para dizer não ter comentários a fazer. Assim, não é possível saber que bancos aderiram à medida (na altura foi noticiada a adesão da CGD, BES e BCP) nem o sucesso obtido na retirada do balanço dos bancos de imóveis resultantes de créditos mal sucedidos. Fonte do sector, contudo, confirmou ao JN o elevado número de imóveis a serem entregues ao banco e o talvez ainda maior número de créditos à habitação que ainda não foram dados como malparados, mas cujas prestação já não são pagas com regularidade um problema que poderá rebentar a qualquer altura e para o qual não há, ainda, solução. 7