A) o dualismo ontológico é uma impossibilidade, enquanto o mundo sensível traz em si a causa da sua própria existência.



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Transcrição:

QUESTÃO 01 Em Platão, as questões metafísicas mais importantes e a possibilidade de serem solucionadas estão vinculadas aos grandes problemas da geração, da corrupção e do ser das coisas. Para Platão, A) o dualismo ontológico é uma impossibilidade, enquanto o mundo sensível traz em si a causa da sua própria existência. B) a Ideia é um ente puro de razão, uma representação mental: não um ser dotado de realidade ontológica ou de potência causal. C) há inteligibilidade e, então, possibilidade de se produzir ciência (episteme) no mundo da sensibilidade, do corpóreo, do múltiplo. D) as coisas sensíveis não se explicam com elementos físicos (cor, figura, extensão), mas em função de uma causa-em-si, verdadeira e não física. RESOLUÇÃO: Questão complexa, tanto por ter sido construída buscando o modelo ENEM quanto por colocar uma interpretação estrita e específica do problema do conhecimento sensível em Platão. Como vimos o mundo sensível é mera cópia das ideias perfeitas, de saída eliminamos as alternativas A e B. É importante ressaltar que o conhecimento sensível é limitado e não deve sua clareza as coisas corpóreas, múltiplas e sensíveis, mas sim as ideias perfeitas que garantem sua inelegibilidade, ou seja, o conhecimento científico não é apreendido pela percepção das coisas sensíveis em sua complexidade e multiplicidade. O que há de errado na alternativa C é que o conhecimento epistemológico, só pode ser realizado no mundo sensível pela participação nas ideias perfeitas e imutáveis e não por sua natureza sensível. Assim apenas a alternativa D, apresenta relação correta do que é o conhecimento para Platão a partir do ser das coisas, sua geração e corrupção devedoras de uma causa-em-si, a ideia perfeita do mundo inteligível.

QUESTÃO 02 Para Immanuel Kant, A) transcendental é o conhecimento enquanto tal, na medida em que é possível a posteriori, ou seja, como objeto de apreensão sensível/material. B) transcendental é uma forma de conhecimento não dos próprios objetos, mas dos modos pelos quais podem ser conhecidos, ou seja, as condições da experiência possível C) transcendente é o conhecimento que trata dos princípios que não ultrapassam os limites da experiência, como os teológicos e os cosmológicos. D) a distinção transcendental e empírico envolve elementos da metafísica clássica, de origem platônica. RESOLUÇÃO: A revolução copernicana, toma como princípio fundamental a análise das condições de possibilidade do conhecimento científico. Assim, Kant delimita como a priori os conceitos puros da intuição sensível que possibilitam toda e qualquer experiência. Assim temos incorreções explícitas nas alternativas C e D, que são de saída abandonadas. Na sequência, temos que a alternativa A promove uma confusão entre os conceitos de transcendental e a posteriori, colocando o conhecimentos como algo que ultrapassa a própria experiência, o que não é de forma nenhuma a proposta de Kant ao definir os limites da própria razão, focando o processo de conhecer em seus aspectos formais e subjetivos, dados pelas condições a priori do sujeito como é o caso dos conceitos de tempo e espaço. Assim apenas a alternativa B satisfaz o processo de conhecimento a partir dos aspectos formais a priori que possibilitam a experiência. QUESTÃO 03 Dentre os filósofos do chamado século das luzes, que preconizavam a difusão do saber como o meio mais eficaz para se pôr fim à superstição, à ignorância, ao império da opinião e do preconceito, e que acreditavam estar dando uma contribuição enorme para o progresso do espírito humano, Rousseau, certamente, ocupa um lugar não muito cômodo. NASCIMENTO, Milton Meira. Rousseau: da servidão à liberdade. In. WEFFORT, Francisco C. Os Clássicos da Política, Vol. 1. São Paulo: Ática, 1991, p. 189.

Sobre a filosofia política de Rousseau, é correto afirmar que A) uma vez instaurado governo como corpo submisso à autoridade soberana, ulterior esforço de manutenção deste estado torna-se desnecessário. B) as formas clássicas de governo aristocrático são incompatíveis com a ideia de um povo soberano. C) apenas por um pacto legítimo os homens, após terem perdido a sua liberdade natural, podem receber, em troca, a liberdade civil. D) a ação política/governamental é boa em si quando leva em consideração a natureza própria do ser humano, da sua índole natural. RESOLUÇÃO: O texto motivador é essencialmente interessante, mostrando que no pensamento de Rousseau, o conceito de Bom Selvagem se torna embaraçoso frente ao contexto iluminista que buscava cada vez mais valorizar a razão em detrimento dos próprios índios (selvagens) ou considerados ingênuos ou as vezes incapazes de exercitar a razão. A única alternativa que apresenta relação fidedigna do pensamento de Rousseau é a C, pois toca na questão do pacto enquanto contrato social, mostrando que esta passagem para a liberdade civil não implica numa moralização, mas apenas em uma escolha que assegure dentre vários aspectos o direito à propriedade privada ao mesmo tempo em que a vontade geral deve ser respeitada pelo governante. Ótima questão, bem preparada e que exige um nível de interpretação de texto e domínio conceitual aprofundado do estudante. QUESTÃO 04 De acordo com a filosofia de Hegel, é INCORRETO afirmar que A) a dialética envolve um diálogo entre dois pensadores ou entre um pensador e o seu objeto de estudo. B) a dialética envolve três etapas: na primeira delas, um ou mais conceitos ou categorias são considerados fixos, definidos e distintos.

C) a terceira etapa da dialética envolve uma nova categoria, superior, que abarca as anteriores e dissolve as contradições nelas envolvidas. D) a dialética não é apenas uma característica de conceitos, mas se aplica também a coisas e processos reais. RESOLUÇÃO: O sentido da dialética em Hegel está relacionado diretamente com o fluxo do devir, da transformação de todas as coisas, na permanente tese, antítese e síntese. Entretanto a dialética em seu sentido hegeliano não tem como plano central o diálogo, como podemos encontrar no surgimento do termo em Sócrates e Platão. Questão essencialmente simples que exigia o domínio anterior do conceito de dialética em Hegel como trabalhado durante o curso, a alternativa A então se mostra como a única incompatível com a teoria hegeliana. QUESTÃO 05 De fato, os homens começaram a filosofar, agora como na origem, por causa da admiração, na medida em que, inicialmente, ficavam perplexos diante das dificuldades mais simples; em seguida, progredindo pouco a pouco, chegaram a enfrentar problemas sempre maiores [...]. ARISTÓTELES. Metafísica, v. I. São Paulo: Edições Loyola, 2002. p. 11 [982b]. Admiração ou espanto, essa é a atitude que Aristóteles considerava como o princípio do filosofar. Assinale a alternativa que justifica o raciocínio do filósofo grego. A) O espanto é a atitude de êxtase em face da revelação da verdade eterna assinalada por um saber divino que abarca toda a realidade, pois dispensa qualquer uso do pensamento ou da experiência guiada pelo pensamento. B) O espanto causa perplexidade em quem se depara com algo desconhecido e assim se sente impelido a querer saber; essa atitude é própria do filosofar, por isso, agora como na origem, o que motiva os homens é a libertação da ignorância. C) O espanto reforça a ignorância humana, pois tudo que existe possui uma ordem imutável e eterna, e quem se submeter cegamente aos designíos do desconhecido, apesar de abdicar de sua liberdade, terá na ignorância o seu maior bem.

D) O espantoso, para Aristóteles, era constatar, na cultura grega, que os homens diante da menor dificuldade eram incapazes de pensar que este mundo é uma ilusão; o mundo verdadeiro está além do sensível e só pode ser contemplado. RESOLUÇÃO: O espanto em Aristóteles é o princípio motivador da atitude filosófica, a questão essencialmente interpretativa, requeria do estudante uma leitura crítica do texto além da compreensão da diferença entre o exercício do filosofar e a mera aceitação dos fatos de maneira ingênua ou dogmática. O filósofo é aquele que se espanta diante dos fenômenos naturais mais elementares, da chuva as palavras tudo se torna espantoso quando observamos o mundo como se pela primeira vez, assim como crianças, começássemos a ingressar no maravilhoso caminho do conhecimento. Logo a única alternativa coerente com as ideias do filósofo estagirita é a B. QUESTÃO 06 A respeito da filosofia existencialista de Jean-Paul Sartre, é correto afirmar que: A) O homem é o puro agir, e essa liberdade não conhece nenhuma responsabilidade. B) O homem é dotado de uma natureza humana imutável que determina o seu ser. C) O homem de início não é nada, ele será aquilo que fizer de si mesmo. D) A vida segue um designo superior que submete o homem ao destino. RESOLUÇÃO: Questão sem texto motivador mas com nível de exigência muito simples. O existencialismo sartreano parte do ponto de vista da impossibilidade de qualquer princípio determinista no destino do homem a não ser suas próprias escolhas, assim se somos um nada, vamos nos tornando homens a partir das escolhas que cada um faz durante sua existência, assim diante de três alternativas que ferem diretamente este princípio temos que a resposta correta está no item C. QUESTÃO 07 Em nós, manifesta-se sempre uma e a mesma coisa, vida e morte, vigília e sono, juventude e velhice. Pois a mudança de um dá o outro e reciprocamente. Heráclito,

fragmento 88. In: BORNHEIM, G. A. (Org.). Os filósofos pré-socráticos. São Paulo: Editora Cultrix, 1998. p. 41. Assinale a alternativa que explica o fragmento de Heráclito. A) A oposição é a afirmação da força irracional que sustenta o mundo e explica a constante mudança de tudo que existe. B) A oposição dos contrários nada mais é que o equilíbrio das forças, pois no mundo tudo é uno e constante, tudo mais é apenas ilusão. C) A mudança permite afirmar que a constância do mundo das ideias é a única realidade, na qual as essências determinam tudo. D) A oposição é a confirmação de que a realidade é o eterno fluxo de mudanças, e da tensão dos contrários nasce a harmonia e a unidade do mundo. RESOLUÇÃO: O panta rei (tudo flui) é o princípio da filosofia de Heráclito. A constante transformação de todas as coisas se coloca no plano do choque entre contrários, da luta, da guerra e da oposição de todas as coisa. Este elemento é fundamental para que o Logos enquanto força racional que ultrapassa até mesmo a sensibilidade seja manifesta no fluxo perpetuo das mudanças e choque dos contrários de onde temos a harmonia e unidade do mundo. Desta forma a alternativa correta da questão é a D. QUESTÃO 08 Somente uns poucos indivíduos, se aproximando das imagens através dos órgãos dos sentidos, com dificuldade nelas entreveem a natureza daquilo que imitam. PLATÃO. Fedro. In:. Diálogos socráticos. v. 3. Tradução de Edson Bini. Bauru/SP: Edipro, 2008, p. 64 [250b]. Assinale a alternativa que explicita a teoria de Platão apresentada no trecho acima. A) A teoria materialista que fixa a imagem como o reflexo de corpos físicos que constituem a única realidade existente.

B) A teoria das ideias que estabelece a distinção entre o mundo sensível e o mundo inteligível, sendo que as imagens captadas pelos sentidos humanos despertam a alma para as ideias que habitam o mundo inteligível. C) A teoria existencialista que delimita o espaço vital do homem e lhe impede de transcender para além do mundo sensível. D) A teoria niilista que admite dois mundos, mas que nega qualquer possibilidade de conhecimento das coisas e das ideias. RESOLUÇÃO: Definitivamente a questão mais fácil da prova, requer que o estudante domine de maneira muito superficial os princípios da filosofia platônica, principalmente em torno da limitação do conhecimento sensível. Assim ao tratar o problema da sensibilidade, temos que no nível da percepção sensível não pode buscar explicações das coisas e dos seres a partir dos princípios da matéria, dado que a função da percepção das imagens enganosas e imperfeitas é despertar a alma para as ideias perfeitas que são causa de toda a possibilidade de conhecimento. Assim, a alternativa correta é a letra B, tendo nas demais alternativas correntes totalmente descontextualizadas do pensamento platônico. QUESTÃO 09 A maior parte daqueles que escreveram alguma coisa a propósito das repúblicas ou supõe, ou nos pede, ou requer que acreditemos que o homem é uma criatura que nasce apta para a sociedade. HOBBES, T. Do cidadão. Tradução de Renato Janine Ribeiro. São Paulo: Martins Fontes, 2002. p. 25. Hobbes refutava a pretensa sociabilidade natural do homem. Assinale a alternativa que, segundo Hobbes, justifica a associação dos homens em uma comunidade política. A) O sentimento de igualdade garante o convívio humano, portanto, essa certeza atesta a inexistência do medo no estado de natureza e revela que a camaradagem é o alicerce da sociedade civil.

B) O pacto social confirma a ideia inatista da sociabilidade humana, os afetos que estão em cada indivíduo e os impelem à vida em comunidade, independentemente das vantagens que esse modo de vida acarreta. C) O amor é o sentimento que une os homens, pois nisso consiste a verdadeira igualdade entre os homens, e a comunidade política se origina desse laço afetivo capaz de materializar o pacto social. D) O homem não é naturalmente levado a viver em sociedade, a ordem civil é acidental, a união não é movida pela busca de companhia, mas pelo proveito que essa união poderá proporcionar. RESOLUÇÃO: Questão pode ter gerado dúvidas pela aparente possibilidade de dois itens corretos, respectivamente alternativas A e D. Lendo com mais cautela percebemos que ao afirmar que o a inexistência do medo ( como se no estado de natureza temos a guerra de todos contra todos, pois o homem é mau sendo o lobo do próprio homem) e a sensação de igualdade entre todos os homens encontramos dois princípios equivocados na alternativa A. Além disso apenas a alternativa D toma a radicalidade da negação da sociabilidade natural do homem no estado de natureza de forma a perceber que o benefício próprio, por sermos egoístas por natureza, ainda se mantem mesmo com a celebração do pacto ou contrato social, quanto empossamos um soberano responsável por nossa segurança. QUESTÃO 10 O modo de produção da vida material condiciona o processo em geral de vida social, político e espiritual. Não é a consciência dos homens que determina o seu ser, mas, ao contrário, é o seu ser social que determina a sua consciência. MARX, K. Para a crítica da economia política. Tradução de José Arthur Giannotti e Edgar Malagodi. São Paulo: Nova Cultural, 1987. Coleção Os Pensadores. p. 30. Assinale a alternativa que apresenta a definição correta do que é a produção da vida material.

A) É o desenvolvimento das forças produtivas materiais, isto é, a estrutura econômica da sociedade. B) É a geração da sociedade civil a partir dos valores espirituais que determinam a ordem jurídica da sociedade. C) É a superestrutura jurídica e política que, sob a forma de Estado nacional, alimenta o tecido social. D) São os agentes da ordem absoluta e imutável da razão universal que criam a sociedade civil. RESOLUÇÃO: Para Marx a produção material da vida condiciona nossa consciência, assim, encontramos em toda a obra do autor em questão este princípio norteador de sua filosofia e de sua análise social. Nestes termos, a estrutura econômica em consonância com o desenvolvimento das forças produtivas materiais pode ser colocado como o centro das teses elaboradas por Marx em torno da produção material da vida. Nestes termos a alternativa A é a correta.