1. Fatos Espíritas através dos Tempos Kardec e a Codifi cação O Que o Espiritismo Prega Diferenças Fundamentais...

Transcrição

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2 CAMPINAS-SP 2003

3 Sumário A Doutrina 1. Fatos Espíritas através dos Tempos...11 O anúncio de uma nova era...12 Em Hydesville, o primórdio...13 O neo-espiritualismo Kardec e a Codificação...21 Primeiras experiências...21 Surge o Espiritismo...23 Seu aspecto tríplice e caráter progressivo...24 Ciência...25 Filosofia...26 Moral ou religião O Que o Espiritismo Prega...29 Deus...29 A criação...29 Imortalidade e intercâmbio mediúnico...30 Encarnação e progresso dos espíritos...30 A lei de ação e reação...31 Pluralidade dos mundos habitados...32 Unidade do plano divino Diferenças Fundamentais...35 O espírito e seu perispírito...35 Sobre a mediunidade...36 A visão do além...37 Intervenção dos espíritos em nosso mundo...38 Reencarnação, a grande lei Seus Adeptos e suas Práticas...45 Classificação dos adeptos...45 O culto espírita...47

4 6 Espiritismo, a Doutrina e o Movimento Práticas que não são espíritas...47 As práticas espíritas Evangelho e Espiritismo...55 A nova obra...55 O Espiritismo tal qual ele é...56 As consequências morais do Espiritismo O Consolador Prometido...63 A promessa de Jesus...63 O consolador prometido veio?...65 O consolador e o Espiritismo Espiritismo e Cristianismo...69 Revivendo e restaurando o Cristianismo...69 Espiritismo sem evangelho?...70 A tradição e instituição cristãs Por Que Ser Espírita?...75 No mundo já existem muitas religiões...75 Por que mais uma religião?...75 Por que ser espírita?...77 O Movimento 10. O Centro Espírita...81 Sua origem...81 O centro espírita no Brasil...82 Sua função...82 O movimento de unificação Pureza Doutrinária...87 Importância da unidade e integridade...87 Doutrina e movimento...88 Curas e terapias alternativas...91 A responsabilidade do espírita...93 Como manter pura a doutrina? Movimentos Paralelos...97 Que são?...97 O prejuízo que causam...98 Que fazer para evitar seu surgimento O Centro Espírita e seus Trabalhadores O trabalhador da casa espírita O dirigente espírita Preparação de seareiros Para manter a qualidade do serviço...107

5 Caro leitor, Fatores vários me levaram a elaborar este livro, que trago agora à sua apreciação. Um deles foi a frequência de convites feitos por católicos e evangélicos para apresentar, em nome do movimento espírita, o tema O que é Espiritismo, em seus seminários ou cursos universitários, quando o programa visa a oferecer aos alunos algum conhecimento sobre as religiões existentes no país. Outro motivo foi o desejo de colocar, ao alcance do público geral, de modo simples e resumido, as noções básicas sobre como, quando e onde o Espiritismo surgiu, quais os seus princípios e práticas e, especialmente, sua perfeita concordância com a mensagem de Jesus, o Cristo, a qual revive, restaura e desenvolve. Finalmente, foi para atender às solicitações de confrades que desejavam um registro, embora sucinto, dos comentários sobre pureza doutrinária, que tive a oportunidade de fazer em diversas casas espíritas. O leitor que já conhece minhas obras anteriores notará que me foi inevitável repetir alguns dados, informações e argumentos, principalmente porque este livro se dedica, também, aos que desconhecem o conteúdo doutrinário do Espiritismo. Procurei apoiar-me no entendimento de confrades experientes e devotados aos labores na casa espírita, e penso haver retratado o consenso que há em nossa seara quanto aos temas abordados.

6 8 Espiritismo, a Doutrina e o Movimento Se espíritas e não espíritas encontrarem em suas páginas algum material de interesse relativamente ao Espiritismo, sua doutrina e o movimento que ele inspira, me darei por compensada do esforço para escrevê-lo, não obstante minhas limitações. A todos agradeço e faço votos de paz!

7 A doutrina

8 1 Fatos Espíritas através dos Tempos O s seres espirituais, que são incorpóreos e libertos da carne, sempre se manifestaram a nós, os seres terrenos, que também somos espíritos mas estamos encarnados, animando corpos. Em todos os tempos, em todos os povos e lugares, há registro de fenômenos espíritas, dos mais diversos tipos e modalidades. A Bíblia mesmo, no Velho como no Novo Testamento, é um repositório de inúmeros acontecimentos em que o mundo espiritual se relaciona com os homens. Fatos espíritas não se deram somente no passado, estão acontecendo na atualidade e continuarão a ocorrer, pois fazem parte da vida e da ação dos seres humanos, que não são apenas corpo mas também, e principalmente, seres espirituais. Entre as manifestações espirituais de épocas mais recentes, não poderemos deixar de citar Emmanuel Swedenborg, genial filósofo sueco ( ), chamado de místico porque, a partir de 1744 até a sua morte, teve visões sobre a vida do lado de lá e escreveu livros relatando-as. A Revolução Francesa (1789) com seu grito de Liberdade, Igualdade, Fraternidade e por entronizar a razão acima de tudo, causou grandes mudanças no conhecimento humano e nas estruturas sociais, com reflexos de maior abertura até para o campo religioso.

9 2 Kardec e a Codificação E m 1854, Paris era a capital cultural do mundo e nos seus salões tornaram-se moda as tables tournantes (girantes ou dançantes). Salão de Paris, onde aconteciam os fenômenos das mesas girantes Primeiras experiências Um amigo informou sobre esse tipo de fenômeno ao Prof. Hyppolite Léon Denizard Rivail. Discípulo do grande pedagogo Pestalozzi, o Prof. Rivail era também educador, autor de várias obras didáticas, membro de diversas academias culturais, e estava na plena madureza dos seus 50 anos.

10 22 Espiritismo, a Doutrina e o Movimento Respondeu ao amigo que o fenômeno das mesas girantes podia ter explicação natural, simples ação do fluido magnético. Allan Kardec, o Codificador do Espiritismo Observação: À época, Mesmer com sua teoria sobre magnetismo estavam em destaque e o Prof. Rivail também estudara os fenômenos magnéticos. Argumentaram-lhe, posteriormente, que a mesa respondia a perguntas. Isto, agora, é outra questão (respondeu o Prof. Rivail). Só o acreditarei quando o vir e quando me provarem que uma mesa tem cérebro para pensar, nervos para sentir e que possa tornar-se sonâmbula. Maio de 1855 Numa terça-feira deste mês e ano, em casa da Sra. Plainemaison, Rivail presenciou, pela primeira vez, o fenôme-