G ABINETE DO M INISTRO NERSANT Torres Novas Apresentação e assinatura do contrato e-pme Tópicos de intervenção Senhor Secretário de Estado Adjunto da Indústria e Inovação, António Castro Guerra Senhor Presidente da AICEP, Basílio Horta; Senhor Presidente do IAPMEI, Luís Filipe Costa; Senhor Gestor do COMPETE, Nelson de Souza; Senhor Coordenador do Plano Tecnológico, Carlos Zorrinho; Senhor Presidente da AIP, Comendador Jorge Rocha de Matos. Exmos. Empresários, Minhas senhoras e meus senhores, [Introdução] Como é sabido, a crise económica e financeira que se instalou desde o final de 2008 produziu efeitos recessivos de alcance global na confiança dos agentes económicos, nas restrições ao crédito e, em geral, na actividade económica. Neste contexto, as PME enquanto pilares da economia portuguesa em termos de criação de riqueza e de emprego, têm vindo a merecer especial empenho por parte do Governo. Com efeito, o Governo, ao longo do seu mandato, concebeu e executou diversos programas e medidas de apoio para fazer face a esse contexto recessivo internacional e ao seu impacto negativo na actividade e emprego das Pequenas e Médias Empresas em Portugal.
O Governo Português lançou a Iniciativa para o Investimento e o Emprego, um programa que representou um estímulo adicional para a economia no montante de 2.180 milhões de euros, o equivalente a cerca de 1,25% do PIB. Este Programa deu ênfase: ao reforço do investimento público; ao apoio directo à economia com medidas fiscais, incentivos às pequenas e médias empresas e à exportação; ao apoio ao emprego. Sublinho que esta aposta decisiva só foi possível, e com esta amplitude, devido ao esforço bem sucedido de consolidação orçamental que este Governo desenvolveu. O Ministério da Economia e da Inovação tem vindo a implementar um conjunto de medidas céleres, temporárias e selectivas de apoio às empresas, em especial as Pequenas e Médias Empresas. Estas medidas procuram abranger diversos sectores económicos nacionais, nomeadamente os de vocação exportadora. O Governo tem assim respondido aos sinais dados pelas empresas e pelas suas estruturas representativas, procurando adaptar ou criar novos instrumentos adequados às necessidades das empresas e do emprego. Estas medidas foram reunidas numa iniciativa global designada Ambição PME XXI, e materializadas num conjunto de instrumentos de apoio que actuam em áreas críticas das Pequenas e Médias Empresas, nomeadamente: o financiamento, através da disponibilização de linhas de crédito (PME Investe), reforço do capital de risco e criação dos fundos de concentração e consolidação de empresas e imobiliário (PME Consolida) 2
a exportação, através do reforço dos mecanismos de seguro de créditos permitindo às empresas aceder em condições mais favoráveis aos instrumentos de seguro de crédito disponibilizados pelas empresas seguradoras nacionais (PME Segura). a internacionalização e competitividade, através da disponibilização no âmbito do QREN de um conjunto de apoios financeiros directos, integrados fundamentalmente nos Sistemas de Incentivo Qualificação PME, investigação e desenvolvimento tecnológico e inovação. No seu conjunto, destas iniciativas beneficiaram, até ao momento, mais de 44,000 empresas, responsáveis por mais de 630,000 postos de trabalho, num montante global que ascende aos 6,3 mil milhões de euros. Para além das medidas de apoio às PME, transversais aos diversos sectores económicos nacionais, o Governo, em estreita articulação com as associações empresariais, criou igualmente programas de apoio que visam responder às necessidades específicas de alguns sectores de actividade. Em particular, foram estabelecidos quatro programas de apoios nos sectores do Automóvel, da Moda (têxteis, calçado, vestuário), da Cortiça e da Madeira e Mobiliário. Estes programas foram delineados de acordo com o perfil dos sectores abrangidos, em torno de 4 eixos comuns: Estímulo ao emprego e à sua qualificação acrescida; Apoio a insuficiências financeiras; Ajustamento do perfil industrial e tecnológico Apoio à internacionalização e promoção externa Em resumo, estas medidas de apoio têm vindo a dar resposta às necessidades sentidas pelas PME dado o contexto recessivo mas também a prepará-las para o momento após a crise. 3
Procura, assim, o Governo ajudar a projectar as empresas para um período de recuperação, permitindo-lhes assim enfrentar os desafios da exportação, da inovação, do crescimento, do emprego. Vamos prosseguir, com redobrado empenho, as acções do Governo dedicadas às PME, de forma a permitir que elas contribuam para a retoma da nossa economia. E é exactamente neste contexto, perante a necessidade imperiosa de se olhar para além da crise e de retomar os desafios ligados ao crescimento e à competitividade das empresas, que projectos como aquele que está hoje a ser apresentado mais se destacam. O e-pme, visando promover a modernização tecnológica das PME através de uma melhor e mais intensa utilização de tecnologias de informação, inscreve-se num desígnio deste Governo e aspecto central do Plano Tecnológico. Gostaria de ressaltar três aspectos deste projecto, que me parecem decisivos para os desafios que as PME enfrentam: Primeiro, o e-pme responde às necessidades da era digital, em favor de novas formas de negócio que privilegiam a utilização e acesso a tecnologias de informação e comunicação. Este é um projecto integrado, que envolve tanto as infra-estruturas ligadas aos equipamentos, como uma componente intangível, e essencial, ligada às competências necessárias para lidar com esses equipamentos, reflectidas na preocupação em formar e qualificar os recursos humanos. O ponto de partida é que o recurso a um sistema avançado de comunicações, com uma plataforma única de dados, conjugado com a formação de recursos humanos qualificados, contribuirá decisivamente para a produtividade das PME; Segundo, o e-pme é um exemplo concreto de como uma parceria entre entidades com naturezas e recursos diversos pode estimular a obtenção de sinergias, de 4
economias de escala e, assim, compensar a dimensão das PME. A interacção de entidades na área das Tecnologias de Informação e Comunicação (PT e Cisco), entidades facilitadoras a nível associativo (AIP) e governamental (QREN e IAPMEI), proporciona a oferta de uma plataforma de serviços de comunicação e informação que, individualmente, seriam muito dispendioso desenvolver, financeira e temporalmente. A acção conjunta destas entidades permite assim conceber um conjunto de ofertas que respondem às necessidades de um universo alargado de empresas as PME; Em terceiro lugar, o e-pme configura-se como uma plataforma para a projecção global dos negócios das PME portuguesas. É uma questão crítica de escala, de alargamento do âmbito de actividade das PME e contribuir para a internacionalização das empresas Portuguesas. Componentes como a disponibilização de serviços bilingues (Português e Inglês), serviços de logística e formas de pagamento virtual facilitam a promoção externa de actividade das PME. O e-pme corporiza assim a perspectiva sobre a death of distance ; i.e., a possibilidade de através das TIC fazer negócios em qualquer parte do mundo. O reforço da internacionalização das PME é uma forte aposta deste Governo. O Governo há muito que trabalha com as empresas e com as associações empresariais promovendo a diversificação de mercados e o alargamento da base exportadora apoiando as empresas portuguesas que se afirmam nos mercados externos. Em Julho, o Governo assinou, em conjunto com as confederações empresariais a PARCERIA PARA A INTERNANCIONALIZAÇÃO DAS PME. Um acordo ambicioso para coordenar e definir uma estratégia para relançar a internacionalização das empresas portuguesas no póscrise. 5
Decidimos então criar o Conselho Coordenador da Internacionalização (CCI), um órgão que reúne a AEP, AIP-CE e CIP, e pelo Governo, o MEI, o MNE, a AEICEP e o IAPMEI, juntando esforços para reforçar o apoio à internacionalização. Em Julho anunciámos que este Conselho seria presidido por uma personalidade de reconhecida experiência empresarial. Hoje tenho o prazer de poder anunciar que será Francisco Van Zeller a presidir a este órgão. A longa experiência empresarial. O forte contributo que deu nas associações empresariais. A confiança que todas as confederações depositam em Francisco Van Zeller, garantem que estará ao lado de todas as empresas e ao lado do Governo neste esforço conjunto de contribuir para a ambição que temos de pôr mais empresas portuguesas a exportar, em particular mais PME. Este anúncio reforça o sentido da minha presença aqui neste encontro com as empresas. É, pois,com muito gosto que hoje participo na sessão de apresentação e assinatura do contrato do e-pme, um projecto com enorme potencial no estabelecimento de economias de escala e no acesso das empresas a uma infra-estrutura essencial ao desenvolvimento do seu negócio. Este projecto, combinando iniciativa privada com apoio público, constitui mais um contributo essencial para os grandes desafios que se colocam ao sucesso das PME: a inovação, a internacionalização, a capacidade exportadora, a produtividade e a competitividade. Muito obrigado 6