DISCURSO DO SR. PRESIDENTE DA UNIÃO DAS MUTUALIDADES PORTUGUESAS, DR. LUÍS ALBERTO DE SÁ E SILVA
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1 DISCURSO DO SR. PRESIDENTE DA UNIÃO DAS MUTUALIDADES PORTUGUESAS, DR. LUÍS ALBERTO DE SÁ E SILVA Exmo. Senhor Secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social, Dr. Marco António Costa; Exmo. Senhor Diretor do Centro Distrital de Aveiro, Dr. Santos Sousa Exmo. Senhor Representante da União das Misericórdias Portuguesas, Dr. Rui Rebelo; Exmo. Senhor Vereador da Câmara Municipal de Ovar, Dr. Vítor Manuel Gouveia Ferreira; Exmo. Senhora Segunda Secretária da Mesa da Assembleia Municipal, Dra. Ana Bastos; Exmos. Dirigentes, Companheiros e Amigos Mutualistas; Minhas Senhoras e meus Senhores, Começo por agradecer e saudar todos os presentes, sendo uma grande honra, para nós, a presença de sua Excelência, Sr. Secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social, Dr. Marco António Costa, por ter aceitado presidir à abertura deste Encontro Nacional de Dirigentes Mutualistas. Cumpre-me gratular quer o Sr. Secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social, Dr. Marco António Costa, quer Sua Excelência, o Sr. Ministro da Solidariedade e da Segurança Social, Dr. Pedro Mota Soares, pelo reconhecimento da importância do movimento mutualista e da discussão pública dos temas propostos para este Encontro, os quais irão ser abordados, ao longo desta manhã. Página 1 de 5
2 Em nome do Conselho de Administração da União das Mutualidades Portuguesas, a que tenho a honra de presidir, agradeço a presença de V/ Excelência, Sr. Secretário de Estado, e asseguro que estaremos sempre disponíveis a colaborar com os poderes públicos para dar resposta satisfatória aos problemas e desafios que se colocam às Entidades da Economia Social e Solidária. Quero, por isso, realçar três aspetos essenciais nesta relação de franca colaboração: Primeiramente, sublinhar que o Conselho de Administração da União das Mutualidades Portuguesas orgulha-se por manter uma relação próxima, leal e frutífera com todas as entidades públicas e, muito especialmente, com o Ministério da Solidariedade e Segurança Social. Em segundo lugar, reconhecer no Ministério da Solidariedade e da Segurança Social, a preocupação e a sensibilidade face aos atuais problemas e dificuldades sociais, e realçar o grande empenho para, em conjunto com as Entidades da Economia Social e Solidária, contribuir para a sua resolução. Por último, realçar que o Conselho de Administração da União das Mutualidades Portuguesas partilha da convicção só combatendo a exclusão social, poderemos dar esperança aos portugueses, expressão usada por Sua Excelência, Sr. Ministro da Solidariedade e da Segurança Social, Dr. Pedro Mota Soares. Parto desta convicção para, resumidamente, apresentar os temas que serão abordados neste Encontro, na medida em que todos eles, têm como fim último garantir respostas sociais de qualidade. Tendo presente que, entre outros, são objetivos estatutários desta União a coordenação do desenvolvimento integrado do mutualismo, a harmonização dos interesses comuns das Mutualidades, bem como, a organização e manutenção de serviços de apoio permanente às Associações Mutualistas, decidiu, o Conselho de Administração, impulsionar a criação de uma plataforma e o desenvolvimento de programas informáticos com vista a: - Promover a melhoria da comunicação e a partilha de informação entre a União das Mutualidades Portuguesas e as Associações Mutualistas; - Criar uma oferta em rede de modalidades de benefícios complementares de segurança social e de serviços de saúde; Página 2 de 5
3 - Criar uma rede integrada de informação de preços de bens e serviços; - Contribuir para a melhoria da gestão das Mutualidades, disponibilizando aplicações e programas de gestão, desenvolvidos especialmente para o setor mutualista. Indubitavelmente, esta plataforma assume grande relevância na dinamização, inovação e desenvolvimento do movimento mutualista. Por outro lado, promove a concertação dos recursos existentes nas mutualidades, aproximando-as dos Associados e dos cidadãos. O segundo tema deste Encontro, o Protocolo de Cooperação 2011/2012, celebrado entre o Ministério da Solidariedade e da Segurança Social e a União das Mutualidades Portuguesas, assume especial relevância, facto também realçado no passado dia 26 de maio, por Sua Excelência, o Ministro da Solidariedade e da Segurança Social, uma vez que exprime uma das dimensões mais significativas do Pacto de Cooperação para a Solidariedade Social, isto é, consubstancia os princípios e as condições para o desenvolvimento da estratégia de cooperação entre as Instituições e o Estado, numa lógica de verdadeira parceria pública/social. De sublinhar que, pela primeira ver, este protocolo foi assinado por uma periodicidade bianual, isto é, para os anos 2011 e 2012,contrariamente ao que acontecia, pois a sua assinatura ocorria para o ano anterior. De facto, o Protocolo espelha uma clara intenção governamental, no sentido de revitalizar aquele Pacto, verificando-se um esforço de investimento no setor social, que a União das Mutualidades Portuguesas e, certamente, as Associações Mutualistas saberão complementar, pela otimização dos seus recursos e modernização das suas respostas. Por outro lado, o Protocolo reforça a posição das Instituições Particulares de Solidariedade Social, uma vez que possibilita o estabelecimento de acordos de cooperação relativamente a respostas sociais que não estavam devidamente dinamizadas, como por exemplo, os centros de noite e o acolhimento familiar para pessoas idosas ou adultas com deficiência. Paralelamente, o Protocolo cria condições para a reestruturação de respostas sociais, que tinham indicadores claramente deficitários. Página 3 de 5
4 Do mesmo modo, reconhece o incomensurável trabalho social que as instituições do setor social desenvolvem, com especial destaque para as Associações Mutualistas, na medida em que, o referido Protocolo estabelece uma linha de crédito para a reestruturação financeira das instituições que, nos últimos anos, investiram no desenvolvimento da ação social, em prol da comunidade, estando prevista a transferência da gestão dos equipamentos integrados da Segurança Social, para as Instituições da Economia Social e Solidária. Por último, a União das Mutualidades Portuguesas tem persistentemente insistido no acesso a atividades económicas, que garantam a sustentabilidade e a autonomia financeira das Mutualidades, sendo exemplo disso, as caixas económicas, as farmácias sociais, as secções de turismo, entre outras. Não posso deixar de sublinhar, com enorme agrado, o referido no Programa do Governo, e cito: O caminho do desenvolvimento deste setor e das respostas sociais aí prestadas deverá assentar na sustentabilidade das suas instituições através de atividades económicas que permitam o reforço da sua capacidade de intervenção. A legislação em vigor não deve, nem pode, prejudicar as entidades do terceiro setor que desenvolvem atividades económicas, cujo lucro se destina a reinvestimentos e a alargamentos das respostas sociais. Devemos, ao invés do que acontece atualmente, privilegiar as IPSS que conseguem diversificar as suas fontes de financiamento, por via da criação de valor social e de inovação. Excelentíssimo Senhor Secretário de Estado: Receamos, porém, que o anteriormente disposto no Programa do Governo possa não ser cumprido, pelo facto de se encontrar pendente o dossiê de alteração da Lei da Propriedade da Farmácia, por via da decisão do Tribunal Constitucional. O que pedimos ao Governo é que esta Lei a Lei da Propriedade da Farmácia seja alterada, desobrigando as Entidades do Setor Social, que têm farmácias de venda ao público, a constituírem sociedades comerciais, e que a proposta apresentada por esta União, para a alteração daquela Lei, seja acolhida. O que lhe pedimos a si, Senhor Secretário de Estado, é que reforce esta nossa pretensão, junto do Governo, para que esta Lei seja alterada com a maior urgência! Página 4 de 5
5 As mutualidades e as misericórdias estão muito apreensivas, dado o prazo que temos até ao final de outubro de 2012, para se constituírem sociedades comerciais, visando integrar a atividade das farmácias sociais, que há muitas décadas vendem medicamentos ao público, em geral. O que está em causa é exatamente o que expressa o Programa do Governo. Trata-se, além do cumprimento dos fins estatutários das mutualidades (prestação de assistência medicamentosa), de uma atividade económica, cujos resultados permitem o reforço da sua capacidade de intervenção e contribuem diretamente para o financiamento, entre outros, de respostas sociais. Ainda a este respeito, e por último, cumpre-me informar que, a União das Mutualidades Portuguesas já realizou várias diligências, no sentido de alertar os membros do Governo e Grupos Parlamentares, para a urgência na alteração desta Lei que, infelizmente, ainda não ocorreu. Certo de que todos os temas deste Encontro Nacional de Dirigentes Mutualistas merecerão a atenção, participação e o bom acolhimento por parte dos presentes, à semelhança do que já aconteceu no passado dia 26 de maio, onde contámos com a presença de vinte e quatro associações mutualistas, finalizo a minha intervenção, agradecendo a atenção que me dispensaram e, uma vez mais, agradecendo a presença do Exmo. Senhor Secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social, Dr. Marco António Costa, que muito nos honra. Muito obrigado! Página 5 de 5
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