AUTOR(ES): ANA CAROLINA HOLANDA, CAROLINE MENDOZZA, INGRID TUNIN DA SILVA



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Transcrição:

TÍTULO: MOTIVAÇÃO DOS IDOSOS EM FREQUENTAR BAILES DA TERCEIRA IDADE CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS SUBÁREA: PSICOLOGIA INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU AUTOR(ES): ANA CAROLINA HOLANDA, CAROLINE MENDOZZA, INGRID TUNIN DA SILVA ORIENTADOR(ES): GABRIEL GONÇALVES CARELI, MARCELO DE ALMEIDA BURITI

Motivação dos idosos em frequentar bailes da terceira idade Resumo O idoso pode buscar bailes da terceira idade como forma de lazer, alguns idosos sentem-se mais felizes e saudáveis além de bem-estar, e clima de euforia e juventude. O objetivo desta pesquisa descritiva e de campo é verificar quais os principais motivos que levam os idosos a buscarem bailes da terceira idade, além disso, identificar quais perfis, quanto ao gênero e estado civil, aparecem com maior frequência nos bailes. A amostra foi coletada por conveniência, independente de gênero e estado civil. Para a coleta dos dados foram utilizados questionários estruturados com 11 (onze) questões, alternando entre perguntas abertas e fechadas. Ao analisar os dados, notou-se que no gênero feminino, teve uma maior ocorrência de viúvas que frequentam bailes de terceira idade, sendo 77,8%, seguido por 11,1% das entrevistadas solteiras, as divorciadas em 11,1%, e não houve ocorrência de mulheres casadas. No gênero masculino, 50% dos entrevistados são viúvos, 16,7% casados, 16,7% solteiros e os outros 16,7% são divorciados. Sobre os motivos que levam os idosos a buscarem os bailes da terceira idade, contatou-se que a maioria está a procura de lazer, sendo 43,8% dos entrevistados, seguido por 37,5% que buscam nos bailes a descontração, e 6,3% buscam interação social. Os 12,5% que responderam ter outros motivos, estão procurando por exercícios físicos, sair da rotina, encontrar com amigos, passar o tempo, evitar depressão e também por acreditarem que os bailes podem ajudá-los a manter uma boa saúde. Palavras-chave: Dança, Envelhecimento, Lazer.

Introdução A população idosa é muito vulnerável, e por consequência disso há uma necessidade de maior atenção a essa população, pois, além das mudanças nos aspectos físicos, há também as mudanças nos aspectos psicológicos, de acordo com Zimerman (2006), 15% dos idosos necessitam de atendimento em saúde mental, e 2% das pessoas com mais de 65 anos apresentam quadros de depressão, o que é interpretado pelos familiares ou pessoas próximas ao idoso como características normais do envelhecimento. Não podemos esquecer que cada pessoa idosa tem suas próprias características, e precisa de um programa pessoal de trabalho de acordo com suas necessidades, deve-se levar em conta também as experiências pessoais, assim fazendo um trabalho mais efetivo para possibilitar ao idoso uma melhor qualidade de vida. Casara,Cortelletti e Both (2006) explicam que, Para envelhecer bem, entre outros fatores, interagem os estados de saúde e animo positivos; atitude otimista diante da vida; a maneira como se enfrentam os fracassos e as conquistas; o entusiasmo pelo momento que está vivendo; as relações sociais e as atividades em realizações. Tudo isso põe em destaque a importância de uma educação para toda a vida e, mais especificamente a necessidade de uma educação social pela velhice (p.11). Segundo os autores, Mendes, Gusmão, Faro e Leite (2005), é importante que os idosos convivam com outras pessoas, além de seus familiares. O idoso necessita ser engajado em atividades que o façam se sentir útil, estimulando seus pensamentos, e desenvolvendo habilidades, atividades em grupos é uma forma de manter o individuo engajado socialmente, onde a relação com outras pessoas contribui de forma significativa em sua qualidade de vida. De acordo com PontGeis (2003), citado por Mori e Silva (2010), Com o envelhecimento há a chegada de uma nova fase de vida, que mesmo se considerando as diferenças socioculturais, são marcadas por preconceitos, estigmas e desvalorização familiar e social, dado o

decréscimo da vida produtiva, ligada ao trabalho. Assim, os idosos se não tiverem uma aceitação em relação à chegada da aposentadoria e problemas decorrentes da idade, poderão viver uma fase de dificuldades de ordem física, social e psíquica (p.953). Mori e Silva (2010) explicam que, o tempo livre após a aposentadoria aumenta, devido à falta de equipamentos e alternativas de lazer no cotidiano senil. Segundo os autores essa falta é de origem de politicas públicas insuficientes, que não provem, por exemplo, de praças de lazer, centros culturais, entres outras opções, em número suficiente e adaptado à terceira idade. O objetivo do lazer é fazer com que o indivíduo, no caso os idosos, desfrutem com tranquilidade de uma atividade agradável, a ponto de esquecer-se de suas obrigações por um período de tempo. Os autores afirmam que buscar formas de lazer no tempo livre é importante para proporcionar ao idoso uma vida mais descontraída, onde ele possa interagir com a sociedade, se expressar, sentir prazer, se divertir, assumir compromissos de modo enriquecedor e criativo, e consequentemente no meio sociocultural, e citam PontGeis (2003), que afirma que com o passar dos anos os idosos tendem a se afastar de seus familiares e entes queridos. Há algumas opções de lazer para os idosos, como as atividades físicas, que proporcionam aos idosos, oportunidades de uma vida mais ativa, e contribuindo para melhorar a qualidade de vida, porém, como afirma Salvador, Florindo, Reis e Costa (2009), a proporção de idosos ativos ainda é muito baixa, principalmente quando se trata de lazer. Os autores Zaitune, Barros, César, Carandina, Goldbaum e Alves (2010) afirmam que, nas últimas décadas, a atividade física tem sido crescentemente promovida pelos benefícios físicos, psicológicos e sociais adquiridos com sua prática. Especialmente entre os idosos, favorece a manutenção da independência, da saúde e da qualidade de vida e pode reduzir o uso de serviços de saúde e de medicamentos, o risco de desenvolver doenças ou agravos crônicos, de morte e de institucionalização. Os autores explicam que a atividade física se caracteriza por qualquer movimento do corpo que atinjam os músculos esqueléticos, e podem ser realizadas em diversos contextos, como no trabalho, nos deveres domésticos, em caminhadas e no lazer.

A dança é uma e das atividades físicas preferidas pelos idosos, afirmam Silva e Iwanowicz, (1998), citado por Leme (2010). A dança tem uma forte característica de sociabilização e motivação, seja em par, sozinho ou em grupo, seja velho ou criança, seja homem ou mulher dançando todos se sentem bem. É uma prática para toda a vida, que desperta sentimentos e desenvolve capacidades anteriormente inimagináveis (Leal e Haas, 2006). A vivência de dança para os idosos não é apenas uma possibilidade de praticar exercício físico, mas também uma experiência positiva que pode ocorrer de forma espontânea e/ou coreografada e em diversos espaços como clubes, igrejas, domicílios, centro de eventos e outros, (Silva e Mazo, 2007). Sob essa perspectiva da qualidade de vida das pessoas idosas, eventos periódicos, contínuos, como os bailes da terceira idade, podem propiciar momentos de sociabilidade intensa e muito produtiva para os idosos, ocasião em que eles podem encontrar-se, reencontrarem-se os pares de dança, reforçar amizades do passado, manter novos diálogos, novos entendimentos; enfim, são proporcionados às pessoas idosas, especialmente aquelas sozinhas ou que tiveram a perda do cônjuge, momentos de grande interação entre todos os participantes dos bailes (Alves, 2004, citato por Fujissawa, 2010). O idoso pode buscar bailes da terceira idade como forma de lazer, alguns idosos sentem-se mais felizes e saudáveis além de bem-estar, e clima de euforia e juventude. Os bailes torna-se para os idosos uma rede social, onde pode haver contatos interpessoais, fazer autoavaliação, receber apoio emocional, manter uma identidade social entre outros (Eizirik, Candiago e Knijnik, 2001, citado por Kinas e Vendruscolo, 2010). Objetivos O objetivo desta pesquisa é verificar quais os principais motivos que levam os idosos a buscarem bailes da terceira idade, além disso, identificar quais perfis, quanto ao gênero e estado civil, aparecem com maior frequência nos bailes.

Metodologia Participaram da pesquisa 15 idosos, entre homens e mulheres, com idade igual ou superior a 60 anos e frequentadores de bailes da terceira idade. A amostra foi coletada por conveniência, independente de gênero e estado civil. Material A coleta dos dados foi feita por meio de um questionário aplicado face a face, estruturado com 11 (onze) questões, alternando entre perguntas abertas e fechadas. As questões foram estritamente relacionadas à área de conhecimento a ser analisada, como o levantamento de informações sóciodemográficas (idade, estado civil, gênero, escolaridade), a frequência que os participantes visitam os bailes e o que os motivam a participarem dos bailes. Desenvolvimento Os dados coletados foram analisados de forma mista, quantitativa e qualitativa. Quantitativo, pois atua sobre níveis da realidade e tem como objetivo básico trazer dados indicadores, tendo uma margem de erro de 5%, pois, é uma pesquisa em ciências humanas. E qualitativa, a que se refere analisar o discurso e o conteúdo, pois, visou entender e interpretar o comportamento da amostra utilizada. Foi utilizada a prova estatística do Qui-quadrado com os dados levantados, e uma tabela de distribuição e frequência com relação ao perfil dos frequentadores de bailes da terceira idade, comparando os gêneros e estados civil. Além disso, foi utilizado um gráfico para identificar quais os principais motivos que levam os idosos a buscarem bailes de terceira idade.

Resultados Tabela 1: Análise dos Gêneros e Estados Civil Gênero Masculino Feminino Total Estado civil F % F % F % Casados 1 16,7 0 0 1 6.7 Solteiros 1 16,7 1 11,1 2 3,3 Viúvos 3 50 7 77,8 10 66,7 Divorciados 1 16,7 1 11,1 2 13,3 TOTAL 6 100 9 100 15 100 Observando a Tabela 1, notou-se que no gênero feminino, teve uma maior ocorrência de viúvas que frequentam bailes de terceira idade, sendo 77,8%. 11,1% das entrevistadas são solteiras. As divorciadas apareceram em 11,1% também. Já no estado civil casado não houve nenhuma ocorrência. No gênero masculino, 50% dos entrevistados são viúvos, 16,7% casados, 16,7% solteiros e os outros 16,7% são divorciados. Foi realizado o teste do Qui-Quadrado, X²o=2,08(X²c=0,55; p 0,05), e observou-se que não existe diferença estatisticamente significante entre os dados.

Gráfico 1: Principais motivos que levam os idosos a irem a bailes da terceira idade. 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Busca de lazer Busca de interação social Busca de descontração Outros motivos Observando o Gráfico 1, notou-se que a principal motivação que levam os idosos aos bailes da terceira idade é por busca de lazer, sendo 43,8% dos entrevistados. Com 37,5% a motivação é por busca de descontração, e 6,3% por busca de interação social. 12,5% dos idosos responderam ter outros motivos para buscar os bailes de terceira idade, entre esses motivos estão: Busca por exercícios físicos, sair da rotina, encontrar com amigos, passar o tempo, evitar depressão e também por acreditarem que os bailes podem ajudá-los a manter uma boa saúde, como constatado na fala da participante E.G.: Frequento para não cair na depressão. Idoso sozinho só pensa em tristeza. Já M.S. argumenta que: O baile é bom para a saúde, se divertir e fazer ginástica. De acordo com Lima e Vieira (2007), citado por Oliveira e Tolocka (2009), idosos que participam de bailes se divertem, estabelecem ligações culturais, remetem-se a boas recordações com relação à dança, encontram benefícios que condizem com um melhor estado de saúde, além de terem oportunidades de socialização.

Considerações Finais Foi possível notar que os bailes da terceira idade faz grande diferença na vida dos entrevistados. Os frequentadores aparentam um aspecto mais jovial, parecem ter mais energia para as atividades. Esse aspecto possivelmente é pela frequência contínua nos bailes, pois a maioria vai pelo menos uma vez por semana e há cinco anos ou mais. Alguns idosos relataram frequentar bailes há mais de dez anos. Ao realizar a análise dos dados obtidos nas entrevistas com os idosos, o levantamento das frequências indicou que o público com maior ocorrência em bailes da terceira idade são os viúvos, tanto homens quanto mulheres, porém, estatisticamente constatou-se que a diferença entre os dados não é significante, possivelmente pelo número pequeno da amostra. Sobre os motivos que os fazem frequentar os bailes, grande parte dos idosos vão ao baile em busca de lazer e descontração. De acordo com alguns relatos durante as entrevistas, alguns idosos afirmaram passar muito tempo sozinhos, e os bailes os ajudam a descontrair, encontrar pessoas e se divertir. Sendo assim, de acordo com Eizirik, Candiago e Knijnik, (2001), os bailes podem ser como uma rede social, onde pode haver contatos interpessoais, fazer autoavaliação, receber apoio emocional, manter uma identidade social, entre outros.

Fontes consultadas Casara, M., Cortelletti, I., & Both, A., (2006). Educação e Envelhecimento Humano. Caxias do Sul, Rio Grande do Sul: Educs. Eizirik, C. L., Candiago, R. H., & Knijnik, D. Z. A velhice. In Eizirik, C. L., Kapczinski, C. L. E., & Bassols, A. M. S. (2001). O ciclo de vida humana: Uma perspectiva psicodinâmica. Porto Alegre: Artmed. Fujissawa, G.K., (2010). O identificar dos relacionamentos no baile da terceira idade. Revista Portal de Divulgação, 1(2), (paginação irregular). Kinas, R., & Vendrusculo, G.B.B., (2010). O despertar do amor nos bailes da Terceira Idade, 41(1), 14-20. Leal, I.F., & Haas, A.N., (2006, janeiro/junho). O significado da dança na terceira idade. Revista Brasileira de Ciências do Envelhecimento Humano, p. 64-71. Leme, L.C.G., (2010). Aprendizagem e significado da dança para idosos. Journal of Sports Science and Medicine. 9(1), 119-126 Mendes, M.R.S.S.B., Gusmão, J.L., Faro, A.C.M, &Leite, R.C.B.O., (2005). A situação social do idoso no Brasil: uma breve consideração, 18(4),422-6. Mori, G., & Silva, L. F. (2010). Lazer na terceira idade: desenvolvimento humano e qualidade de vida. Motriz, 16(4), 950-957. Oliveira, R.G., & Tolocka, R.E (2009). Inclusão social e pessoas que participam de bailes em uma instituição de longa permanência para idosos. Revista da Educação Física, 20(1), 85-96; Salvador, E.P., Florindo, A.A., Reis, R.S., & Costa, E.F., (2009). Percepção do ambiente e prática de atividade física no lazer entre idosos, 43(6), 972-980. Zaitune, M.P.A., Barros, M.B.A., César, C.L.G., Carandina, L., Goldbaum, M., & Alves, M.C.G.P., (2010). Fatores associados à prática de atividade física

global e de lazer em idosos: Inquéritode Saúde no Estado de São Paulo (ISA-SP), Brasil, 26(8), 1606-1618. Zimerman, G.I., (2006). Velhice: aspectos biopsicossociais. Porto Alegre: Artmed