Discussão de Temas. Redação Professor: Eduardo Valladares 18/11/2014. Material de apoio para Aula ao Vivo PROPOSTA 01. Texto 1

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Discussão de Temas PROPOSTA 01 Texto 1 Última flor do Lácio, inculta e bela, És, a um tempo, esplendor e sepultura: Ouro nativo, que na ganga imputa A bruta mina entre os cascalhos vela. (...) Amo o teu viço agreste e o teu aroma De virgens selvas e oceano largo! Amo-te, ó rude e doloroso idioma. Olavo Bilac. Língua portuguesa. Texto 2 O problema do abrasileiramento da linguagem literária não passa de um detalhe, mais visível, é certo, mas sempre detalhe, do problema mais vasto e mais complexo de aprofundar harmoniosamente o tipo brasileiro. Manuel Bandeira. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986, p. 608. Texto 3 O principal equívoco que a escola comete com relação à variedade não padrão é encará-la como uma lista de erros ou como uma série de agressões e transgressões, pelas quais cada falante seria individualmente responsável. Importa ressaltar que essa variedade linguística não só tem uma história eminentemente coletiva, mas também é altamente estruturada e funcional. Os principais erros, quando se escreve o português brasileiro culto, são, no mais das vezes, a manifestação de tendências estruturais antigas que a variedade culta reprime e expulsa. Rodolfo Ilari e Renato Basso. O português da gente. São Paulo: Contexto, 2009, p. 240-1. Texto 4 (...) Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó O que quer O que pode esta língua? Vamos atentar para a sintaxe dos paulistas E o falso inglês relax dos surfistas Sejamos imperialistas! Cadê? Sejamos imperialistas! Vamos na velô da dicção choo-choo de Carmem

Miranda E que o Chico Buarque de Holanda nos resgate E xeque-mate explique-nos Luanda. Caetano Veloso. Língua. Texto 5 Quem sou eu Tenho a mais bela maneira de expressar Sou Mangueira... uma poesia singular Fui ao Lácio e nos meus versos canto a última flor Que espalhou por vários continentes Um manancial de amor Caravelas ao mar partiram Por destino encontraram o Brasil. Nos trazendo a maior riqueza A nossa língua portuguesa Considerando os textos da prova e os fragmentos de texto acima como motivadores, redija um texto dissertativo acerca do seguinte tema. Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó : a língua de um povo não se faz com preconceito nem com prescrição PROPOSTA 02 I. O menino parado no sinal de trânsito vem em minha direção e pede esmola. Eu preferia que ele não viesse. [...] Sua paisagem é a mesma que a nossa: a esquina, os meios-fios, os postes. Mas ele se move em outro mapa, outro diagrama. Seus pontos de referência são outros. Como não tem nada, pode ver tudo. Vive num grande playground, onde pode brincar com tudo, desde que de fora. O menino de rua só pode brincar no espaço entre as coisas. Ele está fora do carro, fora da loja, fora do restaurante. A cidade é uma grande vitrine de impossibilidades. [...] Seu ponto de vista é o contrário do intelectual: ele não vê o conjunto nem tira conclusões históricas só detalhes interessam. O conceito de tempo para ele é diferente do nosso. Não há segunda-feira, colégio, happy hour. Os momentos não se somam, não armazenam memórias. Só coisas importantes : Está na hora do português da lanchonete despejar o lixo... ou estão dormindo no meu caixote... [...] Se não sentir fome ou dor, ele curte. Acha natural sair do útero da mãe e logo estar junto aos canos de descarga pedindo dinheiro. Ele se acha normal; nós é que ficamos anormais com a sua presença. JABOR, A. O menino está fora da paisagem. O Estado de São Paulo, São Paulo, 14 abr. 2009. Caderno 2, p. D 10.

II. Vinte anos se passaram desde a queda do Muro de Berlim. A cidade comemora com uma programação rica em atividades. Pode-se conferir, por exemplo, uma grande exposição de fotografias na Alexander Platz ou ver de perto a restauração da East Side Gallery, um pedaço de muro ainda existente que se transformou numa galeria de arte a céu aberto. [...] Em Berlim, [...] tenho ouvido a afirmação recorrente de que o muro persiste enquanto paisagem interiorizada pelos habitantes da cidade. [...] Onde buscar esse muro internalizado? [...] Tudo isso faz pensar nas cidades brasileiras, onde os muros tomam conta da paisagem, seja segregando favelas e bairros populares, seja cercando os condomínios fechados dos bairros nobres. Berlim nos ensina que o muro é forma-conteúdo, é produto e também processo, reflete e condiciona o modo como uma sociedade lida com a diferença. O muro também produz a diferença e radicaliza a ocultação do outro, transforma diferença em segregação e desigualdade. SERPA, A. Muros internalizados. A Tarde, Salvador, 1o ago. 2009. Caderno Opinião. III. Todo muro tem dois lados. Se, do lado de cá, ele impede o avanço do nosso descaso para com os pobres; do lado de lá, ele vai servir de trincheira, casamata e torre para os que se aproveitam da pobreza criminosamente [...]. Com o muro, concretiza-se o que o Zuenir Ventura diagnosticou como uma cidade partida que, murada, será irremediavelmente repartida. DAMATTA, Roberto. O problema do muro no Brasil. O Estado de São Paulo, 15 abr. 2009. Caderno 2. p. D 12. Os três fragmentos oferecidos para a sua reflexão apresentam situações distintas, mas que se identificam ao tratarem dos muros visíveis e invisíveis que separam as pessoas. A partir de uma análise das ideias desses fragmentos, produza um texto argumentativo na forma de prosa que julgar conveniente em que você discuta a desigualdade reveladora de muros visíveis e invisíveis no Brasil, sugerindo alternativas de mudança. PROPOSTA 3

PROPOSTA 4 INSTRUÇÕES Ao desenvolver o assunto é indispensável: - inter-relacionar fatos, ideias e argumentos; - expressar-se com vocabulário apropriado e em estruturas linguísticas adequadas; - escrever com letra legível (a redação que não puder ser lida, pelo menos, por 3 (três) avaliadores em virtude de letra ilegível, receberá nota zero); - produzir um texto em prosa com, no mínimo, 20 e, no máximo, 25 linhas, em modalidade e limites solicitados; A redação vale dez pontos. Leia atentamente os textos I e II. Texto I Falam em decadência da arte de escrever. Mas isso que por aí se vê, essa imprecisão, essa desconexão, é tudo um simples gráfico do espírito do autor. Não me venham, porém, dizer que ele não tem estilo. Tem-no, e muito seu. O estilo continua sendo o homem. Crise de estilo não existe. O que existe é crise de pensamento. (Mário Quintana, Caderno H) Texto II Assistimos ao sepultamento do conceito de estilo individual e à ascensão da escrita colaborativa. No espaço da Internet, nos blogs e sites pessoais, os textos não precisam ter forma acabada: estão abertos, sujeitos a colaborações e atualizações. É o fim do conceito de autoria personalista: entra em cena, felizmente, a democracia da leitura e da escrita interativas. (Teófilo Quadros, inédito) 1. Identifique a diversidade de posições assumidas nos textos I e II. 2. Reflita sobre essa diversidade e manifeste seu ponto de vista pessoal, desenvolvendo-o num texto dissertativo, em prosa, no qual você deve expor seus argumentos de modo claro, coeso e objetivo.

PROPOSTA 5 Considere a tira de Laerte, reproduzida abaixo. Identifique seu tema e, sobre ele, redija uma dissertação em prosa, na folha a ela destinada, argumentando em favor de um ponto de vista sobre o tema. A redação deve ser feita com caneta azul ou preta. Na avaliação de sua redação, serão considerados: a) clareza e consistência dos argumentos em defesa de um ponto de vista sobre o assunto; b) coesão e coerência do texto; e c) domínio do português padrão. Atenção: A Banca Examinadora aceitará qualquer posicionamento ideológico do candidato.