Letra B: errada. Mesmo os países ditos liberais reconhecem a importância dos acordos regionais e



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Transcrição:

Prof. Rodrigo Teixeira Luz 1 Prova AFRFB/2009 - COMÉRCIO INTERNACIONAL 51- A participação no comércio internacional é importante dimensão das estratégias de desenvolvimento econômico dos países, sendo perseguida a partir de ênfases diferenciadas quanto ao grau de exposição dos mercados domésticos à competição internacional. Com base nessa assertiva e considerando as diferentes orientações que podem assumir as políticas comerciais, assinale a opção correta. a) As políticas comerciais inspiradas pelo neo-mercantilismo privilegiam a obtenção de superávits comerciais notadamente pela via da diversificação dos mercados de exportação para produtos de maior valor agregado. b) Países que adotam políticas comerciais de orientação liberal são contrários aos esquemas preferenciais, como o Sistema Geral de Preferências, e aos acordos regionais e sub-regionais de integração comercial celebrados no marco da Organização Mundial do Comércio por conterem, tais esquemas e acordos, componentes protecionistas. c) A política de substituição de importações valeu-se preponderantemente de instrumentos de incentivos à produção e às exportações, tendo o protecionismo tarifário importância secundária em sua implementação. d) A ênfase ao estímulo à produção e à competitividade de bens de alto valor agregado e de maior potencial de irradiação econômica e tecnológica a serem destinados fundamentalmente para os mercados de exportação caracteriza as políticas comerciais estratégicas. e) As economias orientadas para as exportações, como as dos países do Sudeste Asiático, praticam políticas comerciais liberais em que são combatidos os incentivos e quaisquer formas de proteção setorial, privilegiando antes a criação de um ambiente econômico favorável à plena competição comercial. Letra A: errada. Vamos por partes. 1 a parte) As políticas comerciais inspiradas pelo neo-mercantilismo privilegiam a obtenção de superávits comerciais? SIM. 2 a parte) A busca pelo aumento de exportações é característica do protecionismo ou do liberalismo? De ambos. (Note que o aumento de exportações pode se dar em função de diversificação de mercados ou pela exportação de bens de alto valor agregado.) O que diferencia o mercantilismo (ou o neomercantilismo, que é o mercantilismo contemporâneo) do liberalismo (ou do neoliberalismo) é basicamente o tratamento dado às importações. No neomercantilismo, as importações são restringidas, buscando-se assim o superávit comercial. No liberalismo, as importações são liberadas. Voltando à questão: a política protecionista, ou seja, a busca por superávit comercial é notadamente pela via da diversificação dos mercados de exportação para produtos de maior valor agregado? Não, pois, se assim o fosse, teríamos que concluir que o liberalismo também privilegia a obtenção de superávit comercial, já que também busca diversificação dos mercados de exportação para produtos de maior valor agregado O principal fator para o superávit comercial é a restrição às importações, não o aumento de exportações. Isto porque o liberalismo também busca aumento de exportações sem buscar superávit comercial. Letra B: errada. Mesmo os países ditos liberais reconhecem a importância dos acordos regionais e

Prof. Rodrigo Teixeira Luz 2 dos sistemas preferenciais, pois a derrubada de barreiras entre alguns países pode ser o primeiro passo para a derrubada de barreiras entre todos. Letra C: errada. A substituição de importações buscou, principalmente, reduzir importações, não aumentar exportações. A industrialização era voltada para o mercado interno, não para o mercado externo. Letra D: correta. Uma política comercial inteligente é se fixar na exportação de bens com alto valor agregado, como aviões ou computadores. A exportação preponderante de bens primários é empobrecedora para o país. Letra E: errada. As empresas dos países do Sudeste Asiático, ou melhor, do mundo inteiro, recebem incentivos às exportações. Todos os países (uns mais, outros menos) incentivam os exportadores e protegem os setores menos eficientes. Tal proteção é até legitimada nos acordos internacionais como, por exemplo, nos casos de indústrias nascentes, promoção de defesa comercial, segurança nacional e proteção sanitária. Gabarito: Letra D. 52- A respeito do Acordo sobre Implementação do Artigo VII do Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT), é correto afirmar que: a) o mesmo dispõe as regras para a definição do valor de mercadorias a serem exportadas e que servirá de base para a fixação dos preços de carregamento, frete e seguro. b) define regras para a determinação do valor de uma mercadoria para fins do cálculo de tarifas e quotas que incidam em sua importação ou do estabelecimento de direitos anti-dumping ou de medidas compensatórias. c) foi um acordo que se tornou inoperante quando da criação da Organização Mundial do Comércio em substituição ao Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT) de 1947. d) foi um acordo provisório que estabeleceu os critérios operacionais para a implementação dos compromissos previstos no Código sobre Normas Técnicas firmado na Rodada de Tóquio, no âmbito do Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT). e) é o principal instrumento no marco da Organização Mundial de Aduanas (OMA) voltado para a harmonização, entre os países signatários, dos controles e procedimentos administrativos envolvidos na verificação aduaneira referente à exportação e à importação de mercadorias. Lembremos que o Acordo sobre a Implementação do Artigo VII do GATT também é chamado Acordo de Valoração Aduaneira. Letra A: incorreta. O Acordo de Valoração Aduaneira não define regras para a apuração da base de cálculo do preço de carregamento, frete ou seguro, pois quem cobra tais valores é o prestador do serviço. A companhia aérea cobra o quanto ela quiser para fazer transporte. O AVA define regras para a apuração da base de cálculo dos valores cobrados pelo Estado, para que estes não sejam abusivos e não evidenciem protecionismo. A letra C está errada, pois o AVA é um dos acordos multilaterais atualmente vigentes na OMC. A letra D está errada, pois o AVA não foi acordo provisório. Em segundo lugar, não veio para complementar o acordo sobre barreiras técnicas, tendo em vista que atuam em espaços distintos.

Prof. Rodrigo Teixeira Luz 3 A letra E está errada, pois o AVA não está no âmbito da OMA, mas da OMC. Em segundo lugar, não é acordo sobre verificação de mercadorias, mas sobre apuração da base de cálculo do imposto de importação. Em terceiro lugar, o AVA é aplicado apenas em importações, não exportações. A letra B foi dada como o gabarito, mas possui problemas. Analisemos por partes. 1 a ) De fato, o AVA define regras para a determinação do valor de uma mercadoria para fins do cálculo de tarifas (imposto de importação). No entanto, o AVA não tem nada a ver com quotas. O AVA é para apuração da base de cálculo do imposto de importação, não para a definição de quotas. Erro presente na letra B. 2 a ) Relativamente à expressão define regras para a determinação do valor de uma mercadoria para fins... do estabelecimento de direitos antidumping ou de medidas compensatórias, há algo inusitado. Em todas os sistemas em que se consulta o Decreto 1.602/1995, seja no sítio da Câmara dos Deputados, do Palácio do Planalto ou do Ministério do Desenvolvimento, encontramos o 2 o do artigo 45 assim escrito: 2º A alíquota ad valorem será aplicada sobre o valor da mercadoria, em base CIF, apurado nos termos da legislação pertinente. Mas, no parecer dos recursos feitos para a presente questão, a ESAF indicou uma redação diferente, que imaginamos equivocada: 2º A alíquota ad valorem será aplicada sobre o valor aduaneiro da mercadoria, em base CIF, apurado nos termos da legislação pertinente. Só havia um lugar em que a dúvida poderia ser sanada, o Diário Oficial da União (DOU). Pegando o DOU de 24/08/1995, vemos que, de fato, lá está escrito que a alíquota ad valorem incide sobre o valor aduaneiro. Portanto, pela literalidade, até poderíamos dizer que a segunda parte da alternativa D está correta. No entanto, a partir da vigência da Instrução Normativa 327/2003, ficou definido que a descarga faz parte do valor aduaneiro. Em tese, a partir dessa norma, a base do valor aduaneiro deixou de ter base CIF (custo, seguro e frete) e passou a ter base DEQ (delivered ex quay - entregue no cais de destino) e, assim, o próprio decreto ficou com uma redação inadequada, pois, desde 2003, o valor aduaneiro já não tem mais a base CIF. Depois de tantas explicações, dá para ter uma certeza: a letra B está errada, pelo menos no que diz respeito ao uso de valoração aduaneira para definição de quotas. A questão deveria ter sido anulada. Gabarito: letra B. (AFRFB/2009) 53 - O Sistema Global de Preferências Comerciais, instituído no âmbito da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), objetiva promover e manter o comércio entre países em desenvolvimento por meio da concessão mútua de preferências comerciais. Sobre seu funcionamento, é incorreto afirmar que: a) dele participam exclusivamente países em desenvolvimento membros do Grupo dos 77. b) contempla-se a aplicação da Cláusula da Nação Mais Favorecida quanto à extensão das concessões negociadas e implementadas pelos países participantes, ressalvado o princípio da mutualidade de vantagens, que lhe é anterior. c) os países menos desenvolvidos não estão obrigados a fazer concessões em base de reciprocidade aos demais no âmbito do (SGPM). d) o Sistema abrange produtos manufaturados e de base em todas as formas de processamento.

Prof. Rodrigo Teixeira Luz 4 e) por se tratar de arranjo preferencial, e para evitar superposição de compromissos de tal ordem, o SGPC suplanta quaisquer outras formas e instrumentos comerciais de caráter preferencial préexistentes entre os países participantes. A questão foi anulada por haver duas alternativas incorretas: B e E. É o que se lê no parecer da anulação. Mas, na verdade, ainda existem dois outros erros: - no enunciado: o Sistema Global de Preferências Comerciais (SGPC) foi criado pelo Grupo dos 77, não pela UNCTAD; - na alternativa C: SGPM não existe. A sigla correta é SGPC. Letra A: Correta. Do SGPC somente fazem parte países em desenvolvimento, membros do Grupo dos 77, órgão da ONU. Letra B: Errada. Inicialmente, deve-se ter cuidado com a Cláusula da Nação Mais Favorecida (NMF). No GATT/1994, ela dispõe que o benefício deve ser estendido imediata e incondicionalmente a todos os signatários do referido acordo. No entanto, a aplicação desta cláusula admite exceções no caso de blocos comerciais e de benefícios concedidos no âmbito do SGPC (e do SGP). Neste caso, o que for concedido para os países em desenvolvimento não precisa ser estendido para os países desenvolvidos, não se aplicando a Cláusula da Nação Mais Favorecida, conclusão que já constou na questão 51 da prova de AFRF/2000. Apesar de não precisar observar a NMF do GATT, os países criaram uma NMF regional, dispondo que os benefícios concedidos para um membro do sistema preferencial serão estendidos a todos os demais membros, salvo se o benefício tiver sido dado a um país menos desenvolvido, designado como tal pelas Nações Unidas ou em função de um subacordo. Art. 9º - Extensão de Concessões Negociadas 1. Exceto quanto ao previsto nos parágrafos 2 e 3 deste Artigo, todas as concessões tarifárias, paratarifárias e não-tarifárias, negociadas e trocadas entre participantes nas negociações bilaterais / plurilaterais, serão, quando implementadas, estendidas a todos os participantes das negociações sobre o SGPC, com base no princípio de nação mais favorecida (NMF). Em relação à mutualidade de vantagens citada na alternativa, ela é sinônimo de reciprocidade e, em regra, está presente no SGPC, como vemos a seguir. Letra C: Correta, salvo pela sigla SGPM, inexistente. No SGPC, há reciprocidade, salvo em relação aos países menos desenvolvidos. Art. 3 Princípios (...) c) O SGPC será baseado, e aplicado, no princípio da mutualidade de vantagens, de modo a poder beneficiar equitativamente todos os participantes, tomando em consideração seus respectivos níveis de desenvolvimento econômico e industrial, os padrões de seu comércio exterior, bem como suas políticas e sistemas comerciais. (...) f) Serão claramente reconhecidas as necessidades especiais dos países menos desenvolvidos, e serão acordadas medidas preferenciais concretas em favor desses países; não se exigirá dos países menos desenvolvidos que façam concessões numa base de reciprocidade. (...)

Prof. Rodrigo Teixeira Luz 5 Letra D: Correta. Não há limites para produtos no SGP nem no SGPC. As listas de produtos com preferências tarifárias são criadas livremente pelos países outorgantes dos benefícios. Letra E: Errada. O SGPC, de 1988, não acabou, por exemplo, com a ALADI, de 1980, em que existe um sistema de preferências tarifárias no comércio entre 12 países da América Latina. Em tese, podem os benefícios da ALADI ser mais benéficos do que os do SGPC. O próprio acordo do SGPC prevê que ele não suplanta acordos pré-existentes entre os países participantes: Art. 3 Princípios (...) e) O SGPC não substituirá, mas reforçará e suplementará, grupos econômicos subregionais, regionais e inter-regionais, atuais ou futuros, de países em desenvolvimento do Grupo dos 77, e levará em conta as preocupações e compromissos de tais grupos econômicos. 54- Na América Latina coexistem diferentes esquemas de integração econômica. Considerando este fato, assinale a opção que expressa corretamente as relações entre a Associação Latino-Americana de Integração (ALADI) e o Mercado Comum do Sul (Mercosul). a) O Mercosul e a ALADI são esquemas preferenciais complementares, na medida em que perseguem distintos níveis de integração econômica. b) Por possuírem objetivos, alcance e instrumentos distintos de integração, não há nenhuma relação funcional e jurídica entre ambos esquemas de integração. c) O Mercosul foi constituído sob a égide da Associação Latino-Americana de Integração por meio de acordo de complementação econômica firmado por Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai. d) Como os membros da ALADI estão formalmente proibidos de integrarem outros esquemas preferenciais, os países do Mercosul desligaram-se daquela associação quando firmaram o Tratado de Assunção que constituiu o Mercosul. e) Embora sejam esquemas idênticos quanto aos propósitos e instrumentos que aplicam visando à integração econômica regional, inexistem vínculos funcionais ou jurídicos entre eles. Letra A: falsa. Ambos os acordos de integração objetivam atingir o estágio de mercado comum. Letra B: falsa, pela mesma explicação de A. Além disso, há relação jurídica, pois o Mercosul é um acordo de alcance parcial da ALADI. Letra C: correta. O Mercosul é um acordo de alcance parcial, na forma de acordo de complementação econômica. Letra D: falsa. Os países do Mercosul são membros da ALADI e não estão proibidos de fazerem parte de outros acordos. Letra E: falsa. O Mercosul é um acordo de complementação econômica da ALADI. Gabarito: Letra C. 55- Sobre a valoração aduaneira no Mercosul, é correto afirmar que: a) são observados os mesmos critérios estabelecidos no Acordo de Valoração Aduaneira firmado no marco da Organização Mundial do Comércio, com o que considera-se, como referência primária, o preço efetivamente pago ou a pagar pelos bens importados.

Prof. Rodrigo Teixeira Luz 6 b) dadas as diferenças, entre os países membros, quanto ao tratamento fiscal dispensado às mercadorias importadas de terceiros países, o Mercosul lhes faculta maior discricionariedade quanto à aplicação das regras de valoração aduaneira. c) o Código Aduaneiro ora vigente no Mercosul reporta-se às regras da Associação Latino- Americana de Integração para a determinação da origem de mercadorias importadas pelos seus países membros do bloco. d) não devem ser considerados, para efeitos do cálculo do valor aduaneiro, gastos relativos ao carregamento, descarregamento e manuseio associados ao transporte das mercadorias importadas até o porto ou local de importação. e) o Código Aduaneiro do Mercosul é o instrumento que, entre outras finalidades, objetiva harmonizar os critérios de determinação do valor aduaneiro de mercadorias, sendo sua aplicação compulsória para os países membros do bloco e facultativa aos países associados à área de livre comércio. Letra A: correta. Basta olharmos o artigo 1 o da Decisão CMC 13/2007 (ou o artigo 1 o da Decisão CMC 17/1994): "O CONSELHO DO MERCADO COMUM DECIDE: Art. 1 - Adotar no âmbito do MERCOSUL o Acordo Relativo à Aplicação do Artigo VII do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio 1994 (GATT)." Letra B: incorreta. Não há discricionariedade na aplicação das regras de valoração aduaneira. A apuração do valor aduaneiro é da mesma forma nos 4 países, ou melhor, é a mesma entre os mais de 150 países que ratificaram o Acordo de Valoração Aduaneira da OMC. Letra C: incorreta. As regras de origem do Mercosul são distintas das regras de origem da ALADI. Em segundo lugar, não há Código Aduaneiro do Mercosul vigente. Ele foi definido na Decisão CMC 25/1994, mas não entrou em vigor. Em agosto de 2010, novo Código foi definido (Decisão CMC 27/2010), mas também não entrou em vigor até hoje (maio de 2012). Letra D: incorreta. Basta vermos o artigo 1 o da Decisão CMC 17/1994 (ou o artigo 5 o da Decisão CMC 13/2007): "ARTIGO 1 o... 2 o No valor aduaneiro serão incluídos os seguintes elementos: a) o custo de transporte das mercadorias importadas até o porto ou local de importação; b) os gastos relativos ao carregamento, descarregamento e manuseio, associados ao transporte das mercadorias importadas até o porto ou local de importação; c) o custo de seguro." Letra E: incorreta. Como já citado, não há Código Aduaneiro do Mercosul vigente. Ele já foi aprovado, mas não entrou em vigor. Em segundo lugar, quando entrar em vigor, o Código Aduaneiro do Mercosul será usado somente pelos países-membros do Mercosul, nas operações de importação e de exportação realizadas com terceiros países, como vemos no seu artigo 1 o : Artigo 1º - ÂMBITO DE APLICAÇÃO 1. O presente Código e suas normas regulamentares e complementares constituem a legislação aduaneira comum do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL), estabelecido pelo Tratado de Assunção, de 26 de março de 1991.

Prof. Rodrigo Teixeira Luz 7 2. A legislação aduaneira do MERCOSUL será aplicada à totalidade do território dos Estados Partes e aos enclaves concedidos a seu favor, e regulará o comércio internacional dos Estados Partes do MERCOSUL com terceiros países ou blocos de países. (...) Inicialmente, a letra D foi apresentada como o gabarito. No entanto, após os recursos, o gabarito foi alterado para a letra A. 56- Acerca das práticas desleais de comércio e respectivas medidas de defesa, e tomando por base a normativa da Organização Mundial do Comércio, é correto afirmar que: a) a prática do dumping consiste na venda de um produto por preço inferior ao custo de produção de seu similar no mercado de exportação e enseja, de parte do país importador, como forma de defesa, a imposição de salvaguardas comerciais. b) a adoção de restrições quantitativas às importações, embora proibida pelo Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT), é lícita como medida prévia de defesa à prática do dumping, vigorando provisoriamente até o início de investigação por parte do Órgão de Solução de Controvérsias da Organização Mundial do Comércio. c) a imposição de salvaguardas comerciais é justificada quando comprovada a concessão, pelo país exportador, de subsídios específicos em favor da produção de um bem a ser exportado, mas é condicionada à efetiva comprovação e determinação do dano causado pelos subsídios à produção doméstica no país importador. d) o aumento abrupto de importações provocando grave prejuízo à indústria doméstica faculta a adoção, pelo país importador, de direitos compensatórios, envolvendo a implementação de restrições quantitativas e/ou a redução de direitos aduaneiros aplicados às suas exportações na medida e no tempo necessários para sanar o dano original. e) a concessão de subsídios que sejam vinculados diretamente ao desempenho das exportações ou ao uso preferencial de insumos e bens domésticos àqueles importados pode ensejar a abertura de investigação no marco da OMC e a subseqüente aplicação de direitos compensatórios. Letra A: incorreta. Dumping não é vender por menos do que o preço de custo. É exportar por um valor inferior ao preço de venda no mercado interno do país exportador. Em segundo lugar, a defesa contra dumping não é por meio de salvaguardas, mas por medidas antidumping. Letra B: incorreta. Quem investiga dumping é o país importador, não a OMC. Em segundo lugar, a medida antidumping é sempre na forma de alíquota. Em terceiro lugar, a medida só pode ser criada depois que a investigação for concluída ou então como medida provisória, caso, na investigação em curso, já sejam detectados o fumus boni iuris e o periculum in mora. Letra C: incorreta. Salvaguardas e subsídios não se confundem. Letra D: incorreta. A adoção de direitos compensatórios é com a comprovação de existência de subsídio, dano e nexo causal e sempre com a imposição de uma alíquota. Letra E: correta. Os subsídios indicados na letra E são expressamente citados no decreto 1.751/1995, artigo 8 o. 57- No contexto do comércio exterior brasileiro, são atribuições da Receita Federal do Brasil: a) exercer a fiscalização aduaneira das mercadorias, produtos e bens que ingressam no território aduaneiro do país e esclarecer dúvidas sobre a classificação aduaneira de mercadorias.

Prof. Rodrigo Teixeira Luz 8 b) gerir e executar os serviços de administração, fiscalização e controle aduaneiro e reprimir os diferentes tipos de ilícitos comerciais. c) subsidiar a formulação da política de comércio exterior em matérias tributária e aduaneira e atuar, em nome do Ministério da Fazenda, nas instâncias do Mercosul em questões relativas à aplicação da Tarifa Externa Comum. d) negociar e implementar acordos internacionais em matéria aduaneira; supervisionar a aplicação da receita aduaneira em programas de incentivo ao comércio exterior. e) cobrar direitos aduaneiros que incidem nas operações de comércio exterior e orientar os operadores do comércio exterior quanto ao emprego dos Termos Internacionais de Comércio. Letra A: correta. As funções listadas são previstas para a RFB, previstas no Regulamento Aduaneiro (Decreto 6.759/2009). Letra B: incorreta. Fazer administração aduaneira, fiscalização aduaneira e controle aduaneiro são atribuições da RFB. Mas combater os diferentes tipos de ilícitos comerciais, não. Combater, por exemplo, a venda de mercadorias estragadas, mercadorias fora do prazo de validade ou sem o selo do INMETRO são irregularidades comerciais combatidas por outros órgãos, não pela RFB. Letra C: incorreta. A CAMEX fixa as alíquotas da TEC. Mas, no Mercosul, quem decide as alíquotas de imposto de importação é o Grupo Mercado Comum, composto por representantes de vários órgãos dos 4 países: "(Protocolo de Ouro Preto) Artigo 11 - O Grupo Mercado Comum será integrado por quatro membros titulares e quatro membros alternos por país, designados pelos respectivos Governos, dentre os quais devem constar necessariamente representantes dos Ministérios das Relações Exteriores, dos Ministérios da Economia (ou equivalentes) e dos Bancos Centrais. O Grupo Mercado Comum será coordenado pelos Ministérios das Relações Exteriores." O representante do Ministério da Fazenda é o Secretário de Assuntos Internacionais, mas isso só dá para saber se olharmos a estrutura do Ministério da Fazenda (Decreto 6.764/2009), coisa que não foi pedida no edital de AFRFB/2009. Só foi pedida até o concurso de 2003. Pediram em 2009 apenas as funções da RFB, do BC, da SECEX, do MRE e da CAMEX. Em suma, a RFB não representa o MF nas negociações da TEC. Letra D: incorreta. De fato, a RFB negocia acordos em matéria aduaneira, conforme dispunha o Decreto 6.764/2009, vigente à época da prova (atualmente, o Decreto 7.482/2011 mantém dispositivo idêntico): "XV - negociar e participar de implementação de acordos, tratados e convênios internacionais pertinentes à matéria tributária e aduaneira;" No entanto, a RFB não controla o dinheiro arrecadado. Isso é função do Tesouro Nacional e de outros órgãos. A função da RFB é arrecadar! Letra E: incorreta. Cobrar é com a RFB, mas orientar no uso dos INCOTERMS, não. O uso dos INCOTERMS é em contratos particulares entre compradores e vendedores de bens. A RFB só entra para fiscalizar, não para ajudar as partes a celebrarem acordos de compra e venda. Gabarito: letra A.

Prof. Rodrigo Teixeira Luz 9 58- A classificação aduaneira das mercadorias é recurso essencial para a aplicação, pela autoridade aduaneira, dos direitos que incidem sobre a exportação e importação de mercadoria e é objeto de convenções e instrumentos internacionais. A respeito, assinale a opção correta. a) O Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias (SH) é uma convenção internacional que padroniza os sistemas de classificação nacionais dos países do Mercosul, não podendo, por conseguinte, sofrer alterações ou adaptações por parte dos países que o implementam. b) A adoção da Tarifa Externa Comum do Mercosul tornou necessária a harmonização dos respectivos sistemas nacionais de classificação de mercadorias dos países membro. c) Por possuir o Brasil a pauta comercial mais diversificada no âmbito do Mercosul, a Nomenclatura Brasileira de Mercadorias é a referência para o instrumento de designação e codificação de mercadorias que é aplicado no Mercosul. d) A Nomenclatura Comum do Mercosul está baseada no Sistema Harmonizado, contendo dois dígitos adicionais introduzidos pelos próprios países do bloco, tendo substituído, no Brasil, a Nomenclatura Brasileira de Mercadorias. e) Com o advento da Tarifa Externa Comum, os países do Mercosul substituíram seus sistemas nacionais de classificação de mercadorias pelo Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias (SH). Letra A: incorreta. O que a ESAF considerou (e isto nós vemos nos pareceres para indeferimento dos recursos) é que os países, apesar de não poderem alterar o SH, podem fazer adaptações no SH para as suas nomenclaturas nacionais. Por exemplo, os países podem acrescentar dígitos aos do SH, para criarem a sua própria nomenclatura, como o Mercosul fez ao criar a NCM, a qual é composta por 8 dígitos (6 do SH mais 2 criados regionalmente). Letra B: incorreta. Não houve harmonização de sistemas NACIONAIS de classificação ( harmonizar = tornar semelhantes ). Não existem mais sistemas nacionais de classificação no Mercosul. O que existe é um sistema regional de classificação. Existe uma nomenclatura REGIONAL, pois as nomenclaturas NACIONAIS morreram com a criação da NCM. Letra C: incorreta. A NBM (Nomenclatura Brasileira de Mercadorias) foi substituída pela NCM no comércio exterior brasileiro. E a NCM é que é usada no Mercosul. Letra D: correta, pelas explicações dadas para as letras A e C. Letra E: incorreta. PARA SURGIR a TEC, os países do Mercosul criaram, antes, a NCM, baseada no SH. Dois erros: 1) O que substituiu os sistemas nacionais de classificação foi a NCM, não o SH. 2) A NCM/SH surge antes da TEC. Gabarito: Letra D.

Prof. Rodrigo Teixeira Luz 10 59- A respeito da Convenção de Viena sobre contratos de Compra e Venda Internacional de Mercadorias (CVIM), é correto afirmar que: a) é instrumento jurídico que vincula Estados Nacionais em torno do objetivo de harmonizar internacionalmente as fórmulas que definem as obrigações e direitos dos exportadores e importadores em torno da comercialização de um bem internacionalmente. b) firmada no âmbito da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), estabelece procedimentos padrões para a celebração de contratos comerciais internacionais entre agentes privados. c) celebrada no marco da Organização Mundial de Comércio (OMC), estabelece procedimentos uniformes para os aspectos não financeiros de uma transação comercial internacional. d) celebrada no âmbito da Câmara Internacional de Comércio (CCI), é instrumento de direito privado que rege os atos administrativos e jurídicos que envolvem a transferência da propriedade da mercadoria transacionada internacionalmente. e) firmada no âmbito das Nações Unidas, uniformiza as regras sobre compra e venda de mercadorias, envolvendo aspectos como transporte, seguro, transferência de riscos, propriedade industrial, pagamentos e indenizações por não cumprimento de obrigações, mercadoria avariada, danos e prejuízos. A Convenção de Viena foi celebrada no âmbito da UNCITRAL, órgão da ONU. Por isso, as letras B, C e D já estão erradas. A letra A está errada, pois a Convenção veio para harmonizar as leis de comércio internacional, não as fórmulas que definem direitos de exportadores e importadores. O que são fórmulas? São os INCOTERMS, como podemos ver na questão 45 de ACE/2002: "45 - Os Termos Internacionais de Comércio (INCOTERMS) são: (opção correta) d) fórmulas que definem direitos e obrigações das partes em um contrato internacional de compra e venda quanto ao pagamento de fretes, seguros, embarque, desembarque, desembaraço alfandegário, entre outros." Ou na questão 28 da prova de TRFB/2005: "28 - A respeito das fórmulas contratuais usualmente aplicadas aos Contratos Internacionais de Compra e Venda de Mercadorias (INCOTERMS), associe as colunas abaixo e, em seguida, assinale a opção que contenha a seqüência correta.... Ora, a Convenção de Viena veio para uniformizar as leis de comércio internacional, não os INCOTERMS, que são administrados pela Câmara de Comércio Internacional. Gabarito: Letra E. 60- O regime aduaneiro especial que contempla a estocagem de partes, peças e materiais de reposição ou manutenção, com suspensão do pagamento dos impostos federais, da contribuição para o PIS/PASEP - Importação e da COFINS importação, para veículos, máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos estrangeiros, nacionalizados ou não, e nacionais em que tenham sido empregados partes, peças e

Prof. Rodrigo Teixeira Luz 11 componentes estrangeiros, nos casos definidos pelo Ministro da Fazenda, é conhecido como: a) depósito alfandegado. b) trânsito aduaneiro. c) depósito especial. d) loja franca. e) depósito alfandegado certificado. Gabarito: Letra C. Literal do artigo 480 do Regulamento Aduaneiro (Decreto 6.759/2009)