Liberdade Provisória



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Transcrição:

Liberdade Provisória CF, art. 5º, inciso LXVI: ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; Natureza jurídica: trata-se de uma contracautela (medida contraposta à prisão cautelar) que substitui (sucedâneo) a prisão provisória, quando esta for desnecessária aos fins do processo. 1. Liberdade provisória COM fiança ( fiança ) - garantia real - finalidades da fiança CPP, art. 330, caput: A fiança, que será sempre definitiva, consistirá em depósito de dinheiro, pedras, objetos ou metais preciosos, títulos da dívida pública, federal, estadual ou municipal, ou em hipoteca inscrita em primeiro lugar. CPP, art. 336, caput: O dinheiro ou objetos dados como fiança ficarão sujeitos ao pagamento das custas, da indenização do dano e da multa, se o réu for condenado. CPP, art. 337: Se a fiança for declarada sem efeito ou passar em julgado a sentença que houver absolvido o réu ou declarado extinta a ação penal, o valor que a constituir será restituído sem desconto, salvo o disposto no parágrafo do artigo anterior. - obrigações decorrentes da fiança (se descumpridas, ensejam o quebramento da fiança) Requisitos: CPP, art. 327: A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a comparecer perante a autoridade, todas as vezes que for intimado para atos do inquérito e da instrução criminal e para o julgamento. Quando o réu não comparecer, a fiança será havida como quebrada. CPP, art. 328: O réu afiançado não poderá, sob pena de quebramento da fiança, mudar de residência, sem prévia permissão da autoridade processante, ou ausentar-se por mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem comunicar àquela autoridade o lugar onde será encontrado. CPP, art. 341: Julgar-se-á quebrada a fiança quando o réu, legalmente intimado para ato do processo, deixar de comparecer, sem provar, incontinenti, motivo justo, ou quando, na vigência da fiança, praticar outra infração penal. CPP, art. 343: O quebramento da fiança importará a perda de metade do seu valor e a obrigação, por parte do réu, de recolher-se à prisão, prosseguindo-se, entretanto, à sua revelia, no processo e julgamento, enquanto não for preso.

Art. 323. Não será concedida fiança: I - nos crimes punidos com reclusão em que a pena mínima cominada for superior a 2 (dois) anos; Súmula n. 81 do STJ: NÃO SE CONCEDE FIANÇA QUANDO, EM CONCURSO MATERIAL, A SOMA DAS PENAS MÍNIMAS COMINADAS FOR SUPERIOR A DOIS ANOS DE RECLUSÃO. Crime continuado: STJ HABEAS CORPUS - COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL A QUO PARA JULGAMENTO DE PREFEITO AFASTADO - FIANÇA - CONTINUIDADE DELITIVA - IMPOSSIBILIDADE. [...]. A concessão de fiança é impossibilitada em razão da continuidade delitiva que, para estes efeitos, deve ser considerada no cálculo da pena mínima in abstracto. Ordem denegada. (STJ, 5ª Turma, HC 11.265/RS, Rel. Min. JORGE SCARTEZZINI, j. 03.02.2000, DJ 28.02.2000) MPMT/2005 - Quanto à prisão em flagrante e à liberdade provisória, julgue os itens que se seguem. 58. Para fins de liberdade provisória com fiança, no caso de concurso material de crimes, as penas mínimas em abstrato cominadas não devem ser somadas, mas devem ser consideradas isoladamente as penas mínimas de cada um dos crimes. Resposta: Errada. II - nas contravenções tipificadas nos arts. 59 e 60 da Lei das Contravenções Penais; III - nos crimes dolosos punidos com pena privativa da liberdade, se o réu já tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado; RECURSO EM HABEAS CORPUS. PROCESSO. LIBERDADE PROVISÓRIA. CONDENAÇÃO ANTERIOR POR CRIME DOLOSO. Ostentando o paciente condenação definitiva por crime doloso, não faz jus ao benefício da liberdade provisória, a teor da regra estatuída no art. 323, III, do CPP. Recurso desprovido. (STJ, 5ª Turma, RHC 15.739/RJ, Rel. Min. JOSÉ ARNALDO DA FONSECA, j. 03.06.2004, DJ 28.06.2004) - CRIMINAL. CONDENAÇÃO. APELAÇÃO EM LIBERDADE. [...]. - FIANÇA. FACULDADE ASSEGURADA DE OFÍCIO AO PACIENTE, DESDE A EVIDÊNCIA DO FATO DE A CONDENAÇÃO ANTERIOR CINGIR-SE A CRIME MERAMENTE CULPOSO (ART. 323, III, C.C. O ART. 594, DO C.P.P.). (STJ, 5ª Turma, HC 138/SP, Rel. Min. JOSÉ DANTAS, j. 14.02.1990, DJ 05.03.1990) IV - em qualquer caso, se houver no processo prova de ser o réu vadio; V - nos crimes punidos com reclusão, que provoquem clamor público ou que tenham sido cometidos com violência contra a pessoa ou grave ameaça. Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança: I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente concedida ou infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações a que se refere o art. 350; II - em caso de prisão por mandado do juiz do cível, de prisão disciplinar, administrativa ou militar;

III - ao que estiver no gozo de suspensão condicional da pena ou de livramento condicional, salvo se processado por crime culposo ou contravenção que admita fiança; IV - quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva (art. 312). Quem pode conceder fiança (liberdade provisória com fiança): CPP, art. 322: A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração punida com detenção ou prisão simples. Parágrafo único. Nos demais casos do art. 323, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas. TJAL/07-52-Em matéria de prisão, é INCORRETO afirmar que, conforme dispõe o CPP: A) nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito enquanto não cessar a permanência. B) não será concedida fiança nos crimes punidos com reclusão em que a pena aplicada for igual ou inferior a 2 (dois) anos. C) em qualquer fase dom inquérito policial ou da instrução criminal, caberá prisão preventiva, decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou do querelante, ou mediante representação da autoridade policial. D) a autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração punida com detenção ou prisão simples. E) o juiz poderá revogar a prisão preventiva se verificar a falta de motivos para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. Resposta: B - concessão pelo Juiz: inaudita altera parte (sem ouvir o MP) CPP, art. 333: Depois de prestada a fiança, que será concedida independentemente de audiência do Ministério Público, este terá vista do processo a fim de requerer o que julgar conveniente. TESTES: MPSP/2005-22. Assinale a alternativa INCORRETA. (A) A fiança será concedida sem a prévia audiência do Ministério Público. (B) Não será concedida fiança nos crimes punidos com reclusão em que a pena mínima cominada for superior a dois anos. (C) Não será concedida fiança quando presentes os motivos que autorizam a prisão preventiva. (D) A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração punida com detenção ou prisão simples. (E) A fiança só poderá ser prestada até o oferecimento da denúncia. Resposta: E Proc DF/2006 177. O arbitramento de fiança, concedendo ao acusado a oportunidade de aguardar o julgamento em liberdade, é direito subjetivo de natureza constitucional, que o juiz deverá conceder independentemente de manifestação do Ministério Público. Resposta: Correta

- Juiz pode dispensar o pagamento da fiança, em caso de pobreza CPP, art. 350: Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando ser impossível ao réu prestá-la, por motivo de pobreza, poderá conceder-lhe a liberdade provisória, sujeitando-o às obrigações constantes dos arts. 327 e 328. Se o réu infringir, sem motivo justo, qualquer dessas obrigações ou praticar outra infração penal, será revogado o benefício. Determinação do valor da fiança: CPP, art. 325: O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder nos seguintes limites: a) de 1 (um) a 5 (cinco) salários mínimos de referência, quando se tratar de infração punida, no grau máximo, com pena privativa da liberdade, até 2 (dois) anos; b) de 5 (cinco) a 20 (vinte) salários mínimos de referência, quando se tratar de infração punida com pena privativa da liberdade, no grau máximo, até 4 (quatro) anos; c) de 20 (vinte) a 100 (cem) salários mínimos de referência, quando o máximo da pena cominada for superior a 4 (quatro) anos. 1º Se assim o recomendar a situação econômica do réu, a fiança poderá ser: I - reduzida até o máximo de dois terços; II - aumentada, pelo juiz, até o décuplo. Hipóteses constitucionais de inafiançabilidade (não admitem fiança, ou seja, liberdade provisória com fiança. Obs.: a liberdade provisória sem fiança continua sendo admitida, ao menos em tese) CF, art. 5º, incisos: XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitálos, se omitirem; XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; TJMG/00 - Questão nº 36. A fiança poderá ser concedida nos crimes (A) afiançáveis e inafiançáveis, em concurso. (B) cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa. (C) punidos com reclusão, que provoquem clamor público. (D) tentados, cujas penas mínimas, reduzidas de dois terços, não sejam superiores a dois anos de reclusão. (E) hediondos. Resposta: D

2. Liberdade provisória SEM fiança ( liberdade provisória ) Requisitos CPP, art. 310: Quando o juiz verificar pelo auto de prisão em flagrante que o agente praticou o fato, nas condições do art. 19, I, II e III, do Código Penal [hoje art. 23 do CP], poderá, depois de ouvir o Ministério Público, conceder ao réu liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos do processo, sob pena de revogação. Parágrafo único. Igual procedimento será adotado quando o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, a inocorrência de qualquer das hipóteses que autorizam a prisão preventiva (arts. 311 e 312). - São vinculadas: exigem termo de comparecimento a todos os atos do processo, sob pena de revogação Proc DF/2006-157. Em razão da ausência do periculum in mora, verificado no auto de prisão em flagrante, caso não ocorram as hipóteses que autorizam a prisão preventiva, o juiz poderá conceder a liberdade provisória vinculada. Resposta: Correta. - Somente pode ser concedida pelo Juiz, depois de ouvido o MP (audita altera pars) CPP, art. 310, caput: Quando o juiz verificar pelo auto de prisão em flagrante que o agente praticou o fato, nas condições do art. 19, I, II e III, do Código Penal, poderá, depois de ouvir o Ministério Público, conceder ao réu liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos do processo, sob pena de revogação. TESTES: TJMG/2006-32. Sobre o tema prisão e liberdade provisória, é CORRETO afirmar: a) Lavrado o auto de prisão em flagrante e constatando-se que o agente praticou o fato em situação evidente de legítima defesa, deverá o Delegado de Polícia conceder ao conduzido o direito de livrar-se solto. b) O Ministério Público deverá ser ouvido nos autos antes da concessão da liberdade provisória vinculada, exigência dispensável em se tratando de hipótese de pedido de liberdade provisória com fiança. c) A Liberdade Provisória assenta-se em fundamento inserto na Constituição Federal, que consagra garantia deferida ao cidadão, segundo a qual toda prisão ilegal deverá ser relaxada pela autoridade competente. d) [...]. e) [...]. Resposta: B MPSP/2006-22. Assinale a afirmação CORRETA. (A) Ao relaxar o flagrante, por vício material ou formal, o juiz pode substituir a prisão cautelar pela liberdade provisória mediante a obrigação de comparecimento. (B) O deferimento da liberdade provisória mediante a obrigação de comparecimento constitui faculdade do juiz, que, em seu prudente arbítrio, pode negá-la, mesmo quando a manutenção da prisão em flagrante não se mostre necessária. (C) O descumprimento injustificado da obrigação de comparecer aos atos do processo importa na revogação da liberdade provisória e restabelecimento da prisão em flagrante.

(D) O juiz pode prescindir da audiência do Ministério Público para conceder a liberdade provisória mediante a obrigação de comparecimento. (E) A revogação da liberdade provisória mediante a obrigação de comparecimento independe de fato novo Resposta: C Liberdade provisória sem fiança e desvinculada: casos em que se livra solto (simples restituição ao estado de liberdade, sem obrigação de comparecimento aos atos do processo) CPP, art. 309: Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em liberdade, depois de lavrado o auto de prisão em flagrante. CPP, art. 321: Ressalvado o disposto no art. 323, III e IV, o réu livrar-se-á solto, independentemente de fiança: I - no caso de infração, a que não for, isolada, cumulativa ou alternativamente, cominada pena privativa de liberdade; II - quando o máximo da pena privativa de liberdade, isolada, cumulativa ou alternativamente cominada, não exceder a 3 (três) meses. Obs.: em caso de infração penal de menor potencial ofensivo art. 69, parágrafo único, da Lei n. 9.099/95 Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários. Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima. TJSP/06-56. Leia o registro que se segue. Mévio, motorista de táxi, dirigia seu auto por via estreita, que impedia ultrapassagem de autos. Túlio, septuagenário, seguia com seu veículo à frente do de Mévio, em baixíssima velocidade, causando enorme congestionamento na via. Quando Túlio parou em semáforo, Mévio desceu de seu táxi e passou a desferir chutes e socos contra a lataria do auto de Túlio, danificando-a. Policiais se acercaram do local e detiveram Mévio, que foi conduzido à Delegacia de Polícia. Lá, o Delegado entendeu que o crime era de dano, com pena de detenção de 01 a 06 meses ou multa. Iniciou a lavratura do Termo Circunstanciado, previsto na Lei n.º 9.099/95. Ao finalizá-lo, entregou a Mévio para que assinasse o Termo de Comparecimento ao Juizado Especial Criminal, o que foi por ele recusado. Indique o procedimento a ser adotado. (A) Registro apenas em Boletim de Ocorrência para futuras providências. (B) Considerando que ocorrera prisão em flagrante, ante a não assinatura do Termo de Comparecimento ao JECRIM, deve o Delegado de Polícia lavrar auto de prisão em flagrante, fixando fiança. (C) Deve o Delegado lavrar o auto de prisão em flagrante e permitir que Mévio se livre solto. (D) O Termo Circunstanciado deve ser remetido ao Juízo, mesmo que Mévio não tenha assinado o Termo de Comparecimento, para que o Magistrado, ouvido o Ministério Público, tome as providências que julgar cabíveis, podendo até decretar eventual prisão temporária. Resposta: B

Casos peculiares - crimes contra a economia popular e de sonegação fiscal: somente cabe liberdade provisória COM fiança, a ser concedida apenas pelo Juiz CPP, art. 325, 2º: Nos casos de prisão em flagrante pela prática de crime contra a economia popular ou de crime de sonegação fiscal, não se aplica o disposto no art. 310 e parágrafo único deste Código, devendo ser observados os seguintes procedimentos: I - a liberdade provisória somente poderá ser concedida mediante fiança, por decisão do juiz competente e após a lavratura do auto de prisão em flagrante; II - o valor de fiança será fixado pelo juiz que a conceder, nos limites de dez mil a cem mil vezes o valor do Bônus do Tesouro Nacional - BTN, da data da prática do crime; III - se assim o recomendar a situação econômica do réu, o limite mínimo ou máximo do valor da fiança poderá ser reduzido em até nove décimos ou aumentado até o décuplo.