Atualização Sobre Legislação a Respeito de Testagem de Álcool e Outras Drogas

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Transcrição:

Atualização Sobre Legislação a Respeito de Testagem de Álcool e Outras Drogas

Marcos Legais

LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006. Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas Art. 18. Constituem atividades de prevenção do uso indevido de drogas, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para a redução dos fatores de vulnerabilidade e risco e para a promoção e o fortalecimento dos fatores de proteção. Art. 19. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas devem observar os seguintes princípios e diretrizes: I - o reconhecimento do uso indevido de drogas como fator de interferência na qualidade de vida do indivíduo e na sua relação com a comunidade à qual pertence; II - a adoção de conceitos objetivos e de fundamentação científica como forma de orientar as ações dos serviços públicos comunitários e privados e de evitar preconceitos e estigmatização das pessoas e dos serviços que as atendam; III - o fortalecimento da autonomia e da responsabilidade individual em relação ao uso indevido de drogas; V - a adoção de estratégias preventivas diferenciadas e adequadas às especificidades socioculturais das diversas populações, bem como das diferentes drogas utilizadas; VI - o reconhecimento do não-uso, do retardamento do uso e da redução de riscos como resultados desejáveis das atividades de natureza preventiva, quando da definição dos objetivos a serem alcançados; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm

LEI Nº 12.619, DE 30 DE ABRIL DE 2012. Dispõe sobre o exercício da profissão de motorista; altera a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei n o 5.452, de 1 o de maio de 1943, e as Leis n os 9.503, de 23 de setembro de 1997, 10.233, de 5 de junho de 2001, 11.079, de 30 de dezembro de 2004, e 12.023, de 27 de agosto de 2009, para regular e disciplinar a jornada de trabalho e o tempo de direção do motorista profissional; e dá outras providências. Art. 235-B. São deveres do motorista profissional: VII - submeter-se a teste e a programa de controle de uso de droga e de bebida alcoólica, instituído pelo empregador, com ampla ciência do empregado. Parágrafo único. A inobservância do disposto no inciso VI e a recusa do empregado em submeter-se ao teste e ao programa de controle de uso de droga e de bebida alcoólica previstos no inciso VII serão consideradas infração disciplinar, passível de penalização nos termos da lei. - Endurecimento das regras quanto ao abuso de substâncias que possam atingir a segurança da pessoa ou da coletividade. Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12619.htm

Parecer CFM 26/12 Não é eticamente aceitável a solicitação de exames de monitoramento de drogas ilícitas, em urina e sangue, para permitir acesso ao trabalho, pois isto contraria os postulados éticos. O art. 5º da Constituição Federal, nos seus incisos II e X, declara que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei, e que são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas (...). O art. 22 do Código de Ética Médica veda ao médico efetuar qualquer procedimento médico sem o prévio esclarecimento e consentimento do paciente ou de seu responsável legal, salvo em caso de risco iminente de morte. Os exames exigidos pela empresa por ocasião da admissão devem ser aqueles previstos na legislação específica, visando sempre a avaliação da capacidade laborativa do empregado, caracterizando-se discriminatória qualquer exigência de realização de exames que extrapolem os requisitos técnicos para a função a ser exercida. Em resposta à solicitação, não é cabível a realização de exames em funcionários de empresas para detectar a presença de álcool e/ou drogas, por se tratar de postura discriminatória. Fragilidade dos testes toxicológicos. A alternativa é um exame pré-admissional rigoroso

REGULAMENTO BRASILEIRO DE AVIAÇÃO CIVIL - RBAC nº 120 PROGRAMA DE PREVENÇÃO DO RISCO ASSOCIADO AO USO INDEVIDO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS NA AVIAÇÃO CIVIL 120.331 Geral (a) Toda empresa responsável deve submeter aos ETSP (Exame Toxicológico de Substâncias Psicoativas) seus empregados ARSO (Atividade de Risco à Segurança Operacional na Aviação Civil) de acordo com o previsto nesta subparte. 120.9 Proibições (a) É vedado a qualquer empregado ARSO: (1) o uso de substâncias psicoativas durante o exercício de suas atividades; (2) o exercício de suas atividades enquanto estiver sob o efeito de qualquer substância psicoativa; e (3) o exercício de suas atividades caso tenha sido envolvido em um evento impeditivo e não tenha obtido um resultado negativo em um ETSP de retorno ao serviço, conforme parágrafo 120.339(e) deste Regulamento. (Redação dada pela Resolução nº 326, de 10 de junho de 2014) (b) Toda empresa responsável deve tomar as providências necessárias, conforme a legislação brasileira vigente e este regulamento, para afastar de suas atividades qualquer empregado ARSO que contrarie a proibição contida no parágrafo (a) desta seção.

Parecer CFM 14/13 A Resolução Anac nº 120/11 obedece aos contornos de segurança para o ato médico pericial em medicina aeroespacial, modalidade aeronáutica, em virtude de prever em seus dispositivos que o médico só proceda ao exame tendo o empregado assinado o termo de consentimento informado, respaldado na legislação vigente. A Anac não proíbe o indivíduo de consumir qualquer substância psicotrópica em sua vida privada. Está claro que esta proibição se aplica para o uso durante o trabalho, ou exercício de suas atividades enquanto sob efeito das mesmas. O que o legislador buscou com esta autorização não tem relação com o indivíduo, mas com o coletivo. Inviolabilidade e direitos individuais precisam ser compreendidos como sendo o máximo para a proteção do cidadão no que tange às suas ações enquanto pessoa. Ir e vir, acatar ou não recomendações, escolher o que pretende para si, contudo, para além destes postulados, obedecerá a regras que protegem a sociedade, o coletivo. Fica estabelecido que a empresa, não o médico, requer a assinatura do consentimento e outras ações. Pelo exposto, é possível vislumbrar que a Resolução Anac no 120/11 está em total acordo com o disposto no Parecer CFM no 26/12.

Jurisprudência TST RECONHECE JUSTA CAUSA DE EMPREGADO QUE FUMOU MACONHA NO INTERVALO DO TRABALHO - A C Ó R D Ã O (7ª Turma) GMIGM/fs/fn RECURSO DE REVISTA - DEMISSÃO POR JUSTA CAUSA - ART. 482, "B", DA CLT - MAU COMPORTAMENTO - CARACTERIZAÇÃO Síntese Decisória: Trata-se, nos autos, da demissão por justa causa levada a efeito pela Reclamada em face do mau proceder do Reclamante ao fazer uso de substância entorpecente, dentro do estabelecimento do Empregador e ainda durante o intervalo para descanso e alimentação. Dessa forma, do contexto fático probatório delineado pelo Regional, depreende-se que a Corte de origem, ao afastar a dispensa por justa causa, efetivamente violou o art. 482, "b", da CLT, porque, sem sombra de dúvidas, a conduta do Reclamante configurou "mau comportamento" a respaldar a demissão motivada.

Jurisprudência O Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (BA) Turma condena empresa por realizar exame toxicológico sem consentimento do empregado. O empregado foi contratado para exercer o cargo de auxiliar de serviços gerais e, periodicamente, era submetido a exames. Durante a realização de uma dessas análises, descobriu que estava sendo submetido a exame toxicológico, realizado para detectar indícios de exposição ou ingestão de produtos tóxicos, drogas ou substâncias potencialmente causadoras de intoxicações. O empregado ingressou em juízo e pleiteou indenização no valor de R$ 200 mil a título de dano moral, alegando violação da sua vida privada. A Primeira Vara do Trabalho de Alagoinhas (BA) reconheceu a existência do dano moral e condenou a empresa ao pagamento de R$ 3 mil. Para o juízo de primeiro grau, a EMPRESA invadiu injustificadamente a intimidade do trabalhador, pois não havia motivo relevante para a investigação feita, tendo em vista as atividades exercidas na empresa. "Não há duvidas de que a realização de exame toxicológico sem a solicitação ou autorização do empregado importa invasão da privacidade e causa dano moral indenizável, ainda que não se tenha divulgado o seu resultado", concluiu http://www.tst.jus.br/noticias-teste/-/asset_publisher/89dk/content/id/3662893

Outras legislações importantes

O art. 5º da Constituição Federal, nos seus incisos II e X, declara que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei, e que são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas (...). O art. 22 do Código de Ética Médica veda ao médico efetuar qualquer procedimento médico sem o prévio esclarecimento e consentimento do paciente ou de seu responsável legal, salvo em caso de risco iminente de morte. O art. 132 do Código Penal prevê pena para aquele que expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente. Este dispositivo cala fundo no entendimento de que os direitos individuais não são incondicionais. O interesse em defesa da vida ou da segurança da coletividade falam mais alto. Código Civil: Art. 231. Aquele que se nega a submeter-se a exame médico necessário não poderá aproveitar-se de sua recusa. Art. 232. A recusa à perícia médica ordenada pelo juiz poderá suprir a prova que se pretendia obter com o exame. Está posto que o indivíduo pode se recusar a se submeter à perícia médica determinada pelo magistrado; contudo, sua recusa poderá suprir a prova que se pretendia obter com o exame e razão para a condenação do réu. Destituídas de risco para o coletivo, mas com forte impacto quanto ao desempenho honesto em competições desportivas, tanto quanto por tratar do bom exemplo para os jovens, o Código Brasileiro de Justiça Desportiva e Decreto nº 7.784, de 7 de agosto de 2012 trazem as regras antidopings e obrigatoriedade dos atletas de se submeterem às coletas de amostras.

Obrigado! daniel.penna@vale.com