BURNOUT: ANALISANDO A INCIDÊNCIA DA SÍNDROME NOS PROFESSORES DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTABEIS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI.



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Transcrição:

BURNOUT: ANALISANDO A INCIDÊNCIA DA SÍNDROME NOS PROFESSORES DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTABEIS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI. Autoria: Regina Cláudia Ferreira Soares do Rego, Mirian Fonseca Ferreira, Thayanne Kelly Soares Costa RESUMO O Burnout é caracterizado como uma reação à tensão emocional crônica, que afeta de forma negativa os profissionais e suas relações com o trabalho, provocando desconcentração, negativismo, insegurança, podendo ocasionar depressão e tentativa de suicídio. Este estudo objetiva verificar a possibilidade de incidência da síndrome utilizando para a coleta de dados as 19 questões relacionadas à síndrome de Burnout presentes no questionário ASH Auditoria do Sistema Humano. Concluiu-se que a população estudada está sujeita ao desenvolvimento da síndrome pelo fato de possuir características favoráveis, porém para um diagnóstico efetivo além da análise das respostas, uma análise clínica deve ser realizada. Palavras-chave: Síndrome de Burnout. Professores. Curso de Ciências Contábeis. 1

1 INTRODUÇÃO Burnout é um fenômeno psicossocial relacionado diretamente à situação laboral. A síndrome, definida por Maslach (1994) como uma reação à tensão emocional crônica, que afeta de forma negativa os profissionais e suas relações com o trabalho, proporcionando desgaste emocional, estresse e em alguns casos na desistência do individuo de trabalhar ou em caso mais grave de viver. Segundo Iwanicki e Schwad (1981) e Farber (1991) a síndrome de Burnout tem sido considerada um problema social de extrema relevância e vem sendo estudada em diversos países, pois está vinculada a grandes custos organizacionais, devido a rotatividade de pessoal, a problemas de produtividade e de qualidade. Também encontra-se associada a vários tipos de disfunções pessoais, ocasionando o surgimento de problemas psicológicos e físicos. Em casos extremos, a longa duração do estresse laboral leva ao Burnout com total perda da capacidade laboral. A prevenção do estresse no trabalho será um dos maiores desafios da área da saúde ocupacional no século XXI. Devido ao contato mais frequente e direto com situações dramáticas, a maioria dos autores relaciona Burnout a profissionais de área assistencial como medicina, enfermagem e educação. Entretanto Maslach e Leiter (1999) afirmam que a síndrome não afeta somente cuidadores, mas se estende a qualquer funcionário que possua certo nível de interrelacionamento pessoal, sejam com clientes, consumidores, usuários, colegas e chefias. O aumento do nível de exigência e de maior produtividade resulta algumas vezes em doenças, insatisfação, desmotivação, fadiga, alcoolismo, estresse e em casos mais graves em burnout. (SILVA, 2000). Problemas que surgem como conseqüência do elevado nível de exigência no ambiente de trabalho são prejudiciais tanto ao individuo quanto a organização. O absenteísmo, a rotatividade e a redução da produtividade são prejudiciais para a organização e para os funcionários. Por essa razão, há uma necessidade de tratar ou evitar o estresse ocupacional elevado e consequentemente o burnout de maneira eficiente e imediata já que eles são os principais causadores de danos a saúde referentes ao ambiente de trabalho. De acordo com a pesquisadora do Laboratório de Psicologia do Trabalho da UnB (Universidade de Brasília), Iône Vasques-Menezes, no caso do professor, a razão para a incidência da síndrome está ligada, sobretudo, à falta de reconhecimento. "A desvalorização do professor, seja ela por parte do sistema, dos alunos e da própria sociedade, é um dos maiores agentes para a ocorrência do Burnout", explica. O Burnout em professores pode ser caracterizado por um estresse crônico produzido pelo contato com as demandas do ambiente acadêmico e suas problemáticas. Para a pesquisadora, especialmente aquelas que não dependem apenas da ação dos docentes para serem resolvidas. "Existem problemas que estão muito além da ação direta dos professores, principalmente onde há uma situação de degradação do sistema. Nestes casos, a sensação de impotência é mais acentuada". Além disso, o posicionamento dos alunos em sala de aula também contribui para um maior desgaste. Em muitos casos, a indisciplina é a grande responsável por uma eventual sensação de frustração e até a desmotivação do profissional. Segundo Iône, não são raros os professores que se queixam da falta de interesse dos alunos e assumem a culpa por este fato acreditando que deveriam dominar as mais diferentes técnicas para estimular o aprendizado. No Brasil a Lei nº 3048/99 reconhece a Síndrome de Esgotamento Profissional como doença de trabalho, síndrome esta entendida como sensação de estar acabando. Observa-se que 2

atualmente foram realizados alguns estudos a respeito dessa síndrome, principalmente depois do surgimento da lei, porém, ainda é um tema que precisa ser dado mais ênfase, pois o desconhecimento de alguns profissionais sobre a síndrome os leva a tratar as pessoas com Burnout como estressados ou deprimidos, não atacando assim a causa principal do problema. (BENEVIDES-PEREIRA, 2002) A idéia inicial de se estudar Burnout no desenvolvimento desse trabalho surgiu pela necessidade e relevância de possibilitar que os professores do curso de Ciências Contábeis conheçam essa síndrome que ainda é pouco conhecida pela sociedade em geral possibilitando que os professores criem mecanismos de prevenção e evitem prejuízos tanto para a própria saúde, quanto para a instituição que trabalham. Além disso, estudar a síndrome de Burnout, no contexto dos professores de contabilidade da Universidade Federal do Piauí é importante para compreender como as relações de trabalho neste tipo de instituição podem afetar a saúde dos professores e dificultar o processo de aprendizado dos alunos. A compreensão das diversas características presentes nas universidades que as diferencia das demais organizações permitirá a compreensão do fenômeno, contribuindo para a compreensão do universo dos profissionais contábeis e para pesquisas na área da psicologia do trabalho. Além disso, contribui também para que todos os professores se aprofundem e conheçam mais essa síndrome e possam adotar medidas de prevenção. Maslach e Leiter (1999) afirmam que o lugar onde o indivíduo trabalha, bem como as condições organizacionais, propicia o aparecimento do Burnout tão quanto as características individuais de cada profissional. O ambiente de pressão seja do supervisor ou dos colegas, a falta de segurança no emprego ou mesmo os riscos de acidentes de trabalho são fatores-chave para o desenvolvimento do problema, trazendo consequências a nível individual, profissional, familiar e social. (BENEVIDES-PEREIRA, 2002). Este estudo se justifica pela possibilidade de oportunizar a interdisciplinaridade entre as diversas áreas do conhecimento, com ênfase na Administração, Contabilidade e na Psicologia Social, contribuindo, desta forma, para a literatura e para a aplicação do conhecimento. Além disso, o pouco conhecimento que se tem da síndrome também é uma razão importante para se estudar Burnout. Diagnósticos errados, devido à semelhança dos sintomas a outros males como estresse, neurose do trabalho, fadiga e síndrome do pânico, podem causar problemas sérios para pacientes que não for tratado devidamente. (BENEVIDES-PEREIRA, 2002) Esse trabalho de pesquisa foi desenvolvido junto a professores de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Piauí e tem o intuito de caracterizar a possibilidade de ocorrência do burnout nestes professores, tendo como questão de pesquisa: Como as características pessoais e as relações de trabalho dos professores do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Piauí podem se relacionar com a Síndrome de Burnout? O objetivo geral do trabalho é verificar como as características pessoais e as relações de trabalho dos professores de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Piauí podem se relacionar com a Síndrome de Burnout. E os objetivos específicos são: identificar como a síndrome de Burnout pode afetar o desempenho dos professores da instituição, relacionar as características que podem desencadear no professor de contabilidade a Síndrome de Burnout e analisar a relação entre as características pessoais encontradas e a síndrome de Burnout. 2 REFERENCIAL TEORICO 3

O estresse laboral está diretamente relacionado com o ambiente de trabalho do individuo e quando atinge um nível mais elevado pode resultar em insônia, ganho ou perca de peso, dores de cabeça e em casos mais graves em alcoolismo. Esse estresse acontece principalmente quando as formas de enfrentar situações problemáticas desenvolvidas pelo profissional não são mais suficientes, ocasionando uma exaustão emocional e uma sensação de incapacidade para realizar suas atividades. 2.1 Estresse Ocupacional Para entender melhor a síndrome de Burnout é importante primeiramente explicar a concepção de estresse e assim poder identificar as diferenças entre eles. A palavra estresse deriva do latim e significa fadiga, cansaço. Segundo Selye (1965) o estresse é o estado manifestado por uma síndrome especifica que consiste em todas as mudanças não especificas dentro de um sistema biológico. Hans Selye foi o endocrinologista que através de uma descoberta acidental acabou introduzindo o vocábulo stress no meio cientifico. Depois disso surgiram vários outros estudos sobre o estresse e segundo Lipp (1996) os estudos acabaram passando do referencial biológico para o biopsicologico, principalmente depois da Segunda Guerra Mundial, quando se notou que os transtornos apresentados pelos soldados não eram decorrentes apenas das condições físicas a que foram submetidos, mas também às pressões psicológicas. Benevides-Pereira (2002) define o estresse como um processo temporário de adaptação que compreende mudanças físicas e mentais. Depois desses novos estudos sobre estresse a palavra estresse acabou se transformando em um sinônimo de qualquer tipo de alteração, em geral negativa, sentida pelas pessoas. É comum se ouvir um não me estressa nos casos em que uma pessoa se sente pressionada ou venha ter alguma expectativa por algo que possa vir acontecer. No dia a dia qualquer sentimento de ansiedade ou tensão já se atribui ao estresse, no entanto há que se distinguir os estímulos estressantes do estresse. Segundo Sandín (1995) distinguem-se três fases no processo de estresse: reação de alarme, etapa de resistência e etapa de esgotamento. Reação de alarme: é a fase em que o organismo é exposto ao agente estressor, quando se ativa o estado de alerta. Esta etapa tem dois ciclos: o primeiro seria a fase de choque, constituída pelo momento da aparição do agente sentido como nocivo ou ativador e, o segundo, o que ele denominou de fase de contrachoque, quando o organismo põe em funcionamento suas defesas. Etapa de resistência: é a fase em que o organismo tende a uma adaptação ao agente estressor, caracteriza-se por um aumento da resistência ao agente nocivo e por uma menor resistência a outros estímulos. Etapa de esgotamento: persistindo o agente estressor, o mecanismo de adaptação se rompe, reaparecem os sintomas da etapa de alarme, com consequente deteriorização do organismo. Segundo Selye (1965) o estrese não é necessariamente um processo nocivo ao organismo, pois quando a intensidade do estresse era positiva e as respostas de estresse suáveis e controláveis, poderiam ser estimulantes e excitantes ao individuo, possibilitando crescimento, prazer, desenvolvimento emocional e intelectual. A estes casos chamou de Eustresse. Quando o estressor tem um caráter negativo, é mais prolongado ou denota maior gravidade é chamado de Distresse. 4

2.2 A Sindrome de Burnout Criou-se a expressão staff burnout para referir-se a uma síndrome composta por exaustão, desilusão e isolamento em trabalhadores. Quem não conhece um profissional que na sua área de atuação se mostra como uma pessoa abatida, triste, sem vontade de seguir, será que esse profissional não percebe a importância do seu trabalho? Muitas vezes não percebe mesmo. Será que não é capaz de se envolver, de se emocionar pelo seu trabalho? Muitas vezes não é capaz mesmo. Na década de 70 começaram a ser construídos modelos teóricos e instrumentos capazes de registrar e compreender este sentimento crônico de desanimo, de apatia, de despersonalização. Quem aplicou o termo burnout no sentido que usamos hoje foi Freudenberger (1975) que admite que outros profissionais, além dos que trabalham diretamente na assistência aos demais, estão susceptíveis ao Burnout. O termo Burnout é originado de uma gíria inglesa que significa morrer de tanto trabalhar (CARVALHO, 2002). Para Benevides-Pereira (2002) a expressão é uma metáfora para significar aquilo, ou aquele, que chegou ao seu limite e, por falta de energia, não tem mais condições de desempenho físico e mental. De acordo com Gil-Monte & Peiró (1997) Burnout é a resposta a um estado prolongado de estresse, ocorre pela cronificação deste, quando os métodos de enfrentamento falharam ou foram insuficientes. Enquanto o estresse pode apresentar aspectos positivos ou negativos, o Burnout tem sempre um caráter negativo. Por outro lado Moreno, Garrosa & González (2001) afirmam que o Burnout esta relacionado com o mundo do trabalho, com o tipo de atividades laborais do individuo e comporta uma dimensão social inter-relacional através da despersonalização, o que não necessariamente ocorre no estresse ocupacional. O estresse pode acometer qualquer pessoa e, quando o agente desencadeador se refere à atividade desempenhada, o mais correto seria a designação estresse ocupacional. O que acaba por diferenciar o estresse ocupacional do Burnout é a perspectiva relacional presente no Burnout onde a qualidade do trabalho é comprometida não só pela desatenção e negligencia, mas especialmente pela relação entre o profissional e a pessoa a quem presta atendimento ou serviços (ARAÚJO, 2001). Chegou-se a cogitar uma relação entre Burnout e depressão, no entanto, se trata de conceitos distintos. Segundo Glass & McKnight(1996) o que ambos tem em comum é a disforia, o desanimo. Todavia, avaliando-se as manifestações clinicas, nos depressivos são encontrados maiores submissões à letargia e a prevalência aos sentimentos de culpa e derrota, enquanto nas pessoas com Burnout os sentimentos são de desapontamento e tristeza. Um dos grandes problemas, tanto para o estresse como para o Burnout, é a dificuldade em se estabelecer um consenso entre os autores quanto à definição e concepções teóricas. Carlotto (2001) subdividiu as concepções teorias em quatro grupos: concepção clinica, concepção sócio-psicológica, concepção organizacional e concepção sócio-histórica. Concepção Clínica: Nesta perspectiva, a síndrome de Burnout é caracterizada como um conjunto de sintomas (fadiga física e mental, falta de entusiasmo pelo trabalho e pela vida, sentimento de impotência e inutilidade, baixa auto estima) podendo levar o profissional à depressão e ate mesmo ao suicídio. Concepção Sócio-Psicológica: Evidencia as variáveis sócio-ambientais como coadjuvantes do processo de desenvolvimento do Burnout, desta forma os aspectos individuais associados às condições e relações do trabalho propiciam o aparecimento de fatores multidimensionais da síndrome que são: Exaustão Emocional (sensação de esgotamento físico e mental), Despersonalização (alterações na personalidade do 5

individuo) e Reduzida Realização Profissional (sentimento de insatisfação com as atividades laborais). Essa é a visão que é compartilhada pela maioria dos autores. Concepção Organizacional: Define o Burnout como a consequência de um desajuste entre as necessidades apresentadas pelo trabalhador e os interesses da instituição. Cherniss (1980) dá protagonismo aos agentes estressores organizacionais como desencadeantes do processo de Burnout, alegando que as dimensões apresentadas na síndrome (exaustão emocional, despersonalização e reduzida realização profissional) são mecanismos de enfrentamento. Concepção Sócio-Histórica: esta vertente prioriza o papel da sociedade, cada vez mais individualista e competitiva, mais do que os fatores pessoais ou institucionais. Desta forma, ocupações voltadas para a ajuda e o desenvolvimento do próximo, que se aproxima de uma perspectiva comunitária, são incompatíveis com os valores predominantes na sociedade atual. Apesar da diversidade de conceituações atribuídas ao Burnout, ocorre uma unanimidade entre os pesquisadores, na medida em que todos assinalam a influência direta do mundo do trabalho como condição para a determinação da síndrome. Para o presente trabalho foi levado em consideração à concepção sócio psicológica. Alguns estudos, tanto empíricos como teóricos, têm sido realizados para detectar as variáveis responsáveis pelo desencadeamento do Burnout. Benevides-Pereira (2002) fez um estudo direcionado em quatro caraterísticas que seriam facilitadoras ou desencadeantes do Burnout, são elas: características pessoais, características organizacionais, características do trabalho e características sociais. A Figura 1 é um resumo esquemático dos facilitadores e desencadeadores do Burnout proposto por Benevides-Pereira (2002). Facilitadores e/ou Desencadeadores do Burnout Características Pessoais Idade Sexo Nível educacional Filhos Personalidade Hardness, a personalidade resistente ao estresse Locus de Controle Padrão de personalidade Tipo A Variáveis do self Estratégias de Enfrentamento Neuroticismo Tipo Emocional Otimismo x Pessimismo Perfeccionismo Sentido de Coerência Motivação, Idealismo Características Organizacionais Ambiente Físico Mudanças Organizacionais Normas Institucionais Clima, Burocracia, Comunicação Autonomia, Recompensas e Segurança Figura 1: Facilitadores e desencadeadores do Burnout Fonte: Benevides-Pereira (2002) Características do Trabalho Tipo de Ocupação Tempo de Profissão Tempo na Instituição Trabalhos por Turnos Sobrecarga Relacionamento entre colegas de trabalho Relação Profissional-Cliente Tipo de Cliente Conflito de Papel Ambiguidade de papel Suporte Organizacional Satisfação, Controle Responsabilidade Pressão Possibilidade de progresso Percepção de Inequidade Conflito com os Valores Pessoais Falta de Feedeback Características Sociais Suporte social Suporte familiar Cultura Prestigio 6

As consequências do Burnout ocasionam prejuízos não só pessoais, mas também no trabalho, assim como sociais e organizacionais, pela diminuição na qualidade do trabalho, faltas constantes, diminuição da produtividade e acidentes de trabalho entre outros. Segundo Maslach e Leiter (1999) os indivíduos que estão no processo de Burnout estão sujeitos a largar o emprego, tanto psicológica quanto fisicamente. Eles investem menos tempo e energia no trabalho, só fazem o que é necessário e faltam com mais frequência. Além de trabalhar menos, não trabalha tão bem, a queda na qualidade e na quantidade produzida é o resultado profissional desse desgaste. Na literatura pode-se encontrar uma lista bastante extensa de diversos sintomas que estão associados ao Burnout, em seu estudo Benevides-Pereira (2002) subdividiu os sintomas em: Físicos, Psíquicos, Comportamentais e Defensivos e listou cada um dos sintomas na Figura 2 que contém um resumo esquemático da sintomatologia do Burnout. Físicos Fadiga constante e progressiva Distúrbios do sono Dores musculares Cefaleia, enxaquecas Perturbações gastrointestinais Imunodeficiência Transtornos cardiovasculares Distúrbios do sistema respiratório Disfunções sexuais Alterações menstruais nas mulheres Psíquicos Falta de atenção, de concentração Alterações de memória Lentificação do pensamento Sentimento de alienação Sentimento de solidão Impaciência Sentimento de insuficiência Baixa autoestima Labilidade emocional Dificuldade de aceitação Astenia, desanimo, depressão Desconfiança, paranoia SINTOMATOLOGIA DO BURNOUT Figura 2 Resumo Esquemático da Sintomatologia do Burnout Fonte: Benevides-Pereira (2002) Comportamentais Negligencia ou excesso de escrúpulos Irritabilidade Incremento de agressividade Incapacidade para relaxar Dificuldade na aceitação de mudanças Perda de iniciativa Aumento do consumo de substâncias Comportamento de alto risco Suicídio Defensivos Tendência ao isolamento Sentimento de onipotência Perda do interesse pelo trabalho Absenteísmo Ironia, Cinismo Uma pessoa com a síndrome de Burnout não necessariamente vai apresentar todos estes sintomas. O grau, tipo e número de manifestações apresentadas dependerá da configuração de fatores individuais e fatores ambientais.o Burnout é uma síndrome que tem alertado tanto o meio cientifico quanto o organizacional. Seus efeitos interferem negativamente tanto em nível individual (físico, mental, social), como profissional (comportamento negligente, lentidão, cinismo) e organizacional (rotatividade, absenteísmos, conflito com os colegas de trabalho e baixa qualidade nos serviços). A síndrome de Burnout pode e deve ser prevenida. A informação sobre causas, suas consequências e formas de prevenção são o primeiro recurso, possibilitando ao profissional estar alerta sobre o problema, assim como a busca de ajuda caso necessite. Segundo González 7

(1995) a informação é crucial na medida em que muitas pessoas, por vezes, sem este conhecimento, culpam-se pela situação em que se encontram, o que incrementa o problema, deixando em curso um processo que tende a agravar-se casa vez mais. Os vários estudos que já foram realizados sobre a síndrome de Burnout vêm permitindo estabelecer diferentes linhas de intervenção e prevenção desta síndrome, assim como isolar os elementos que podem desencadear em Burnout. Porem o que se observa é que a execução dos programas preventivos dentro das organizações tem sido muito escassos o que ainda se encontra são os programas de tipo interventivo. Segundo Benevides-Pereira (2002) as intervenções e os programas preventivos procuram enfocar três níveis: Programas centrados na resposta do individuo: Consiste na aprendizagem, por parte do trabalhador, de estratégias de enfrentamento adaptativas em relação às situações estressantes, desta maneira consegue-se prevenir respostas negativas associadas aos efeitos do estresse. Focaliza-se a intervenção nas respostas da pessoa diante de situações negativas ou estressantes, sem entrar nos elementos inerentes ao contexto ocupacional. Programas centrados no contexto ocupacional: Consiste em mudar a situação em que se desenvolvem as atividades, principalmente nos aspectos relativos à organização, tentando melhorar desta maneira o ambiente e o clima de trabalho, tendo em vista que um contexto laboral desfavorável é um desencadeador da síndrome. Programas centrados na interação do contexto ocupacional e o individuo: Consiste na combinação dos dois níveis anteriores, entendendo Burnout como fruto da relação do sujeito e o meio laboral. Trata-se de modificar as condições ocupacionais, a percepção do trabalhador e a forma de enfrentamento diante das situações de estresse ocupacional, tudo isso de modo integrado. Devido ao pouco conhecimento entre a população desta síndrome, muitas pessoas se culpam por não estarem desenvolvendo suas atividades ocupacionais de maneira satisfatória, acreditando que não estão preparadas para tal e sofrendo as consequências da cronificação do estresse. Esta atitude leva a um círculo vicioso que tende a incrementar o processo de Burnout. Quando a sociedade passar a entender e a valorizar a importância de propiciar melhores condições laborais, também começará a surgir estudos que poderão permitir que tais condições se instalem efetivamente no cotidiano das organizações. 2.3 A Sindrome de Burnout em Professores Os docentes formam uma categoria especialmente exposta aos riscos psicossociais. Estes defrontam-se com desencadeantes de estresse próprios da organização acadêmica e escolar e com situações nas quais se desequilibram as expectativas individuais do profissional e a realidade do trabalho diário. Ante esta situação, é possível o recurso a estratégias de enfrentamento não adaptativas que vão esgotando seus recursos emocionais levando-os ao deterioramento pessoal e profissional (Moreno, Garrosa & González, 2000). Como nas demais profissões assistenciais, o burnout nos professores não aparece de forma brusca, mas constitui a fase final de um processo contínuo que vai se gestando e que se identifica com sinais tais como sensação de inadequação ao posto de trabalho, sensação de falta de recursos para afrontar o labor de professor, sentimento de carecer da formação necessária, diminuição da capacidade para a resolução dos problemas, carência de tempo suficiente, etc. O burnout do docente se caracterizaria por uma exaustão dos recursos emocionais próprios, em que são comuns atitudes negativas e de distanciamento para com os 8

alunos e a valorização negativa de seu papel profissional. Objetivamente manifesta-se de acordo com a concepção Sócio-Psicológica da seguinte maneira: Exaustão emocional: os professores, depois de uma interação intensiva com os alunos, denotam desgaste de suas energias emocionais e advertem que não podem trabalhar com a mesma dedicação e energia que apresentavam no princípio de suas carreiras. Está dimensão manifesta-se através do esgotamento de recursos emocionais próprios; o docente sente que não pode dar mais de si mesmo em nível emocional. Despersonalização: manifesta-se através de atitudes negativas como o tratamento depreciativo, atitudes frias e distantes e/ou desconexão dos problemas dos estudantes. Esta dimensão pode entender-se como um modo de enfrentamento à exaustão emocional que experimenta o professor. Falta de realização pessoal no trabalho: produz-se uma valoração negativa do próprio papel profissional. Os professores, desgastados profissionalmente, sentem-se insatisfeitos com seu trabalho, o que os leva a revelar sentimentos de ineficácia no desenvolvimento de seu trabalho. O exercício da profissão docente tem seus próprios antecedentes oriundos do próprio contexto ocupacional e da organização escolar, entre eles: a relação com os alunos e seu baixo nível de motivação, ou tipo de jornada de trabalho, a sobrecarga de trabalho, referente não só ao número de horas de dedicação, como também a outros elementos, como a proporção aluno/professor, o sistema de horários, o nível de envolvimento com os alunos e a falta de pessoal, o conflito e a ambigüidade de papeis, assim como a inadequação entre formação e desenvolvimento profissional, o clima organizacional e a coordenação com as demandas da administração, da supervisão e da estrutura organizacional do local de trabalho (FRIEDMAN, 1991 e 1995). 3 METODOLOGIA 3.1 Característica do Estudo A natureza da pesquisa é tanto quantitativa, quanto qualitativa, com caráter exploratóriodescritivo. Segundo Acevedo e Nohara (2007) o objetivo da pesquisa exploratória é proporcionar maior compreensão do fenômeno que esta sendo investigado, permitindo assim que o pesquisador delineie de forma mais precisa o problema. O autor afirma ainda que a pesquisa descritiva não objetiva explicar o fenômeno investigado e sim descrevê-lo, no entanto, os conhecimentos produzidos por ela são essenciais para outras pesquisas. O objetivo desta pesquisa é mapear a sintomatologia da síndrome de Burnout e identificar a relação existente entre as dimensões encontradas e as características pessoais dos professores da instituição estudada. Os principais autores estudados no desenvolvimento desta pesquisa foram Benevides-Pereira (2002) e Maslach (2001). 3.2 Abrangência do Estudo Para a realização do estudo foi escolhido o corpo docente do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Piauí, atualmente composto por 17 professores, dos quais 13 responderam ao questionário, destes 7 são do sexo masculino e 6 do sexo feminino. A pesquisa foi realizada nos meses de outubro e novembro de 2011. 9

3.3 Instrumento da Coleta de Dados O instrumento de coleta de dados utilizado na investigação foi o questionário, baseado no modelo ASH Auditoria do Sistema Humano, proposta por Quijano e Navarro (1999). O instrumento possui 198 questões. Estas abrangem todos os fatores relacionados à qualidade dos recursos humanos e que foram tratados no modelo ASH, porém para o presente estudo foram utilizadas apenas as 19 questões relacionadas à síndrome de Burnout. No questionário também contém perguntas referente às características pessoais dos profissionais, tais como: sexo, idade, estado civil, nível de escolaridade e tempo que trabalha em sala de aula. 3.4 Plano de Coleta e Preparação para Analise dos Dados A coleta de dados foi realizada no mês de outubro e novembro de 2011 pelas autoras. Em seguida foi feita a tabulação dos resultados do questionário, cada questão com a porcentagem correspondente de cada alternativa respondida pelos docentes foco desta pesquisa. As perguntas referentes à síndrome de burnout foram as seguintes: BO1 - Encontro-me cansado quando me levanto pela manhã e tenho que enfrentar outro dia de trabalho. Nunca Quase Nunca As Vezes Quase Sempre Sempre BO2 - Sinto-me "estafado" devido ao trabalho. BO3 - Torno-me facilmente irritável no trabalho. BO4 - Sinto-me frustrado por meu trabalho BO5 - Estou farto do meu trabalho BO6 - Sinto-me preocupado BO7 - Sinto-me emocionalmente esgotado BO8 - Sinto que meu trabalho afeta negativamente minha saúde BO9 - Estou tenso no trabalho BO10 - Ao final de um dia de trabalho encontro-me fisicamente esgotado BO11 - Preocupa-me que meu trabalho esteja me endurecendo emocionalmente BO12 - Não me encontro com muita vitalidade BO13 - Sinto que estou fazendo um trabalho demasiado duro BO14 - Sinto-me tão estafado que pouco me preocupa o que ocorra com meus alunos BO15 - Não me sinto animado depois de trabalhar BO16 - Sinto-me desesperado com o futuro de minha profissão BO17 - Durante meu trabalho não me sinto bem 10

BO18 - Meu trabalho é estressante BO19 Em meu trabalho não me sinto relaxado. Figura 3 Questionário Aplicado Fonte: Dados da pesquisa, 2011. Em seguida levando em consideração a concepção sócio-psicológica, as questões foram divididas de acordo com as dimensões da síndrome, quais sejam: Exaustão Emocional, Despersonalização e a Reduzida Realização Profissional. Exaustão emocional (EE) se refere à sensação de esgotamento tanto físico como mental, ao sentimento de não dispor mais de energia para absolutamente nada. De haver chegado ao limite das disponibilidades. As questões relacionadas à Exaustão Emocional foram: BO1 - Encontro-me cansado quando me levanto pela manhã e tenho que enfrentar outro dia de trabalho. BO2 - Sinto-me "estafado" devido ao trabalho. BO6 - Sinto-me preocupado BO7 - Sinto-me emocionalmente esgotado BO8 - Sinto que meu trabalho afeta negativamente minha saúde BO10 - Ao final de um dia de trabalho encontro-me fisicamente esgotado BO12 - Não encontro-me com muita vitalidade BO13 - Sinto que estou fazendo um trabalho demasiado duro BO15 - Não me sinto animado depois de trabalhar BO17 - Durante meu trabalho não me sinto bem BO18 - Meu trabalho é estressante BO19 - Não me sinto relaxado em meu trabalho. Figura 4 Questões referentes à Exaustão Emocional Fonte: Dados da pesquisa, 2011. A Despersonalização (DE) não significa que o individuo deixou de ter sua personalidade, mas que esta sofreu ou vem sofrendo alterações, levando o profissional a um contato frio e impessoal com os usuários de seus serviços, passando a denotar atitudes de cinismo e ironia em relação às pessoas e indiferença ao que pode vir a acontecer aos demais. As questões que foram relacionadas à Despersonalização foram as seguintes: BO3 - Torno-me facilmente irritável no trabalho. BO11 - Preocupa-me que meu trabalho esteja me endurecendo emocionalmente BO14 - Sinto-me tão estafado que pouco me preocupa o que ocorra com meus alunos Figura 5 Questões referentes à Despersonalização Fonte: Dados da pesquisa, 2011. 11

A reduzida Realização Profissional (rrp) evidencia o sentimento de insatisfação com as atividades laborais que vem realizando, sentimento de insuficiência, baixa autoestima, fracasso profissional, desmotivação, revelando baixa eficiência no trabalho. Por vezes, o profissional apresenta ímpetos de abandonar o emprego. As questões que foram relacionadas a reduzida Realização Profissional são as seguintes: BO4 - Sinto-me frustrado por meu trabalho BO5 - Estou farto do meu trabalho BO9 - Estou tenso no trabalho BO16 - Sinto-me desesperado com o futuro de minha profissão Figura 6 Questões referentes à reduzida Realização Profissional Fonte: Dados da pesquisa, 2011. Em seguida foi feita a relação de cada uma destas dimensões com os dados obtidos através do questionário respondido pelos professores do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Piauí, podendo assim demonstrar a possibilidade da ocorrência de Burnout nessa instituição.a outra etapa da analise foi o estudo das características pessoais dos professores da instituição levando em consideração cinco características principais que são: idade, sexo, estado civil, escolaridade, tempo de docência. 4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS Ao se analisar dados busca-se a interpretação do que foi descoberto como consequência do tratamento dos dados, independente de ter sido utilizada uma técnica estatística ou não estatística. 4.1 Analise das Dimensões A primeira dimensão estudada foi a Exaustão Emocional (EE), a exaustão emocional se caracteriza por uma falta ou carência de energia, entusiasmo e um sentimento de esgotamento de recursos. A estes podem somar-se sentimentos de frustração e tensão nos trabalhadores que percebem já não terem condições de despender mais energia para lecionar. Analisando as respostas pode-se concluir que a exaustão emocional esta presente nos professores da Universidade Federal do Piauí, de uma forma moderada. Em relação à dimensão Despersonalização (DE) observa-se que os docentes estudados não possuem tendência de desenvolver essa dimensão, pois de acordo com as respostas dos questionários eles não possuem nenhuma característica de despersonalização. Analisando a dimensão reduzida Realização Profissional (rrp) observa-se que os professores da Universidade Federal do Piauí, não apresentam as características desta dimensão. A reduzida Realização Profissional é caracterizada pela tendência do trabalhador a se auto avaliar de forma negativa. Ele se torna insatisfeito com seu desenvolvimento profissional e experimenta um declínio no sentimento de competência e êxito. De acordo com o questionário pode-se concluir que os professores se avaliam de forma positiva, uma vez que 90% dos docentes assinalaram a coluna nunca ou quase nunca. 12

4.2 Análise das Características Pessoais Quando da aplicação do questionário os respondentes preencheram um questionário com perguntas relacionadas a sexo, idade, escolaridade, estado civil e tempo de docência. Quanto ao gênero teve uma predominância do sexo masculino (58%), em relação à idade a população estudada esta dividida da seguinte maneira: 8% com idade entre 20 e 30 anos, 33% com idade entre 30 e 40 anos, 41% com idade entre 40 a 50 anos, 9% com idade entre 50 e 60 e 9% com idade superior a 60 anos. Os dados referentes a estado civil revelam a predominância dos professores casados, 66%. No que se refere ao nível de escolaridade percebe-se um bom nível de instrução já que se observou que a grande parte dos professores possuem mestrado (46%) e uma boa parcela possui doutorado (23%. Também foi solicitado que os respondentes declarassem o tempo de docência, e observou-se que a maioria dos professores lecionam há muitos anos, 50% estão em sala de aula a mais de 16 anos, 25% estão de 11 a 15 anos, 17% estão de 5 a 10 anos e 8% lecionam a no maximo 5 anos. 4.3 Análise da Sindrome de Burnout em Relaçao as Caracteristicas Pessoais dos Professores de Contabilidade da Universidade Federal do Piaui. Em relação ao sexo não tem havido unanimidade quanto à possibilidade de maior incidência da síndrome de Burnout, entretanto, alguns autores afirmam existir maior incidência, em mulheres, de algumas enfermidades mentais, devido principalmente ao conflito de papéis e dos processos de socialização, relacionados à excessiva rigidez dos valores diferenciados sexualmente e a repressão sexual sobre as mulheres que acaba ocasionando a exaustão emocional. Segundo Vasques-Meneses, Codo e Medeiros(1999) instala-se na consciência da mulher uma angustia, advinda de um paradoxo, pois ela sente a necessidade de trabalhar (tanto financeiramente, quanto de realização profissional), mas também reconhece a necessidade de maior dedicação a família, casa, filhos, marido. Quando a coexistência entre trabalho e família se torna incompatível, surge o conflito no qual, sente que o trabalho está roubando um tempo valioso que deveria ser dedicado à família, o que pode ocasionar problemas como a Síndrome de Burnout. (VASQUEZ-MENESES, COCO E MEDEIROS, 1999). Em relação aos professores do Curso de Ciências Contábeis da UFPI como já foi analisado há uma predominância do sexo masculino. Os homens estão mais relacionados a dimensão da despersonalização e as mulheres estão sujeitas a exaustão emocional o que pode resultar em Burnout. Os homens estão mais relacionados à dimensão da despersonalização principalmente pelo fato de as mulheres expressarem mais livremente suas emoções. A mulher possui uma fonte de expressão de suas dificuldades e conflitos, aliviando os sentimentos de raiva, hostilidade e indignação, enquanto que o sexo masculino não tem essa possibilidade (homem não chora). Esse sentimento retraído poderá resultar em despersonalização que aliado com outros fatores poderá ocasionar a Síndrome de Burnout. Em relação à idade vários estudos têm observado maior incidência de Burnout em profissionais mais jovens, sendo mais frequentes nos que ainda não atingiram os 30 anos de idade, esse não é o caso dos professores de contabilidade da UFPI, pois o que foi observado é que a grande maioria dos professores possui entre 40 e 50 anos de idade. González (1995) 13

atribui a pouca experiência, acarretando insegurança ou choque diante da realidade do trabalho, quando verificam que suas ilusões não possuem sustentação. Porém, Firth (1985) afirma que o Burnout começa a se manifestar desde o inicio do trabalho profissional, podendo, entretanto, vir a exteriorizar-se mais adiante, com as mudanças laborais. Com o decorrer dos anos o professor vai se desgastando e isso faz com que possa despertar nele essa exaustão emocional e consequentemente resultar em Burnout. Pode-se relacionar essa variável à pergunta BO10 Ao final de um dia de trabalho encontrome fisicamente esgotado, onde 50% dos professores responderam as vezes, logo, pode-se relacionar que esse esgotamento pode ocorrer principalmente por causa do tempo de docência e a idade dos professores. Em relação ao nível educacional o que as pesquisas apontam é a maior propensão ao Burnout nas pessoas que possuem nível educacional mais elevado. Maiores expectativas profissionais ou maior nível de responsabilidade podem justificar a Exaustão Emocional e a Despersonalização. A realização pessoal no trabalho pode estar relacionada ao status e ao reconhecimento de que gozam muitas profissões de nível superior, muitos professores acreditam que suas atividades são de um nível elevado de responsabilidade, esse sentimento pode levar a exaustão emocional e posteriormente acarretar na Síndrome de Burnout. Segundo Maslach (2001) geralmente se atribui ao casamento, ou ao fato de ter um relacionamento afetivo estável, menor propensão ao Burnout, enquanto os maiores valores na síndrome têm sido apontados nos solteiros, viúvos ou divorciados. Sobre esta característica observou-se que a maioria dos professores de contabilidade da UFPI são casados, logo, possuem uma menor propensão à síndrome. Além disso, o fato de ter ou não filhos, assim como o número destes, são variáveis que também se aliam ao relacionamento e são desencadeantes da síndrome. Vega & Urdaniz (1997) afirmam que a paternidade equilibra o profissional, possibilitando melhores estratégias de enfrentamento das situações conflitivas e dos agentes estressores ocupacionais. No que se refere ao tempo de docência, se observou que a maioria dos professores lecionam a muitos anos. Freudenberger (1974) afirma que a síndrome começa a se manifestar a partir do primeiro ano na instituição e depois vai agregando os efeitos do tempo na profissão levando em conta as características do ambiente organizacional. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS No Burnout o indivíduo apresenta tristeza, sentimento de desvalia, ideação delirante de conteúdo persecutório, baixa auto-estima, insegurança. Os portadores da síndrome, tanto sofrem como fazem sofrer os familiares e amigos devido o quadro sintomatológico que apresentam. A pesquisa analisou a possibilidade de ocorrência da síndrome de Burnout nos docentes do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Piauí. Para encontrar as dimensões estudadas foi utilizado o questionário ASH de Quijano e Navarro, este foi dividido em três partes, de acordo com as questões que se relacionavam a cada uma das dimensões estudadas: Exaustão Emocional, Despersonalização e reduzida Realização Profissional. Em seguida foi feito uma análise de cada uma das dimensões relacionando-as com as respostas dos questionários e com as características pessoais dos professores de contabilidade da UFPI. Durante o estudo observou-se que as características pessoais quando relacionadas as dimensões Exaustão Emocional, Despersonalização e reduzida Realização Profissional são de fundamental importância no desencadeamento da síndrome. A presença de Burnout nos 14

professores de Ciências Contábeis da UFPI é possível, afinal, são profissionais que sofrem de estresse ocupacional e que se atingirem um nível crônico podem vir a adquirir a síndrome. Ressalta-se que a pesquisa realizada, através da aplicação do questionário, é o primeiro passo para se verificar se a população estudada está exposta a um ambiente organizacional favorável ao desenvolvimento da síndrome, portanto para um resultado exato e consistente sobre a prevalência do Burnout nos docentes pesquisados, além do levantamento prévio, questionário avaliativo, deve ser feito uma analise clinica por profissional com capacidade técnica comprovada para a confirmação do quadro. Através do presente trabalho foi possível relacionar as características desencadeadoras do Burnout com as dimensões estudadas, identificar os facilitadores e desencadeadores da síndrome, os principais sintomas e de que forma essa síndrome pode se relacionar com o desempenho dos professores de ciências contábeis da UFPI. Concluindo que os professores possuem uma tendência ao aparecimento da síndrome, pois possuem características facilitadoras ou desencadeadoras da síndrome. A principal dificuldade encontrada neste trabalho está relacionada à escassez de pesquisas, conceitos e formas de análise e interpretação dos resultados com professores. Por esta razão é sugerido estudos em outras instituições de nível superior com diversas categorias profissionais e professores das mais diversas áreas e demais profissionais da área contábil, para que seja feito um estudo comparativo com o que foi encontrado no trabalho em questão confirmando, negando ou mesmo complementando os resultados alcançados. Esta pesquisa permite que os profissionais enxerguem a importância da adoção de medidas preventivas e mecanismos de enfrentamento com o intuito de aumentar o sentimento de realização profissional e a vitalidade bem como diminuir a sensação de exaustão emocional minimizando assim, o risco de Burnout. E para as organizações permite melhorar as condições de trabalho, demonstrando como é importante oferecer um suporte emocional que possa auxiliar os funcionários a desenvolver estratégias de enfrentamento para a questão do sofrimento causado pelas atividades do trabalho utilizando diversas ferramentas de enfrentamento e assim tentar impedir o surgimento da síndrome de Burnout. REFERÊNCIAS ACEVEDO, Claudia Rosa; NOHARA, Jouliana Jordan. Monografia no curso de administração: guia completo de conteúdo e forma. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2007. ALMEIDA, G. O.; CARVALHO, D., Justiça Organizacional, Burnout e Comprometimento. In: IV Simpósio de Gestão e Estratégia em Negócios, SIMGEN, Seropédica/RJ, Anais... 2006. BENEVIDES-PEREIRA, A.M.T. Burnout: Quando o trabalho ameaça o bem-estar do trabalhador. S. Paulo, casa do Psicólogo, 2002. CAMPOS, Rosangela Galindo. Burnout. Uma revisão integrativa na enfermagem oncológica. [Dissertação de mestrado em enfermagem]. Escola de enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005. CARVALHO, Fatima Araujode.(2002) A exaustão docente: subsídios para novas pesquisas sobre a síndrome de burnout em professores. Disponível em http://www.revispsi.uerj.br/v2n2/artigos/artigo%208%20-%20v2n2.pdf. Acesso em: 27/01/2010. CODO, Wanderley; VASQUES-MENEZES, Iône. O que é Burnout? Disponível em http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/jornaldoprofessor/midias/arq/burnout.pdf Acesso em: 27/01/2010. 15

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