ANÁLISE DE CONJUNTURA



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Transcrição:

ANÁLISE DE CONJUNTURA 3º TRIMESTRE 2015 EDIÇÃO ELETRÓNICA CCI - CÂMARA DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA

Análise de conjuntura elaborada com informação até 25-09-15

FICHA TÉCNICA Propriedade CIP - Confederação Empresarial de Portugal Praça das Indústrias 1300-307 LISBOA Diretor João Costa Pinto Edição CIP - Departamento de Assuntos Económicos Coordenação Pedro Capucho Redação Rui Madaleno Lurdes Fonseca Nuno Torres Sede de Redação CIP - Confederação Empresarial de Portugal Praça das Indústrias 1300-307 LISBOA NIF 500 835 934 Design Gráfico Mariana Barros Periodicidade Trimestral ISSN 2183-198X Registo na ERC 117830 É autorizada a reprodução dos trabalhos publicados, desde que citada a fonte e informada a direção da revista. Índice de Assuntos EDITORIAL... 4 1. ENQUADRAMENTO... 6 1.1 Enquadramento internacional... 6 1.2 Enquadramento nacional... 7 2. ATIVIDADE ECONÓMICA GLOBAL... 10 2.1 Evolução recente do PIB e de outros indicadores de atividade... 10 2.2 Projeções macroeconómicas nacionais e internacionais... 13 2.3 Constituições, dissoluções e insolvências de empresas... 17 3. INTERNACIONALIZAÇÃO... 18 3.1 Comércio internacional... 18 3.1.1 Comércio internacional de bens... 18 3.1.2 Comércio internacional de serviços... 24 3.1.3 Balança de bens e serviços... 25 3.1.4 Termos de troca de bens e de serviços... 26 3.2 Investimento direto... 27 4. FINANCIAMENTO... 28 4.1 Taxas de juro... 28 4.2 Crédito bancário... 30 4.3 Mercado de capitais... 32 5. MERCADO DE TRABALHO... 33 6. CUSTOS DAS MATÉRIAS-PRIMAS... 35 7. CUSTOS DA ENERGIA... 36 7.1 Eletricidade... 36 7.2 Gás natural... 37 7.3 Combustíveis... 37 8. COMPETITIVIDADE PELOS PREÇOS E PELOS CUSTOS LABORAIS... 39 8.1 Competitividade pelos preços: câmbios e inflação... 39 8.2 Competitividade pelos custos laborais... 41 9. AJUSTAMENTO DA ECONOMIA PORTUGUESA... 42 9.1 Equilíbrio externo... 42 9.2 Endividamento... 42 9.3 Contas públicas... 43 3

EDITORIAL 1. Este número da Envolvente Empresarial é publicado num momento em que a Economia Mundial é atravessada por uma complexa onda de incertezas.. As chamadas Economias Emergentes que desde a crise de 2007/2008 contribuíram para o relançamento do comércio mundial, estão a enfrentar dificuldades crescentes, como reflexo de um complexo conjunto de fatores estes vão desde a queda da procura de matérias-primas, até a um comportamento adverso dos mercados financeiros, passando por problemas de natureza política. A Economia chinesa, em particular, tem vindo a desacelerar como reflexo do esgotamento do modelo que tem sustentado o seu crescimento, o que está a contribuir para travar o relançamento da Economia Mundial.. Esta evolução tem vindo a induzir um movimento de saída de capitais da generalidade das Economias Emergentes, num contexto marcado pelas expectativas quanto ao fim das políticas monetárias não convencionais. Em particular, a convicção de que a Reserva Federal se prepara para inverter o ciclo de taxas baixas e de aquisição de ativos (Quantitative Easing) tem, por sua vez, contribuído para uma maior instabilidade dos mercados financeiros.. Na Área Euro, embora o BCE esteja a prosseguir o seu programa de compra de ativos, permanecem riscos de deflação, como reflexo da continuada retração da generalidade dos agentes económicos. Como resultado, o relançamento da atividade económica permanece contido e incapaz de induzir uma aceleração visível do crescimento. 2. É assim num contexto mundial e europeu complexo e muito marcado pela incerteza que a nossa Economia tem vindo a procurar relançar a atividade económica e o crescimento. Se, por um lado, a Economia cresceu a taxas homólogas de cerca de 1,6%, por outro, esta evolução ficou a dever-se a uma aceleração da procura interna, sobretudo impulsionada pelo consumo de bens duradouros. 4

Embora o peso das exportações no PIB tenha aumentado para um máximo de 41.2%, as importações aceleraram com um crescimento de quase 12%. Deste modo, a nossa Economia apesar das mudanças verificadas continua a reproduzir um modelo de crescimento excessivamente dependente do consumo, com os riscos que tal implica. Assume assim grande importância a orientação que vier a ser imprimida à ação do próximo Governo, questão a abordar em próximas publicações. João Costa Pinto 5

1. ENQUADRAMENTO 1.1 Enquadramento internacional Seleção de destaques de envolvente internacional de final de junho a final de setembro: Presidência luxemburguesa da UE coloca investimento como principal prioridade No Conselho de Assuntos Económicos e Financeiros de 14 julho, a Presidência luxemburguesa apresentou o seu programa de trabalho e colocou o investimento no centro das suas prioridades, garantindo a rápida implementação do plano de ação da UE em matéria de investimento e o apoio à criação de uma união dos mercados de capitais. O Conselho debateu ainda as próximas etapas para o aprofundamento da União Económica e Monetária, com base no documento conhecido por Relatório dos cinco Presidentes. 1 Acordo sobre o programa nuclear iraniano No dia 15 de julho, o Irão e as maiores potências mundiais alcançaram um acordo sobre o programa nuclear iraniano que poderá colocar fim a 12 anos de embargo àquele país, possibilitando o aumento das exportações de petróleo e o fim das restrições às importações, ao mesmo tempo que contribui para travar a corrida ao armamento no Médio Oriente. No dia 19 de agosto, a Comissão Europeia e a Grécia assinaram um memorando de entendimento com as condições para um novo empréstimo até 86 mil M, incluindo um Novo empréstimo à Grécia, que reedita coligação governamental conjunto considerável de reformas estruturais consideradas indispensáveis. No dia seguinte, o Primeiro-ministro grego demitiu-se e anunciou a convocação de eleições antecipadas, que decorreram no dia 20 de setembro, acabando por resultar na reedição da coligação governamental. No dia 21 desse mês, Alexis Tsipras do Partido Syriza tomou posse como Primeiro-ministro, tendo decidido manter o ministro das Finanças que acordou o ME. Autoridades chinesas tentam travar abrandamento da economia e desvalorização das ações Medidas para responder à crise de refugiados na Europa No decurso de agosto e início de setembro, as autoridades chinesas anunciaram várias medidas de estímulo para contrariar os sinais de abrandamento da atividade económica e a forte queda do mercado acionista, com destaque para a descida das taxas de juro diretoras do banco central, a desvalorização do yuan renmimbi e o anúncio de um programa de investimento bastante significativo (na ordem nos 3% do PIB). Os receios sobre a economia chinesa levaram a fortes desvalorizações nos mercados internacionais de ações e matérias-primas. No dia 14 de setembro, o Conselho Europeu anunciou um conjunto de medidas para responder à crise de refugiados na Europa, incluindo a recolocação de emergência de 120 mil refugiados da Grécia, Itália e Hungria (3 mil para Portugal), a criação de um mecanismo de 1 O relatório propõe, entre outras medidas, um Conselho Orçamental Europeu (para avaliar o desempenho dos orçamentos nacionais), um Fundo de Estabilização Orçamental para a área euro (para amortecer o impacto de choques que tenham efeito em outros Estados-membros), um Sistema Europeu de Seguros de Depósitos comum (correspondente ao terceiro pilar de uma União Bancária), e um Tesouro da área euro (que permitirá a tomada de decisões coletivas sobre tributação e repartição das despesas orçamentais). O Primeiro-Ministro português considerou que a proposta discutida contém aspetos positivos, mas que deveria contemplar também um verdadeiro fundo monetário europeu e uma capacidade orçamental própria para financiar reformas, apoiar o investimento e responder a choques à escala da área euro. 6

recolocacão permanente para todos dos Estados-membros, uma lista europeia comum dos países de origem seguros para efeitos de pedidos de asilo, contribuições financeiras para combater a instabilidade e conflitos nos países de origem dos refugiados, e a instituição de um Fundos de Reserva para África para combater as causas da imigração ilegal nesse continente. BCE reduz previsões de crescimento face a menor procura externa Em termos de política monetária, salienta-se que o BCE manteve as suas taxas de juro diretoras nas reuniões de julho e setembro (0.05% no caso da taxa aplicável às operações principais de refinanciamento) e prosseguiu com o programa de compra de ativos. As perspetivas do BCE para o crescimento real do PIB da área euro foram revistas em baixa (para 1.4% em 2015, 1.7% em 2016 e 1.8% em 2017) devido sobretudo a uma menor procura externa em virtude do crescimento mais fraco nos mercados emergentes, havendo o risco de que continuem a afetar negativamente o crescimento mundial por via do comércio e da confiança. As perspetivas para a inflação foram revistas em baixa (para 0.1% em 2015, 1.1% em 2016 e 1.7% em 2017), devido, em grande medida, aos preços do petróleo mais baixos. A Reserva Federal dos EUA também voltou a manter as suas taxas de juro diretoras em Fed aponta para subida das taxas diretoras ainda em 2015 mínimos na reunião de setembro (de 0% a 0.25%, no caso da taxa fed funds), mas a grande maioria dos membros do Comité de Política Monetária aponta para o início do ciclo de subidas ainda em 2015. A Fed indicou que os riscos para a atividade económica e o mercado do trabalho estão quase equilibrados, mas que irá ter em conta os desenvolvimentos internacionais, nomeadamente nos mercados financeiros. 1.2 Enquadramento nacional Seleção de legislação nacional de final de junho a final de setembro: Novo regime de Zona Franca da Madeira A Lei n.º 64/2015 de 1/07 aprova o novo regime especial aplicável às entidades licenciadas na Zona Franca da Madeira a partir de 1 de janeiro de 2015, e altera o Estatuto dos Benefícios Fiscais, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 215/89, de 1 de julho. A Portaria n.º 218/2015 de 23/07 aprova o novo Código de Contas que identifica as contas e Alterações no SNC respetivas notas de enquadramento de aplicação específica para todas as entidades sujeitas ao Sistema de Normalização Contabilística (SNC), incluindo as entidades do setor não lucrativo e as Microentidades, na sequência das alterações que o Decreto-Lei n.º 98/2015 de 2/06 introduziu no Decreto-Lei n.º 158/2009 de 13/07, que aprovou o SNC. A Resolução do Conselho de Ministros n.º 52-A/2015 de 23/07 estabelece o quadro de IFRRU 2020 funcionamento do Instrumento Financeiro para a Reabilitação e Revitalização Urbanas (IFRRU 2020), e cria a sua Estrutura de Gestão. Publicada a versão final revista do PETI3+ A Resolução do Conselho de Ministros n.º 61-A/2015 de 20/08/2015 aprova a versão final revista do Plano Estratégico dos Transportes e Infraestruturas - PETI3+, para o horizonte 2014-2020. 7

Regime de crowdfunding A Lei n.º 102/2015 de 24/08/2015 aprova o regime jurídico do financiamento colaborativo, ou crowdfunding (com quatro modalidades: donativo, recompensa, capital e empréstimo), bem como das entidades gestoras das plataformas eletrónicas que o suportam. A Lei n.º 133/2015 de 07/09/2015 cria um mecanismo para proteção das trabalhadoras grávidas, puérperas e lactantes que impede a candidatura de empresas a subsídios ou subvenções públicos se tiverem sido condenadas nos dois anos anteriores (sentença transitada em julgado) por despedimento ilegal dessas trabalhadoras. Norma de pagamentos do POCI O Despacho n.º 10172-A/2015 de 10/09/2015 aprova o regulamento que define os procedimentos relativos a pagamentos aos beneficiários do Sistema de Incentivos no domínio da Competitividade e Internacionalização. A Lei n.º 151/2015 de 11/09/2015 aprova a Lei de Enquadramento Orçamental. No mesmo Nova LEO e novo SNC para as Ad. Publicas dia, o Decreto-Lei n.º 192/2015 de 11/09/2015 aprovou o Sistema de Normalização Contabilística para as Administrações Públicas, que inclui subsistemas de contabilidade orçamental, contabilidade financeira e contabilidade de gestão, esperando-se que contribua para uniformizar os procedimentos e aumentar a fiabilidade da consolidação de contas. O Decreto-Lei n.º 200/2015 de 16/09/2015 estabelece o instrumento de investimento territorial Criação do ITI Mar integrado relativo ao mar (ITI Mar), que assegura a articulação entre a aplicação dos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento (FEEI) e as políticas públicas no mar, em consonância com as prioridades definidas no âmbito da Estratégia Nacional para o Mar 2013-2020. O Decreto-Lei n.º 202/2015 de 17/09/2015 estabelece o regime de Legal Entity Identifier Regime do identificador LEI (LEI), o identificador único alfanumérico que permite identificar internacionalmente entidades que sejam contrapartes em transações financeiras e comerciais, no âmbito de um projeto em desenvolvimento (Global LEI System) por recomendação do G20, e no qual participam o Banco de Portugal e a CMVM, visando o combate ao branqueamento de capitais. Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2015-2020 A Resolução do Conselho de Ministros n.º 77/2015 de 18/09/2015 aprova a Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2015-2020, que visa a aproximação aos padrões europeus neste domínio. A Portaria n.º 297/2015 de 21/09/2015 regulamenta o regime fiscal de apoio ao investimento Regulamentação do RFAI e do DLRR (RFAI) e o regime da dedução por lucros retidos e reinvestidos (DLRR) estabelecidos, respetivamente, nos Capítulos III e IV do Código Fiscal do Investimento, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 162/2014. Seleção de notícias de envolvente nacional de final de junho a final de setembro: CE aprova 159M de projetos portugueses de infraestruturas No dia 29 de junho, a Comissão Europeia aprovou projetos portugueses de infraestruturas de transportes, submetidos ao Connecting Europe Facility, no valor de 195 M (2.7% do total de apoios desta fase da candidatura, acima do peso de 1.3% do PIB português na UE). 8

Memorando de entendimento para as interligações energéticas No dia 1 de julho, Portugal, Espanha, França e a Comissão Europeia assinaram um memorando de entendimento para as interligações energéticas, com vista a apresentar as rotas específicas dos projetos que, conforme a Declaração de Madrid assinada em Março pelos três países, permitirão atingir os 10% de interligações energéticas até 2020. No dia 10 de julho, Carlos Costa foi reconduzido como Governador do Banco de Portugal, após a aprovação da designação para um segundo mandato no Conselho de Ministros de dia 2. O Conselho de Ministros de 9 de julho aprovou a dissolução e o processo de liquidação da Reprivatização da CP Carga e liquidação da Empordef Empordef, Empresa Portuguesa de Defesa, SGPS, S.A., tendo em vista a respetiva extinção. O Conselho de Ministros de 23 de julho aprovou a reprivatização total da CP Carga, com a venda ao grupo MSC Rail por 53 M, e anulou a privatização da Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário (EMEF). Site de recolha de ideias para reduzir burocracia Renegociação das PPP rodoviárias poupa 7353 M Em agosto, o Governo anunciou a criação do site www.simplificar.gov.pt, integrado no programa Simplificar, para recolher ideias de cidadãos e empresas com vista a diminuir a burocracia no seu dia-a-dia, e simplificar e desmaterializar processos na administração pública. No dia 27 de agosto, o Secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, Sérgio Monteiro, afirmou que chegou ao fim o processo de renegociação de 14 Parcerias Público-Privadas rodoviárias, permitindo uma poupança estimada em 7353 M. O Conselho de Ministros de 24 de setembro aprovou: Aprovação do Fundo de Capital e Quase Capital, e do Fundo de Dívida e Garantias, geridos pela IFD (i) o Fundo de Capital e Quase Capital (FC&QC), gerido pela Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD) e vocacionado para a criação ou reforço de instrumentos financeiros de capitalização de empresas com recurso a FEEI. O fundo, com autonomia administrativa e financeira, terá particular atenção às fases de criação e de arranque de empresas (start-up, seed, early stages), bem como a empresas com projetos de crescimento e/ou reforço da capacitação empresarial para o desenvolvimento de novos produtos e serviços ou com inovação ao nível de processos, produtos, organização ou marketing; (ii) o Fundo de Dívida e Garantias, também gerido pela IFD, vocacionado para operações que visem colmatar insuficiências de mercado no financiamento das PME, com recurso aos FEEI. Este fundo, em conjunto com o Fundo de Capital e Quase Capital, vai acelerar a atividade financeira do IFP e a abertura de concursos para os operadores de mercado apresentarem Emissão de novas Obrigações do Tesouro de Rendimento variável propostas de criação de instrumentos financeiros de apoio às empresas; (iii) a emissão das novas Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável, contribuindo para a estratégia de diversificação dos instrumentos de financiamento do Estado. 9

2. ATIVIDADE ECONÓMICA GLOBAL 2.1 Evolução recente do PIB e de outros indicadores de atividade PIB mantém ritmo de crescimento no 2T 15 No segundo trimestre de 2015, o PIB manteve um crescimento real de 0.5% em cadeia e de 1.6% em termos homólogos, segundo dados revistos (pelos resultados das contas nacionais definitivas de 2013, que implicaram alterações nos dados anuais e trimestrais em 2014 e 2015). Quadro 2.1.1: PIB e componentes de despesa 2013 2014 3T 14 4T 14 1T 15 2T 15 PIB Tvcr (%) -1.1 0.9 0.2 0.4 0.5 0.5 Tvhr (%) -1.1 0.9 1.2 0.6 1.6 1.6 Componentes de despesa (tvhr, %) Consumo Final -1.4 1.6 2.2 1.2 1.8 2.7 Consumo Privado, do qual: -1.3 2.3 2.9 2.0 2.5 3.3 Bens alimentares 1.1 0.6 0.3 0.4 0.7 1.0 Bens duradouros 1.3 14.6 16.5 13.2 13.9 16.8 Bens correntes não alim., serviços -2.5 1.5 2.3 1.3 1.8 2.5 Consumo Público -2.0-0.5 0.1-1.3-0.5 0.6 FBC, da qual: -5.1 5.5 1.3 4.4 1.2 8.2 FBCF -5.1 2.8 3.5 2.8 8.8 5.1 Recursos biológicos cultivados -1.6-1.6-1.6-1.2-0.5 0.0 Outras máq. e eq., sist. Armamento 3.7 14.4 17.9 9.6 12.5 8.6 Eq. de transporte 28.8 18.8 23.4 19.0 25.9 32.5 Construção -12.2-3.2-3.9-1.5 8.5 2.0 Produtos de propriedade intelectual -1.2 0.6 0.6 0.1-0.6-1.3 Exportações 6.9 3.9 3.8 5.7 7.0 7.4 Bens 6.9 3.6 3.2 6.2 7.8 8.3 Serviços 7.2 5.0 5.7 4.2 4.8 4.8 Importações 4.7 7.2 6.0 8.5 7.1 11.9 Bens 5.1 6.7 5.4 7.4 7.0 13.3 Serviços 2.5 10.3 9.9 14.7 7.7 3.9 Contributos para a tvhr do PIB (p.p.) Procura Interna -2.0 2.2 2.1 1.7 1.7 3.5 Procura Externa Líquida 0.8-1.3-0.9-1.1-0.1-1.9 Fonte: INE, Contas nacionais (base 2011, SEC 2010). Tvc(h)r = taxa de variação em cadeia (homóloga) real; p.p.=pontos percentuais; FBC(F)=Formação Bruta de Capital (Fixo). Reforço da procura interna contraria procura externa líquida mais negativa Importações aceleram mais que as exportações, em termos reais A manutenção do crescimento homólogo do PIB traduziu uma subida do contributo positivo da procura interna (de 1.7 p.p. para 3.5 p.p.) compensada por um agravamento de igual intensidade no contributo negativo da procura externa líquida (de -0.1 p.p. para -1.9 p.p.), que traduziu a aceleração mais forte das importações (de 7.1% para 11.9%) do que das exportações (de 7.0% para 7.4%), em termos reais. 10

A evolução da procura interna resultou da aceleração do consumo privado (de 2.5% para Aceleração do consumo privado e da FBC, mas devido à variação de existências, já que a FBCF abrandou 3.3%, incluindo uma subida de 16.8% nos bens duradouros; o consumo público, com menor peso, recuperou de -0.5% para 0.6%) e da FBC (de 1.2% para 8.2%), mas esta evolução decorreu do contributo positivo da variação de existências, já que a FBCF desacelerou (de 8.8% para 5.1%) com origem sobretudo nas outras máquinas e equipamentos (de 12.5% para 8.6%) e na construção (de 8.5% para 2.0%), que contrariaram o reforço do crescimento no equipamento de transporte (de 25.9% para 32.5%), outra das rubricas com peso significativo. Aceleração homóloga nominal do PIB Em termos nominais, o PIB registou uma variação de 3.4% em termos homólogos (2.8% no primeiro trimestre) e de 0.9% em cadeia (1.4%). Peso das exportações no PIB em máximo (41.2%) Salienta-se ainda que o peso das exportações no PIB aumentou para um máximo de 41.2% no segundo trimestre de 2015 (29.8% nos bens e 11.3% nos serviços). Figura 2.1.1: Intensidade exportadora (total, bens e serviços) 45.0 40.0 39.5 40.0 39.8 40.2 41.0 40.1 41.2 35.0 30.0 28.9 29.0 28.9 29.0 29.7 28.9 29.8 25.0 20.0 15.0 10.0 10.6 11.1 11.0 11.2 11.3 11.1 11.3 5.0 0.0 2013 2014 2T 14 3T 14 4T 14 1T 15 2T 15 Fonte: INE Exportações totais (% do PIB a preços correntes) Exportações de bens (% do PIB a preços correntes) Exportações de serviços (% do PIB a preços correntes) Quadro 2.1.2: VAB por ramos 2013 2014 3T 14 4T 14 1T 15 2T 15 VAB total e por ramos (tvhr, %)* -0.8 0.6 0.7 0.0 0.8 0.9 Agricultura, Silvicultura e Pesca 2.9 1.2 0.8 0.9 1.3 1.5 Indústria 0.6 1.9 2.0-0.6-0.3 2.0 Energia, Águas e Saneamento -6.5-4.2-3.1-5.7-5.8-5.8 Construção -6.9-1.4-1.9-0.7 7.3 2.0 Comércio e rep. aut, Aloj. e Restauração 2.1 3.0 3.4 2.8 3.2 3.5 Transp. e armaz., Inf. e comunicação -1.9-0.9-1.7-0.6-1.6-2.0 Ativ. Financeira, Seguradora e Imobiliária -1.8-2.1-2.7-1.9-0.2 0.1 Outros Serviços -0.9 1.2 1.7 0.4 0.5 0.5 INE, Contas nacionais (base 2011, SEC 2010). Tvhr=taxa de variação homóloga real; VAB=Valor Acrescentado Bruto. *VAB a preços base (sem impostos líquidos de subsídios). 11

Quanto ao VAB (que passou de uma variação homóloga real de 0.8% para 0.9% excluindo VAB recupera na Indústria, acelera na Agricultura e pescas e no Comércio, mas abranda na Construção no 2ºT impostos líquidos de subsídios), o detalhe por ramos permite destacar a retoma do crescimento na Indústria (de -0.3% para 2.0%), a aceleração na Agricultura, Silvicultura e Pesca (de 1.3% para 1.5%) e no Comércio e reparação automóvel, Alojamento e Restauração (de 3.2% para 3.5%), bem como o abrandamento na Construção (de 7.3% para 2.0%). Apenas os ramos da Energia, Águas e Saneamento e dos Transportes e armazenamento, Informática e comunicação mantiveram variações homólogas negativas (-5.8% e -2.0%, respetivamente). Figura 2.1.2: PIB e Indicador Coincidente para a evolução homóloga tendencial de atividade do Banco de Portugal (tvhr, %) 2.0 1.2 1.5 1.5 1.0 0.9 0.5 0.3 0.6 0.2 0.8 0.7 0.6 0.0-0.4-1.0-1.1-2.0-1.6 2013 2014 3T 14 4T 14 1T 15 2T 15 jul-15 set-15 Fontes: INE; BdP PIB Ind. coincidente tendencial de atividade económica do BdP (%) No que se refere a informação de conjuntura mais recente, o indicador coincidente Indicador coincidente tendencial do BdP aponta para continuação da retoma para a evolução homóloga tendencial de atividade do BdP registou o sétimo valor positivo consecutivo em agosto (0.6%, após um valor de 0.8% no segundo trimestre), apontando para a continuação da retoma económica a um ritmo semelhante ou ligeiramente inferior nos próximos meses. O indicador coincidente análogo para o consumo privado também se manteve positivo em agosto (2.1%), continuando a oscilar dentro de uma banda estreita. Por sua vez, o indicador de FBCF do INE, interrompeu a trajetória de abrandamento no trimestre até julho (variação homóloga de 2.1%, após 1.9% no segundo trimestre e 8.5% no primeiro), devido à melhoria de andamento no equipamento de transporte. Indicador avançado de clima do INE em máximo de quase sete anos e meio mostra consolidação da retoma No que se refere a indicadores avançados, o Indicador de Clima do INE (calculado a partir do inquérito do INE às empresas e consumidores sem correção de sazonalidade) manteve-se num máximo de quase sete anos e meio em agosto, refletindo o recuo no indicador de confiança do comércio e a subida nos restantes indicadores de confiança. 12

10 0-10 -20-30 -40 Figura 2.1.3: Indicador de Clima Económico (tvh; média móvel de 3 meses, mm3) e Indicadores de Confiança, IC (saldo de respostas extremas, sre; mm3) 0.6 0.5 0.6 0.4 0.2 0.3 0.3 0.6 0.8 1.1 1.3 1.4 1.4 1.6 1.4 1.2 1.0 0.8 0.6 0.4 0.2-50 ago-14 out-14 dez-14 fev-15 abr-15 jun-15 ago-15 IC Consum. IC Ind. Transf. IC Constr. e Obras Púb. IC Comércio Fonte: INE IC Serviços Indicador de clima ec. (esc. dta) 0.0 ISE corrige em baixa mas mantémse acima da média de longo prazo No mesmo mês, o Índice de Sentimento Económico da Comissão Europeia para Portugal (valores efetivos corrigidos de sazonalidade) desceu para 103.4 pontos (um valor abaixo da Área Euro e da UE), após atingir um máximo de sete anos em abril. Apesar da correção em baixa nos últimos meses, o indicador e sentimento económico de Portugal está ainda significativamente acima da média de longo prazo (100 pontos). Figura 2.1.4: Indicador de Sentimento Económico em Portugal, Área Euro e UE (média 1990-2012=100, valores ajustados de sazonalidade) 110 105 100 103.4 95 90 85 80 75 70 set-14 out-14 nov-14 dez-14 jan-15 fev-15 mar-15 abr-15 mai-15 jun-15 jul-15 ago-15 Fonte: Comissão Europeia Portugal Área Euro UE Média 1990-2012=100 2.2 Projeções macroeconómicas nacionais e internacionais Projeções para Portugal As previsões macroeconómicas para a economia portuguesa, evidenciadas no quadro abaixo, não sofreram atualização desde o anterior relatório trimestral. Note-se, contudo, que 13

houve atualização das projeções para a economia internacional (analisadas mais abaixo), com influência sobre Portugal. Quadro 2.2.1: Projeções económicas para Portugal BdP FMI OCDE CE Gov. Jun-15 Jun-15 Mai-15 Mai-15 Abr-15 jun-15 2015 2016 2017 2015 2016 2015 2016 2015 2016 2015 2016 jun-15 PIB (tvar, %) 1.7 1.9 2.0 1.6 1.5 1.6 1.8 1.6 1.8 1.6 2.0 Consumo privado 2.2 1.7 1.7 1.7 1.6 1.8 1.5 2.0 1.6 1.9 1.9 Consumo público -0.5 0.2 0.0-0.5 0.9-0.5 0.2-0.3 0.2-0.7 0.1 FBCF 6.2 4.4 6.0 4.2 2.5 2.9 3.1 3.5 4.0 3.8 4.4 Exportações 4.8 6.0 6.4 5.5 4.8 6.2 5.4 5.3 6.1 4.8 5.5 Importações 5.7 5.5 6.5 4.5 4.8 4.7 4.8 4.7 4.8 4.6 5.3 Contributos brutos para a tvar do PIB (p.p.) Exportações líquidas (do total de importações) 0.3 0.0 0.6 0.3 0.2 0.2 0.1 0.1 Procura Interna 1.2 1.6 1.0 1.5 1.4 1.6 1.6 1.9 Contributos líquidos das respetivas importações (p.p.)* Exportações 0.6* 1.2* 1.2* Procura Interna 1.1* 0.7* 0.8* Proc. externa relevante (tvar, 4.5 5.5 5.8 4.5 5.2 %) Emprego (tva, %) -0.2 0.6 0.6 0.7 0.6 0.8 Taxa de desemprego (%) 13.4 12.9 13.2 12.6 13.4 12.6 13.2 12.7 Inflação (tva do IHPC, %) 0.5 1.2 1.3 0.6 1.3 0.1 0.7 0.2 1.3-0.2 1.3 Bal. Corr. e de capital (% PIB) 3.0 3.2 3.4 2.6 2.8 2.1 2.0 Balança corrente (% PIB) 1.0 0.8 0.7 0.6 1.2 1.4 0.5 0.4 Bal. de bens e serviços (% PIB) 2.1 2.1 2.1 Bal. de bens (% PIB) -3.4-3.4 Saldo orçamental (% PIB) -3.2-2.7-2.9-2.8-3.1-2.8-2.7-1.8 Dívida pública bruta (% PIB) 126.5 124.3 127.7 124.2 124.4 123.0 124.2 121.5 Fontes: Banco de Portugal, BdP, Boletim Económico Junho 2015; Fundo Monetário internacional, FMI, Portugal Concluding Statement of the Second Post-Program Monitoring Discussions; Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, OCDE, OECD Economic Outlook June 2015; Comissão Europeia, CE, European Economy - Spring 2015; Governo, Programa de Estabilidade e Crescimento 2015-2019. Tva = taxa de variação anual; tvar= taxa de variação anual real; p.p.= pontos percentuais. *Contributo de cada componente expurgada do respetivo conteúdo importado (lógica de valor acrescentado nacional), uma abordagem diferente da tradicional (contributos brutos), em que a procura interna inclui importações e a procura externa líquida considera as exportações deduzidas das importações totais. Segundo o BdP, o cálculo dos conteúdos importados foi feito com base em informação relativa ao ano de 2005 (seguindo uma metodologia descrita no Boletim Económico de Junho de 2014). Nota: as previsões do BdP incorporam as medidas incluídas no OE 2015 e no Programa de Estabilidade 2015-2019, com exceção das relativas à sustentabilidade da Segurança Social e à reforma e racionalização dos serviços públicos, por não se encontrarem especificadas com detalhe suficiente. 14

Projeções para a economia mundial e principais mercados OCDE reduz previsões de crescimento mundial No início de setembro, a OCDE divulgou uma atualização intercalar das suas projeções económicas, onde reviu ligeiramente em baixa as perspetivas de crescimento da economia mundial em 2015 (-0.1 p.p., para 3.0%) e 2016 (-0.2 p.p., para 3.6%), com valores abaixo das previsões mais recentes do FMI, divulgadas em julho (3.3% em 2015 e 3.8% em 2016). Segundo a OCDE, os indicadores recentes de atividade dão conta de uma recuperação lenta nas economias avançadas e um abrandamento nas economias emergentes, especialmente as exportadoras de matérias-primas (como é o caso do Brasil, em que se verifica uma forte deterioração das perspetivas) ou com uma intensidade comercial elevada com a China, que tem exibido sinais de uma desaceleração mais forte do que o antecipado e do que os dados do PIB demonstram. Destaca-se, em particular, o enfraquecimento das importações chinesas, que ajuda a explicar o menor crescimento do comércio mundial e a descida dos preços das matérias-primas nos últimos meses. As suspeitas sobre a economia chinesa ficaram refletidas na forte correção do mercado acionista do país em agosto, uma evolução que gerou instabilidade nos mercados financeiros globais e levou à intervenção das autoridades chinesas (redução das taxas de juro diretoras, desvalorização da moeda e promessa de aumento dos gastos públicos, além de uma série de medidas para tentar travar a queda do mercado de ações), como já referido. Abrandamento da China coloca em risco a retoma mundial apenas se conjugado com correção bolsista acentuada A OCDE considera que o impacto de uma desaceleração acima do antecipado na procura chinesa pelos canais do comércio internacional e do investimento seria significativo, em particular para as economias mais endividadas, mas não descarrilaria a retoma da economia global a não ser que se juntasse o efeito de uma forte e abrangente correção nos mercados financeiros globais. Para evitar um abrandamento abrupto, as autoridades chinesas deverão promover estímulos de política monetária e orçamental, no entender da OCDE, que defende OCDE defende estímulos económicos na China; a subida muito gradual das taxas de juro nos EUA; a reparação dos canais de crédito na Área Euro ainda um conjunto de outras medidas, como o aumento das despesas sociais. Em relação às maiores economias avançadas, a OCDE realça que a retoma económica dos EUA (alicerçada no crescimento do consumo, dado que o investimento tem desapontado) tem permitido descer a taxa de desemprego e que, nesta altura, a redução da capacidade não utilizada requer uma trajetória de aumento, ainda que muito gradual, das taxas de juro diretoras. No caso da Área Euro, a economia deveria estar a crescer a um ritmo mais rápido em face dos vários fatores favoráveis de que está a beneficiar, como a descida das taxas de juro, a depreciação do euro e o recuo dos preços do petróleo. Neste caso, a OCDE considera que é necessário continuar a reparar os canais de crédito através de uma melhoria nos balanços. A este respeito, a OCDE mostra claramente que a desalavancagem registada nos EUA foi muito mais rápida e intensa do que a ocorrida na Área Euro, onde o crédito apenas recentemente começou a recuperar. 15

A OCDE conclui, assim, que as perspetivas globais se deterioraram ligeiramente e há incertezas importantes no horizonte. A retoma da economia mundial está a progredir nas economias mais Deterioração ligeira das perspetivas de crescimento mundial e incertezas importantes avançadas, mas a estagnação do comércio global e a deterioração das condições nos mercados financeiros está a reduzir as perspetivas nas economias emergentes. Com efeito, as economias menos desenvolvidas têm vulnerabilidades que poderão ser expostos pela subida das taxas de juro dos EUA e/ou uma desaceleração mais acentuada na China, com potencial para gerar turbulência económica e financeira que poderá afetar também significativamente as economias avançadas. A continuação dos estímulos de política económica é necessária para suportar a procura global, mas o mix necessário de políticas difere de país para país e as escolhas terão de ser consistentes com a estabilidade financeira e a retoma do crescimento de longo prazo. Quadro 2.2.2: Previsões de crescimento económico mundo e mercados (tvar, %) OCDE, set-15 FMI, jul[abr]-15 BM, jun-15 CE, mai-15 2015 2016 2015 2016 2017 2015 2016 2015 2016 Mundo 3.0 3.6 3.3 3.8 2.8 3.3 3.2 3.5 3.9 Ec. Avançadas 2.1 2.4 2.0 2.4 2.2 EUA 2.4 2.6 2.5 3.0 2.7 2.8 2.4 3.1 3.0 Japão 0.6 1.2 0.8 1.2 1.1 1.7 1.2 1.1 1.4 UE [1.8] [1.9] 1.8 2.1 Área Euro 1.6 1.9 1.5 1.7 1.5 1.8 1.6 1.5 1.9 Alemanha 1.6 2.0 1.6 1.7 1.9 2.0 França 1.0 1.4 1.2 1.5 1.1 1.7 Itália 0.7 1.3 0.7 1.2 0.6 1.4 Espanha 3.1 2.5 2.8 2.6 Holanda [1.6] [1.6] 1.6 1.7 RU 2.4 2.2 2.6 2.4 OCDE Ec. em Desenvolvimento 4.2 4.7 4.4 5.2 5.4 Angola [4.5] [3.9] 4.5 3.9 5.1 Moçambique [6.5] [8.1] 7.2 7.3 7.3 Brasil -2.8-0.7-1.5 0.7-1.3 1.1 2.0 Rússia -3.4 0.2-2.7 0.7 2.5 Índia 7.2 7.3 7.5 7.5 7.5 7.9 8.0 China 6.7 6.5 6.8 6.3 7.1 7.0 6.9 7.0 6.8 Fontes: Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, OCDE, OECD Interim Report September 2015; Fundo Monetário internacional, FMI, World Economic Outlook - Update July 2015 [World Economic Outlook April 2015]; Banco Mundial, BM, Global Economic Prospects - June 2015; Comissão Europeia, CE, European Economy - Spring 2015. Tvar= taxa de variação anual real. 16

2.3 Constituições, dissoluções e insolvências de empresas Criação líquida de empresas sobe com nascimentos a aumentarem mais que encerramentos Segundo dados da Informa D&B, no período de janeiro a julho de 2015 registou-se um crescimento homólogo de 11.2% na criação líquida de empresas (1630 empresas), a refletir um aumento mais forte dos nascimentos (8.4%) do que dos encerramentos (3.0%), o que permitiu uma subida ligeira do rácio de nascimentos por encerramento (para 3.0). Quadro 2.3.1: Criação líquida de empresas e insolvências 2014 Jan-Jul 14 Jan-Jul 15 Tvh Nascimentos de empresas (A) 35814 22204 24064 8.4% Encerramentos de empresas (B) 14996 7663 7893 3.0% Criação líquida de empresas=a-b 20818 14541 16171 11.2% Rácio nascimentos/encerramentos=a/b 2.4 2.9 3.0 Empresas com processos de insolvência 4 503 2 942 2 746-6.7% Fonte: Informa D&B. Tvh= Taxa de variação homóloga. Criação líquida de empresas sobe na maioria dos setores Por setores, apenas as atividades financeiras, o comércio por grosso e a construção registaram uma redução homóloga da criação líquida de empresas, tendo os maiores aumentos ocorrido nas rubricas outros serviços ; alojamento e restauração; atividades imobiliárias; indústrias transformadoras; agricultura, pecuária, pesca e caça; e telecomunicações. Figura 2.3.1: Criação líquida de empresas por setor (nº de empresas) Outros serviços Comércio a retalho Alojamento e restauração Comércio por grosso Agricultura, pecuária, pesca e caça Indústrias transformadoras Atividades imobiliárias Construção Telecomunicações Transportes Atividades financeiras Gás, eletricidade e água Indústrias extrativas 512 327 277 35 15 1135 1134 1121 946 849 1950 2254 5616 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 Fonte: Informa D&B e cálculos próprios. Jan-jul 14 Jan-jul 15 Insolvências em queda até julho De acordo com a mesma fonte, o número de empresas com processos de insolvência reduziu-se 6.7% em termos homólogos nos sete primeiros meses do ano (para 2746). 17

3. INTERNACIONALIZAÇÃO 3.1 Comércio internacional Nesta secção são apresentadas as principais tendências das exportações e importações de bens e de serviços, incluindo o cálculo e análise de quotas de mercado das exportações. 3.1.1 Comércio internacional de bens Saldo da balança de bens Quadro 3.1.1.1: Saldo da balança de bens 2014 Var. homóloga Jan-Jul 15 Var. homóloga Valor (M ) Valor (M ) Tvhn (%) Valor (M ) Valor (M ) Tvhn (%) Total Exportações (FOB) 48 105 802 1.7 29 964 1 622 5.7 Importações (CIF) 58 976 1 964 3.4 35 594 1 201 3.5 Saldo -10 872-1 162 12.0-5 630 422-7.0 Taxa de Cobertura (%) 81.6 84.2 Intra-UE Exportações (FOB) 34 099 831 2.5 21 822 1 417 6.9 Importações (CIF) 44 102 3 041 7.4 27 162 1 565 6.1 Saldo -10 004-2 210 28.4-5 340-148 2.9 Taxa de Cobertura 77.3 80.3 Extra-UE Exportações (FOB) 14 006-29 -0.2 8 142 205 2.6 Importações (CIF) 14 874-1 078-6.8 8 432-365 -4.1 Saldo -868 1 049-54.7-290 570-66.3 Taxa de Cobertura 94.2 96.6 Total sem combustíveis Exportações (FOB) 44 027 1 648 3.9 27 522 1 371 5.2 Importações (CIF) 48 781 2 919 6.4 30 670 2 367 8.4 Saldo -4 754-1 271 36.5-3 148-996 46.3 Taxa de Cobertura 90.3 89.7 Fonte: INE. Tvhn = taxa de variação homóloga nominal. M = Milhões de euros. CIF (Cost, Insurance and Freight) significa a inclusão dos custos inerentes ao transporte das mercadorias e FOB (Free on Board) o contrário. Subida nominal das exportações acima das importações reduz défice da balança de bens A balança de bens acumulou um défice de 5630 M nos sete primeiros meses de 2015, o que representa um desagravamento de 7.0% em termos homólogos (422 M ), traduzindo uma subida mais forte das exportações do que das importações (5.7% e 3.5% em termos nominais, respetivamente), refletida numa melhoria da taxa de cobertura das importações (de 82.4% 18

para 84.2%). Note-se, contudo, que a melhoria da balança de bens foi fortemente influenciada pela redução das importações de combustíveis (em 1166 M ). Melhoria da balança de bens influenciada pela redução das importações de combustíveis Para este comportamento contribuiu a queda nos preços das importações, mais forte do que a registada nos preços das exportações (ver análise da secção 3.1.4). Excluindo combustíveis, as exportações de bens cresceram 5.2% e as importações 8.4%, o que se traduziu num agravamento do saldo deficitário (em 996 M, para -3148 M ). Exportações de bens Crescimento das exportações com contributos de um conjunto variado de produtos De acordo com o detalhe das exportações de bens por produtos, as rubricas de Combustíveis e óleos minerais e de Material de transporte foram as que mais contribuíram para o crescimento das exportações no período de janeiro a julho (cada uma com um contributo de 0.9 p.p.), seguindo-se contributos também significativos das rubricas Máquinas e aparelhos, Animais vivos e produtos animais e vegetais, e gorduras (0.6 p.p.), Metais, Madeira e cortiça, e Alimentação, bebidas e tabaco (0.4 p.p.), além de um conjunto variado de contributos mais pequenos. Apenas os Químicos registaram um contributo negativo, mas pouco expressivo (-0.1 p.p.). Produtos NC8 e respetivos códigos Quadro 3.1.1.2: Exportações de bens por tipo de produto Valor (M ) 2014 Jan-Jul 15 Tvhn (%) Contributo (p.p.) Valor (M ) Tvhn (%) Contributo (p.p.) Máquinas e aparelhos: S16 (84-85) 7 002 0.8 0.1 4 309 4.2 0.6 Material de Transporte: S17 (86-89) 5 230 4.8 0.5 3 580 8.1 0.9 Combustíveis e óleos minerais: S5 (27) 4 078-17.2-1.8 2 442 11.5 0.9 Metais: S15 (72-83) 3 860 4.5 0.4 2 376 5.4 0.4 Madeira e cortiça: S9 (44-46) e S10 (47-49) 3 842 0.4 0.0 2 382 4.3 0.4 Plásticos e borracha: S7 (39-40) 3 453 5.0 0.3 2 202 4.9 0.4 Alimentação, bebidas e tabaco, S4 (16-24) 3 114 3.9 0.2 1 817 5.7 0.3 Animais vivos, produtos animais e vegetais, e gorduras: S1 (1-5), S2 (6-14), S3 (15) 2 885 11.4 0.6 1 685 10.7 0.6 Vestuário: S11 (61-62) 2 782 9.1 0.5 1 750 3.2 0.2 Químicos: S6 (28-38) 2 591-2.8-0.2 1 528-2.7-0.1 Calçado: S12 (64-67) 1 963 7.5 0.3 1 216 1.1 0.0 Têxteis: S11 (50-60, 63) 1 838 5.7 0.2 1 186 5.1 0.2 Pedra, cerâmica e vidro: S13 (68-70) 1 566 3.6 0.1 1 008 6.9 0.2 Mobiliário: S20 (94) 1 540 11.9 0.3 996 9.7 0.3 Outros 1 315-4.5-0.1 816 5.5 0.2 Produtos minerais exceto combustíveis: S5 (25-26) 791 2.4 0.0 510 12.6 0.2 Peles e couros S8 (41-43) 254 13.2 0.1 161 7.0 0.0 Total 48 105 1.7 29 964 5.7 Total sem combustíveis 44 027 3.9 3.5 27 522 5.2 4.8 Fonte: INE. Tabela ordenada pelo valor das exportações em 2014. NC8 = Nomenclatura combinada de mercadorias da UE a oito dígitos; M = milhões de euros; tvhn = taxa de variação homóloga nominal; p.p. = pontos percentuais. 19

UE impulsiona a subida das exportações Por mercados, o crescimento homólogo das exportações de janeiro a julho (5.7%) repartiu-se entre 5.0 p.p. na UE e apenas 0.7 p.p. na no mercado extracomunitário. O crescimento dos 20 principais mercados nesse período foi semelhante ao verificado no total das exportações (5.7%), mantendo assim o seu peso. Quadro 3.1.1.3: Exportações de bens nos 20 principais mercados de 2014 2014 Jan-Jul 2015 Valor (M ) Tvhn (%) Contributo (p.p.) Valor (M ) Tvhn (%) Contributo (p.p.) Espanha 11 298 1.1 0.3 7 519 11.7 2.8 França 5 648 2.7 0.3 3 627 4.4 0.5 Alemanha 5 621 2.0 0.2 3 606 3.5 0.4 Angola 3 176 2.0 0.1 1 257-26.9-1.6 Reino Unido 2 939 12.5 0.7 1 944 13.8 0.8 Estados Unidos 2 110 5.6 0.2 1 532 29.6 1.2 Países Baixos 1 908 0.8 0.0 1 200 5.8 0.2 Itália 1 542-1.5 0.0 945 5.4 0.2 Bélgica 1 307-2.7-0.1 688-4.8-0.1 China 839 27.6 0.4 566 18.7 0.3 Brasil 639-13.6-0.2 336-2.1 0.0 Marrocos 587-19.8-0.3 420 16.3 0.2 Argélia 588 11.5 0.1 354-5.5-0.1 Suécia 465 5.6 0.1 244-16.0-0.2 Polónia 473 7.5 0.1 325 15.9 0.2 Suíça 429 2.4 0.0 276 7.9 0.1 Turquia 403 5.9 0.0 197-18.1-0.2 República Checa 319 11.9 0.1 187-3.6 0.0 Moçambique 318-3.0 0.0 208 21.9 0.1 Dinamarca 304-3.4 0.0 181-4.5 0.0 Subtotal 40 916 2.4 2.0 25 611 5.7 4.9 Total 48 105 1.7 29 964 5.7 Intra-UE 34 099 2.5 1.8 21 822 6.9 5.0 Extra-UE 14 006-0.2-0.1 8 142 2.6 0.7 Fonte: INE. Tabela ordenada pelo valor das exportações em 2014. M = milhões de euros; tvhn = taxa de variação homóloga nominal; p.p. = pontos percentuais. Entre esses mercados, o maior contributo positivo para o aumento das exportações foi dado por Espanha (2.8 p.p.), seguindo-se os EUA (1.2 p.p.), o Reino Unido (0.8 p.p.), a França (0.5 p.p.) e a Alemanha (0.4 p.p.). Apenas cinco mercados registaram contributos negativos: Angola (-1.6 p.p.), Suécia, Turquia (-0.2 p.p.), Argélia e Bélgica (-0.1 p.p.). Angola passa de 4º para 6º no ranking de mercados de exportação A forte quebra no mercado de Angola (tvh de -26.9%) reduziu para 4.2% o seu peso nas exportações (após 6.6% em 2014), passando da 4ª para a 6ª posição no ranking dos nossos principais mercados de exportação (ultrapassado pelos mercados do Reino Unido e dos EUA). 20

Quotas de mercado das exportações de bens Quota de mercado mundial das exportações nacionais de 0.339% no 1ºT 15 De acordo com dados revistos, a quota de mercado das exportações nacionais no mercado mundial de bens situou-se em 0.339% no primeiro semestre de 2015 (0.770% no mercado da UE e 0.0987% no mercado extracomunitário), traduzindo uma subida muito ligeira face à quota de mercado média em 2014. Quadro 3.1.1.4: Quotas de mercado das exportações de bens (%) 2012 2013 2014 1S 15 Mundo 0.313 0.332 0.337 0.339 Intra-UE 0.692 0.735 0.740 0.770 Extra-UE 0.0947 0.1017 0.1028 0.0987 Fontes: OMC e INE. Nota metodológica: as quotas foram calculadas dividindo as exportações de Portugal (dados trimestrais da OMC em milhões de dólares, repartidos entre os mercados intra-ue e extra-ue usando a estrutura de exportações de Portugal calculada a partir de informação do INE para os períodos em causa) pelas importações totais nos vários mercados (obtidas na mesma base de dados trimestrais da OMC). Figura 3.1.1.1: Evolução homóloga das exportações de mercadorias, da procura externa relevante e dos ganhos de quota de mercado 8.0 6.7 7.3 6.0 4.0 5.6 4.3 4.6 4.1 4.1 3.8 5.3 2.0 0.0-2.0-4.0 1.7 1.3-2.1 1.9 1.7-0.2-0.7-2.4 2.6 2.5 2.0 1.4 1.6 0.3-1.2 2012 2013 2014 2T 14 3T 14 4T 14 1T 15 2T 15 Fonte: INE e cálculos próprios Exportações de mercadorias (tvhn, %) Procura externa relevante (tvhn, %) Ganho (+) / Perda (-) de quota de mercado Em comparação homóloga, a evolução parece ser também positiva. Segundo dados do INE, as Ganho de quota reforça-se no 2º Trimestre exportações de mercadorias cresceram mais do que a procura externa relevante no segundo trimestre de 2015 (variações homólogas de 7.3% e 5.3% respetivamente), o que se traduz num ganho homólogo de quota de mercado de cerca de 2.0%, superior ao registado no primeiro trimestre (0.3%). Ganhos de quota expressivos na China, em Espanha e na Argélia, e perda forte em Angola Os cálculos efetuados das quotas de mercado nos 20 principais mercados de exportação de bens nos sete primeiros meses de 2015 revelam uma melhoria face a 2014 em 10 dos 19 países com informação disponível para os sete primeiros meses de 2015 (1º semestre, no caso de Angola), uma queda em seis casos e uma estabilização nos restantes três. 21

Salientamos os ganhos de quota significativos na China, em Espanha e na Argélia, e a perda acentuada no mercado angolano (ver quadro abaixo). Quadro 3.1.1.5: Quotas de mercado nos 20 maiores mercados de exportação de bens Quotas (%) Variação (p.p.) 2013 2014 Jan-Jul 15 2014 Jan-Jul 15 Espanha 4.36 4.19 4.56-0.16 0.36 Alemanha 0.61 0.62 0.65 0.00 0.04 França 1.07 1.11 1.19 0.04 0.09 Angola* 16.49 15.90 13.52 (1S 15) -0.59-2.39 (1S 15) Reino Unido 0.53 0.57 0.59 0.04 0.02 Estados Unidos 0.11 0.12 0.13 0.00 0.01 Países Baixos 0.43 0.43 0.45 0.00 0.02 Itália 0.43 0.43 0.43 0.00-0.01 Bélgica 0.39 0.38 0.35-0.01-0.03 Brasil 0.05 0.04 0.04-0.01 0.00 Marrocos 0.39 0.33 0.41-0.06 0.09 China 1.93 2.42 2.79 0.492 0.367 Argélia 1.28 1.34 1.45 0.06 0.11 Suécia 0.36 0.38 0.35 0.02-0.04 Polónia 0.28 0.29 0.33 0.00 0.04 Suíça 0.17 0.21 0.21 0.03 0.00 Turquia 0.20 0.22 0.17 0.02-0.05 República Checa 0.26 0.28 0.26 0.01-0.02 Moçambique* 4.79 4.93 0.14 Dinamarca 0.43 0.41 0.40-0.03 0.00 Fontes: OMC, INE Angola, INE Moçambique, INE, BdP, cálculos próprios. Tabela ordenada pelo ranking das exportações em 2014 (como no quadro 3.1.1.3). P.p. = pontos percentuais. *Pesos de Portugal nas importações de mercadorias desses países, obtidas a partir de dados dos respetivos institutos nacionais de estatística. As restantes quotas seguem a metodologia descrita na nota do quadro anterior (mas aqui com dados mensais). Importações de bens Crescimento das importações de material de transporte e químicos, e descida nos combustíveis A desagregação das importações por produtos mostra que a evolução homóloga nos sete primeiros meses de 2015 (variação de 3.5%) foi fortemente influenciada pelo contributo negativo da rubrica de combustíveis (-3.4 p.p.) e pelos contributos positivos do material de transporte (2.1 p.p.) e dos químicos (1.1 p.p.). 22

Produtos NC8 e respetivos códigos Quadro 3.1.1.6: Importações de bens por tipo de produto Valor (M ) 2014 Jan-Jul 15 Tvhn (%) Contributo (p.p.) Valor (M ) Tvhn (%) Contributo (p.p.) Combustíveis e óleos minerais: S5 (27) 10 196-8.6-1.7 4 924-19.1-3.4 Máquinas e aparelhos: S16 (84-85) 9 063 7.6 1.1 5 368 4.4 0.7 Material de Transporte: S17 (86-89) 6 232 23.0 2.0 4 412 19.9 2.1 Animais vivos, produtos animais e vegetais, e gorduras: S1 (1-5), S2 (6-14), S3 (15) 6 148-1.4-0.2 3 804 6.8 0.7 Químicos: S6 (28-38) 6 083 3.5 0.4 3 935 10.5 1.1 Metais: S15 (72-83) 4 481 3.6 0.3 2 889 8.5 0.7 Plásticos e borracha: S7 (39-40) 3 439 4.9 0.3 2 181 5.3 0.3 Alimentação, bebidas e tabaco, S4 (16-24) 2 726-3.6-0.2 1 575 2.8 0.1 Outros 2 031 2.0 0.1 1 240 9.5 0.3 Madeira e cortiça: S9 (44-46) e S10 (47-49) 1 953 6.0 0.2 1 184 4.7 0.2 Vestuário: S11 (61-62) 1 807 11.7 0.3 1 053 8.2 0.2 Têxteis: S11 (50-60, 63) 1 801 4.4 0.1 1 132 3.5 0.1 Peles e couros S8 (41-43) 829 12.6 0.2 506-0.3 0.0 Mobiliário: S20 (94) 734 16.2 0.2 485 14.9 0.2 Calçado: S12 (64-67) 699 16.9 0.2 438 8.9 0.1 Pedra, cerâmica e vidro: S13 (68-70) 593 10.7 0.1 367 7.3 0.1 Produtos minerais exceto combustíveis: S5 (25-26) 161 12.5 0.0 100 8.6 0.0 Total 58 976 3.4 35 594 3.5 Total sem combustíveis 48 781 6.4 5.1 30 670 8.4 6.9 Fonte: INE. Tabela ordenada pelo valor das importações em 2014. NC8 = Nomenclatura combinada de mercadorias da UE a oito dígitos; M = milhões de euros; tvhn = taxa de variação homóloga nominal; p.p. = pontos percentuais. Apenas importações intra-ue sobem, sobretudo as de Espanha A evolução por mercados de origem teve contributos de 4.6 p.p. nas importações intra-ue e -1.1 p.p. nas extracomunitárias, destacando-se os contributos positivos de Espanha (2.1 p.p.) e França (0.5 p.p.), e negativos de Nigéria (-1.4 p.p.) e Angola (-0.6 p.p.). 23

Quadro 3.1.1.7: Importações de bens nos 20 principais mercados de 2014 Valor (M ) 2014 Jan-Jul 2015 Tvhn (%) Contributo (p.p.) Valor (M ) Tvhn (%) Contributo (p.p.) Espanha 19 202 4.4 1.4 11 730 6.4 2.1 Alemanha 7 276 12.2 1.4 4 337 0.4 0.1 França 4 163 8.6 0.6 2 649 7.2 0.5 Itália 3 069 5.2 0.3 1 926 5.6 0.3 Países Baixos 3 029 6.3 0.3 1 763 0.6 0.0 Reino Unido 1 809 8.0 0.2 1 166 15.4 0.5 Angola 1 606-39.0-1.8 768-21.9-0.6 China 1 599 16.7 0.4 1 013 10.2 0.3 Bélgica 1 571 10.0 0.3 1 024 12.6 0.3 Estados Unidos 918 9.0 0.1 565-3.6-0.1 Brasil 865 4.0 0.1 524-16.7-0.3 Cazaquistão 814 48.0 0.5 383-14.5-0.2 Arábia Saudita 785 12.9 0.2 461 3.4 0.0 Argélia 712 77.7 0.5 347 21.0 0.2 Rússia 711-28.9-0.5 361 6.0 0.1 Suécia 658 19.3 0.2 398 0.2 0.0 Irlanda 610 11.9 0.1 435 32.9 0.3 Nigéria 542-27.5-0.4 8-98.3-1.4 Polónia 534 22.8 0.2 346 12.1 0.1 Índia 492 25.3 0.2 276-11.2-0.1 Subtotal 50 965 4.9 4.2 30 480 2.3 2.0 Total 58 976 3.4 35 594 3.5 Intra-UE 44 102 7.4 5.3 27 162 6.1 4.6 Extra-UE 14 874-6.8-1.9 8 432-4.1-1.1 Fonte: INE. Tabela ordenada pelo valor das importações em 2014. M = milhões de euros; tvhn = taxa de variação homóloga nominal; p.p. = pontos percentuais. 3.1.2 Comércio internacional de serviços Excedente da balança de serviços sobe impulsionado pela rubrica de Viagens e turismo, a única com saldo positivo O excedente da balança de serviços registou uma subida homóloga de 3.8% (233 M ) no período de janeiro a julho de 2015, para 6303 M, correspondendo a um aumento absoluto das exportações superior ao das importações (587 e 354 M, respetivamente), ainda que a taxa de variação tenha sido inferior (4.5% e 5.1%). A rubrica de Viagens e turismo deu o principal contributo para o aumento das exportações (5.0 p.p., traduzindo uma tvh de 12.2%) e das importações (2.4 p.p. e 8.8%), tendo sido a única rubrica com saldo positivo. 24