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Transcrição:

Processo nº 0572132008-7 Acórdão nº 333/2011 Recurso HIE/CRF-351/2010 RECORRENTE: GERÊNCIA EXECUTIVA DE JULGAMENTO DE PROCESSOS FISCAIS GEJUP. RECORRIDA: CCB CIMPOR CIMENTOS DO BRASIL LTDA. PREPARADORA: RECEBEDORIA DE RENDAS DE CAMPINA GRANDE AUTUANTE: MARISE DO O CATÃO EDUARDO SALES COSTA RELATOR: CONS. JOSÉ DE ASSIS E LIMA RECURSO HIERÁRQUICO. DESPROVIMENTO. FALTA DE RECOLHIMENTO DO ICMS DE SERVIÇOS DE TRANSPORTES. ALÍQUOTA INCORRETA. INAPLICABILIDADE. AUTO DE INFRAÇÃO IMPROCEDENTE. MANTIDA A DECISÃO RECORRIDA. Não cabe a aplicação de alíquota interna nas prestações de serviços de transportes que tenham início no Estado da Paraíba e se destinem a contribuintes localizados em outra unidade da Federação. A base de cálculo para recolhimento do ICMS é o preço do serviço prestado. Insubsistente o feito fiscal. Vistos, relatados e discutidos os autos deste Processo, etc... A C O R D A M os membros deste Conselho de Recursos Fiscais, a unanimidade, e de acordo com o voto do relator, pelo recebimento do recurso hierárquico por regular, e, quanto ao mérito, pelo seu DESPROVIMENTO, para manter inalterada a sentença monocrática que julgou IMPROCEDENTE o Auto de Infração de Estabelecimento nº 93300008.09.00000292/2008-83, lavrado em 02/06/2008, contra a empresa CCB CIMPOR CIMENTOS DO BRASIL LTDA., inscrição estadual nº 16.003.688-7, já qualificada nos autos, eximindo, o contribuinte, de quaisquer ônus deste contencioso tributário. Desobrigado do Recurso Hierárquico, na expressão do artigo 730, 1, inciso II, do RICMS, aprovado pelo Decreto nº 18.930/97. P.R.I. Sala das Sessões do Conselho de Recursos Fiscais, 02 de setembro 2011.

Continuação do Acórdão n.º 333/2011 2 JOSÉ DE ASSIS LIMA CONS. RELATOR RELATÓRIO O Auto de Infração de Estabelecimento nº 93300008.09.00000292/2008-83, lavrado em 02/06/2008, contra a empresa CCB CIMPOR CIMENTOS DO BRASIL LTDA., inscrição estadual nº 16.003.688-7, com ciência pessoal em 11/06/2008, relativamente a fatos geradores ocorridos entre 01/04/2003 a 30/09/2007, denuncia: FALTA DE RECOLHIMENTO DO ICMS >> Falta de recolhimento do imposto estadual. TAL IRREGULARIDADE SE VISLUMBRA EM VIRTUDE DE O CONTRIBUINTE (O TOMADOR DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DE TRANSPORTE) DEIXOU DE RECOLHER, NA QUALIDADE DE RESPONSÁVEL POR SUBSTITUIÇÃO, PARTE DO ICMS DECORRENTE DA CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE TRANSPORTE, TOMADOS NA MODALIDADE CIF, POR ERRO NA APLICAÇÃO DA ALÍQUOTA, NOS CASOS DE PRESTADOR NÃO INSCRITO NO CADASTRO DE CONTRIBUINTES DO ICMS (AUTÕNOMO), TUDO EM CONFORMIDADE AOS DEMONSTRATIVOS ANEXOS AO PRESENTE AUTO DE INFRAÇÃO. ACRESCENTE-SE AOS DISPOSITIVOS INFRINGIDOS O ART. 13 C/C SEU PARÁGRAFO ÚNICO DO RICMS-PB APROVADO PELO DECRETO 18.930/97. Foram dados como infringidos os artigos 106 e 13 c/c o parágrafo único, todos do RICMS/PB e proposição da penalidade prevista no art. 82, II, e e 82, II e, da Lei nº 6.379/1996. Foi apurado um crédito tributário de R$ 4.571.734,92, sendo R$ 2.285.867,46, de ICMS e R$ 2.285.867,46, de multa por infração. A autuada apresentou reclamação, em 10/07/2008, às fls. 137-A a 153, tendo, os autuantes, oposto contestação, conforme fls. 305 a 314 dos autos. Sem informação de antecedentes fiscais, os autos foram conclusos (fls. 319) e enviados para a Gerência de Julgamentos de Processos Fiscais GEJUP, onde foi distribuído ao julgador Rodrigo Antônio Alves de Araújo, que se pronunciou pela IMPROCEDÊNCIA do feito fiscal, com interposição de recurso hierárquico a este colegiado (fls. 321 A 334). O contribuinte foi cientificado da decisão de 1ª instância, por via postal, com AR, (fls. 337). Os fazendários autuantes se pronunciaram, em contra-arrazoado, às fls. 339 a 347, discordando da decisão monocrática, estabelecendo como ponto nodal, que a acusação se refere a prestações de serviços de transporte internas, visto que a contratação do frete ocorreu no âmbito do Estado da Paraíba, onde estão situados o prestador e o tomador do serviço. Este é o relatório.

Continuação do Acórdão n.º 333/2011 3 VOTO Trata-se de Auto de Infração com denuncia de FALTA DE RECOLHIMENTO DO ICMS, decorrente de aplicação de alíquota de 12% em prestações internas. Em primeiro lugar, para melhor compreensão da matéria, em análise, nos reportaremos à definição dada, pelo art. 730 do Código Civil de 2002, que deu roupagem típica aos contratos de transporte. Art. 730. Pelo contrato de transporte alguém se obriga, mediante retribuição, a transportar, de um lugar para outro, pessoas ou coisas. Da definição acima, infere-se que são partes integrantes do contrato de transporte os seguintes elementos: o contratante, ou tomador do serviço, o contratado, que vem a ser o transportador, e o objeto, que consiste na trasladação de pessoas ou coisas, de um local para outro, mediante retribuição. Neste sentido, pode-se afirmar que o contrato de prestação de serviço de transporte de cargas traduz-se pelo acordo firmado, entre o tomador do serviço e o transportador, para levar mercadorias, ou bens, de um ponto A para um ponto B, mediante um preço pactuado. Pois bem, conforme cediço, a Lei 6.379/96 prevê a incidência do ICMS, sobre as prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, na forma preceituada no art. 3º, II. In verbis: Art. 3º O imposto incide sobre: II - prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, por qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores. Por sua vez, o Regulamento do ICMS do Estado da Paraíba RICMS/PB, em referência às prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, define o momento da ocorrência do fato gerador do imposto e a base de cálculo a ser utilizada. Art. 3. Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento: V - do início da prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, de qualquer natureza. (g.n.). Nesse caso, o Art. 14 define o preço do serviço como sendo a base de cálculo do imposto. Art. 14. A base de cálculo do imposto é: III na prestação de serviço de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, o preço do serviço. (g.n.). Nesta toada, o fato gerador, da prestação de serviços de transporte de cargas, se concretiza no momento em que o remetente entrega ao transportador, as mercadorias, ou bens, para serem levadas ao destinatário. Nesse caso, o valor utilizado para cálculo do imposto devido é o preço cobrado por esse serviço. Na mesma linha, o RICMS/PB, nos termos do art. 36 caput e 2º, II, atribui ao transportador, a condição de sujeito passivo da obrigação tributária, por sua relação pessoal e direta com o fato gerador.

Continuação do Acórdão n.º 333/2011 4 Art. 29. Contribuinte é qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize, com habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial, operações de circulação de mercadorias ou prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações se iniciem no exterior. (g.n.). 2º Incluem-se entre os contribuintes do imposto: II - o prestador de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação; Ressalte-se, neste ponto, que o tomador do serviço, apesar do seu vínculo contratual com o transportador, não participa diretamente da relação tributária, exceto, nos casos estabelecidos em Lei, na condição de responsável pelo pagamento do imposto. No caso dos autos, a recorrente contratou transportadores autônomos, não inscritos no cadastro de contribuintes do Estado da Paraíba, para realizar o transporte de cimento, de sua fabricação, na modalidade CIF, desde sua fábrica, localizada em João Pessoa, PB, até seus clientes, contribuintes do ICMS, localizados em outras unidades da Federação. Dessa forma, a recorrente, na qualidade de responsável pelo pagamento do imposto, atribuída pelo Art. 541, I, do RICMS, recolheu o ICMS devido, utilizando, para isso, a alíquota de 12%, por considerar ser esta uma prestação interestadual. Em entendimento oposto, considerando as prestações como intermunicipais, a fiscalização autuou a recorrente por não utilizar a alíquota de 17%. O deslinde da contenda se resume em definir qual alíquota deve ser utilizada para cálculo do ICMS nessas prestações. Para isso, torna-se necessário responder à seguinte questão: os serviços de transporte realizados se tratam de prestações internas ou interestaduais? Os dispositivos do RICMS/PB, abaixo reproduzidos, dão a solução para o caso. transporte de cargas. Por um lado, o Art. 554, define os atores que figuram nas prestações de serviço de Art. 554. A partir de 02 de junho de 2008, para efeito de aplicação da legislação, em relação à prestação de serviço de transporte, considera-se (Ajuste SINIEF 02/08): I - remetente, a pessoa que promove a saída inicial da carga; II - destinatário, a pessoa a quem a carga é destinada; III - tomador do serviço, a pessoa que contratualmente é a responsável pelo pagamento do serviço de transporte, podendo ser o remetente, o destinatário ou um terceiro interveniente; IV - emitente, o prestador de serviço de transporte que emite o documento fiscal relativo à prestação do serviço de transporte. Note-se que, na execução do serviço, três personagens se fazem, necessariamente, presentes: o transportador, na qualidade de sujeito passivo da relação, além do remetente e o destinatário da mercadoria, cujas localizações definem se a prestação é intermunicipal ou interestadual.

Continuação do Acórdão n.º 333/2011 5 De outra parte, o Art. 13, do RICMS/PB, define as alíquotas a serem utilizadas em cada caso, enquanto o parágrafo único, do mesmo artigo, dispõe sobre as condições em que uma operação/prestação deva ser considerada como interna. Art. 13. As alíquotas do imposto são as seguintes: II - 12% (doze por cento), nas operações e prestações interestaduais que destinem mercadorias ou serviços a contribuintes do imposto; IV - 17% (dezessete por cento), nas operações e prestações internas e na importação de bens e mercadorias do exterior; Parágrafo único. Para efeito deste artigo, considera-se como operação interna àquela em que: I - o remetente ou o prestador e o destinatário da mercadoria ou do serviço estejam situados neste Estado; II - a prestação do serviço de transporte seja iniciada ou contratada no exterior do País; III - a prestação do serviço de comunicação transmitida ou emitida no estrangeiro seja recebida neste Estado; IV - o destinatário da mercadoria ou do serviço seja consumidor final, não contribuinte do imposto, localizado em outro Estado. Aproados nos ensinamentos acima, constata-se que as prestações contratadas pela autuada não se subsumem a nenhuma das hipóteses elencadas no parágrafo único, do Art. 13, acima reproduzido, tendo em vista que o serviço se originou no estabelecimento da autuada, localizado neste Estado, e teve como destino contribuinte do imposto localizado em outra unidade da Federação. Ressalte-se, que a referência ao prestador de serviço para determinar o local da prestação, conforme dispositivo inserido no parágrafo único, alínea I, do Art. 13, se aplica aos casos de documentação irregular, conforme prevê o Art. 39, II, b. Art. 39. O local da operação ou da prestação para os efeitos da cobrança do imposto e definição de estabelecimento responsável é: II - tratando-se de prestação de serviço de transporte: a) onde tenha início a prestação; b) onde se encontre o transportador quando em situação irregular pela falta de documentação fiscal ou quando acompanhada de documentação inidônea como dispuser a legislação tributária; c) o do estabelecimento destinatário do serviço, na hipótese do inciso XIII, do art. 12 e para os efeitos do 3º, do art. 13; Neste sentido, entendo como equivocada a tese dos autuantes para acompanhar a decisão exarada em 1ª instância, considerando insubsistente o crédito tributário apurado. Dessa forma, cancelo a quantia de R$ 4.571.734,92, sendo R$ 2.285.867,46, de ICMS e R$ 2.285.867,46, de multa por infração. Por todo o exposto,

Continuação do Acórdão n.º 333/2011 6 VOTO pelo recebimento do recurso hierárquico por regular, e, quanto ao mérito, pelo seu DESPROVIMENTO, para manter inalterada a sentença monocrática que julgou IMPROCEDENTE o Auto de Infração de Estabelecimento nº 93300008.09.00000292/2008-83, lavrado em 02/06/2008, contra a empresa CCB CIMPOR CIMENTOS DO BRASIL LTDA., inscrição estadual nº 16.003.688-7, já qualificada nos autos, eximindo, o contribuinte, de quaisquer ônus deste contencioso tributário. Sala das Sessões do Conselho de Recursos Fiscais, em 02 de setembro de 2011. CONS. JOSÉ DE ASSIS LIMA Conselheiro Relator

Continuação do Acórdão n.º 333/2011 7