CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS PELO CALOR



Documentos relacionados
PASTEURIZAÇÃO DO LEITE LAN 1444 PROF. ERNANI

TECNOLOGIA DE ALIMENTOS

Controle do crescimento de micro organismos nos alimentos

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Capítulo 3 - Métodos de Conservação de Alimentos: Uso de Calor

COAGULAÇÃO DE PROTEÍNAS DO LEITE

Princípios e métodos de esterilização

16/09/2015. movimentação de materiais colheita manual e mecânica na quinta transporte refrigerado transporte de gado vivo transporte em tapete rolante

Curso de embalagens. Embalagem Cartonada Asséptica Ministrante: Assunta Camilo 2014 São Paulo - SP

9/3/2011. Emulsão O/A de cor branca, ligeiramente amarelada, de odor suave e gosto adocicado com ph = 6,8

ULTRA-SOM NA PRESERVAÇÃO E PROCESSAMENTO DOS ALIMENTOS

1.2 Microrganismos Micróbios Bons

PROCESSAMENTO ASSÉPTICO

Enfª Karin Bienemann


Tecnologia de leites e derivados Prof. Andréa Matta Ristow PROCESSAMENTO DO IOGURTE

O Iogurte A ORIGEM DO IOGURTE CARACTERÍSTICAS NUTRICIONAIS DO IOGURTE TIPOS DE IOGURTE VANTAGENS DO IOGURTE COMO CONSUMIR?

Prof. Drª. Caroline Moraes

Área de Atividade/Produto Classe de Ensaio/Descrição do Ensaio

DEFUMAÇÃO. Aplicação da defumação. Defumação: DEFUMAÇÃO. Efeito conservante da defumação MECANISMO DE AÇÃO DA FUMAÇA

As matérias-primas alimentares frescas (após a colheita, a captura, a produção ou o abate)

Processamento da Congelação de Sardinha

Iogurte Sólido com Aroma

HISTÓRIA: PROCESSAMENTO LEITES FERMETADOS. Leite fermentado batido

MEIOS DE CULTURA DESENVOLVIMENTO OU PRODUÇÃO DE MEIOS DE CULTURA. Necessidade Bactérias Leveduras

Processamento do Iogurte Gordo Sólido

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Introdução ao Tratamento de Esgoto. Prof. Dra Gersina Nobre da R.C.Junior

Curso de Instrumentista de Sistemas. Fundamentos de Controle. Prof. Msc. Jean Carlos

Factores de selecção da embalagem Produtos alimentares. Margarida Alves Segurança Alimentar - Uma visão global Porto Salvo, 31 de Maio 2011

FATORES INTRÍNSECOS E EXTRÍNSECOS

ESTERILIZAÇÃO TERMINOLOGIA TERMINOLOGIA. Em resumo: 30/3/2011 TERMINOLOGIA TERMINOLOGIA. Curso de Nutrição ALM024- Processamento de Alimentos

CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS PELO CONTROLE DA UMIDADE

Fisiologia e Crescimento Bacteriano

Instituto Politécnico de Coimbra Escola Superior Agrária de Coimbra

06/10/2014 UM POUCO DA HISTÓRIA CONSERVAÇÃO DOS ALIMENTOS O QUE SÃO MÉTODOS DE CONSERVAÇÃO?

LIMPEZA. Água / sabão /escova Solução multi - uso Soluções desencrostrantes Detergentes enzimáticos

ENSINO LIGAÇÕES OBJECTIVOS CURRICULUM NACIONAL

PROCESSOS QUÍMICOS INDUSTRIAIS I ÁCIDO SULFÚRICO

Flora microbiana natural dos alimentos

Processamento de leite UHT

CONCURSO PÚBLICO EDITAL N o 135/2011 (NOME COMPLETO EM LETRA DE FORMA) INSTRUÇÕES

RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO

A Microbiologia em Sorvete - Aspectos básicos - Luana Tashima

Aligal. Uma gama de atmosferas de conservação dedicada aos produtos agroalimentares.

Objectivos pedagógicos

ATA DE REGISTRO DE PREÇOS Nº 019/2015

BOAS PRÁTICAS NO PREPARO DE ALIMENTOS

FERRAMENTA ALTERNATIVA PARA O CONTROLE TÉRMICO DE ALIMENTOS, COM ÊNFASE NA FABRICAÇÃO DE IOGURTE

Normas Adotadas no Laboratório de Microbiologia

Tabela 1 - conteúdo de umidade em alguns alimentos:

MANUAL INFORMATIVO PARA ORDENHA MECÂNICA BPA REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Classificação das áreas limpas. Preparo de estéreis (Resolução - RDC nº 17, de 16 de abril de 2010)

3M TM Petrifilm TM Placa para Contagem de Leveduras e Bolores. Guia de. Interpretação

BOAS PRÁTICAS NA PRODUÇÃO LEITEIRA Revisão de Literatura

Recepção. Beneficiamento do leite

COMO TRATAR A ÁGUA DA PISCINA

Biotecnologia. Fermentação láctica. Prof.ª Valdirene O P Valdo ETEC Benedito Storani

Considerando que o trânsito de alimentos em condições seguras pressupõe a preservação da saúde e do meio ambiente;

Autoridade de Segurança Alimentar e Económica. Alexandra Veiga Manuel Barreto Dias

Genkor. 32 FOOD INGREDIENTS BRASIL Nº Introdução

Qualidade do leite e manejo de ordenha Composição do Leite

Processamento de Ketchup

UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO Lato Sensu EM HIGIENE E INSPEÇÃO DE

Pesquisa de Fosfatase Alcalina em Leite Fluido por Colorimetria

Tratamento Térmico. Profa. Dra. Daniela Becker

CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS MICRORGANISMOS

TESTES REFERENTES A PARTE 1 DA APOSTILA FUNDAMENTOS DA CORROSÃO INDIQUE SE AS AFIRMAÇÕES A SEGUIR ESTÃO CERTAS OU ERRADAS

OPERAÇÃO DO PROCESSAMENTO TÉRMICO EM ALIMENTOS

Métodos de esterilização de artigos médico-hospitalares

Engenheiro Eletricista - USF MBA FGV Projetos, pós-venda e área comercial Baumer desde 97. Professor mecatrônica Centro Paula Souza

TECNOLOGIA DE FABRICAÇÃO DE BEBIDA LÁCTEA FERMENTADA E NÃO FERMENTADA

Grupo de Formulação e Análises Curriculares Laboratório de Currículo do Curso de Técnico em Alimentos Eixo Tecnológico: Produção Alimentícia 2009

RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS PARA O PROCESSAMENTO DE HORTALIÇAS CONGELADAS

Cólera. Introdução: 1) Objetivo Geral

16/04/2015. Aldeídos, cetonas, ácidos, alcoóis e peróxidos.

FISPQ - CONFORME NBR 14725:2012-4

VALORES NUTRICIONAIS DO LEITE DE VACA E PROCEDIMENTOS INDUSTRIAIS (PASTEURIZAÇÃ ÇÃO) PARA SUA CONSERVAÇÃ

TA 421 CARACTERÍSTICAS E PRÉ PROCESSAMENTO DE LEITE E OVOS 2 o SEMESTRE 2014 Profa. Mirna L. Gigante 1ª AULA PRÁTICA

LEITE UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO CURSO DE GRADUAÇAO EM NUTRIÇÃO DISCIPLINA DIETÉTICA I CONCEITO

QUÍMICA. 32. A neutralização equimolar do HClO com NaOH gera hipoclorito de sódio e água. Questão 21

Características do Leite

O manipulador de alimentos tem que conferir todas as informações do rótulo?

ANEXO I RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO

RESUMOS TEÓRICOS de QUÍMICA GERAL e EXPERIMENTAL

A importância da água na nossa saúde

Embalagem Cartonada Longa Vida

BRANQUEAMENTO BRANQUEAMENTO. Branqueamento 24/3/2011. As finalidades básicas do branqueamento são : REAÇÕES DE ESCURECIMENTO ENZIMÁTICO

Formas farmacêuticas líquidas - Soluções

Biologia. 8 o ano. Caderno 2

TORRES DE RESFRIAMENTO REFERVEDORES CONDENSADORES CALDEIRAS

Instituto Politécnico de Coimbra Escola Superior Agrária de Coimbra. Trabalho realizado por:

ÓLEOS & VINAGRES: COMO FAZER A ESCOLHA CERTA? Amanda Wanderley

Lípidios (g) (g) MODO DE PREPARO. Vitamina C (mg) Açúcar g 7 27,09 6,97 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 R$ 0,01

Conceitos Básicos de Higiene e Saúde Animal

!"!"!! #$ % $ % & ' ()# * * '* + "!! (, -./. (!!0"!"!!!% (0 "!0"!!12

Bioquímica. Glicólise e fermentação

Transcrição:

CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS PELO CALOR Prof. ª Elessandra da Rosa Zavareze elessandrad@yahoo.com.br 1

Estratégias para controlar os agentes de alteração dos alimentos 2

Conhecimento dos seguintes fatores: Microbiologia de alimentos Características do alimento e embalagem Procedimento de operação

Classificação dos alimentos em relação ao ph C. botulinum 1. Alimentos de baixa acidez (ph > 4,5) São alimentos altamente susceptíveis ao crescimento de patogênicos e deteriorantes. Ex.: carnes, leites, ovos, vegetais com exceção da maioria das frutas... Predomina o crescimento de bactérias 2. Alimentos ácidos (ph 4,0-4,5) Ex.: iogurte, leite fermentado, conserva de vegetais acidificados, vegetais fermentados, tomate e derivados. Predomina bolores, leveduras, bactérias láticas, acéticas 3. Alimentos de alta acidez (ph < 4,0) Ex.: refrigerante, picles em conserva, maionese, molho para salada, sucos, polpa de frutas. Predomina bolores, leveduras, poucas bactérias láticas, acéticas

Esterilidade comercial Alimento comercialmente estéril pode ser definido como um produto que foi processado e que sob condições normais de armazenamento não irá deteriorar nem prejudicar a saúde do consumidor.

Penetração do calor É influenciada por: forma e tamanho: as latas baixas e planas são aquecidas mais rapidamente que as maiores; tipo de alimento: líquidos por convecção, sendo mais rápido, e nos alimentos sólidos e semi-sólidos por condução.

Tratamentos térmicos Destruição de micro-organismos Inativação enzimática 8

Branqueamento Tindalização Pasteurização Esterilização 9

Branqueamento O alimento é aquecido rapidamente a uma temperatura prédeterminada (70 a 100 C), durante alguns minutos e rapidamente resfriado Redução de microrganismos contaminantes Inativação enzimática pelo calor Enzimas: polifenoloxidases, pectinesterase, peroxidase. Qual a aplicação? Efeitos: Amolecimento dos tecidos e retirada do ar dos espaços intracelulares 10

Branqueadores a vapor Esteira transportadora e um túnel com atmosfera de vapor; Passagem por uma câmara de vapor, por onde desliza sobre uma base móvel ou transportador giratório; O tempo de residência é controlado pela velocidade da esteira; As perdas por lixiviação são menores que dos branqueadores com água quente. 11

Branqueador a vapor

Branqueadores a água quente Banho em água quente por um período de tempo entre 70 a 100ºC; Remoção da água e resfriamento. 13

Fatores que influenciam o tempo de branqueamento Tipo de fruta ou hortaliça; Tamanho dos pedaços do alimento; Temperatura de branqueamento; Método de aquecimento. 14

Efeitos do branqueamento nos alimentos Danos na qualidade sensorial e nutricional; Perdas de minerais, vitaminas e outros componentes hidrossolúveis; Clareamento dos alimentos pela remoção de ar e poeira; Alterações dos pigmentos. A adição de carbonato de sódio ou óxido de cálcio protege a clorofila e mantém a cor verde; Amolecimento dos vegetais. 15

Tindalização É um método de conservação pelo calor pouco utilizado; Processo de aquecimento de forma descontínua, em recipiente fechado sob temperatura de 60 a 90ºC e após segue o resfriamento. As formas vegetativas são destruídas, porém os esporos não. Depois do resfriamento, os esporos entram em germinação e no prazo de 24h é efetuado novo aquecimento. Nº de operações varia de 3 a 12 vezes Vantagem: manutenção dos nutrientes e qualidade sensorial Desvantagem: alto custo e processo lento 17

Pasteurização Leite Doces Sucos Bebidas em geral... 18

Pasteurização Processo térmico com a finalidade de destruir os microrganismos patogênicos a níveis seguros e reduzir os deteriorantes; Descontínuos, contínuos, com envase asséptico ou não; Normalmente não elimina os esporos resistentes de bactérias.

Pasteurização do leite - Destruir os micro-organismos patogênicos; - Reduzir a microbiota deteriorante; - Vida útil de até 5 dias; - Necessita de refrigeração. Tabela. Padrões do leite pasteurizado. Tipo Salmonella Contagem total Coliformes totais Coliformes fecais Leite A Aus. 25 ml 2 x 10 3 /ml 1/mL Aus. 1 ml Leite B Aus. 25 ml 8 x 10 4 /ml 4/mL 1/mL Leite C Aus. 25 ml 3 x 10 5 /ml 10/mL 2/mL 20

1. Clarificação: centrifugação ou filtração 2. Resfriamento (4ºC) remoção de bactérias e células somáticas 3. Pré-aquecimento (50 a 60ºC) 4. Padronização: retirada parcial da gordura e padronizado (3%) 5. Homogeneização: - rompimento dos glóbulos de gordura; - temperatura de 54ºC. Vantagens: - evita a separação da gordura; - torna o leite mais branco; - melhora a viscosidade, aparência e sabor do produto. Desvantagens: -dificulta o desnate posterior; - aumenta a sensibilidade a luz e as lipases; - diminui a estabilidade das proteínas ao calor. 21

6. Pasteurização Tempo x temperatura função da carga bacteriana Lenta: 63ºC a 65ºC por 30 minutos - reduz 95% da carga bacteriana; - menor desnaturação das proteínas; - menor insolubilização dos sais de cálcio. Rápida: 71ºC a 74ºC por 40-45 segundos - mais eficiente (reduz 99,5% da carga bacteriana) Testes: fosfatase alcalina (inativada em temperatura de pasteurização) peroxidase (inativada a 85ºC) 22

7. Resfriamento (4ºC) 8. Envase (embalagem higiênica) 9. Armazenamento e distribuição (4ºC) A qualidade microbiológica do leite cru determinará a qualidade do leite pasteurizado e dos seus derivados 23

Figura. Diagrama de fluxo de um pasteurizador (GAVA, 2008). 1. pré-aquecimento 2. Aquecimento 3. Resfriamento 24

Figura. Trocador de calor tubular (GAVA, 2008). Figura. Fluxo e transferência de calor em trocador de calor de placas (GAVA, 2008). 25

Esterilização UHT Ultra High Temperature ou Processo asséptico - Alta eficiência; - Eliminação dos micro-organismos patogênicos; - Elimina todas as formas vegetativas das bactérias; - Produto comercialmente estéril; - Algumas formas esporuladas podem, eventualmente sobreviver (termófilas) que não se desenvolvem na temperatura de estocagem; - Longa vida útil; - Sem refrigeração. 26

UHT (Ultra High Temperature) ou processo asséptico 1. Pré-aquecimento (50-60ºC); 2. Padronização; Padronizado: 3% de gordura Semi-desnatado: 0,6 2,9% Desnatado: máx. 0,5% 3. Homogeneização; 4. Pré-aquecimento (80-85ºC); 5. Aquecimento (135-150ºC durante 2 a 4 s); 6. Resfriamento rápido; 7. Envase (embalagem asséptica); 8. Armazenamento sem refrigeração. 27

TANQUE DE ARMAZENAMENTO ASSÉPTICO AQUECIMENTO DO PRODUTO RESFRIAMENTO DO PRODUTO TANQUE DE SUPRIMENTO DE PRODUTO ESTERELIZAÇÃO DE EMBALAGEM Figura. Diagrama simplificado de um sistema de processamento asséptico. O produto e a embalagem são esterilizados em sistemas separados; Combinados num ambiente estéril para o enchimento e a selagem. 28

Processo direto (injeção de vapor) Mistura do vapor com o leite ou o leite é pulverizado no vapor Regula-se a taxa total de sólidos eliminando a água por evaporação Vantagens: Aquecimento e resfriamento mais rápido; A remoção de voláteis é vantajoso no caso do leite. Limitações: Necessidade de água potável. 29

Processo indireto (trocador de calor) O fluido calefator não se mistura com o leite e é transferido por parede metálica Aquecimento - Trocadores de calor de placas 30

Processo direto (injeção de vapor) Processo indireto (trocador de calor) Figura. Diferenças entre os processos UHT direto e indireto. 31

Embalagem asséptica Material da embalagem deve ser esterilizado por: Meios físicos Calor, radiação UV e IV Meios químicos Álcool, peróxido de hidrogênio, óxido de etileno Peróxido de hidrogênio (grande poder bactericida) Sistema TetraPak 32

Efeitos do tratamento térmico no leite - Sensoriais (cor, sabor e textura); - Aumenta a refletância do leite (mais branco); - Afeta o valor nutritivo; Muitas vitaminas são termoestáveis (A, D, E) Tabela. Perdas nutricionais provocadas pelos tratamentos térmicos do leite. 33

Cinética da destruição dos microrganismos pelo calor

Cinética da destruição dos microrganismos pelo calor Aumento da temperatura Primeiro - ocorre a inibição do crescimento Depois ocorrem lesões subletais Pode ainda ser viável, mas é incapaz de multiplicar-se. Se a temperatura for suficientemente elevada, ocorrerá a morte. Qualquer temperatura acima da máxima de crescimento do microrganismo é letal A destruição dos microrganismos ocorre de forma logarítmica Valor D: tempo de redução decimal; Valor z: Variação de temperatura (ºC) necessária para alterar 10 vezes o valor D.

VALOR D Tempo de redução decimal: é o tempo necessário, a uma determinada temperatura, para destruir 90% dos microrganismos presentes no alimento, ou seja, reduzir um ciclo logaritmo. Quanto maior o valor D maior a resistência térmica

Número de microrganismos 10 3 10 2 D = 5 min 10 1 Log N2 - logn1= 1/D (t1-t2) N2: Número final de microrganismos N1: Número inicial de microrganismos D: tempo para uma redução decimal t1: Tempo inicial t2: tempo final

VALOR Z Corresponde a variação de TEMPERATURA necessária para que a curva da destruição térmica atravesse um ciclo logarítmico. OU variação de temperatura (ºC) necessária para alterar 10 vezes o tempo de redução decimal (valor D) Fornece informação sobre a resistência de um microrganismo a diferentes temperaturas de destruição Quanto maior o valor z: taxa de processo não é muito sensível a temperatura, isto é, ela requer uma mudança maior na temperatura para mudar a taxa por um fator de 10; Valor de z menor significa que a taxa de processo é altamente sensível a temperatura

Se o valor D é de 10 minutos para uma temperatura de 110ºC, e de 1,0 minuto para uma temperatura de 120ºC, o valor z é? z=10ºc D2: tempo de destruição térmica na temperatura 2 D1: tempo de destruição térmica na temperatura 1 z: intervalo de temperatura para uma redução decimal T1: Temperatura inicial T2: temperatura final

Tabela 1: Valores de D e Z para alguns microrganismos. Microrganismo T (referência) D Z (ºC) Mycobacterium 82,2 0,018s 5,6 tuberculosis Salmonela sp. 82,2 0,192s 6,7 Staphilococucus 82,2 0,378s 6,7 spp. Lactobacillus 82,2 0,57s 6,7 Clostridium botulinum Clostridium sporogenes Termófilos do leite 121,1 0,2 min 10 121,1 0,1 a 1,5 min 10 121,1 25s 105

VALOR F Tempo de destruição térmica (F): Tempo em minutos, a uma determinada temperatura, necessário para a destruição de esporos ou células vegetativas (em geral, tempo do processo térmico) Muito usado na indústria de conservas Pode ser obtido pela seguinte fórmula F = D (log n 1 - log n 2 ) Onde: D: tempo para uma redução decimal n 1 = número inicial de microrganismos; n 2 = número final de microrganismos.

Quadro: Tempo de Destruição Térmica de Bactérias (F) BACTÉRIA TEMPO (minuto) TEMPERATURA ( ºC ) Gonococcus Salmonella typhosa Staphylococcus aureus Escherichia coli Streptococcus thermophilus Lactobacillus bulgaricus 2-3 4,3 18,8 20-30 15 30 50 60 60 57 70-75 71

Quadro: Tempo de Destruição Térmica de Esporos de Bactérias (F) ESPOROS TEMPO EM MINUTOS A TEMPERATURA DE 100ºC Bacillus anthracis Bacillus subtilis Clostridium botulinum 1,7 15 a 20 100 a 330