EPICONDILITE LATERAL DO COTOVELO



Documentos relacionados
Nirschl e Petrone, 1979

Epicondilite Lateral do Cotovelo

Pós graduação em Fisioterapia Traumato-Ortopédica - UFJF. 03 de julho de 2010 Professor: Rodrigo Soares

Reumatismos de Partes Moles Diagnóstico e Tratamento

Epicondilite lateral em atletas (Tennis Elbow) Coordenador do NEO Núcleo de Estudos em Esportes e Ortopedia

AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS DO TRATAMENTO ARTROSCÓPICO DA EPICONDILITE LATERAL

Dor no Ombro. Especialista em Cirurgia do Ombro e Cotovelo. Dr. Marcello Castiglia

Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional-FMUSP. Profa. Dra. Sílvia Maria Amado João

EPICONDILITE LATERAL DO COTOVELO

Artroscopia do Cotovelo

LESÕES DOS ISQUIOTIBIAIS

Capsulite Adesiva ou Ombro Congelado Congelado

PROVA ESPECÍFICA DE FISIOTERAPIA. Conforme a Síndrome de De Quervain, estão corretas as afirmações, EXCETO:

RETALHOS LIVRES PARA O COTOVELO E ANTEBRAÇO

CAPSULITE ADESIVA DO OMBRO

Fraturas e Luxações do Cotovelo em Adultos:

cirúrgicas, sem, no entanto, ser consensual.

Mobilização neural no tratamento da epicondilite lateral

Lesões Meniscais. O que é um menisco e qual a sua função.

Impacto Fêmoro Acetabular e Lesões do Labrum

AURICULOTERAPIA NO TRATAMENTO DOS DISTÚRBIOS OSTEOMUSCULARES RELACIONADOS AO TRABALHO (DORT): UMA AVALIAÇÃO RETROSPECTIVA

Epicondilite lateral do cotovelo *

LER/DORT. Lesões por Esforços Repetitivos (LER) Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (Dort)

Tennis Elbow. Figura 1 - Músculos responsáveis pela extensão do punho e dos dedos.

INCIDÊNCIA DE TROMBOEMBOLISMO VENOSO NO PÓS-OPERATÓRIO DE PACIENTES SUBMETIDOS À CIRURGIA ORTOPÉDICA DE QUADRIL E JOELHO EM UM HOSPITAL DE GOIÂNIA.

Traumaesportivo.com.br. Capsulite Adesiva

BIOFÍSICA DAS RADIAÇÕES IONIZANTES

ARTROSCOPIA DO PUNHO. Henrique de Barros 1, Anita Lustosa 2 INSTRUMENTAL. O punho é tracionado pelos dedos através

Lesões Traumáticas do Membro Superior. Lesões do Ombro e Braço Lesões do Cotovelo e Antebraço Lesões do Punho e Mão

Cisto Poplíteo ANATOMIA

A Meta-Analytic Review of Psychosocial Interventions for Substance Use Disorders

Data: 23/12/2013. NTRR 261/2013 Solicitante: Drª. Juliana Mendes Pedrosa Juiza de Direito - Itambacuri Numeração:

Tharcisio Gê de Oliveira Mestre em Medicina TiSBU

EXMO. Sr. JUIZ DA ª VARA DO TRABALHO DE TRT 13a Região. Ref.: Ação nº (ex.: RT )

COMPRESSÃO DO NERVO MEDIANO NO PUNHO (SÍNDROME DO

3. FORMAÇÃO DA IMAGEM

DISTÚRBIOS OSTEOMUSCULARES RELACIONADOS AO TRABALHO EM PROFISSIONAIS DA LIMPEZA

Tratamento fisioterapêutico para epicondilite lateral: uma revisão sistemática

Tenis Backhand Epicondilite. Dr. Rogerio Teixeira da Silva Comitê de Traumatologia Desportiva - SBOT

Epicondilite lateral do cotovelo*

SISTEMA MUSCULAR. Profª Fabíola Alves dos Reis 2014

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE CAMPINAS CÂMARA TÉCNICA DE ESPECIALIDADES. Documento anexo do Manual de Ortopedia FIBROMIALGIA

12º Imagem da Semana: Ressonância Magnética de Coluna

5 Discussão dos Resultados

MESA REDONDA CONVENCIONAL: UM ESPORTE, UM GESTO, UMA LESÃO

Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva

Cuiabá USO DE ESTIMULAÇÃO NEUROLÓGICA TRANSCUTÂNEOA (TENS) NO TRATAMENTO DA DOR LOMBAR CRÔNICA

IMPLANTAÇÃO E AVALIAÇÃO DE UM PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL: UM ESTUDO PILOTO REALIZADO JUNTO A COLABORADORES DE UM HOSPITAL PRIVADO

Sobre o tromboembolismo venoso (TVE)

Classificação e diagnóstico das LER/DORT

Implantes Dentários. Qualquer paciente pode receber implantes?

RESIDÊNCIA MÉDICA 2014 PROVA OBJETIVA

Radioterapia de Intensidade Modulada (IMRT) no Tratamento do. Câncer de Cabeça e Pescoço. Contexto da Medicina Baseada em Evidências

Para compreender como os cistos se formam nos ovários é preciso conhecer um pouco sobre o ciclo menstrual da mulher.

ABORDAGEM E DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE PROBLEMAS NA COLUNA VERTEBRAL E MEDULA ESPINHAL

Luxação da Articulação Acrômio Clavicular

LESÕES MUSCULARES. Ft. Esp. Marina Medeiros

função de produção côncava. 1 É importante lembrar que este resultado é condicional ao fato das empresas apresentarem uma

s.com.br Prof. Ms. José Góes Página 1

3 Metodologia 3.1. Tipo de pesquisa

Portuguese Summary. Resumo

Tipos de tumores cerebrais

CURSO AVANÇADO DE MANUTENÇÃO DA VIDA EM QUEIMADURAS

PROCESSO SELETIVO DE TRANSFERÊNCIA EXTERNA CADERNO DE PROVA

Resumos do V CBA - Outras temáticas

Módulo 9 A Avaliação de Desempenho faz parte do subsistema de aplicação de recursos humanos.

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA REABILITAÇÃO PROCESSO SELETIVO 2013 Nome: PARTE 1 BIOESTATÍSTICA, BIOÉTICA E METODOLOGIA

ADMINISTRAÇÃO I. Família Pai, mãe, filhos. Criar condições para a perpetuação da espécie

s.com.br Prof. Ms. José Góes Página 1

Distúrbios do Coração e dos Vasos Sangüíneos Capítulo14 - Biologia do Coração e dos Vasos Sangüíneos (Manual Merck)

Deficiência de Desempenho Muscular. Prof. Esp. Kemil Rocha Sousa

HIPOSPÁDIAS. Herick Bacelar Antonio Macedo Jr INTRODUÇÃO

UTILIZAÇÃO DA MEIA ELÁSTICA NO TRATAMENTO DA INSUFICIÊNCIA VENOSA CRÔNICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Considerada como elemento essencial para a funcionalidade

FASES DO FEG Primeira fase: Congestiva simples

CARCINOMA MAMÁRIO COM METÁSTASE PULMONAR EM FELINO RELATO DE CASO

Eletroneuromiografia na abordagem diagnóstica das Neuropatias Periféricas

PREFEITURA MUNICIPAL DE MORRO GRANDE

LESÃO DO LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR

Estágio de Doppler Clínica Universitária de Imagiologia Hospitais da Universidade de Coimbra

Alterações dos tecidos ósseo e articular na terceira idade. Fluxo do conteúdo. Fluxo do conteúdo. OSTEOPOROSE Caracterização


ADMINISTRAÇÃO GERAL MOTIVAÇÃO

3 Metodologia 3.1. Tipo de pesquisa

DOENÇAS DA COLUNA CERVICAL

1 O que é o pectus? Fotografia de paciente portador de pectus carinatum. Fotografia de paciente portador de pectus excavatum.

MS777: Projeto Supervisionado Estudos sobre aplicações da lógica Fuzzy em biomedicina

Introdução: a homeostase orgânica pode ser alterada pelo exercício físico, através do incremento

Tratamento do Aneurisma da Aorta Abdominal por Cateter. anos, principalmente nos últimos cinqüenta anos. Uma doença antes não tratável, hoje

OS EFEITOS DA FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA EM PACIENTES PÓS- CIRURGIA CARDÍACA

A SEGUIR ALGUMAS DICAS PARA O DESENVOLVIMENTO DE UM PROJETO CIENTÍFICO

TEMA: Octreotida LAR no tratamento de tumor neuroendócrino

Disfagia: Diagnóstico Diferencial

fundação portuguesa de cardiologia Nº. 12 Dr. João Albuquerque e Castro REVISÃO CIENTÍFICA: [CIRURGIA VASCULAR DO CENTRO HOSPITALAR LISBOA CENTRAL]

Meritíssimo(a) Juiz(a) de Direito da X VT de momomomo

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Dr. Josemir Dutra Junior Fisioterapeuta Acupunturista Acupunturista Osteopata Especialista em Anatomia e Morfologia. Joelho

FORMAS FARMACÊUTICAS E APRESENTAÇÕES - ALDACTONE

Tema: NIVOLUMABE EM ADENOCARCINOMA MUCINOSO DE PULMÃO ESTADIO IV

O AMBIENTE MOTIVADOR E A UTILIZAÇÃO DE JOGOS COMO RECURSO PEDAGÓGICO PARA O ENSINO DE MATEMÁTICA

Transcrição:

EPICONDILITE LATERAL DO COTOVELO Philipe Eduardo Carvalho Maia 1, Antônio Severo 2, Marcelo Lemos 3, Paulo Piluski 4, Carlos Castillo 5, Osvandré Lech 6 INTRODUÇÃO A etiologia da epicondilite lateral é variada, sua patologia obscura e sua cura incerta. A afirmação foi feita por Kellogg Speed em 1923 (1), mas permanece, de certa forma, atual. Ainda existem inúmeras controvérsias a respeito desta patologia, desde a correta nomenclatura, sua verdadeira etiologia e fisiopatologia até a melhor forma de tratamento. Diversas modalidades terapêuticas conservadoras e variadas técnicas cirúrgicas têm sido empregadas no seu tratamento, com resultados muitas vezes incertos. A epicondilite lateral do cotovelo é causa a mais comum de dor no cotovelo vista nos consultórios de ortopedia. A patologia foi descrita pela primeira vez na literatura germânica por Runge, em 1873. (2,3,4,5) Em 1882, Morris descreveu uma condição dolorosa vista em jogadores de tênis, a qual denominou de lawn tennis arm. (6) Major, em 1883, sugeriu a associação entre epicondilite lateral e jogadores de tênis de grama, condição denominada e conhecida desde então como tennis elbow (cotovelo de tenista). Epicondilite lateral ou cotovelo do tenista são termos que 1 Ortopedista e Traumatologista, Cirurgião de mão e microcirurgia reconstrutiva, instrutor de residência médica Hospital Mater Dei Belo Horizonte-MG 2 Ortopedista e Cirurgião de Mão. Preceptor do Instituto de Ortopedia e Traumatologia, (IOT) e Hospital Universitário São Vicente de Paulo, Passo Fundo, RS. 3 Ortopedista e Cirurgião de Mão. Preceptor do Instituto de Ortopedia e Traumatologia, (IOT) e Hospital Universitário São Vicente de Paulo, Passo Fundo, RS 4 Preceptor da residência médica do Instituto de Ortopedia e Traumatologia, (IOT) e Hospital Universitário São Vicente de Paulo, Passo Fundo, RS 5 Especializando em cirurgia do ombro e cotovelo, Instituto de Ortopedia e Traumatologia, (IOT) e Hospital Universitário São Vicente de Paulo, Passo Fundo, RS 6 Chefe do Serviço de Ortopedia e da Cirurgia da Mão, Instituto de Ortopedia e Traumatologia, (IOT) e Hospital Universitário São Vicente de Paulo, Passo Fundo, RS. Ex-Presidente da SBCMão. Membro do Corpo Editorial da Revista Brasileira de Ortopedia (RBO), do Bone and Joint Journal, da Acta Ortopédica Brasileira 1

têm sido aceitos e utilizados para descrever uma síndrome dolorosa localizada na região do epicôndilo lateral, origem do supinador do antebraço, extensores do punho e dos sintomas é relativamente incidioso. Geralmente são trabalhadores que exercem atividades de repetição. Ocorre igualmente entre os sexos, sendo mais frequente em brancos. dedos. Apesar de ter se tornado termo clássico, epicondilite é uma designação que não reflete a realidade fisiopatológica da doença, uma vez que não foi encontrado, nos diversos estudos até então realizados, qualquer evidência de processo inflamatório, como veremos adiante. Do mesmo modo, o termo cotovelo do tenista não reflete a incidência clínica da entidade, já que acomete principalmente trabalhadores na quarta e quinta décadas de vida, e não somente tenistas. Vários autores acreditam haver dois grupos distintos de pacientes com a patologia. Um grupo formado por pacientes jovens, atletas e que praticam intensamente atividades como tênis, squash e golfe, no qual o sobreuso é o fator preponderante. Este grupo corresponde à cerca de 5% dos pacientes. Destes, entre 10 a 50% apresentarão, em algum momento, um quadro de epicondilite. O outro grupo corresponde à 95% dos pacientes e é representado por pessoas entre 35 e 55 anos nas quais o início dos ANATOMIA O epicôndilo lateral é a parte óssea mais proeminente no aspecto lateral do cotovelo, sendo sítio de origem de vários músculos e do ligamento colateral lateral. A origem do extensor radial curto do carpo localizase no aspecto anterior do epicôndilo lateral, profundamente à origem do extensor comum dos dedos e inferior à origem do extensor radial longo do carpo. As origens do ligamento colatateral lateral, do extensor radial curto do carpo, do extensor comum dos dedos e do supinador são confluentes. O extensor comum dos dedos origina-se numa ampla aponeurose no epicôndilo lateral e é contíguo com a extensão aponeurótica para a origem oblíqua do supinador. A origem do extensor radial longo do carpo e do braquiorradial extende-se cefalicamente ao epicôndilo e não estão envolvidas na patologia. 2

O complexo dos ligamentos colateral lateral e anular é o principal estabilizador lateral do cotovelo. Se origina no epicôndilo lateral e insere-se na ulna proximal ao longo das fibras coalescentes do ligamento anular, ao redor da cabeça do rádio. Em 55% dos casos apresenta-se bifurcado, com um feixe com fibras longitudinais que se inserem ao nível da cabeça do rádio e um segundo feixe oblíquo que se insere mais distalmente ao longo da ulna. Os restritores secundários laterais do cotovelo são os músculos extensores e com suas fáscias e septo intermuscular. A chave para a localização anatômica precisa do epicôndilo lateral é a palpação do ligamento colateral braquial, braquiorradial e extensor radial longo do carpo, sobre o capitelo e a cabeça do rádio. Nesse nível, o nervo radial divide-se no ramo sensitivo superficial e no ramo motor profundo. O ramo motor profundo passa sob uma banda fibrosa na borda proximal do músculo supinador, denominada arcada de Frohse e penetra entre as duas cabeças do supinador, em direção ao dorso do antebraço, no qual passa a se chamar nervo interósseo posterior. Neste local pode ser comprimido e ocasionar dor até a região do epicôndilo, gerando muitas vezes confusão no diagnóstico de epicondilite. Também pode ocorrer associação entre as duas patologias. lateral. Esta estrutura divide o cotovelo lateral em porções anterior e posterior. É extremamente importante não desestabilizar o cotovelo por secção inadvertida do ligamento durante o procedimento cirúrgico. Isto têm sido apontado como uma causa de falha do tratamento cirúrgico. No aspecto neurológico é importante lembrar que o nervo radial cruza o antebraço por um sulco formado entre os músculos FISIOPATOLOGIA Um amplo espectro de teorias quanto a fisiopatologia da epicondilite lateral do cotovelo foram propostas. Em 1922, Osgood sugeriu que uma inflamação da bursa rádio umeral seria a causa primária. Uma sinovite do cotovelo foi descrita por Trethowan, em 1929. Cyriax, em 1932, afirmou ser uma lesão ao tendão do extensor radial curto do carpo, na 3

sua origem no epicôndilo lateral, a causa da dor. Inflamação do ligamento anular decorrente de trauma foi proposto por Bosworth, em 1955. Kaplan, em 1959, acreditava que uma compressão dos ramos pericapsulares do nervo radial ocasionava os sintomas. Periostite traumática na origem do extensor radial curto do carpo, ocasionada por repetidas extensões do punho e supinação do antebraço, foi teorizada por Garden, em 1961. Contudo, a primeira investigação extensa e detalhada acerca da causa da patologia foi realizada por Goldie, em 1964. Através de estudos patológicos descreveu o problema como um processo inflamatório do extensor radial cuto do carpo e do extensor comum dos dedos. Caracterizou o processo de inflamação pela presença de hipervascularização da aponeurose dos extensores, tecido de granulação, edema e invasão celular da aponeurose, além de tecido aureolar frouxo no espaço subtendinoso. Em 1968, Nirschl observou que existia um grupo de pacientes que apresentavam certo comprometimento do tecido conjuntivo, representado clinicamente por múltiplas patologias, como ruptura do tendão calcâneo, do supra-espinhoso, tendinite de DeQuervain e sindrome do túnel do carpo. Denominou este quadro de síndrome mesenquimal. A teoria aceita atualmente foi descrita por Nirschl e Pettrone, em 1979. Definiram que a condição patológica envolvia a origem do extensor radial curto do carpo e, em menor grau, a porção antero-medial do extensor comum dos dedos. A lesão seria resultado da aplicação de tração contínua por repetição, resultando em microrupturas da origem do extensor radial curto do carpo seguido de fibrose e tecido de granulação. Macroscopicamente o tecido apresenta-se com aspecto friável, brilhante e edematoso. A análise microscópica mostrou interrupção do tendão normal por invasão de fibrobrastos e tecido vascular anormal em desenvolvimento, dando origem ao termo hiperplasia angiofibroblástica. Notaram que a anormalidade no tendão era degenerativa e não inflamatória. Recomendaram, então o termo tendinose em substituição à tendinite ou epicondilite. Esta terminologia é descritiva e reflete a preponderância de uma vascularização 4

precária e de fibroblastos em um tendão em degeneração por sobreuso. Vários estudos seguintes confirmaram os achados de Nirschl e Pettrone. Uhthoff e Sarkar observaram ausência de processo inflamatório e uma alteração mesenquimal acometendo o tendão na sua origem. Ainda, encontraram alguma calcificação e formação óssea reativa, o que seria uma tentativa de reparação da lesão. Também demonstraram que há muitas terminações nervosas livres na origem do tendão e que estas poderiam ser alteradas com a lesão. A respeito da vascularização, acreditam que o aporte sanguíneo para a origem do tendão é limitado e que diminuiria com a idade e com o sobreuso, isto é, a capacidade de regeneração celular e a redução do suprimento sanguíneo diminuiria gradualmente ultrapassando o limite necessário para preparar a origem muscular para uma próxima atividade. Masquelet e Schneeberger, através do estudo macroscópico da vascularização arterial do tendão proximal do extensor radial curto do carpo, concluíram que o suprimento arterial principal provém da artéria recorrente radial com contribuições do ramo posterior da artéria colateral radial e uma menor contribuição da artéria recorrente interóssea. Apesar de haver uma rica vascularização na superfície externa, nenhuma vascularização foi encontrada na superfície interna do tendão, sugerindo uma possível zona hipovascular tecidual. Sugerem estudos microscópicos para confirmar esta observação. Kraushar e Nirschl, em 1999, definiram a histopatologia com detalhes precisos, utilizando microscopia eletrônica e análise imunohistoquímica. A origem do tendão extensor radial curto do carpo de 9 pacientes submetidos à ressecção cirúrgica foram analisados e comparados com tecido da mesma região anatômica de cadáveres. Todos os tecidos ressecados cirurgicamente demonstraram alterações, o que não foi observado nos espécimes de cadáveres. Estes estudos definiram claramente áreas de ruptura do colágeno, presença de miofibroblastos e elementos vasculares anormais, sugerindo um inadequado suprimento sanguíneo para a região. Este estudo reforça as primeiras observações deste autor, sugerindo que a degeneração tecidual e a falha 5

no processo de reparação, e não um processo inflamatório, são responsáveis pela patologia. Os estudos de Ljung et al confirmam as alterações morfológicas encontradas no extensor radial curto do carpo. Boyer e Hasting questionam se as alterações encontradas nos trabalhos até então publicados não seriam decorrentes do tratamento previamente instituído, argumentando ser difícil crer que tais tratamentos não provoquem alterações microscópicas. Baseiam seus argumentos no fato de que nenhum estudo examinou casos com diagnóstico agudo, ou mesmo crônico, mas sem nenhum tratamento prévio. QUADRO CLÍNICO Uma anamnese detalhada é a base para o correto diagnóstico da patologia. O paciente refere dor sobre o epicôndilo lateral, que se irradia ao longo dos músculos extensores. Pode localizar-se posteriormente ao epicôndilo. No grupo de atletas tem início geralmente repentino e rápida evolução. No outro grupo, inicia-se gradualmente e torna-se intensa e persistente. Agrava-se por pequenos movimentos do cotovelo e pode mesmo impedir a realização de atividades diárias comuns, tais como abrir uma porta, escovar os dentes, escrever ou fazer a barba. Ao exame físico, o paciente apresenta uma dor localizada à palpação da origem dos extensores, muitas vezes determinando com precisão um ponto máximo de dor anterior e distal ao epicôndilo. O teste de Cozen reproduz a dor experimentada pelo paciente, que ao realizar a extensão do punho contra a resistência e com o cotovelo em 90 de flexão e o antebraço em pronação, refere dor no epicôndilo lateral. O teste de Mill é realizado com o paciente com a mão fechada, o punho em dorsiflexão e o cotovelo em extensão. O examinador então forçará o punho em flexão e o paciente é orientado para resistir ao movimento, provocando dor no epicôndilo lateral. Coonrad afirma que dor no epicôndilo lateral ao levantar uma xícara de café cheia ( coffe cup test ) seria patognomônico de epicondilite lateral. Gardner descreveu o teste da cadeira ( chair test ), no qual o paciente é instruído a erguer uma cadeira com uma 6

mão com o antebraço em pronação e o punho em flexão palmar. A presença de forte dor no epicôndilo lateral indicaria epicondilite. Dor à extensão do dedo médio contra resistência também pode ser positivo( Maudsley s Test ). Em recente estudo anatômico em cadáveres, Fairbank e Corelett demonstraram que o extensor comum dos dedos pode ser dividido em quatro partes distintas junto à sua inserção. Uma parte, que corresponde ao extensor do dedo médio origina-se no epicôndilo lateral e as outras, mais distalmente. Os resultados sugerem que o extensor comum dos dedos, especificamente sua porção correspondente ao dedo médio, está implicado na patologia da epicondilite lateral. Pomerance, em 2002, fez a revisão de 294 radiografias de pacientes com diagnóstico de epicondilite lateral para determinar se os achados influenciariam no tratamento. Foram analisadas radiografias nas incidências anteroposterior, perfil e radiocapitelar. Alterações foram encontradas em 17%, sendo a calcificação o achado mais frequënte (7%). No entanto, em apenas dois casos os achados radiológicos alteraram o tratamento inicial. Concluiu que, já que a epicondilite lateral tem tratamento inicial conservador, as radiografias são dispensáveis na primeira consulta. A ultrassonografia pode demonstrar a presença de fluido hipoecogênico subjacente ao tendão extensor comum dos dedos, laceração e microrupturas do tendão, e diminuição de ecogenicidade. EXAMES COMPLEMENTARES As radiografias de rotina do cotovelo são de pouco auxílio no diagnótico da epicondilite. Apenas 22% dos pacientes podem apresentar calcificações na região correspondente à inserção dos extensores no epicôndilo lateral. Contudo, estes achados não afetam o prognóstico e podem desaparecer após o tratamento. Imagens de ressonância magnética em T2 demonstram com maior clareza estas alterações. Em estudo comparativo entre os dois métodos, Miller e colaboradores demonstraram que ambos possuem especificidade semelhante, entre 80% a 100%. Porém, a ressonância magnética tem maior sensibilidade ( 90% a 100%). Mesmo assim, é sugerido a realização 7

de ultrassonografia para uma avaliação inicial, reservando a ressonância para os casos de pacientes sintomáticos sem alterações ao exame ultrassonográfico. A eletroneuromiografia (ENMG) dinâmica avalia a possibilidade de compressão do nervo interósseo posterior, um diagnóstico diferencial que cursa com sintomatologia na região do terço proximal do antebraço e pode, ainda, ocorrer em associação com a epicondilite lateral. TRATAMENTO O tratamento da epicondilite lateral permanece controverso, com uma variedade de modalidades terapêuticas descritas, tanto conservadoras quanto cirúrgicas. Boyer e Hastings acreditam haver pouca evidência científica de que qualquer forma de tratamento não cirúrgico altere a história natural da doença, que teria resolução espontânea em cerca de 70% a 80% dos casos no período de um ano. O tratamento conservador inicial baseiase no alívio da dor e repouso, com restrição das atividades repetitivas, seja no trabalho ou no esporte. No caso de tenistas, modificações no equipamento e no modo de jogar tem sido propostas por alguns autores, porém, melhores estudos são necessários para comprovar sua eficácia. Para o alívio da dor podem ser utilizados analgésicos potentes. O uso de antiinflamatórios não-esteróides parece ser pouco benéfico, uma vez que não há processo inflamatório envolvido na patologia. Vários tipos de imobilizações têm sido utilizadas para diminuir a força de tração na origem dos extensores. Walther e colaboradores, em estudo biomecânico, analisaram a eficiência de diferentes tipos de imobilizações quanto a amplitude de aceleração e aceleração integral. Aqueles colocados no antebraço e punho, de forma a impedir sua extensão, mostraram-se mais eficientes. O tratamento fisioterápico para a epicondilite lateral é bastante discutido. Smidt et al, em recente trabalho de revisão, afirma que, embora exista um grande número de estudos, não existe evidência suficiente de melhora da epicondilite pela maioria dos métodos fisioterapêuticos, como laser, eletroterapia, reforço muscular e técnicas de alongamento. 8

Nirschl e colaboradores compararam os efeitos da dexametasona e do placebo aplicados por eletroterapia. A dexametasona mostrou-se mais eficiente do que o placebo na aplicação dermal por iontoforese em apenas dois dias. Os resultados se mantêm ao longo do tempo. Haahr e Andersen realizaram estudo de coorte, randomizado e com seguimento de um ano, comparando o tratamento fisioterápico associado ao uso de medicação com um grupo controle. Após este período, cerca de 83% dos pacientes obtiveram melhora, independentemente do tratamento. Smidt et al, em outro estudo, analisaram 3 grupos. Um grupo foi submetido à infiltrações com corticóide, outro grupo foi tratado com fisioterapia e o terceiro grupo não recebeu tratamento algum. Foram avaliados após 6 semanas e novamente ao final de 52 semanas. Em 6 semanas, o grupo I obteve 92% de sucesso, o grupo II 47% e o grupo III teve 32% de bons resultados. Ao final de 52 semanas o grupo I apresentou 69% de melhora, o grupo II 91% e o grupo III teve 83% de sucesso. Concluiram que, apesar dos bons resultados iniciais com a infiltração de corticóide, estes não se mantém a logo prazo, tendo maior chance de recidiva. A fisioterapia mostrou resultados pouco superiores ao grupo não tratado, tendo quase o mesmo índice de melhora, porém, com um custo maior. Stefanov e colaboradores realizaram um estudo randomizado com 82 pacientes os quais foram distribuídos em três grupos: grupo I receberam 1o mg de dexametasona via iontoforese, grupo II recebeu 10 mg dexametasona por injeção local e grupo III recebeu injeção de triancinolona local, os três grupos foram submetidos ao mesmo protocolo de reabilitação fisioterápica. Na primeira avaliação os pacientes submetidos a iontoforese apresentaram melhora estatisticamente significativa da força de torque após a reabilitação fisioterápica e o mesmo grupo teve maior índice de retorno ao trabalho sem restrições na primeira avaliação. Mas, com o seguimento e avaliação após os 6 o mês todos os grupos apresentavam resultados semelhantes. Crowther e colaboradores realizaram estudo comparativo entre o uso das ondas de choque extracorpórea e infiltrações locais com corticóide. O grupo I recebeu uma 9

infiltração de 20mg de triancinolona com lidocaína, enquanto o grupo II foi submetido a 3 sessões semanais de 2000 pulsos. Em seis semanas o grupo I apresentou escore de dor com decréscimo de 66 para 21; e no grupo II, o escore da dor passou de 61 para 35. Em três meses o grupo I teve sucesso de 84%, enquanto o grupo II obteve apenas 60% de bons resultados. Concluem que a infiltração é mais efetiva e 100 vezes mais barata que a terapia de ondas de choque. Haake et al publicaram um estudo multicêntrico randomizado com 272 pacientes, comparando um grupo submetido à tratamento com ondas de choque e um grupo tratado com placebo. Ambos recebiam infiltração local com lidocaína. O grupo I foi submetido à terapia de ondas de choque extracorpórea com 2.000 pulsos em 3 sessões semanais. O grupo II foi submetido à terapia com placebo. O grupo submetido a ondas de choque obteve sucesso de 25,8% e no grupo placebo foi de 25,4%. Melhora do quadro foi observada em 70% dos pacientes de ambos os grupos doze meses após o tratamento. Portanto, o método mostrou-se ineficaz para o tratamento da epicondilite lateral. Wang e Chen apresentam os resultados utilizando ondas de choque em 57 pacientes e comparados a um grupo controle de 6 pacientes, com seguimento de um ano. 64% dos pacientes relataram melhora total; 29% obtiveram uma melhora significativa e os demais pouca ou nenhuma melhora. Consideram o método seguro e efetivo no tratamento da epicondilite. Entretanto, o estudo é de uma série e com um grupo controle relativamente pequeno. Outra modalidade terapêutica para a epicondilite lateral é o uso da toxina botulínica. Keizer et al publicaram um estudo prospectivo randomizado comparando o uso da toxina botulínica com o tratamento cirúrgico pela técnica de Hohmann, em pacientes refratários à outras modalidades terapêuticas. 20 pacientes (grupo I) foram submetidos ao tratamento cirúrgico e outros 20 (grupoii) foram tratados com uma infiltração de toxina botulínica na origem dos tendões extensores. Após dois anos de seguimento os pacientes do grupo I obtiveram 85% de excelentes e bons resultados e, nos pacientes 10

do grupo II, 75% de excelentes e bons resultados foram alcançados. Consideram a infiltração com toxina botulínica um método não invasivo e com resultados semelhantes ao tratamento cirúrgico, podendo ser mais uma alternativa no tratamento da epicondilite, antes de se optar pelo tratamento cirúrgico. Vale lembrar, no entanto, que existem várias técnicas cirúrgicas com resultados nem sempre equivalentes entre elas. Edwards e Calandruccio, em recente publicação, propõe um novo método de tratamento, baseado na infiltração de 2 ml de sangue autólogo na origem do extensor radial curto do carpo. Partem do princípio de que a tendinose não é inflamação e sim uma degeneração por infarto do cotovelo. A injeção de sangue autólogo poderá, então, trazer mediadores celulares para induzir a cascata de cicatrização. Foram submetidos a este protocolo 27 pacientes refratários à diversas formas de tratamento conservador. O seguimento médio foi de 10 meses e foram avaliados segundo escala de dor (0-10) e critérios de Nirschl. Após 1 injeção o escore de Nirschl caiu de 6.5 para 2.0. Nove pacientes necessitaram 2 injeções e o escore de Nirschl foi para 0.9. Apenas 2 pacientes precisaram de 3 injeções, sendo que ao final o escore de Nirschl foi de 0. Após esta técnica, 22 pacientes (79%) retornaram aos esforços intensos e permaneceram livres da sintomatologia. Novos estudos são necessários para se comprovar a real eficácia do método. Em estudo publicado em 2010 Peerbooms e colaboradores realizaram um estudo randomizado envolvendo 100 pacientes com epicondilite lateral crônica os quais foram submetidos a um estudo randomizado duplo cego em que um grupo de 49 pacientes foi submetido a injeção local de corticoesteróide (triancinolona) e 51 pacientes foram submetidos a aplicação de plasma rico em plaquetas (PRP). O sucesso do tratamento foi considerado quando houve redução de mais de 25% da dor na escala analógico visual ou do DASH em um ano sem reintervenção. Os pacientes submetidos a injeção de corticoesteróides apresentam resultados iniciais melhores os quais foram declinando com o passar do tempo enquanto os pacientes submetidos ao tratamento com PRP melhoraram progressivamente com 11

resultados estatisticamente significativos. As indicações para o tratamento cirúrgico da epicondilite lateral incluem dor persistente e sem resposta aos métodos conservadores após um período de 6 a 12 meses. Também devem ser excluídas outras patologias que possam ser a causa da dor, como osteocondrites e compressão do nervo interósseo posterior. Uma enorme variedade de técnicas têm sido descritas desde, cada qual sendo defendida pelo seu autor como sendo a melhor técnica. Procedimentos como o de Bosworth, com liberação do ligamento anular, não são mais utilizadas, pois não atuam na patologia da doença. Os procedimentos extra-articulares baseiam-se na liberação dos extensores, com ou sem osteotomia do epicôndilo; fasciotomias múltiplas; alongamento da origem dos extensores; excisão do tecido angiofibroblástico, defendida por Nirschl, entre outras. Baker introduziu a técnica artroscópica para liberação da origem dos extensores. Almquist et al, em 1998, apresentaram os resultados da técnica de ampla ressecção da origem dos extensores com transferência do músculo ancôneo para o epicôndilo. Segundo os autores, 94% dos pacientes estavam satisfeitos com o procedimento. Recomendam a técnica para os casos de falha no tratamento conservador ou falha de cirurgias prévias de liberação dos extensores. Rayan e Coray, em 2001, publicaram estudo no qual realizam osteotomia do epicôndilo e alongamento da origem do extensor comum dos dedos através de um retalho em V-Y em 23 pacientes. Após a cirurgia, 95% retornaram ao trabalho. Cerca de 32% dos pacientes relataram limitações em atividades de esforços intensos e 23% apresentavam certa intolerância ao frio. Todos, porém, estavam satisfeitos com os resultados obtidos. Savoie, em 2002, apresenta seus resultados com a tenotomia percutânea do extensor radial curto do carpo na sua origem. A técnica foi empregada em 21 pacientes. Em apenas um caso houve falha no tratamento, necessitando de nova abordagem. Todos os outros pacientes retornaram às suas atividades, com um escore de Andrews-Carson de198/200. O procedimento pode ser realizado no consultório e por um custo muito baixo. 12

Oztuna et al, em 2002, publicam a sua série de nove pacientes, realizando a tenotomia percutânea, com oito casos de excelentes e bons resultados. Pannier e Masquelet, em 2002, apresentam estudo realizado com 16 pacientes submetidos à fasciotomia profunda do extensor radial curto do carpo e do extensor comum dos dedos. Dois pacientes realizaram o procedimento bilateral. Obtiveram bons e excelentes resultados em 14 pacientes. Uma redução da força foi observada em 21,5% dos pacientes. Baker et al, em 2000, publicam os resultados de 42 casos operados por técnica artroscópica. Os tendões extensores são desinseridos da sua origem e uma escarificação é realizada no epicôndilo, com o uso de shaver. Com a técnica 95 % de resultados satisfatórios foram obtidos e o retorno ao trabalho ocorreu em cerca de dois meses. Acreditam que o método proporciona uma menor agressão muscular e um retorno precoce às atividades. A maior crítica ao método é que requer violação da articulação para o tratamento de lesão neurológica e ligamentar. Smith et al, em 2002, realizaram estudos em cadáveres submetidos à técnica artroscópica e dissecados posteriormente. A completa ressecção do extensor radial curto do carpo e extensor comum dos dedos foi conseguida sem lesão do ligamento colateral ulnar, com manutenção da estabilidade do cotovelo. Estudo recente conduzido por Rose, Forman e Dellon realizou uma série de casos com 26 pacientes, 30 cotovelos, os quais apresentavam epicondilite lateral crônica sem melhora após 6 meses de tratamento não cirúrgico que apresentaram melhora da força de torque e melhora da dor após o bloqueio anestésico dos ramos posteriores no nervo cutâneo posterior do antebraço proximal. Tais pacientes foram submetidos a denervação do epicôndilo lateral cirurgicamente sendo obtido significativa melhora do controle da dor, regressão da escala analógica visual de 7,9 para 1,9 em média, ganho significativo de força de torque com o cotovelo em extensão, 13kg para 24 kg em média e com 80% dos resultados considerados bons ou excelentes. uma patologia extra-articular, com riscos de 13

BIBLIOGRAFIA 1. Cohen M.S., Romeo A.A.: Lateral epicondylitis: open and arthroscopic treatment. J Am Soc Surg of Hand 1(3): 172-76, 2001. 2. Jobe F.W., Ciccoti M.G.: Lateral and medial epicondylitis of the elbow. J Am Acad Orthop Surg 2: 1-8, 1994. 3. Putnam D.M., Cohen M.: Painful conditions around the elbow. Orthop Clin North Am 30(1): 109-18, 1999. 4. Baker C.L. Jr., Murphy K.P., Gottlob C.A., Curd D.T.: Arthroscopic classification and treatment of lateral epicondylitis: two-year clinical results. J Shoulder Elbow Surg 9: 475-82, 2000. 5. Baker C.L. Jr.: Arthroscopic versus open techniques for extensor tendinosis of the elbow. Tech Shoulder Elbow Surg 1: 184-91, 2000. 6. Morrey B.F.: Surgical failure of tennis elbow. In: The elbow and its disorders. 3ªed. Philadelphia, Saunders, p. 543-48, 2000. 7. Nirschl R.P.: Muscle and tendon trauma: tennis elbow tendinosis. In: The elbow and its disorders. 3ªed. Philadelphia, Saunders, p. 523-35, 2000. 8. Nirschl R.P., Rodin D.M., Ochiai D.H., Maartmann-Moe C.: Iontophoretic administration of dexamethasone sodium phosphate for acute epicondylitis: a randomized, double-blinded, placebo-controlled study. Am J Sports Med 31(2): 189-95, 2003. 9. Smidt N., Assendelft W.J., Arola H. et al.: Effectiveness of physiotherapy for lateral epicondylitis: a systematic review. Ann Med 35(1): 51-62, 2003. 10. Haahr J.P., Andersen J.H.: Physical and psychosocial risk factors for lateral epicondylitis: a population based case-referent study. Occup Environ Med 60(5): 322-9, 2003. 11. Baskurt F., Ozcan A., Algun C.: Comparison of effects of phonophoresis and iontophoresis of naproxen in the treatment of lateral epicondylitis. Clin Rehabil 17(1): 96-100, 2003. 12. Oztuna V., Milcan A., Eskandari M.M., Kuyurtar F.: Percutaneous extensor tenotomy in patients with lateral epicondylitis resistant to conservative treatment. Acta Orthop Traumatol Turc 36(4): 336-40, 2002. 13. Rosenberg N., Henderson I.: Surgical treatment of resistant lateral epicondylitis. Followup study of 19 patients after excision, release and repair of proximal common extensor tendon origin. Arch Orthop Trauma Surg 122(9-10): 514-7, 2002. 14. Pannier S., Masquelet A.C.: Treatment of epicondylitis by deep fasciotomy of the extensor carpi radialis brevis and supinator: a review of 18 cases. Rev Chir Orthop Reparatrice Appar Mot 88(6): 565-72, 2002. 15. Haake M., Konig I.R., Decker T., Riedel C., Buch M., Muller H.H.: Extracorporeal shock wave therapy in the treatment of lateral epicondylitis : a randomized multicenter trial. J Bone Joint Surg Am 84-A(11): 1982-91, 2002. 16. Fairbank S.R., Corelett R.J.: The role of the extensor digitorum communis muscle in lateral epicondylitis. J Hand Surg [Br] 27(5): 405-9, 2002. 17. Crowther M.A., Bannister G.C., Huma H., Rooker G.D.: A prospective, randomised study 14

to compare extracorporeal shock-wave therapy and injection of steroid for the treatment of tennis elbow. J Bone Joint Surg [Br] 84(5): 678-9, 2002. 18. Keizer S.B., Rutten H.P., Pilot P., Morre H.H., Os J.J., Verburg A.D.: Botulinum toxin injection versus surgical treatment for tennis elbow: a randomized pilot study. Clin Orthop (401): 125-31, 2002. 19. Walther M., Kirschner S., Koenig A., Barthel T., Gohlke F.: Biomechanical evaluation of braces used for the treatment of epicondylitis. J Shoulder Elbow Surg 11(3): 265-70, 2002. 20. Shapiro G.S., Weiland A.J.: Reactive bone formation after surgery for lateral epicondylitis. J Shoulder Elbow Surg 11(4): 383-5, 2002. 21. Wang C.J., Chen H.S.: Shock wave therapy for patients with lateral epicondylitis of the elbow: a one- to two-year follow-up study. Am J Sports Med 30(3): 422-5, 2002. 22. Miller T.T., Shapiro M.A., Schultz E., Kalish P.E.: Comparison of sonography and MRI for diagnosing epicondylitis. J Clin Ultrasound 30(4): 193-202, 2002. 23. Smidt N., van der Windt D.A., Assendelft W.J., Deville W.L., Korthals-de Bos I.B., Bouter L.M.: Corticosteroid injections, physiotherapy, or a wait-and-see policy for lateral epicondylitis: a randomised controlled trial. Lancet 23;359(9307): 657-62, 2002. 24. Stefanov A, MArshall N, Holdan W, Siddiqui.: A randomized study comparing cortosteroid injection to corticosteroid iontophoresis for lateral epicondylitis. J Hand Surg 37(1): 104-109, January 2012. 25. Edwards S.G., Calandruccio J.H.: Autologous blood injections for refractory lateral epicondylitis. J Hand Surg [Am] 28(2):272-8, 2003. 26. Peerbooms J.C., Sluimer J., Brujon D. J., Gosens T.: Positive effect of an autologous platelet concentrate in lateral epicondylitis in a doubleblind randomized controlled trial. Am J Sports Med 201 38:255. 27. Pomerance J.: Radiographic analysis of lateral epicondylitis. J Shoulder Elbow Surg 11(2): 156-7, 2002. 28. Savoie F.H.: Management of lateral epicondylitis with percutaneous release. Tech Shoulder Elbow Surg 2(4): 243-46, 2001. 29. Almquist E.E., Necking L., Bach A.W.: Epicondylar resection with anconeus muscle transfer for chronic lateral epicondylitis. J Hand Surg 23A: 723-31, 1998. 30. Nirschl R.P.: Lateral tennis elbow. Tech Shoulder Elbow Surg 1(3): 192-200, 2000. 31. Coonrad R.W.: Tennis elbow. Inst Course Lect vol XXXV, 1986. 32. Burgess R.C.: Tennis elbow. J Kentucky Med Assoc 88(7): 349-54, 1990. 33. Boyer M.I., Hastings H.: Lateral tennis elbow: Is there a science out there? J Shoulder Elbow Surg 8: 481-91, 1999. 34. Nirschl R.P., Petrone F.A.: Tennis elbow: the surgical treatment of lateral epicondylitis. J Bone Joint Surg [Am] 61(6): 832-9, 1979. 35. Morrey B.F.: Anatomy of the elbow joint. In: the elbow and its disorders. 3ªed. Philadelphia, Saunders. p. 13-42, 2000. 36. Hotchkiss R.N.: Epicondylitis lateral and medial: a problem-oriented approach. Hand 15

Clinics 16(3): 505-8, 2000. 37. Kraushaar B., Nirschl R.P.: Tendinosis of the elbow(tennis elbow): clinicalfeatures and findings of histological, imunohistochemical, and electron microscopy studies. J Bone Joint Surg Am 81:259-78, 1999. 38. Goldie I.: Epicondylitis lateralis humeri(epicondylalgia or tenniselbow): a pathological study. Acta Chir Scand (suppl): 339, 1964. 39. Organ S.W., Nirschl R.P.: Lateral tennis elbow salvage surgery. J Shoulder Elbow Surg 6(2): 169, 1999. 40. Schneeberger A.G., Masquelet A.C.: The arterial vascularization of the proximal extensor carpi radialis brevis tendon. 7 th ICSS, Sydney, 1988. 41. Ljung B.O., Lieber R.L., Friden J.: Wrist extensor muscle pathology in lateral epicondylitis. J Hand Surg Br 24: 177-83, 1999. 42. Almekinders L.C.: Tendinitis and other chronic tendinopathies. J Am Acad Orthop Surg 6: 157-64, 1998. 43. Morrey B.F., Bennett J.B., Coonrad R.W., Nirschl R.P., Tullos H.S.: Symposium: Management of lateral epicondylitis. Contemp Orthop 13(6): 53-84, 1986. 44. Lech O., Severo A.: Ombro e cotovelo. In: Ortopedia e traumatologia: principios e práticas.3ª ed. Porto Alegre, Artmed. p. 185-237, 2002. 45. Freitas A.D.: Epicondilites. In: Clinica Ortopédica vol.3/1, p.131-36, Rio de Janeiro, Medsi, 2002. 46. Coelho S.P., Franco N. Filho., Bastos L.C., Oliveira S.B.: Epicondilite lateral do úmero. Acta Ortop Bras 3(3): 129-32, 1995. 47. Lech.O.: Epicondilite lateral do cotovelo. In: Aspectos clínicos dos distúrbios ósteomusculares relacionados ao trabalho(dort). Rhodia-Farma, 1998. 48. Hay E.M., Paterson S.M., Lewis M., Hosie G., Croft P.: Pragmatic randomized controlled trial of local corticosteroid injection and naproxen for treatment of lateral epicondylitis of elbow in primary care. B M J 319: 964-68, 1999. 49. Rose N.E., Forman S.K., Dellon A.L. Denervation of the lateral humeral epicondyle for treatment of chronic lateral epicondylitis. J Hand Surg 38(2): 344-349. February 2013. 16