Parecer Técnico-Jurídico



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Transcrição:

Parecer Técnico-Jurídico Interessado: Gleidhston Severino de Freitas, Coordenador Executivo do Procon da cidade de Jataí-GO Ementa: Responsabilidade e prazo pela troca de vasilhames de água Cuida-se de consulta solicitada pelo Coordenador Executivo do Procon Jataí a respeito da responsabilidade pelos custos decorrentes da troca de vasilhames de água vencidos, conforme os prazos designados pela Portaria 358/2009. Segundo consta na solicitação endereçada a este Centro de Apoio, o Órgão de Defesa do Consumidor - Procon de Jataí realizou diversos atendimentos aos consumidores locais insatisfeitos com o impasse traçado entre eles e os fornecedores de vasilhames de água mineral, que insistem em obrigá-los a arcar com os custos decorrentes da troca de vasilhames de água vencidos. Diante disso, instaurou-se a dúvida: quem deve arcar com os custos do serviço de troca de vasilhames de água vencidos? É o relatório, em síntese. A controvérsia suscitada enseja a análise precípua dos prazos normativos, os quais sofreram alterações em sua redação original, a fim de 1

atender as possibilidades econômicas dos responsáveis. A Portaria 387 de 19 de setembro de 2008 do Departamento Nacional de Produção Mineral, em seus artigos 5º e 6º regulamentavam que a vida útil dos vasilhames seria de 3 (três) anos e que os fornecedores teriam o prazo de 1 (um) ano, para se adequarem às exigências normativas. O dies a quo dessa norma de transição seria contado a partir da data de publicação da mencionada portaria, observando que a mesma não dispõe de um período de vacatio legis (19 de setembro de 2008). Logo, o dies ad quem seria o dia 20 de setembro de 2009. Porém, o art. 6º da Portaria 387/2008 recebeu nova redação por meio da Portaria 358 de 21 de setembro de 2009, estabelecendo prazos peremptórios, específicos, para a troca de vasilhames em razão da data de sua fabricação. Vejamos a nova redação do artigo 6º: Art. 6º. O transporte, a distribuição e a comercialização de água mineral em vasilhame retornável devem seguir integralmente as normas constantes da ABNT NBR 14.638, que dispõe sobre embalagem plástica para água mineral e potável de mesa - garrafão retornável - requisitos para distribuição, e suas alterações posteriores, além das normas de transportes de alimentos emanadas dos órgãos federais públicos reguladores. 1º Ficam vedados, a partir de 30 de setembro de 2009, o envase ou o reenvase de água mineral e potável de mesa em embalagens plásticogarrafão retornável de 10 e 20 litros que não atendam às especificações 2

técnicas descritas nos arts. 2º e 4º desta Portaria ou com data de fabricação anterior a 1º de janeiro de 2004. 2º O envase ou o reenvase de água mineral e potável de mesa nas embalagens plástico-garrafão retornável de 10 e 20 litros, adquiridas até 23 de setembro de 2009 e que atendam às especificações técnicas descritas nos arts. 2º e 4º desta Portaria, serão admitidos até as seguintes datas: I 30 de novembro de 2009, em se tratando de vasilhames com fabricação em 2004; II - 30 de janeiro de 2010, em se tratando de vasilhames com fabricação em 2005; III - 30 de abril de 2010, em se tratando de vasilhames com fabricação em 2006; e IV - 30 de junho de 2010, em se tratando de vasilhames com fabricação entre 1º de janeiro e 30 de junho de 2007. Deste modo, a Portaria 358/2009 estabeleceu novos prazos que devem ser obedecidos. O prazo de 1 (um) ano foi substituído pelos prazos acima referidos. Se a Portaria de 2008 ainda estivesse em vigor, todos os garrafões com mais de 3 (três) anos de vida útil deveriam ser trocados. Mas com a nova Portaria (358/2009), essa troca passou a ser parcelada de acordo com o ano de fabricação. Com isso, os garrafões com ano de fabricação anterior a 2004, já deveriam ser substituídos desde 21 de setembro de 2009. Os vasilhames com fabricação em 2004, deveriam ser substituídos desde 30 de novembro de 2009 e, assim, sucessivamente. 3

387/2008: Importante ressaltar a redação do artigo 7º da Portaria O descumprimento das obrigações instituídas nesta Portaria acarretará ao infrator as penalidades previstas no Código de Águas Minerais, Decreto-Lei 7.841, de 08 de agosto de 1945, no Código de Mineração, Decreto-Lei nº 227, de 15 março de 1967, e demais legislações pertinentes. Verifica-se que o motivo da estipulação do prazo (um ano) foi que as distribuidoras de água alegaram não dispor, na época da expedição da Portaria 387/2008, de capacidade técnica para a reposição dos recipientes com vida útil superior a 3 (três) anos. Com a dilação do prazo por meio da Portaria 358/2009, não resta dúvidas nem motivo que justifique outra interpretação, senão a de que os novos prazos em razão do ano de fabricação veio ao encontro dos interesses dos fornecedores, que já se beneficiaram com o prazo de 1 (um) ano para o devido adequamento da obrigação. Com efeito, a responsabilidade pelos custos dos serviços de substituição devem ser arcados pelos fornecedores de água mineral. Seria abusivo onerar o consumidor por algo que faz parte da cadeia produtiva. Conforme disposto no artigo 2º do CDC, consumidor é todo aquele que figura como destinatário final de produtos ou serviços, ou seja, é aquele que recebe algo que está pronto para ser consumido. 4

Portanto, o consumidor não poderia comprar um galão de água sem o vasilhame, pois se assim o fosse, estaria recebendo algo que precisa passar por mais uma etapa da cadeia produtiva para estar apto a ser utilizado. O que se quer demonstrar é que o consumidor deve receber o produto ou serviço como destinatário final, pagando tão somente o preço final, sem qualquer vinculação quanto a obrigações ou preços inerentes a própria atividade econômica desenvolvida pelo comerciante. Ainda constitui princípio de inegável relevância, a interpretação mais favorável ao consumidor, parte vulnerável numa relação de consumo. Posição defendida de maneira recalcitrante pela maioria da doutrina, a exemplo do doutrinador Felipe Peixoto Braga Netto: Cabe registrar que o art. 47 do CDC traduz princípio aplicável não apenas às cláusulas contratuais, mas às leis em geral. Havendo conflito entre elas, deve-se, em princípio, dar preferência àquela que melhor tutela a parte vulnerável da relação. Trata-se de hipótese frequente, eis que, com o advento do Código Civil de 2002, não são raros os casos de diálogos entre as duas importantes leis. Logo, a interpretação da obligatio, nessa situação, deve ser direcionada à pessoa do fornecedor, vez que no contrato de compra e venda é evidente que a prestação do vendedor é o galão junto da água para o comprador. Trata-se de produtos indissociáveis, os quais devem ser vendidos de maneira conjunta. 5

O Código de Defesa do Consumidor, em seu art. 6º, IV, é determinante ao estatuir que um dos direitos básicos do consumidor é a proteção contra clausulas abusivas, as quais, por sua vez, são exemplificadas pelo art. 51, caput. Segundo Nelson Nery Junior, clausulas abusivas são aquelas notoriamente desfavoráveis à parte mais fraca na relação contratual de consumo. Já no conceito de Felipe Peixoto Braga Netto, é aquela que viola o equilíbrio material que deve existir entre as prestações. Trata-se de conceito aberto, com conteúdo semântico flexível, a ser topicamente julgado à luz das variáveis concretas. Percebe-se que, quando se impõe ao consumidor, a obrigatoriedade de arcar com as custas referente aos vasilhames de água, está a submetê-lo para além das obrigações decorrentes da natureza do contrato. Coloca-se o fornecedor em extrema vantagem, situação desarrazoada ao equilíbrio e eqüidade da relação contratual. Outrossim, é de observar que o consumidor é terceiro alheio à relação de produção, já que o artigo 1º da Portaria 387/2008 assevera: Os titulares de concessão de lavra de água mineral que utilizam vasilhames plásticos retornáveis para envase deverão observar os termos desta portaria. Se presume, pois, a referência do presente ato normativo aos fornecedores, que possuem a concessão da lavra de água mineral. Neste contexto, as custas com a substituição dos vasilhames 6

de água mineral são de responsabilidade dos fornecedores, e não devem ser repassados ao consumidor, parte vulnerável da relação de consumo. Como também, deve-se aclarar que os prazos da Portaria 358/2009 estão em vigor e seu descumprimento enseja aplicação de multa. Assim, pelas razões já expostas, entendo que a responsabilidade pelos custos com a troca de vasilhames de água mineral vencidos são dos fornecedores, sendo plenamente admissível que os consumidores munícipes se abstenham de realizarem ou arcarem com o pagamento porventura exigível pelo fornecedor quando da compra de vasilhames de água mineral. Remeta-se o presente Parecer Técnico-Jurídico ao Coordenador Executivo do Procon-Jataí para conhecimento. Goiânia, 11 de maio de 2010. Érico de Pina Cabral Promotor de Justiça Coordenador CAOC 7