CONSULTA DE ENFERMAGEM E SEUS ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS. Prof. Ms. Naldiana Cerqueira



Documentos relacionados
O Art. 5º, Inciso II da Constituição Federal da República Federativa do Brasil:

PARECER COREN-SP 007/2014 CT PRCI nº /2012 Tickets nº , , , , e

Diagnóstico e prescrição feitos por enfermeiro(a) em Unidades Básicas de Saúde. Cons. Rosylane Nascimento das Mercês Rocha

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SANTA CATARINA

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SANTA CATARINA

ESPECÍFICO DE ENFERMAGEM PROF. CARLOS ALBERTO

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO. PARECER COREN-SP 006/2012 CT PRCI nº /2012 e Ticket n

PARECER COREN-SP 002/2015 CT Processo nº 5334/2014

REGIMENTO DA DIRETORIA DE ENFERMAGEM HOSPITAL SÃO PAULO/ HU da UNIFESP. Subseção I. Subseção II. Subseção III. Subseção IV. Subseção V.

ESPECÍFICO DE ENFERMAGEM PROF. CARLOS ALBERTO

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SANTA CATARINA

SAÚDE PÚBLICA PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA. Palestrante: Carolina Ferri

PARTE I SAE X PROCESSO DE ENFERMAGEM

LEI Nº 7.498, DE 25 DE JUNHO DE 1986

PARECER COREN-SP 056/2013 CT PRCI n Tickets nº

Instruções. Formulário de Gerenciamento de Estágio Probatório

Razão Social da Instituição R E G I M E N TO DO SE R V I Ç O DE EN F E R M A G E M. Mês, ano

CAPÍTULO I DO APOIO A GESTÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE CAPÍTULO II DA CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE SAÚDE

PROCESSO CONSULTA Nº 31/2013 PARECER CONSULTA Nº 7/2014

POLÍTICA DE PROMOÇÃO À SAÚDE E PREVENÇÃO DE DOENÇAS

PARECER TÉCNICO Nº 012/2012- ASPIRAÇÃO DE PACIENTES INTERNADOS EM HOSPITAIS, DE QUEM É A COMPETÊNCIA

REGIMENTO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU, EM NÍVEL DE ESPECIALIZAÇÃO, DENOMINADO: PROGRAMA DE RESIDÊNCIA EM GESTÃO DE TI CAPÍTULO I

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SANTA CATARINA

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO. PARECER COREN-SP 030/2012 CT PRCI n /2012 Tickets n s e

Sistema Único de Saúde. Uma construção coletiva

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DO RIO GRANDE DO SUL Autarquia Federal Lei nº 5.905/73

PARECER TÉCNICO N. 011/2015. SOLICITANTE: Enfermeiro Antônio José de Andrade/COREN

PARECER N.º 2 / 2012

SUMÁRIO. 1.Histórico Legislação pertinente Análise Considerações Conclusão Referências 7.

Agência Nacional de Saúde Suplementar

Organização em Enfermagem

1ª Adequação do Regimento do Serviço de Enfermagem do Consórcio Intermunicipal de Saúde Centro Oeste do Paraná INTRODUÇÃO

CONSULTA Nº 6.452/2012

ESTATUTO DA BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE BRASIL CAPITULO I. Da Apresentação

LEI Nº 088/2007. O PREFEITO MUNICIPAL DE SANTIAGO, RS no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo Art.68,III de Lei Orgânica do Município,

RESOLUÇÃO N 54/2009/CONEPE. O CONSELHO DO ENSINO, DA PESQUISA E DA EXTENSÃO da UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE, no uso de suas atribuições legais,

FISCALIZAÇÃO EM SERVIÇOS DE SAÚDE DO TRABALHADOR MARCOS RUBIO ENFERMEIRO DO TRABALHO E FISCAL DO COREN-MG

R E S O L U Ç Ã O N º /

PROGRAMA MUNICÍPIO ECOLEGAL: GESTÃO PARA O MEIO AMBIENTE

Estado de Mato Grosso Município de Tangará da Serra Assessoria Jurídica - Fone (0xx65)

JUDICIALIZAÇÃO NA SAÚDE

PLANO DE PREVENÇÃO DE RISCOS DE CORRUPÇÃO E INFRAÇÕES CONEXAS

NOTA TÉCNICA SOBRE A ELABORAÇÃO DE DOCUMENTOS ESCRITOS POR PSICÓLOGOS E PSICÓLOGAS NO SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL - SUAS

ASSESSORIA JURÍDICA. PARECER N 7/AJ/CAM/2002 Brasília (DF), 11 de junho de Senhora Presidente do Conselho Federal de Nutricionistas (CFN)

PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE

A importância do diagnóstico municipal e do planejamento para a atuação dos Conselhos dos Direitos do Idoso. Fabio Ribas Recife, março de 2012

RELATÓRIO DE AUDITORIA RA 01/2016

Gestão em Sistemas de Saúde

MANUAL DE NORMAS Ato: Resolução Nº 012/2011- CONSUP

RESOLUÇÃO NORMATIVA - RN Nº - 262, DE 1º - DE AGOSTO DE 2011

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SANTA CATARINA

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DO RIO GRANDE DO SUL Autarquia Federal Lei nº 5.905/73

INCRA. Apresentação Carlos Eduardo Portella Sturm. Ministério do Desenvolvimento Agrário

CURSO: EDUCAR PARA TRANSFORMAR. Fundação Carmelitana Mário Palmério Faculdade de Ciências Humanas e Sociais

COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

CURSO DE COMPLEMENTO DE FORMAÇÃO EM ENFERMAGEM PLANO DE ESTUDOS

PORTARIA MS N. 702 DE 12 DE ABRIL DE 2002

MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DA BOA VISTA PREFEITURA DO MUNICÍPIO

TRANSFUSÃO DE HEMOCOMPONENTES: CUIDADOS PRIORITÁRIOS DE ENFERMAGEM EM IDOSOS

REGULAMENTO DO PERFIL DE COMPETÊNCIAS DO ENFERMEIRO GESTOR

PARECER COREN-SP 011/2014 CT PRCI 776/2014 Revisado em setembro/2014

TERMO DE REFERÊNCIA Nº 78/2012. Acordo de Empréstimo LN 7513 BR COMPONENTE SAÚDE CONSULTORIA PESSOA FÍSICA

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO. PARECER COREN-SP ASFOR e GEFIS Nº 059 / 2011

SÍNDROME DE DOWN E A INCLUSÃO SOCIAL NA ESCOLA

Normas Gerais de Estágios

Lei n , de 17 de junho de 2014.

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO PARECER COREN-SP CAT Nº 046 / 2010

REVISÃO VACINAS 15/02/2013

Bacharelado em Educação Física

PARECER COREN-SP 014/2014 CT PRCI n Tickets nº

ESTADO DE SERGIPE PODER EXECUTIVO Governo do Município de Tobias Barreto

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO PARECER COREN-SP GAB Nº 043 / 2011

LEI Nº 7.498, DE 25 DE JUNHO DE 1986

POLÍTICA DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO PARECER COREN-SP CAT Nº 041 / 2010

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

Administração de Pessoas

REGULAMENTO DE ESTÁGIO OBRIGATÓRIO DO CURSO DE NUTRIÇÃO CURRÍCULO 2 I INTRODUÇÃO

Portadores de necessidades especiais: trabalhando com saúde. Lailah Vasconcelos de Oliveira Vilela

GRADUAÇÃO - ADMINISTRAÇÃO APRESENTAÇÃO

Fundação Saúde Concurso Público CEPERJ 2011 Prova de Nível Superior

RESOLUÇÃO CONFE No 87, de 26 de dezembro de 1977.

ESTRUTURA DE GERENCIAMENTO DO RISCO OPERACIONAL PAPÉIS E RESPONSABILIDADES

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CONSELHO SUPERIOR DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO

GABINETE DO GOVERNADOR

AGUARDANDO HOMOLOGAÇÃO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA REITORIA NUSAU NÚCLEO DE SAÚDE DEPARTAMENTO DE SAÚDE COLETIVA EDITAL n.º 003/2011/DESC

Seguindo essas diretrizes, o doutrinador José Eduardo Sabo Paes conclui que o Terceiro Setor representa o

REGULAMENTO DO CONCURSO PADRÕES DE QUALIDADE DOS CUIDADOS DE ENFERMAGEM DA SECÇÃO REGIONAL SUL DA ORDEM DOS ENFERMEIROS

Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina

POLÍTICA DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

Transcrição:

CONSULTA DE ENFERMAGEM E SEUS ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS Prof. Ms. Naldiana Cerqueira

CONSULTA DE ENFERMAGEM " É uma atividade utilizada por profissionais capacitados para fornecer parecer, instrução ou examinar determinada situação, afim de decidir sobre um plano de ação sobre sua área de conhecimento em relação às necessidades apresentadas pelo cliente." Galperin e Portella (1990, p.1)

HISTÓRICO A denominação Consulta de Enfermagem foi criada em 1968 por enfermeiros que participaram de um Curso de Planejamento de Saúde da Fundação de Ensino especializado de Saúde Pública no Rio de Janeiro.

HISTÓRICO No Rio Grande do Sul, em fevereiro de 1972 a consulta de enfermagem é implantada no ambulatório do Hospital de Clínicas de Porto Alegre sob coordenação da Professora Léa Muxfeldt, chefe do serviço.

HISTÓRICO Em nível nacional a consulta foi legalizada com a Lei do exercício Profissional da Enfermagem, Lei Nº 7.498 em junho de 1986.

ASPECTOS ETICOS ÉTICA Instrumento social orientador do comportamento humano, para determinar o que se deve fazer para conseguir a boa vida, o bem estar das pessoas vivendo em sociedade (OGUISSO, SCHMIDT, 2007 p.73).

ASPECTOS ETICOS Ética é um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na sociedade. A ética serve para que haja um equilíbrio e bom funcionamento social, possibilitando que ninguém saia prejudicado. Neste sentido, a ética, embora não possa ser confundida com as leis, está relacionada com o sentimento de justiça social.

Moral É um conjunto de normas, prescrições e valores que regulamentam o comportamento dos indivíduos em sociedade. Ou seja, são os limites que o homem estabelece para si nas suas ações e intervenções na realidade e na convivência na sociedade.

Logo... Moral = Leis

Lei 7.498/86 e DECRETO 94.406/87 Dispõe sobre a regulamentação do exercício das enfermagem e dá outras providências Art. 11 O enfermeiro exerce todas as atividades de enfermagem cabendo-lhe: I- Privativamente: i) Consulta de enfermagem; j) Prescrição da assistência de enfermagem; II Como integrante da equipe de saúde: c)prescrição de medicamentos estabelecidos em programas de saúde pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde;

PORTARIAS DO MINISTÉRIO DA SAÚDE 648/2006 E 1625/2007 SÃO ATRIBUIÇÕES ESPECÍFICAS DO ENFERMEIRO: II - conforme protocolos ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor municipal ou do Distrito Federal, observadas as disposições legais da profissão, realizar consulta de enfermagem, solicitar exames complementares e prescrever medicações;

RESOLUÇÃO COFEN 311/2007 CÓDIGO DE ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DEENFERMAGEM PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS A enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde e a qualidade de vida da pessoa, família e coletividade. A Ética no exercício da enfermagem é tanto um direito como um dever do profissional.

RESOLUÇÃO COFEN Nº 159/93 DISPÕE SOBRE A CONSULTA DE ENFERMAGEM Art. 1º - Em todos os níveis de assistência à saúde, seja em instituição pública ou privada, a consulta de Enfermagem deve ser obrigatoriamente desenvolvida na Assistência de Enfermagem.

PROCESSO DE ENFERMAGEM É um método sistematizado para avaliar o estado de saúde do cliente, diagnosticar suas necessidades de cuidados,formular um plano de cuidados,implementá-lo e avaliá-lo quanto à sua efetividade. (NANDA, 2001)

PROCESSO DE ENFERMAGEM O Processo de Enfermagem organiza-se em cinco etapas inter-relacionadas, interdependentes e recorrentes: I.Coleta de dados de Enfermagem (Histórico de enfermagem) II. Diagnóstico de Enfermagem III. Planejamento de Enfermagem IV. Implementação V. Avaliação de Enfermagem

RESOLUCÇÃO COFEN- 358/2009 Art. 1º O Processo de Enfermagem deve ser realizado, de modo deliberado e sistemático, em todos os ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem. 1º - os ambientes de que trata o caput deste artigo referem-se a instituições prestadoras de serviços de internação hospitalar, instituições prestadoras de serviços ambulatoriais de saúde, domicílios, escolas, associações comunitárias, fábricas, entre outros. 2º - quando realizado em instituições prestadoras de serviços ambulatoriais de saúde, domicílios, escolas, associações comunitárias, entre outros, o Processo de Saúde de Enfermagem corresponde ao usualmente denominado nesses ambientes como Consulta de Enfermagem.

Coleta de dados de Enfermagem ou Histórico de Enfermagem: Processo deliberado, sistemático e contínuo, realizado com o auxílio de métodos e técnicas variadas, que tem por finalidade a obtenção de informações sobre a pessoa, família ou coletividade humana e sobre suas respostas em um dado momento do processo saúde e doença.

Diagnóstico de Enfermagem Processo de interpretação e agrupamento dos dados coletados na primeira etapa, que culmina com a tomada de decisão sobre os conceitos diagnósticos de enfermagem que representam, com mais exatidão, as respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde e doença; e que constituem a base para a seleção das ações ou intervenções com as quais se objetiva alcançar os resultados esperados.

Planejamento de Enfermagem Determinação dos resultados que se espera alcançar; e das ações ou intervenções de enfermagem que serão realizadas face às respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde e doença, identificadas na etapa de Diagnóstico de Enfermagem.

Implementação Realização das ações ou intervenções determinadas na etapa de Planejamento de Enfermagem.

Avaliação de Enfermagem Processo deliberado, sistemático e contínuo de verificação de mudanças nas respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde doença, para determinar se as ações ou intervenções de enfermagem alcançaram o resultado esperado; e de verificação da necessidade de mudanças ou adaptações nas etapas do Processo de Enfermagem.

Art.4º Resolução COFEN 358/2009 É de incumbência privativa do enfermeiro a liderança na execução e avaliação do Processo de Enfermagem, bem como o diagnóstico de enfermagem,a prescrição das ações e as intervenções de enfermagem.

Art.5º Resolução COFEN 358/2009 O Técnico de Enfermagem e o Auxiliar de Enfermagem, em conformidade com o disposto na Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, e do Decreto nº 94.406, de 08 de junho de 1987, que a regulamenta, participam da execução do Processo de Enfermagem, naquilo que lhes couber, sob a supervisão e orientação do Enfermeiro

Art.6º Resolução COFEN 358/2009 A execução do Processo de Enfermagem deve ser registrada formalmente, envolvendo: a) um resumo dos dados coletados sobre a pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde e doença; b) os diagnósticos de enfermagem acerca das respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde e doença; c) as ações ou intervenções de enfermagem realizadas face aos diagnósticos de enfermagem identificados; d) os resultados alcançados como conseqüência das ações ou intervenções de enfermagem realizadas.

OBRIGADA!! Contato naldianacerqueira@bol.com.br