Relatório de impacto ambiental RIMA. Porto do PIM Polo Industrial de Manaus. FEVEREIRO de 2013 O PORTO NOVO DE MANAUS



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Transcrição:

Relatório de impacto ambiental RIMA Porto do PIM Polo Industrial de Manaus FEVEREIRO de 2013 O PORTO NOVO DE MANAUS

Expediente Publicação elaborada por: SEP/PR - Secretaria de Portos da Presidência da República APM Terminals da Amazônia Participações Ltda. MKR Tecnologia, Serviços, Indústria e Comércio Ltda. Produção: image nature - comunicação e sustentabilidade Edição e revisão: Neuza Serra Impresso em gráfica e Papel Certificado FSC 2

Apresentação Esta publicação consiste no Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) do Porto Novo de Manaus Porto do Polo Industrial de Manaus, que será aqui denominado Porto do PIM, objeto de Licenciamento Ambiental. O objetivo deste documento é disponibilizar e divulgar para a sociedade os resultados do Estudo de Impacto Ambiental (EIA), de forma simples e em linguagem direta. O empreendimento Porto do PIM compreende um terminal portuário capacitado para promover a movimentação de carga geral (carga e descarga), acondicionada em contêineres e relacionada a navios de grande porte, tipo Panamax, para atender tanto o mercado externo como o interno, por meio de cabotagem (navegação realizada entre portos interiores do país pelo litoral ou por vias fluviais). O futuro Porto do PIM está localizado na área de expansão do Porto Organizado de Manaus e diretamente relacionado ao Polo Industrial de Manaus. O Porto do PIM está inserido na Região Amazônica, mundialmente conhecida por sua importância socioambiental, seja pela riqueza de sua flora e fauna, seja por seu enorme potencial hidrográfico, ou mesmo pela importância de suas comunidades tradicionais, principalmente as comunidades indígenas. Os aspectos arqueológicos também são importantes nessa região. Contudo, em uma escala mais detalhada, nota-se que o empreendimento está diretamente associado à área urbana de Manaus, onde as questões mais significativas estão voltadas às condições de vida da população, ao desenvolvimento socioeconômico, ao controle da poluição, entre outras. De qualquer maneira, este estudo abordará a caracterização socioambiental da região sob influência do empreendimento, com o objetivo de avaliar as proporções das modificações que sua implantação e operação podem causar a esse meio. 3

Iniciativa do projeto A iniciativa de implantar o Porto Novo de Manaus Porto do PIM é do Governo Federal por meio da Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP/PR). A SEP/PR convocou empresas para a elaboração do projeto e estudos do Porto do PIM na área de Expansão do Porto Organizado de Manaus. A empresa vencedora foi a APM Terminals da Amazônia Participações Ltda. A APM Terminals da Amazônia Participações Ltda. ficou responsável, portanto, por elaborar e apresentar à SEP o Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica (EVTE), o impacto concorrencial e o licenciamento ambiental prévio do projeto básico vencedor da concorrência, estudos estes relativos à futura concessão do Porto do PIM. É importante ressaltar que a APM Terminals da Amazônia, apesar de ter elaborado o projeto básico vencedor do concurso e o EIA-Rima do Porto do PIM, não necessariamente será a empresa que obterá a concessão para a exploração do porto, já que a licitação é pública e outras empresas podem participar. Razão Social: APM Terminals da Amazônia Participações Ltda. CNPJ: 11.791.777/0001-38 Endereço: Av. Cel. Eugênio Muller, 300, 2º andar CEP: 88301-120 - Itajaí SC Telefone: (47) 3341-9800 Endereço eletrônico: paulo.simoes@apmterminals.com Contato: Paulo Manoel Simões 4 PORTO DO PIM

Sumário Iniciativa do Projeto 4 O Local do Empreendimento 6 A Importância do Empreendimento 8 As Alternativas Estudadas 10 O Projeto Básico do Porto do PIM 13 Como Será o Empreendimento 14 Diagnóstico Ambiental 18 Impactos Ambientais 26 Região do Porto do PIM no Futuro 35 Conclusão 37 Os estudos para o licenciamento ambiental do Porto do PIM estão sob a responsabilidade da MKR Tecnologia, Serviços, Indústria e Comércio Ltda. A empresa faz parte do Grupo MKR que tem mais de 20 anos no mercado e possui larga experiência em licenciamentos ambientais de empreendimentos como terminais portuários, usinas termelétricas, sistemas de distribuição de gás, atividades minerárias, empreendimentos habitacionais e outros. A MKR possui em seu currículo a obtenção de mais de 100 licenças ambientais e mais de 500 estudos e projetos concluídos e aprovados. Razão Social: MKR Tecnologia, Serviços, Indústria e Comércio Ltda. CNPJ: 59.388.702/0001-37 Inscrição Estadual: 11.327.300.116 Endereço: Alameda Franca, 267 2º andar CEP: 01422-000 São Paulo-SP Telefone: (11) 3809-6800 Fax: (11) 3283-4651 Responsável Técnico e Contato: Engenheiro Luiz Alberto Maktas Meiches Endereço eletrônico: meiches@mkr.com.br O PORTO NOVO DE MANAUS 5

O LOCAL DO EMPREENDIMENTO O Porto do PIM será implantado na margem esquerda do rio Negro no município de Manaus (AM), em área ocupada anteriormente pela Companhia Siderúrgica da Amazônia (Siderama) e cujo acesso se dá pela Rodovia BR-319. O local escolhido para a implantação do Porto do PIM foi definido pela Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP/PR), por meio da Portaria nº 174/2010, que considerou o Decreto da Presidência da República, de 30 de março de 2006, o qual define as áreas do Porto Organizado de Ma- Área de expansão do Porto Organizado de Manaus e área de implantação do Porto do PIM 6 PORTO DO PIM

naus e de sua expansão. O projeto do Porto do PIM está inserido na área do Porto Organizado. Para definir o local de implantação do Porto do PIM foram considerados os demais usos e ocupações existentes na área de expansão do Porto Organizado de Manaus, como o trecho da Rodovia BR-319, instalações da Superintendência da Zona Franca da Manaus (Suframa) e da Receita Federal, Porto da Ceasa, Terminal Hidroviário Manaus - Careiro da Várzea (balsas), instalações de empresas de transporte de carga e a Vila da Felicidade. Além dos usos existentes citados, uma parte da área de expansão do Porto Organizado de Manaus foi destinada à Marinha do Brasil, para uso complementar às suas instalações já existentes em propriedade vizinha. Ou seja, a implantação do Porto do PIM, da forma como foi projetado, não interferirá diretamente em nenhum dos usos já existentes na área de expansão do Porto Organizado de Manaus. A área da antiga Siderama é considerada estratégica para a implantação do Porto, conforme será melhor demonstrado a seguir. Imagem de satélite de 2011 da área de expansão do Porto Organizado de Manaus e os usos já existentes O PORTO NOVO DE MANAUS 7

A IMPORTÂNCIA DO EMPREENDIMENTO As dificuldades para transportar matéria-prima para as indústrias de Manaus assim como para distribuir os produtos fabricados no PIM são um problema para o crescente desenvolvimento do Polo Industrial da Zona Franca de Manaus e, consequentemente, da cidade de Manaus. Os principais meios de transporte de cargas na região de Manaus são o fluvial e o aéreo. Diferente de outros locais no Brasil, o número de rodovias e ferrovias nessa região é reduzido e pouco expressivo. Isto se deve ao fato de Manaus estar envolvida pela Floresta Amazônica e por suas características climáticas, com a intensa ocorrência de chuvas, que dificultam a implantação e a manutenção desse tipo de transporte. Por outro lado, a abundância de rios de grande porte favorece o desenvolvimento do transporte fluvial. Devido às dificuldades de transporte, a SEP/PR antecipou a implementação de um novo porto público em Manaus, oferecendo para empresas do setor privado a participação na operação desse novo porto, para realizarem os estudos e um projeto básico. Dessa forma, o Porto do PIM será construído para melhorar o transporte de cargas do Polo Industrial de Manaus, atividade de grande importância para o desenvolvimento da região. A ESCOLHA DO LOCAL A definição da área do Porto do PIM teve como pontos principais o acesso direto ao rio Negro, a proximidade do Polo Industrial de Manaus - origem e destino da grande maioria das cargas previstas para circularem no terminal em questão - e o acesso facilitado por vias com capacidade de suportar a circulação de veículos e que não causem mais impactos às áreas habitadas de Manaus. A área proposta é uma propriedade do Governo Federal e definida como Área de Expansão do Porto Organizado de Manaus. Além de se situar às margens do rio Negro, está distante menos de dois quilômetros do Polo Industrial de Manaus, ao qual está ligada pela Rua Ministro João Gonçalves de Araújo e pela própria rodovia BR-319, vias estas compostas por várias faixas de rolamento divididas por canteiro central e que, no trecho envolvido, não interferem com áreas voltadas a habitações. Por essas razões, a localização do Porto do PIM é considerada estratégica, pois não se observa na região outra área com características tão adequadas ao projeto quanto esta. 8 PORTO DO PIM

A IMPORTÂNCIA DO TRANSPORTE FLUVIAL NA REGIÃO Por meio de cerca de 1.200 quilômetros de rios navegáveis, é possível, a partir de Manaus, acessar o Oceano Atlântico e seus 8.500 quilômetros de costa. Por isso, Manaus apresenta um enorme potencial para o desenvolvimento do transporte de cargas pelo litoral, principalmente por meio de contêineres. Como citado anteriormente, vários produtos como alimentos, bebidas, automóveis, vestuário, chegam a Manaus principalmente por hidrovias, seja por navios de cabotagem ou por caminhões em barcaças, ou por aviões. Especificamente com relação à carga conteinerizada (transportada por contêineres), esta é movimentada em Manaus por três terminais portuários: o Porto Público de Manaus, o Terminal Porto Chibatão e o Terminal Super Terminais. Encontra-se em fase de licenciamento ambiental o empreendimento denominado Porto das Lajes, que se propõe a transportar de forma complementar a carga conteinerizada movimentada na região de Manaus. Quanto ao Porto Público de Manaus, a operação de cargas conteinerizadas se encontra bastante prejudicada. O terminal foi interditado para movimentação desse tipo de carga por problemas operacionais; conflitos com relação ao uso dos pátios também contribuíram para o seu fraco desempenho. Dessa forma, o Porto Público de Manaus apenas movimenta esse tipo de carga em condições específicas. Segundo dados de 2009 da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), o Porto Chibatão foi o responsável por movimentar 1.477.675 toneladas, o maior volume de carga conteinerizada de Manaus, enquanto que o Super Terminais movimentou no mesmo ano 990.137 toneladas. Mas essa movimentação ainda não representa tudo o que poderia ser transportado na região de Manaus. E esse tem sido um motivo das reclamações das empresas, que não conseguem transportar toda a sua produção. Quanto ao transporte rodoviário e fluvial, existem duas rotas servindo Manaus. A primeira utiliza a hidrovia do rio Amazonas até Belém, no Pará, consumindo de 4 a 5 dias no sentido Belém e de 7 a 9 dias no sentido Manaus (contra a corrente do rio), em um percurso de cerca de 1.700 quilômetros. O trecho rodoviário de Belém até São Paulo (3.100 km) é completado entre 3,5 e cinco dias. A segunda rota utiliza a hidrovia do rio Madeira até Porto Velho, em Rondônia, num percurso de 1.382 km, consumindo de 5 a 6 dias no sentido Porto Velho e de 3 a 4 dias no sentido Manaus. O trecho rodoviário de Porto Velho a São Paulo (3.300 km) é feito em média de quatro dias. A implantação do Porto do PIM irá incentivar o transporte fluvial, que tem vários benefícios como o fato de evitar um maior consumo de combustível e, consequentemente, a emissão de poluição para a atmosfera. Outras vantagens do transporte hidroviário são a redução da circulação de caminhões, o que melhora o tráfego de veículos, e o baixo custo de sua implantação e manutenção, além de ser mais seguro quando comparado com os demais meios de transporte de carga, principalmente o rodoviário. O desenvolvimento da produção industrial aliado às dificuldades de transporte de cargas tem causado prejuízos sociais e econômicos para a região. O projeto do Porto do PIM é voltado a reduzir essas dificuldades de transporte, e, considerando a sua localização e concepção, propiciará melhorias ao desenvolvimento do transporte hidroviário de carga conteinerizada. O PORTO NOVO DE MANAUS 9

AS ALTERNATIVAS ESTUDADAS Em 2005, como medidas visando à reorganização do funcionamento do Porto de Manaus, os governos locais decidiram privilegiar as instalações do Porto ao turismo e transporte de passageiros. O transporte de carga geral em contêiner passou a ser prioritariamente operado por empresas privadas (Superterminais e Porto Chibatão), mas em áreas cuja localização indica conflitos com as atividades urbanas a médio/ longo prazos. Entendendo ser necessária a implantação de um novo porto para movimentar cargas em Manaus, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários Antaq contratou um estudo visando à análise de áreas adequadas a essa finalidade. Tal estudo analisou seis áreas com potencial para a implantação de um terminal portuário. Da análise dessas áreas, considerando aspectos como distância do polo industrial e do centro urbano de Manaus, as características físicas dos terrenos e sua ocupação, além de aspectos hidrográficos, concluiu-se que a área da Siderama era a mais adequada ao fim pretendido. Posteriormente, a área da Siderama passou a fazer parte, legalmente, do processo de implantação do Novo Porto de Manaus. A legislação federal específica: Lei nº 8.630/1993(*) * Revogada pela Medida Provisória 595/2012. (Lei dos Portos); Lei nº 9.277/1996 (regulamentada pelo Decreto 2.184/97); Lei 9.491/97 estabeleceu as regras para a exploração dos portos no país. Posteriormente, o Decreto Federal 6.620/08 e também a Portaria nº 108/10 da Secretaria de Portos (SEP) trataram da forma de exploração dos portos e autorização para instalações portuárias, estipulando atribuições à SEP e à Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Por meio de um Decreto Federal de 30 de março de 2006 foi definida a área do Porto Organizado de Manaus e sua área de expansão. Posteriormente, a Portaria SEP nº 174/10 tratou da concessão para explorar o Novo Porto de Manaus, estabelecendo, entre outros aspectos, a localização para a sua implantação como sendo a área de expansão do Porto Organizado de Manaus (área da antiga Siderama). Assim sendo, conclui-se que a localização proposta para o Novo Porto de Manaus, o Porto do PIM, foi objeto de um estudo comparativo de alternativas e está ligada ao sistema de administração da atividade portuária no país. De forma complementar, foi realizada como parte do EIA uma análise de outras áreas que poderiam eventualmente tornar o empreendimento ainda mais adequado ao licenciamento, considerandose aspectos referentes aos diversos tipos de transporte de cargas e, também, a outras localidades que já foram consideradas para o recebimento deste tipo de empreendimento. Também foram comparadas as possibilidades da implantação e não implantação do projeto proposto. Como mencionado anteriormente, a localização proposta no projeto do Porto do PIM pode ser considerada adequada por conta da proximidade do Polo Industrial de Manaus (PIM), pelas boas condições de acesso (distância reduzida ao PIM, porte das vias de acesso e ausência de interferência com áreas urbanizadas), além de se tratar de área já antropizada (que sofreu modificações do homem no meio ambiente), evitando intervenções em áreas em que o meio ambiente é mais frágil. Os requisitos específicos para a implantação deste tipo de empreendimento (acesso direto ao rio Negro, proximidade e acessibilidade ao PIM, restrições ambientais, etc.) reduzem a disponibilidade de áreas com essas características. 10 PORTO DO PIM

Área proposta para o Porto do PIM: Pode-se observar a proximidade das indústrias já em operação no Polo Industrial de Manaus (Distrito Industrial I), além da indicação das principais vias de acesso (BR-319 e Rua Ministro João Gonçalves de Araújo). Além de propriedades situadas em Manaus, outras áreas foram consideradas na região para a implementação de um novo porto ou mesmo para a ampliação de portos já existentes. Na página seguinte, a localização e a avaliação de algumas dessas áreas. Sendo assim, conclui-se que a alternativa de localização proposta no projeto do Porto do PIM é a mais adequada ambientalmente e do ponto de vista social e econômico para atender aos objetivos do projeto. Caso o empreendimento Porto do PIM não seja implementado no local proposto, qualquer outra localização apresentaria desvantagens ambientais e econômicas, isto devido às distâncias maiores de transporte da carga, da limitação do sistema viário existente, dos incômodos a serem gerados pelo transporte de cargas por áreas urbanizadas, entre outras. O incentivo a um tipo de transporte para movimentar a carga relacionada ao Porto do PIM que não o por via fluvial também traria desvantagens socioeconômicas. Aumentar a quantidade de carga movimentada por aviões implicaria a necessidade de mais voos com destino a Manaus, a necessidade de aumento da capacidade do terminal de cargas (TECA) e teria como consequência o aumento do valor do frete. Isto consistiria um sério problema, pois as empresas já se queixam dos altos custos na produção e na distribuição de seus produtos. Para poder se valer do transporte rodoviário ou ferroviário seria necessário o investimento na implantação de vias de acesso à Manaus, o que implicaria impactos ambientais sobre áreas florestadas, mais significativos do que aqueles esperados pela implantação do projeto do Porto do PIM. Além disso, o ambiente estaria sujeito às demais desvantagens decorrentes da utilização do transporte terrestre, como emissão de poluentes atmosféricos, maior risco de ocorrência de acidentes, entre outros. O PORTO NOVO DE MANAUS 11

Alternativa Puraquequara: Puraquequara é um distrito de Manaus situado às margens do rio Amazonas, local considerado para a implantação de um terminal portuário. Distante cerca de 15 quilômetros das indústrias hoje estabelecidas no PIM (Distrito Industrial I); tem acesso pela rua Puraquequara (pista dupla, sem canteiro central), com capacidade bastante inferior às vias de acesso contempladas no projeto do Porto do PIM. Alternativa São Raimundo: O bairro São Raimundo no município de Manaus é o local de onde partiam as balsas que atravessavam o rio Negro no sentido de Iranduba, antes da construção da ponte sobre o rio Negro, em 2011. Esta é outra área que já foi citada como alternativa para resolver as dificuldades relativas ao transporte de cargas relacionadas ao PIM. Contudo, mesmo com a eventual implantação de estrutura de atracação para embarcações de maior porte, toda a carga movimentada por esse local teria que atravessar a área urbana de Manaus, o que causaria um grande problema, semelhante ao que já ocorre atualmente com relação aos portos que já operam em Manaus. Alternativa Itacoatiara: Porto de Itacoatiara, distante 176 quilômetros de Manaus. Este importante porto do Estado do Amazonas tem a vantagem de interligar a hidrovia Solimões-Amazonas à hidrovia do rio Madeira. Porém, quanto à movimentação de cargas relativas ao PIM, esta localização implicaria a necessidade de transporte de cargas entre o porto e as indústrias por uma distância muito superior àquela relacionada ao Porto do PIM projetado. Alternativa Manacapuru: Porto Terra-Preta, situado no município de Manacapuru, distante 86 quilômetros de Manaus. A ampliação deste porto para receber a carga relativa ao PIM não traria qualquer vantagem com relação à área proposta no projeto do Porto do PIM, mas teria a desvantagem da necessidade do transporte da carga entre o porto e as indústrias por uma distância significativa. 12 PORTO DO PIM

PROJETO BÁSICO DO PORTO DO PIM O PORTO NOVO DE MANAUS 13

10 4 3 2 1 O Projeto Básico do Porto do PIM foi criado pela APM Terminals Participações da Amazônia Ltda., a partir de uma avaliação preliminar de demanda crescente no início da operação. A partir dessa possibilidade de demanda crescente, o Projeto Básico do Porto do PIM dimensionou as instalações e recursos para a operação portuária eficiente de carga e descarga de contêineres considerando pontos como o total de espaços para os contêineres e a capacidade do pátio de contêineres para atendimento do fluxo de carga e descarga. O Porto do PIM ocupa uma área de 365.255,28 m² e conta com a seguinte infraestrutura e instalações para suas operações: Cais flutuante de 750 metros para movimentação de contêineres e atracação de até três navios simultaneamente. Suporte dos guindastes portuários utilizados na movimentação dos contêineres do navio para os caminhões e vice-versa. O acesso ao cais flutuante será por meio de uma rampa flutuante conectada a uma ponte fixa a partir do Pátio de Contêiner 1. Cinco pátios de contêineres (contêineres vazios, contêineres cheios e contêineres refrigerados). O pátio é a área onde serão depositados os contêineres de exportação e importação que chegam ao terminal e que sairão do terminal após a liberação das documentações alfandegárias. Entre as cargas gerais conteinerizadas estão previstas partes de peças para motocicletas, insumos para as indústrias do PIM, gêneros alimentícios e de consumo, componentes para a indústria eletro-eletrônica, commodities, cargas frigorificadas como alimentos refrigerados e congelados. Existe também a possibilidade de movimentação esporádica de cargas de projeto (caldeiras, transformadores para indústria, turbinas para hidrelétricas, etc.), destinadas às indústrias do PIM ou novos empreendimentos previstos para a região. Armazém. Terá dupla função: a primeira, de criar áreas cobertas para os serviços legais previstos pela Secretaria da Receita Federal e, a segunda, de se ter uma área para a consolidação de contêineres para exportação ou desconsolidação de contêineres de importação. 14 PORTO DO PIM

8 6 5 7 9 COMO SERÁ O EMPREENDIMENTO 1 Cais flutuante para movimentação de contêineres 2 Rampa 3 Ponte 4 Pátio de contêineres 5 Armazém 6 Estacionamento para caminhões 7 Portaria de caminhões 8 Oficinas de manutenção 9 Edifício administrativo 10 Inspeção aduaneira Estacionamento de caminhões. Área para apoio a motoristas e espera de caminhões. Estacionamento de veículos leves. Portão de entrada. Local onde os veículos autorizados para as operações de descarga ou retirada de contêineres receberão orientação e procedimentos a serem seguidos. Oficinas de manutenção. Os edifícios das oficinas atenderão não só a manutenção da frota veicular interna do terminal (carretas e veículos leves de transporte de pessoal e peças), como também servirão para atender à manutenção dos equipamentos portuários. Estas oficinas contarão ainda com rampas para troca de óleo dos equipamentos e um posto de combustível para a alimentação dos veículos e equipamentos operacionais. Edifício administrativo. Terá três pavimentos e contará com salas operacionais e administrativas, sanitários e vestiários, sala da Receita Federal, refeitório, ambulatório médico e instalações para a ANVISA, Ministério da Agricultura e Suframa. Portão de Controle de Pessoal Operacional e Administrativo. Os funcionários do terminal (operacionais, administrativos ou terceirizados), terão o controle de acesso neste Portão, com catracas de controle de saída e entrada. Também neste Portão, serão realizados a recepção dos visitantes do terminal. Portão de Controle de Entrada de Veículos Leves. Os veículos autorizados para a entrada no estacionamento interno do edifício administrativo só poderão acessar a área alfandegada do terminal (área primária) desde que autorizados neste Portão de controle. Área para produtos perigosos. Será coberta com piso dotado de caixa para captação e posterior descarte de eventuais resíduos nela contidos. Segurança. Os controles serão feitos por Sistema Operacional do Terminal (TOS), circuito fechado de televisão (CFTV), e sistemas de controle de acesso. Cercas de segurança serão instaladas no perímetro das instalações. Todas as áreas dentro do perímetro da cerca serão consideradas áreas de segurança. A área aduaneira será fechada por uma cerca de segurança separada, com portões de acesso controlado, de acordo com os requisitos aduaneiros. O PORTO NOVO DE MANAUS 15

A IMPLANTAÇÃO DO TERMINAL O Porto do PIM contempla um total de cinco pátios de armazenamento de contêineres. Sua implementação foi planejada em quatro estágios para atender a demanda projetada com os cinco pátios a serem construídos ao longo de quatro fases. As fases de implantação do Porto do PIM são apresentadas para um período entre os anos de 2015 e 2040 correspondendo ao período de 25 anos determinado para a exploração do Porto do PIM (renováveis por mais 25 anos caso seja de interesse do Governo Federal). Fases de implantação do Porto do PIM CAIS 2 Fases Fase 1 Fase 2 Fase 3 Fase 4 Pátios de Pátio 1 e Pátio 2 Pátio 4 Pátio 5 Contêineres Pátio 3 Cais flutuante Cais 1 Cais 2 * * A ampliação do cais flutuante será realizada com a Fase 2 do empreendimento. PÁTIO 4 PÁTIO 5 CAIS 1 PÁTIO 1 PÁTIO 2 PÁTIO 3 A fase de instalação do Porto do PIM inclui os canteiros de obras, a infraestrutura de fornecimento de água, coleta de esgoto e resíduos sólidos. Mão de obra A estimativa é de 2.900 postos de trabalho ao longo dos dois anos de implantação da Fase 1 do empreendimento e 950 trabalhadores por ano para as Fases 2, 3 e 4. A mão de obra permanente é formada por equipe de colaboradores, em sua maioria, pertencentes ao quadro de empregados das empresas construtoras. A temporária é formada por profissionais que executam atividades ligadas diretamente na construção da obra, sendo variável em decorrência do cronograma e da fase da obra, iniciando-se pela implantação da infraestrutura de apoio e prosseguindo com as atividades de movimentação de terra, concretagem, montagem de equipamentos, entre outros. Estimativa de investimento Para a implantação do Projeto Básico proposto do Porto do PIM, estão previstos R$ 230.903.682,00 (duzentos e trinta milhões, novecentos e três mil e seiscentos e oitenta e dois reais), para as quatro fases de implantação. 16 PORTO DO PIM

O FUNCIONAMENTO DO TERMINAL A operação do Porto do PIM consiste na movimentação de contêineres cheios e vazios por meio da instalação de cinco pátios de contêineres, píer flutuante com 750 metros de cais acostável (onde as embarcações podem encostar) e equipamentos necessários para as operações de embarque, desembarque, armazenamento e transporte de contêineres. As cargas previstas para serem movimentadas no Porto do PIM são conteneirizadas destinadas e que saem do Polo Industrial de Manaus; cargas conteinerizadas procedentes ou destinadas ao mercado consumidor de Manaus e região; e partes ou equipamentos pesados, como por exemplo, turbinas de aeronaves. O Projeto Básico do Porto do PIM prevê ainda movimentação de contêineres vazios. São previstos para a operação uma movimentação de 8 a 10 navios por semana. O tempo de permanência das embarcações na operação de carga ou descarga é de 36 a 48 horas. O projeto tal qual como foi dimensionado não prevê a necessidade de navios em espera no caso de não haver berço desocupado quando da chegada da embarcação. A infraestrutura do acesso rodoviário local interligado à BR-319, que integra o Distrito Industrial de Manaus e interliga a cidade de Manaus e o Porto do Ceasa (balsas) deverá propiciar um fluxo de tráfego de caminhões de forma fluida às dependências do Porto do PIM. Para o Porto do PIM o acesso terrestre será localizado na BR 319, aproximadamente 400 metros do Porto do Ceasa. A proximidade entre o Porto do PIM e o terminal de balsas torna o acesso bastante estratégico, facilitando o fluxo de caminhões e cargas entre estes terminais. Com a movimentação projetada por ano (Fase 1), distribuídos em 363 dias e 24 horas de operação, teremos um fluxo de 375 caminhões por dia (16 caminhões por hora; aproximadamente um caminhão a cada quatro minutos) (entrada e saída). Ao final da Fase 4 de instalação do Porto do PIM, a partir do ano de 2032 (Fase 4), o fluxo será de 1390 caminhões por dia (58 caminhões por hora; aproximadamente um caminhão por minuto). A entrada principal do Porto do PIM levará diretamente ao estacionamento de caminhões do terminal, evitando o acúmulo de veículos na portaria e possíveis filas que afetem o trânsito local ou mesmo o fluxo do terminal. A operação também envolve sistemas de infraestrutura para o Porto do PIM como água; água não potável; água para combate a incêndio; esgoto; drenagem de águas pluviais; coleta de resíduos e energia elétrica. Considerando o tipo do empreendimento, durante a sua implantação e operação existe a possibilidade de situações de risco, tanto para os trabalhadores como para o meio ambiente. Para evitar ou reduzir essas situações, estão previstos diversos procedimentos, os quais farão parte dos programas ambientais. Na fase de operação do terminal, a estimativa de mão de obra direta é de 160 trabalhadores, em três turnos, e mais 120 administrativos, totalizando 600 trabalhadores, considerando operação de 24 horas e em 363 dias por ano. Os postos de trabalho diretos a serem preenchidos compreendem as seguintes especializações: operação de equipamentos portuários; mecânicos e auxiliar mecânico; eletricistas e auxiliares elétricos; serviços gerais; segurança; e administrativos em geral. A mão de obra indireta e avulsa (empregados de empresas prestadoras de serviços) prevista é de 1.800 trabalhadores. A diretriz do Porto do PIM para contratação de mão de obra é dar preferência aos profissionais da região. Estimativa de 2.400 empregos diretos e indiretos na Fase de Operação. O PORTO NOVO DE MANAUS 17

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL Para conhecer as características ambientais da área onde se pretende implantar um empreendimento é necessário realizar estudos específicos, relacionando diversos temas voltados ao meio físico (conjunto das características do ambiente, como solo, clima e rios) ao meio biótico (características da vegetação e da fauna da região) e ao meio socioeconômico e cultural (forma e condições como as pessoas de uma região se organizam e são atendidas pelo Poder Público). Esses estudos recebem o nome de diagnóstico ambiental. Mas até onde esses estudos devem ser realizados? Qual é o limite espacial dos impactos diretos ou indiretos que esse empreendimento projetado pode causar sobre o ambiente? O impacto direto é aquele que acontece de uma simples relação de causa e efeito. O indireto surge de uma reação secundária ou de uma cadeia de reações. Para estabelecer esse limite, a equipe de técnicos que elaborou os estudos baseou-se no conhecimento prévio da área do projeto e de seu entorno, assim como em empreendimentos similares, para definir o que se chamou de áreas de estudo, ou áreas de influência preliminares. Foi estabelecida, então, a área onde está prevista a ocorrência de impactos diretos e indiretos decorrentes da implantação e operação do empreendimento. A delimitação proposta nesta etapa tem caráter preliminar, e será definida com maior precisão após o conhecimento do diagnóstico das áreas de estudo e a avaliação dos potenciais impactos ambientais decorrentes do empreendimento. 18 PORTO DO PIM

ÁREAS DE ESTUDO A seguir, as áreas definidas nesta fase como Áreas de Estudo, ou áreas de influência preliminares. Área de Influência Indireta (AII) Preliminar Meio Físico e Meio Biótico A AII preliminar do meio físico e do meio biótico inclui todo o território de Manaus. Entende-se que essa área caracteriza adequadamente os aspectos do relevo, dos solos, dos rios, da fauna e da flora da região de inserção do empreendimento (ver desenho a seguir). AII - Área de Influência Indireta dos Meios Físico e Biótico Meio Socioeconômico A AII preliminar do meio socioeconômico abrange, além do município de Manaus, os territórios dos municípios de Iranduba e Careiro da Várzea, onde poderão ocorrer impactos indiretos decorrentes de atividades relacionadas à construção do empreendimento, principalmente em relação ao uso do sistema viário, recebimento de produtos de apoio à obra e circulação de trabalhadores durante a construção e à operação do terminal, principalmente, em relação ao tráfego aquaviário. AII - Área de Influência Indireta do Meio Socioeconômico O PORTO NOVO DE MANAUS 19

ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA (AID) PRELIMINAR Meio Físico e Meio Biótico AID - Área de Influência Direta dos Meios Físico e Biótico A AID preliminar dos meios físico e biótico compreende a bacia hidrográfica (área na qual as águas superficiais de um rio e seus afluentes convergem para um rio principal) formada pelos igarapés da Refinaria, do Cururu e igarapé localizado entre a Refinaria de Manaus e a área da Marinha, englobando os fragmentos florestais mais próximos ao empreendimento, na parte terrestre. Na parte aquática, a AID preliminar corresponde ao leito do rio Negro, a partir da foz do igarapé da Refinaria na Refinaria de Manaus (Reman), se estendendo até o ponto de captação de água superficial no rio Amazonas da Proama (Programa Água para Manaus), no Mauazinho. No trecho do rio Amazonas a AID fica restrita ao lado das águas do rio Negro, pois as águas do Solimões apresentam características físico-químicas e biológicas distintas das águas do rio Negro. Meio Socioeconômico AID - Área de Influência Direta do Meio Socioeconômico A AID preliminar do meio socioeconômico compreende os Distritos Industriais de Manaus I e II (porque abrigam o Polo Industrial de Manaus), a BR-319 (por conta do acesso entre os distritos e o terminal projetado), as comunidades imediatamente adjacentes à área do empreendimento (Vila Felicidade e área da Marinha), a área de expansão do Porto Organizado de Manaus (incluindo o Porto da Ceasa e as empresas de transporte de cargas por barcaças), uma faixa de 100 metros de largura ao longo da orla do rio Negro e rio Amazonas, entre o Porto Público de Manaus e a área onde se pretende implantar o Terminal Portuário das Lajes (onde são desenvolvidas as atividades portuárias no município de Manaus) e o leito do rio Negro e do rio Amazonas, entre o Porto Público de Manaus e a área onde se pretende implantar o Terminal Portuário das Lajes, relacionado com o tráfego aquaviário, com a atividade pesqueira e com a atividade portuária. 20 PORTO DO PIM

ÁREA DIRETAMENTE AFETADA (ADA) PRELIMINAR ADA - Área Diretamente Afetada A delimitação da ADA preliminar dos meios físico, biótico e socioeconômico corresponde à área de intervenção direta do empreendimento, de acordo com o projeto básico do Porto do PIM que consiste na área retroportuária a ser estabelecida em terra, e na área de cais, que compreende a ponte e o píer flutuantes (incluindo a área de atracação do navio), a serem implantados em água no leito do rio Negro. O PORTO NOVO DE MANAUS 21

Meio Físico O meio físico envolve temas relacionados aos terrenos (formas de relevo, tipos de solo e rocha), às características das águas superficiais e subterrâneas, ao clima da região, assim como às características voltados ao rio Negro, diretamente relacionado ao empreendimento. As principais características do meio físico da área do Porto do PIM são: O solo arenoso aliado aos índices pluviométricos bastante elevados confere à área de estudo uma suscetibilidade a erosão muito alta, o que pode ser comprovado pela ocorrência de intensas feições erosivas na área de estudo. As características do solo conferem boas condições para a realização de aterros bem compactados, além de não requer cuidados especiais para a realização de cortes. A variação anual tão significativa no nível do rio Negro requer atenção especial quando da realização de aterros às suas margens, como o caso da implantação do pátio de contêineres PC 01. Quanto à qualidade das águas do rio Negro constatou-se que, devido à enorme vazão do rio nesse trecho, a influência exercida pelas áreas urbanas e demais atividades já estabelecidas às suas margens (refinaria e outras atividades industriais, postos de abastecimento de combustíveis, etc.) é inexpressiva. Assim sendo, não é esperado que a implantação do Porto do PIM cause alterações na qualidade da água, desde que atendidas as medidas de prevenção que serão propostas ao empreendimento. O mesmo é esperado com relação à qualidade dos sedimentos. A dinâmica do rio Negro impede a deposição de sedimentos em alguns setores de seu leito e, onde ocorrem sedimentos, essa dinâmica dificulta o acúmulo de contaminantes. O principal ponto de captação de água para abastecimento público (Ponta do Ismael) se situa cerca de 15 quilômetros à montante da área do Porto do PIM, não sofrendo qualquer influência desse empreendimento. Quanto às outras captações (ETA Mauazinho e PROAMA), embora à jusante do empreendimento, as características da hidrodinâmica do rio Negro indicam que não haverá interferência do empreendimento na qualidade ou na quantidade de água dos sistemas de abastecimento público. Da mesma forma, a realização de modelagem matemática demonstrou que o empreendimento não causará alterações na hidrodinâmica do rio Negro. Quanto à preocupação de ocorrência de áreas contaminadas onde funcionou a Siderama, os estudos mostraram não haver áreas contaminadas, considerando o que estabelece a legislação específica. Foi detectada apenas uma fonte de contaminantes (hidrocarbonetos), a qual será extinta durante a fase de implantação do empreendimento. 22 PORTO DO PIM

Meio Biótico O meio biótico envolve temas relacionados à flora e à fauna, tanto a terrestre quanto a aquática, às Unidades de Conservação, às áreas de preservação permanente, sendo importante, também a relação entre todos esses aspectos. Embora bastante degradada pela atividade industrial, a área a ser diretamente afetada pelo empreendimento (ADA), assim como o seu entorno (área de influência direta - AID) ainda contêm fragmentos de vegetação arbórea nativa. Trata-se da tipologia de capoeira, vegetação secundária típica de áreas que sofreram ações antrópicas, que apresenta pequena variedade de espécies. A implantação do Porto do PIM prevê a supressão da vegetação existente na ADA, calculada em 15,7 hectares. Parte dessa vegetação se encontra em área de preservação permanente (1,2 hectares), referente à faixa de proteção das margens do rio Negro, e se refere à implantação da ponte fixa e da ponte flutuante, além do Pátio de Contêineres 1, localizado em posição considerada estratégica para o desenvolvimento da atividade do terminal. A vegetação, embora tenha sofrido um alto índice de desmatamento, contém fauna relativamente heterogênea, ou seja, formada por várias espécies. Quanto aos mamíferos, ocorrem espécies adaptadas a ambientes perturbados, mas com destaque para o Saguinus bicolor (sauim-de-coleira), espécie com alto grau de endemismo (quando uma espécie ocorre exclusivamente em determinada região geográfica) e distribuição restrita a parte dos municípios de Manaus, rio Preto da Eva e Itacoatiara, e que recebe atenção especial por parte do Instituto Chico Mendes. Tyrannus savana - Tesourinha Saguinus bicolor Sauim-de-Coleira A avifauna (aves) também merece maiores cuidados à implantação do empreendimento. Na porção terrestre, devido à presença de ninhais de martimpescador-grande serão necessárias ações para avaliar e monitorar os possíveis impactos à esse tipo de pássaro; a ocorrência de enorme população de urubu-de-cabeça-preta também requer os mesmos procedimentos, já que seu deslocamento pode causar problemas à operação de atividades no entorno do projeto, como a da Refinaria de Manaus-Reman, da Usina Termoelétrica de Mauá, e, também, do aeroporto de Ponta Pelada, utilizado por aviões militares e por outras aeronaves de menor porte. Algumas espécies da avifauna fortemente relacionadas aos ambientes aquáticos e à vegetação ribeirinha, também necessitam de cuidados, já que estes ambientes se encontram cada vez mais isolados na região do empreendimento. O projeto do Porto do PIM não contempla qualquer intervenção direta sobre Unidades de Conservação ou zonas de amortecimento (entorno de uma unidade de conservação, onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas) dessas áreas protegidas. Nem mesmo sobre a área do tombamento do Encontro das Águas está prevista qualquer intervenção. Já com relação às Áreas Prioritárias para a Biodiversidade, consideradas pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), a área de estudo está inserida em uma unidade considerada a mais impactada de todo o Estado do Amazonas, devido ao crescimento desordenado, à poluição de rios e lençol freático superficial, à presença de doenças endêmicas, à exploração madeireira ilegal, à caça e à pesca. Contudo, sua vegetação remanescente, embora fragmentada, ainda abriga biodiversidade relativamente importante. Considerando que esta área degradada está inserida entre unidades de conservação, é considerada pelo mapeamento do MMA como de extrema importância biológica para a conservação. Um dos fatores mais relevantes para essa classificação é a ocorrência do sauim-de-coleira. O PORTO NOVO DE MANAUS 23

Divulgação Suframa Polo Industrial de Manaus Meio Socioeconômico O diagnóstico do meio socioeconômico e cultural consiste na caracterização e análise dos aspectos relevantes do ponto de vista socioeconômico das áreas de influência preliminares definidas como áreas de estudo considerando a instalação do empreendimento. No que diz respeito à inserção regional, o Projeto Básico do Porto do PIM foi desenvolvido considerando a área de Expansão do Porto Organizado de Manaus, inserido no município de Manaus, influenciado pela Zona Franca criada pelo Governo Federal para impulsionar o desenvolvimento econômico da Amazônia Ocidental, região composta pelos Estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima. Tem em Manaus o centro econômico mais dinâmico. Quanto ao uso e ocupação do solo e ordenamento territorial, é possível concluir que o uso a ser dado para a área de implantação do Porto do PIM está alinhado com o definido pelo Plano Diretor Municipal. A maior parte da população de Manaus concentrase na área urbana do município. Característica que é inversa nos municípios de Careiro da Várzea e Iranduba onde a grande maioria da população encontrase em área rural. Nos três municípios é possível verificar a tendência de um maior número de adultos que está no auge da força de trabalho e, normalmente, responsável pela formação de novas famílias. Esse grupo é o provável público que necessitará e exercerá pressão na área de emprego, renda e habitação. Quanto às comunidades indígenas, não há nenhuma comunidade reivindicada ou reconhecida pela Funai que diste menos de 25 km do empreendimento. Na região há considerável especificidade de artesanato (cestaria, bijuteria, madeira, marchetaria) e culinária (tucupi, farinha de uarini, jambu). Próximo ao empreendimento encontra-se a Vila da Felicidade, que abriga 410 famílias segundo o cadastro da Associação dos Moradores. Importante ressaltar que a área a ser utilizada para a implantação do Porto do PIM não compreende a área Vila da Felicidade ocupada pela Vila da Felicidade. No que diz respeito aos aspectos econômicos, a principal atividade do Estado do Amazonas é a indústria de transformação (transforma matériaprima em produto final, como por exemplo, refinarias de petróleo) localizada principalmente no Polo Industrial de Manaus. Esta atividade garante para Manaus a maior renda per capta (resultado da divisão da renda nacional pelo número de habitantes de um país) entre os três municípios da AII e uma grande quantidade de postos de trabalho. As atividades portuárias são presentes nos três municípios. Em Iranduba e Careiro da Várzea voltadas a passageiros, à atracação de balsas de travessia do rio Negro, e ao pescado. Em Manaus, o embarque de passageiros se concentra no Porto Público de Manaus, com destino a outras cidades do Amazonas e de outros estados, assim como no Porto da Ceasa, de onde partem as balsas com destino a Careiro da Várzea; quanto ao transporte de cargas, dois terminais operam com carga conteinerizada (Terminal Chibatão e Terminal Super Terminais), além de outros com carga a granel sólida (Cimento Vencemos e Trigolar) e líquida (Refinaria de Manaus Reman), e outros diversos que trabalham com reboque de carretas carregadas por balsas (Ro-Ro caboclo). Quanto às condições de vida, Manaus aparece no ranking estadual em 1º lugar. Isso mostra que o município detém uma posição de destaque no que diz respeito ao desenvolvimento e crescimento comparado aos outros municípios do Estado do Amazonas. Careiro da Várzea e Iranduba ocupam, respectivamente, 7ª e 21ª posição no ranking estadual. Quanto às condições urbanas, a área do empreendimento é beneficiada com transporte coletivo (14 linhas de ônibus). Quanto ao saneamento básico é servida por rede de abastecimento de água, administrada e operada pela empresa Companhia Águas do Amazonas S.A., não sendo servida de rede de esgotamento sanitário. 24 PORTO DO PIM

Sítios Arqueológicos Pontos de Levantamento Arqueológico (Sítio Siderama) ADA - Área Diretamente Afetada Título/legenda para as 3 fotos Cerâmica Título/legenda indígena encontrada para as no 3 fotos sítio Siderama Cerâmica indígena encontrada no sítio Siderama Patrimônio Arqueológico O levantamento arqueológico confirmou a existência de um sítio arqueológico cerâmico na área do empreendimento, denominado Sítio Siderama, que apresenta áreas com cerâmica afloradas, e uma camada de Terra Preta Arqueológica bem definida e visível. Por essa razão, é necessária a realização de um Programa de Prospecção Arqueológica na ADA do empreendimento, com o objetivo de melhor caracterizar e delimitar o Sítio Siderama, visando, ainda, ao planejamento de seu resgate. No âmbito dos bens tombados, há exemplares arquitetônicos protegidos apenas na AII. Logo, a instalação e operação do Porto do PIM não impactará qualquer bem protegido por lei. Cerâmica indígena encontrada no Sítio Siderama O PORTO NOVO DE MANAUS 25

IMPACTOS AMBIENTAIS A identificação e a avaliação dos impactos ambientais do Porto do PIM foi realizada integrandose os aspectos que interferem em cada fator ou componente do meio físico, biótico e socioeconômico e cultural, durante todas as fases do empreendimento (planejamento, implantação e operação do empreendimento). Neste capítulo será apresentada uma síntese da avaliação dos impactos ambientais do Porto do PIM, que foram avaliados separadamente para as três fases do empreendimento (planejamento, implantação e operação). Para cada impacto identificado ou previsto, foram analisadas as possibilidades de mitigação (ação que tem como objetivo reduzir os efeitos de um impacto negativo), bem como a possibilidade de obter melhor proveito dos efeitos positivos. Essa análise resultou na proposição de medidas, as quais foram organizadas na forma de programas ambientais. Para cada impacto identificado há, no Estudo de Impacto Ambiental (EIA), um quadro síntese, com a designação do impacto, a descrição do fator gerador, a descrição do impacto e das medidas necessárias. PARÂMETROS DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS Identificação Atributos Detalhamento Natureza Positivo/Negativo Origem Impactos Direto/Indiretos Duração Temporário/Permanente/cíclico Temporalidade Imediato/Médio Prazo/Longo Prazo Abrangência Local/Linear/Municipal/Regional/Difuso/Global Impacto Reversibilidade Reversível/Irreversível Possibilidade de Mitigação Mitigável/não mitigável/potencializável Probabilidade de Ocorrência Certa/Alta/Média/Baixa Magnitude Pequena, Média ou Grande Cumulatividade e Sinergismo Positivo/Negativo Significância Grande (G), Média (M) e Pequena (P) Local de Ocorrência AII/AID/ADA 26 PORTO DO PIM

PRINCIPAIS ATRIBUTOS AVALIADOS Considerando a magnitude dos diversos impactos avaliados, sete impactos (11%) foram considerados como de magnitude grande, enquanto os impactos considerados de média magnitude foram 27 (43%) e os de pequena magnitude 29 (46%). Fonte: MKR Quanto à significância, dos 63 impactos previstos e avaliados, três (5%) foram considerados de grande significância, enquanto os de média significância somaram 25 (40%) e os de pequena significância 35 (55%). Fonte: MKR Com relação às etapas do empreendimento, nota-se que as fases de implantação e de operação têm praticamente o mesmo número de impactos. Fonte: MKR A implementação do empreendimento geraria maior quantidade de impactos sobre os meios biótico (25 impactos, ou 40%) e socioeconômico (24 impactos, ou 38%), contra apenas 14 impactos (22%) sobre o meio físico. Fonte: MKR O PORTO NOVO DE MANAUS 27

Componentes ambientais não impactados Do estudo de avaliação de impactos realizado observa-se que alguns importantes componentes ambientais não aparecem na previsão dos impactos. Isto não significa que os componentes não foram avaliados, mas que o empreendimento não provocará interferência significativa sobre os mesmos a ponto de gerar um impacto ambiental. Entre esses componentes ambientais estão: Unidades de Conservação e Outras Áreas Legalmente Protegidas A área do empreendimento não interfere em nenhuma Unidade de Conservação ou mesmo em qualquer zona de amortecimento. A Unidade de Conservação de Proteção Integral mais próxima ao empreendimento é o Refúgio da Vida Silvestre (RVS) Sauim Castanheira, e está localizada a 3,2 Km de distância. Tombamento do Encontro das Águas O fenômeno de encontro das águas entre os rios Negro e Solimões se reveste de valores simbólicos e afetivos para povo amazonense, consistindo um dos mais importantes atributos turísticos de Manaus. Por esses motivos, pelo seu valor arqueológico, etnográfico e paisagístico, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) promoveu o tombamento do Encontro das Águas dos rios Negro e Solimões. A área do empreendimento está fora da área tombada pelo Iphan e de sua zona de amortecimento, não causando qualquer interferência a esse patrimônio protegido. Comunidades Tradicionais Do diagnóstico realizado no EIA concluiu-se que, das comunidades tradicionais, as indígenas, quilombolas e ribeirinhas, nenhuma delas ocorre na área de influência direta do empreendimento Porto do PIM. Sendo assim, o empreendimento não interfere diretamente com nenhuma das comunidades tradicionais estudadas. Apesar de não haver previsão de interferências diretas sobre as comunidades tradicionais, o projeto do Porto do PIM servirá para trazer benefícios a essas comunidades, já que programas sociais como o Programa de Educação Ambiental, Saúde e Segurança dos Trabalhadores contemplam, para moradores de comunidades locais e de comunidades tradicionais regionais, a capacitação para o exercício de serviços relacionados às etapas de obra e de operação do Porto do PIM. Além disso, o responsável pelo empreendimento estará disponível para atender a eventuais recomendações da Funai, que se manifestará durante o processo de licenciamento ambiental. Atividade de Pesca A atividade de pesca é pouco desenvolvida na região de influência do empreendimento Porto do PIM. Grande quantidade de pescado é comercializada em Manaus, porém, é proveniente de outras regiões. O pescado é vendido no Porto da Ceasa e feiras como a da Pan Air. Ou seja, na área influenciada pelo empreendimento é comercializado o pescado, mas a pesca não é realizada nessa região. Vila da Felicidade A Vila da Felicidade é o núcleo habitacional mais próximo do empreendimento Porto do PIM. Contudo, o projeto foi proposto sem considerar qualquer intervenção direta sobre essa comunidade, sem qualquer remoção de moradias. Como melhorias à essa comunidade o projeto do Porto do PIM implicará a geração de empregos e a capacitação ao exercício das atividades voltadas à implantação do projeto e a sua operação. Além disso, estão previstas ações que visam à melhoria do ensino nessa comunidade. Uso e Ocupação do Solo De acordo com o Plano Diretor de Manaus, a área do empreendimento está inserida na Unidade de Estruturação Urbana Vila Buriti, assim como no setor especial Setor Portuário Vila Buriti, que contemplam usos diversificados compatíveis com as atividades relacionadas ao Distrito Industrial e atividades de apoio à navegação fluvial. Assim sendo, o empreendimento está totalmente adequado às diretrizes do Plano Diretor do município de Manaus, o que é um aspecto positivo mas não foi avaliado como um impacto ambiental. 28 PORTO DO PIM