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Transcrição:

Teoria Atômica da Matéria Breve Histórico Leucipo e Demócrito ( 400 a.c.) descontinuidade da matéria (átomo). Alquimia ( 300 a.c. 1500 d.c.) civilizações árabes e gregas. Paracelsus ( 1500 d.c.) Iatroquímica. Robert Boyle (1660) realizou experiências com gases e líquidos. (O período do flogístico) Lavoisier (1789) Tratado Elementar de Química : lançou as bases para o desenvolvimento da Química Moderna. Dalton (1803)- Propôs o modelo do átomo indivisível. Principais Postulados de Dalton (1803) Cada elemento é composto de átomos. Todos os átomos de um elemento são idênticos. Nas reações químicas, os átomos não são alterados. Os compostos são formados quando átomos de mais de um elemento se combinam. Lei de Dalton das proporções múltiplas: Quando dois elementos formam diferentes compostos, a proporção da massa dos elementos em um composto está relacionada à proporção da massa do outro através de um número inteiro pequeno. A descoberta da estrutura atômica Raios catódicos e elétrons Um tubo de raios catódicos (CRT) é um recipiente profundo com um eletrodo em cada extremidade, no qual uma voltagem alta é aplicada através dos eletrodos. Radioatividade Considere o seguinte experimento: Uma substância radioativa é colocada em um anteparo contendo um pequeno orifício de tal forma que um feixe de radiação seja emitido pelo orifício. A radiação passa entre duas chapas eletricamente carregadas e é detectada. Três pontos são observados no detector: um ponto no sentido da chapa positiva, um ponto que não é afetado pelo campo elétrico, um ponto no sentido da chapa negativa.

Radioatividade Um alto desvio no sentido da chapa positiva corresponde à radiação que é negativamente carregada e tem massa baixa. Essa se chama radiação β (consiste de elétrons). Nenhum desvio corresponde a uma radiação neutra. Essa se chama radiação γ. Um pequeno desvio no sentido da chapa carregada negativamente corresponde à radiação carregada positivamente e de massa alta. Essa se chama radiação α. Radioatividade O átomo de Thomson (1898) Pela separação da radiação, conclui-se que o átomo consiste de entidades neutras e carregadas negativa e positivamente. Thomson supôs que todas essas espécies carregadas eram encontradas em uma esfera. O átomo de Rutherford (1910) Rutherford executou o seguinte experimento: Uma fonte de partículas α foi colocada na boca de um detector circular. As partículas α foram lançadas contra um pedaço de chapa de ouro. A maioria das partículas α passaram diretamente através da chapa, sem desviar. Algumas partículas α foram desviadas com ângulos grandes.

Se o modelo do átomo de Thomson estivesse correto, o resultado de Rutherford seria impossível. O átomo com núcleo Para fazer com que a maioria das partículas α passe através de um pedaço de chapa sem sofrer desvio, a maior parte do átomo deve consistir de carga negativa difusa de massa baixa o elétron. Para explicar o pequeno número de desvios grandes das partículas α, o centro ou núcleo do átomo deve ser constituído de uma carga positiva densa. O átomo com núcleo Rutherford modificou o modelo de Thomson da seguinte maneira: Suponha que o átomo é esférico mas a carga positiva deve estar localizada no centro, com uma carga negativa difusa em torno dele.

A visão moderna da estrutura atômica O átomo consiste de entidades neutras, positivas e negativas (prótons, elétrons e nêutrons). Os prótons e nêutrons estão localizados no núcleo do átomo, que é pequeno. A maior parte da massa do átomo se deve ao núcleo. Pode haver um número variável de nêutrons para o mesmo número de prótons. Os isótopos têm o mesmo número de prótons, mas números diferentes de nêutrons. Os elétrons estão localizados fora do núcleo. Grande parte do volume do átomo se deve aos elétrons. Isótopos, Números atômicos e Números de massa Número atômico (Z) = número de prótons no núcleo. Número de massa (A) = número total de núcleons no núcleo (por exemplo, prótons e nêutrons). Por convenção, para um elemento X, escreve-se Z A X. Isótopos têm o mesmo Z, porém A é diferente. Encontramos o Z na tabela periódica. Isótopo Prótons Elétrons Nêutrons Núcleo Hidrogênio 1 (prótio) 1 1 0 Hidrogênio- (deutério) 1 1 1 Hidrogênio-3 (trítio) 1 1

A Teoria Atômica Moderna Rutherford supôs que os elétrons orbitavam o núcleo da mesma forma que os planetas orbitam em torno do sol. Entretanto, uma partícula carregada movendo em uma trajetória circular deve perder energia. Isso significa que o átomo deve ser instável de acordo com a teoria de Rutherford. A solução para o problema foi proposta por Bohr, com base em estudos realizados por Einstein e Max Planck no início do século XX, sobre a radiação e sua interação com a matéria. Natureza ondulatória da luz Todas as ondas têm um comprimento de onda característico, λ, e uma amplitude, A. A frequência, ν, de uma onda é o número de ciclos que passam por um ponto em um segundo. A velocidade de uma onda, v, é dada por sua frequência multiplicada pelo seu comprimento de onda. Para a luz, velocidade = c. A teoria atômica moderna surgiu a partir de estudos sobre a interação da radiação com a matéria. A radiação eletromagnética se movimenta através do vácuo com uma velocidade de 3,00 10 8 m/s. As ondas eletromagnéticas têm características ondulatórias semelhantes às ondas que se movem na água. Por exemplo: a radiação visível tem comprimentos de onda entre 400 nm (violeta) e 750 nm (vermelho).

A Teoria Quântica de Planck Planck: a energia só pode ser liberada (ou absorvida) por átomos em certos pacotes de tamanho mínimo, cada um dos quais chamado quantum. A relação entre a variação de energia e a frequência é E = nhν, onde n é um número inteiro e h é a constante de Planck (6,66 10-34 J s). Para entender a quantização, considere a subida em uma rampa versus a subida em uma escada: Para a rampa, há uma alteração constante na altura, enquanto na escada há uma alteração gradual e quantizada na altura. Fótons e o Efeito Fotoelétrico O efeito fotoelétrico fornece evidências para a natureza de partícula da luz - quantização. Se a luz brilha na superfície de um metal, há um ponto no qual os elétrons são expelidos do metal. Os elétrons somente serão expelidos se a frequência mínima é alcançada. Abaixo da frequência mínima, nenhum elétron é expelido. Acima da frequência mínima, o número de elétrons expelidos depende da intensidade da luz.

Einstein supôs que a luz trafega em pacotes de energia denominados fótons. A energia de um fóton: E = hν O modelo Atômico de Bohr Espectros de linhas A radiação composta por um único comprimento de onda é chamada de monocromática. A radiação que varre uma matriz completa de diferentes comprimentos de onda é chamada de contínua. A luz branca pode ser separada em um espectro contínuo de cores. Observe que não há manchas escuras no espectro contínuo que corresponderiam a linhas diferentes. Prisma Chapa Fotográfica Amostra Fenda

As radiações da luz solar se distribuem numa faixa contínua de freqüências. As radiações emitidas por vapores a baixa pressão, submetidos a elevadas temperaturas ou diferenças de potencial, possuem apenas algumas freqüências, as quais são características de cada elemento. O espectro do hidrogênio é o mais simples e, na região do visível, ele pode ser esquematizado da seguinte maneira: Verifica-se que o espaçamento entre as raias diminui e a série converge para um limite em que λ = 364,6 nm. A descontinuidade dos espectros atômicos pode ser explicada pela quantização de energia proposta por Planck. Bohr, em 1913, foi quem reconheceu a aplicabilidade da idéia de quantização da energia à estrutura atômica. λ/nm 656,3 486,1 434,0 410, 364,6 Postulados de Bohr 1) No átomo de hidrogênio, o elétron gira em torno do núcleo em órbitas circulares. O raio dessas órbitas não podem ser quaisquer, mas apenas aqueles que correspondem a certas energias permitidas (estados estacionários ou níveis de energia). ) O elétron pode mudar de um estado estacionário para outro mediante emissão ou absorção de uma quantidade de energia igual à diferença de energia entre os dois estados. A freqüência da energia radiante envolvida na transição eletrônica é dada por: E = hν No modelo de Bohr, as energias permitidas para o elétron no átomo de hidrogênio são dadas pela equação: 1 E = RH n onde R H é uma constante igual a,18 X 10-18 J e n é um número inteiro característico de cada órbita permitida (ou nível de energia). Os níveis de energia no átomo de hidrogênio são quantizados; n é denominado número quântico principal. Segundo o modelo de Bohr, o número máximo de elétrons por nível é dado por n.

Diagrama de níveis de energia - Hidrogênio E/J 0-1,36 X 10-19 -,4 X 10-19 -5,45 X 10-19 n 4 3 Qual a diferença de energia entre dois estados de energia n 1 e n quaisquer? A energia de cada um dos níveis será dada por: E 1 1 = RH n 1 E 1 = RH n A diferença, portanto, será dada por: -1,8 X 10-19 1 1 1 E = E E1 = RH + RH n n 1 Rearranjando e colocando R H em evidência, tem-se que: Exercício 1 1 E = RH n1 n 1) Calcule o valor da energia envolvida na transição de um elétron no átomo de hidrogênio do nível n=3 para o nível n=. A energia é absorvida ou liberada? ) Calcule a freqüência e comprimento de onda da radiação correspondente a essa transição. 3) A partir da equação acima, deduzir uma expressão para o cálculo do inverso do comprimento de onda (1/λ). Para um conjunto de transições com o mesmo valor de n (final), tem-se uma série de linhas espectrais, sendo que algumas recebem nomes especiais: n 7 6 5 4 3 1 Série de Lyman (ultravioleta) n f =1 Série de Balmer (visível) n f = Série de Paschen (infravermelho) n f =3 Série de Brackett Série de Pfund

Exercício 1) Utilizando a equação de Rydberg, calcule, para três algarismos significativos, o comprimento de onda das três primeiras linhas na série de Lyman. ) À medida que n i se aproxima do infinito, de que valor limite se aproxima λ? 3) O que representa n =?