Subvenções para Investimento Reflexos da Lei Complementar nº 160/2017 na Jurisprudência do CARF

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Transcrição:

Subvenções para Investimento Reflexos da Lei Complementar nº 160/2017 na Jurisprudência do CARF Fernando Brasil de Oliveira Pinto Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil Conselheiro do CARF

Contexto Concessão de benefícios fiscais Guerra Fiscal entre os Estados e DF Subvenções com reflexos na apuração do ICMS Concessão de benesses referentes ao ICMS - Subvenções Implicações no âmbito dos tributos federais: IRPJ, CSLL, PIS e COFINS

Conceito de subvenção -Subvenção governamental (CPC 07): é uma assistência governamental geralmente na forma de contribuição de natureza pecuniária, mas não só restrita a ela, concedida a uma entidade normalmente em troca do cumprimento passado ou futuro de certas condições relacionadas às atividades operacionais da entidade. -Compõe o resultado do exercício: são computadas como receitas!

Subvenção para Custeio PN CST nº 112/1978: Subvenção para Custeio é a transferência de recursos para uma pessoa jurídica com a finalidade de auxiliála a fazer face ao seu conjunto de despesas. Subvenção para Operação é a transferência de recursos para uma pessoa jurídica com a finalidade de auxiliá-la nas suas operações, ou seja, na consecução de seus objetivos sociais.

Subvenção para Investimento Subvenção para Investimento: auxílio recebido pela pessoa jurídica, mediante recursos diretos ou benefícios fiscais, inclusive isenção ou redução de impostos, como estímulo à implantação ou expansão do empreendimento econômico.

Histórico Legislativo Direito Tributário: art. 441, inc. I, do RIR/2018 (art. 392 do RIR/99 - art. 44, inc. IV, da Lei nº 4.506/64) Subvenções correntes para custeio são computadas no lucro operacional Regra Contábil: art. 182, alínea d do art. 172 Lei das S/A (6.404/76) Subvenções de investimento não são computadas no lucro, devendo ser registradas diretamente em conta do Patrimônio Líquido (Reserva de Capital) Direito Tributário: DL nº 1.598/77 (alterado pelo DL nº 1.730/79) - Art. 38, 2º Determina a exclusão do lucro real das subvenções de investimento, inclusive mediante isenção ou redução de impostos concedidas como estímulo à implantação ou expansão de empreendimentos econômicos, e define critérios de contabilização e sua destinação: art. 443 do RIR/99: registrada como Reserva de Capital que somente poderá ser utilizada para absorver prejuízos ou ser incorporada ao capital social; art. 523 do RIR/2018: computada como receita e posteriormente registrada em Reserva de Incentivos Fiscais que somente poderá ser utilizada para absorção de prejuízos ou para aumento do capital social.

Tratamento Contábil e Fiscal das Subvenções para Investimento Lei nº 11.638/07 alteração normais contábeis: aproximação aos métodos e critérios adotados internacionalmente (IFRS) vigência a partir de 01/01/2008 - subvenções para investimento passam a transitar pelo resultado, com extinção da conta Reserva de Capital (mantida neutralidade fiscal Regime Tributário de Transição - RTT) - constituição da Reserva de Incentivos Fiscais (subconta de Reserva de Lucros) Lei nº 11.941/09 RTT - fim das receitas não operacionais - art. 18: mantém o registro como receita, mas determina a exclusão, na apuração do lucro real, dos valores de subvenção para investimento l (desde que recursos sejam mantidos em Reserva de Incentivos Fiscais e não tenham destinação diversa) -art. 21: exclusão das subvenções para investimento da base de cálculo do PIS e da COFINS (remetendo ao art. 18) -art. 15, 1º: neutralidade tributária Lei nº 12.973/2014 Fim do RTT - Subvenção para investimento excluída do cálculo do Lucro da Exploração (art. 19), mantidas as regras de contabilização e destinação (art. 30) e exclusão expressa das subvenções para investimento das bases de cálculo do PIS e da Cofins (arts. 54 e 55)

Discussões no âmbito do CARF sem efeitos da LC 160/07 Caracterização como subvenção para investimento: requisitos necessários para cumprimento das exigências contidas no PN CST nº 112/78

Discussões no âmbito do CARF sem efeitos da LC 160/07 Acórdãos 9303-005.270 e 9303-005.503 (julgados em 2017) PIS e Cofins Conceito de Faturamento: Regime Cumulativo - Subvenções (de investimento e custeio) estão fora do conceito de faturamento (conforme entendimento do STF no RE nº 358.273) Acórdãos 9303-004.560, 9303-005.503, 9303-006.541 Regime Não-cumulativo: não incidência, pois créditos e 9303-007.650 (julgados presumidos de ICMS não se amoldariam ao conceito de entre o final de 2016 e o receita. final de 2018)

Discussões no âmbito do CARF IRPJ e CSLL Debates: sincronismo entre o recebimento da subvenção e sua aplicação no empreendimento / destinação dos recursos para ativo fixo e expansão Acórdãos 9101-002.329 e 9101-002.335 (julgados em 01/05/2016) Acórdão 9101-002.566 (julgado em 13/03/2017) - É insuficiente norma estadual estabelecer critérios de implantação e expansão, havendo necessidade de comprovação do efetivo investimento - Não há necessidade de perfeito sincronismo em caso de implantação do investimento; relativiza esse critério. Desnecessária a aplicação exclusiva em ativo fixo, relativiza a questão sobre sincronismo em caso de implantação de investimento e exige efetivo cumprimento do investimento previsto na lei estadual Acórdãos 9101-003.084, 9101-003.167 e 9101-003.171 (julgados em 2017) Cumprimento dos requisitos do art. 443 do RIR/99: - a intenção do Poder Público (ente subvencionador) em estimular a implantação ou expansão de empreendimentos econômicos; - registro como reserva de capital da subvenção para investimentos; - efetiva implantação e expansão de empreendimentos econômicos

Alteração da Lei nº 12.973/2014 pela LC nº 160/17 Art. 9º - inserção dos 4º e 5º no art. 30 da Lei nº 12.973/2014: Art. 30. [...] 4º Os incentivos e os benefícios fiscais ou financeirofiscais relativos ao imposto previsto no inciso II do caput do art. 155 da Constituição Federal, concedidos pelos Estados e pelo Distrito Federal, são considerados subvenções para investimento, vedada a exigência de outros requisitos ou condições não previstos neste artigo. 5º O disposto no 4º deste artigo aplica-se inclusive aos processos administrativos e judiciais ainda não definitivamente julgados.

Alteração da Lei nº 12.973/2014 pela LC nº 160/17 Art. 10: O disposto nos 4 e 5º do art. 30 da Lei nº 12.973/2014, aplica-se inclusive aos incentivos e aos benefícios fiscais ou financeiro-fiscais de ICMS instituídos em desacordo com o disposto na alínea g do inciso XII do 2º do art. 155 da CF/88 por legislação estadual publicada até a data de início de produção de efeitos desta Lei Complementar, desde que atendidas as respectivas exigências de registro e depósito, nos termos do art. 3º desta LC. - art. 3º: exigências de registro e depósito da documentação comprobatória dos atos estaduais concessivos do benefício, junto à Secretaria Executiva do CONFAZ - Convênio ICMS nº 190/2017, com a redação dada pelo Convênio ICMS nº 51/2018: registro e depósito até 31/07/2019

Alteração da Lei nº 12.973/2014 pela LC nº 160/17 Distinção entre subvenção para investimento e custeio deixaria de existir? Observadas as normas do art. 30 da Lei nº 12.973/2014 deve haver tratamento necessário de qualquer subvenção governamental como sendo para investimento? Mantêm-se os critérios antes adotados pela 1ª Turma da CSRF sobre intenção do Estado subvencionador, sincronismo e necessidade de tratamento contábil específico (constituição de Reserva de Incentivos)? Retroatividade para todos os processos em curso ou somente àqueles cujos fatos geradores ocorreram após a vigência da Lei nº 12.973/2014?

Decisões do CARF após LC nº 160/17 - PIS/Cofins regime não-cumulativo - Acórdão nº 9303-006.715 (sessão de 15/05/2018) - por voto de qualidade, limita a retroatividade ao início da vigência da Lei nº 12.973/2014 - Portanto, indubitavelmente a partir da vigência da Lei nº 12.973/2014, tratase de receitas a serem excluídas da base de cálculo do PIS e da Cofins nãocumulativas. Porém, para os fatos geradores constantes do presente processo, ano-calendário de 2005, não havia previsão legal para exclusão destas receitas da base de cálculo do PIS e da Cofins. -No mesmo sentido, por unanimidade de votos, o Acórdão nº 3302-005.382 (sessão de 17/04/2018) - Sessão de 11/12/2018: 3ª Turma da CSRF, por voto de qualidade, confirma esse entendimento no Acórdão 9303-007.736

Decisões do CARF após LC nº 160/17 - PIS/Cofins regime não-cumulativo - Acórdão nº 9303-007.622 (sessão de 20/11/2018) - por voto de qualidade: durante a vigência do RTT a exclusão das subvenções para investimento das bases de cálculo do PIS e da Cofins está condicionada às mesmas regras aplicáveis ao IRPJ (constituição de Reserva de Incentivos Fiscais e não destinação). No caso concreto, nem todo o valor da subvenção foi utilizado na constituição da Reserva de Incentivos Fiscais. - voto vencedor separa exigência de PIS e de Cofins sobre subvenção para investimento em três fases: - durante a vigência da redação original da Lei nº 6.404/76 até o advento da Lei nº 11.638/2007 antigas normas contábeis (até 31/12/2007): não configurava receita - durante a vigência do RTT (de 2008 a 2014): exclusão condicionada aos mesmos requisitos exigíveis ao IRPJ -a partir da vigência da Lei nº 12.973/2014: exclusão condicionada aos mesmos requisitos exigíveis ao IRPJ - voto vencido entende que art. 21 da Lei 11.941/09, somente remete ao art. 18 dessa mesma lei para fazer menção que a exclusão tratada refere-se às subvenções para investimento, não condicionando ao cumprimento dos mesmos requisitos exigidos para exclusão na apuração do lucro real - Sessão de 11/12/2018: no Acórdão nº 9303-007.735, a 3ª Turma da CSRF, por voto de qualidade, confirma entendimento

Decisões do CARF após LC nº 160/17 - IRPJ/CSLL - Resolução nº 9101-000.039 (sessão de 18/01/2018) - por maioria de votos, sobrestar julgamento até 29/12/2018, conforme prazo previsto na redação original do Convênio ICMS 190/17 para registro e depósito (lançamento referente aos anos-calendário de 2003 a 2006) - efeitos retroativos, inclusive, a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da Lei nº 12.973/2014: exigência tão somente dos requisitos do caput do art. 30 da Lei nº 12.973/2014: (i) intenção do Estado da em estimular a implantação e expansão de empreendimentos; (ii) registro em reserva de lucros.

Decisões do CARF após LC nº 160/17 - IRPJ/CSLL - Acórdão nº 9101-003.841 (sessão de 03/10/2018) - por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário - realizado registro e depósito do incentivo fiscal perante o Confaz - exigência de investimento em Ativo Permanente não consta no art. 30 da Lei nº 12.973/2014 - efeito retroativo absoluto (fatos geradores ocorridos em 2002 e 2003)

Decisões do CARF após LC nº 160/17 - IRPJ/CSLL Decisões da 2ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da 1ª Seção nas sessões de março de 2019 - Resolução nº 1402-000.833, por voto de qualidade, converter em diligência: - necessário observar o caput do art. 30, que tem a mesma redação do DL 1598/77, quanto à concessão da subvenção "como estímulo à implantação ou expansão dos empreendimentos econômicos" e à utilização limitada à absorção de prejuízos e aumento de capital. Ato concessório não constava dos autos e a Fiscalização não questionou a destinação das subvenções, vez que as classificou como de custeio - contudo, entendeu-se que há retroatividade irrestrita na aplicação da LC 160/17 e não há mais que se falar em sincronismo e aplicação de recursos por imposição legal -Resolução nº 1402-000.835, por unanimidade de votos, converter em diligência: - atos concessórios não trazem qualquer referência que permita extrair alguma intenção de incentivar empreendimentos econômicos. Diligência para verificar se o escopo do incentivo é para estímulo à implantação ou expansão de empreendimentos

Conclusões e Questionamentos - Existência de controvérsia entre 1ª e 3ª Seções em relação à retroatividade das disposições dos arts. 9º e 10 da Lei Complementar nº 160/17. - Ausência de discussão sobre arts. 106 (aplicação de norma expressamente interpretativa?) e 111 (interpretação literal em caso de concessão de benefício fiscal?) do CTN. - No âmbito da 1ª Seção, decisões recentes indicam que sincronismo e efetiva aplicação de recursos deixaram de ser exigíveis para fins de exclusão da subvenção para investimento na apuração do lucro real. - Intenção do legislador quando da edição da LC nº 160/17 deve ser levada em consideração? (ver REsp nº 192.531 interpretação teleológica: Interpretação literal não é incompatível com a compreensão da finalidade da lei ).

MUITO OBRIGADO PELA ATENÇÃO!!! Fernando Brasil de Oliveira Pinto Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil Conselheiro do CARF