Uso de artefatos experimentais como auxílio didático pedagógico no ensino de física de nível médio. Professor Erveton Pinheiro Pinto

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Transcrição:

Uso de artefatos experimentais como auxílio didático pedagógico no ensino de física de nível médio Professor Erveton Pinheiro Pinto

Sumário Introdução; Elaboração do roteiro; Preparação do experimento Submarino na garrafa ; Discussão; Considerações finais; Referências.

Introdução Todos os objetos nas proximidades da Terra sofrem a ação da força gravitacional, também denominada força peso ou simplesmente peso. O peso é a intensidade com que o objeto é atraído para o centro da Terra, ou seja, cuja direção segue de cima para baixo. Por outro lado, de acordo com o Princípio de Arquimedes (287a.C.-212a.C.) "todo objeto sólido mergulhado em um meio fluido (líquido ou gasoso) sofre um empuxo (uma força) cuja direção segue de baixo para cima e a intensidade é igual ao peso do fluido deslocado pelo objeto". Este princípio permite entender por que os objetos sobem, descem ou permanecem em equilíbrio ao serem imersos em um fluido.

Após a manipulação matemática do princípio, conclui-se que a relação entre as densidades do objeto e do fluido é que vai determinar o resultado final. A densidade é expressa como o quociente entre a massa e o volume do objeto. Um objeto mais denso que o fluido, afunda; um objeto menos denso sobe e de mesma densidade fica em equilíbrio (parado: nem sobe nem desce). Quando o objeto é imerso num fluido, a intensidade da força empuxo vai aumentando à medida que o objeto submerge. A partir do instante que o objeto fica completamente submerso, a intensidade do empuxo não aumenta mais. Isto se deve ao fato de que o volume do fluido deslocado já será máximo, correspondendo ao volume do próprio objeto.

Na superfície da Terra há empuxo sobre qualquer coisa, inclusive os humanos. Isto acontece devido à atmosfera ser um meio fluido (gases). Já no espaço intergaláctico, não há empuxo sobre nada, pois não há fluido para que tal força possa existir. Um exemplo é o cubo de gelo, que flutua quando é mergulhado na água, mas afunda se substituirmos a água por álcool. Isto se deve à densidade do gelo ser menor que a densidade da água, porém maior que a do álcool. Um pedaço de ferro afunda na água e flutua no mercúrio. Isso ocorre devido à densidade do ferro ser menor que a densidade do mercúrio, porém maior que a da água. Outro exemplo é um balão (cheio de gás hélio, menos denso que o ar) que sobe no ar. Isto se deve ao fato de a densidade do balão ser menor que a do ar (o fluido neste caso). Se o balão estiver cheio de água, sua densidade será maior que a do ar e ele não subirá.

Elaboração do roteiro O roteiro deve ser simples e claro de modo que os alunos possam compreender e reproduzir o experimento com facilidade. É importante instigar a curiosidade dos alunos de maneira divertida, mas sem perder conceitos. Dessa forma, os momentos anteriores e posteriores a experimentação são os mais importantes, pois é quando o conhecimento deve ser construído através de teorias e hipóteses. Na etapa experimental, é prevista a execução da atividade experimental. Executar uma atividade experimental significa operar o planejado, testar hipóteses previstas, tendo claro o objetivo almejado, e, normalmente, significa também, manusear equipamentos. A execução pressupõe um sujeito ativo intelectualmente e engajado com a atividade, capaz de construir seus conhecimentos em um processo de interação social.

Proposta de roteiro: 1. Título ou tema; 2. Objetivo geral (ou objetivo); 3. Objetivos específicos (opcional); 4. Contexto teórico; 5. Ideia do experimento; 6. Material utilizado; 7. Montagem; 8. Discussão.

Preparação do experimento Submarino na garrafa A ideia do experimento é fazer algo parecido com um submarino, mas de modo a podermos observar facilmente o Princípio de Arquimedes. Trata-se de um arranjo onde pode-se observar os efeitos das forças que atuam em um objeto imerso na água. Material utilizado Uma garrafa de 2 litros de refrigerante transparente com tampa. Um tubo de caneta do tipo Bic. Água. Duas tampinhas de tubo de caneta.

Retire a tampa e o refil da caneta. Corte transversalmente a caneta na extremidade da ponta, de forma a deixá-la igual à outra extremidade. Coloque água no tubo de caneta, que deverá estar com uma das extremidades tampadas, deixando, aproximadamente, 5 ou 6 centímetros de ar. Para saber se esta quantidade de ar é o suficiente para que a caneta flutue, teste antes em um copo com água. Tampe a outra extremidade com a outra tampinha. Coloque o tubo de caneta dentro da garrafa, a qual deverá estar completamente cheia de água e sem bolhas de ar. Observe que inicialmente a parte superior da caneta deverá ficar na mesma linha que a superfície da água da garrafa, ou seja, flutuando. Tampe a garrafa.

Discussão 1. O que aconteceu? Como foi o movimento do submarino? 2. Porque não encher todo o tubo de caneta? 3. Explique como isso acontece?

Considerações finais O que se pode observar é que, quando apertamos a garrafa estamos fornecendo uma quantidade de pressão a todos os pontos da água no seu interior. Com esse aumento de pressão, a água da garrafa penetrará na caneta através do furinho (existente na lateral do tubo) e fará com que a massa da caneta aumente. Com esse aumento de massa, a caneta terá uma densidade maior que a da água e afundará. Ao descomprimirmos a garrafa, a pressão volta ao normal, então sai água da caneta e a densidade da caneta fica menor que a da água. Novamente, fazendo com que ela suba. Este experimento só é possível devido à caneta não estar completamente cheia, ou seja, restando um pouco de ar no seu interior. Como a caneta e a garrafa são transparentes, é possível observar a variação da quantidade de água no interior da caneta, e o consequente movimento dela para baixo ou para cima. O submarino funciona do mesmo modo: bombas de água enchem e esvaziam tanques em seu interior usando a água que o circunda e o ar que preenchia os tanques são acomodados em tanques de ar comprimido.

Referências Valadares, E. C. Física mais que divertida. 2ª ed. UFMG, 2007. Halliday, David; Resnick, Robert. Fundamentos de Física. Rio de Janeiro, 2001. Tipler, Paul. Física. Rio de Janeiro, 2000.