Sócio da Sociedade, SAI Unipessoal, Lda. Insolvência de: Rui Pedro Felício Cândido Processo de Insolvência n.º 11626/17.3T8LSB Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Juízo de Comércio de Lisboa Juiz 5 RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR JUDICIAL Rui Pedro Felício Cândido foi, por sentença de 18 de julho de 2017, declarado em situação de Insolvência. Nos termos do disposto no art.º 155 do C.I.R.E., vem o apresentar o seu Relatório. I Identificação do Devedor e outras Informações Rui Pedro Felício Cândido, nascido em 20 de Janeiro de 1972, natural da freguesia e concelho de Gavião, portador do NIF 200 607 391 e cartão de cidadão n.º 09870184 3 ZY5, atualmente residente na Rua Fernando Maurício, n.º 30-4º C, 1950-449 Lisboa. O agregado familiar do insolvente é constituído apenas pelo próprio. Iniciativa do Processo de Insolvência: Requerido pelo Insolvente. Data da Publicação do Anúncio no Portal Citius (artigo 37.º, n.º 7, do CIRE): 19 de julho de 2017. Prazo para reclamação de créditos: 30 dias. Data da declaração de insolvência: 18 de julho de 2017.
Sócio da Sociedade, SAI Unipessoal, Lda. II Análise dos elementos incluídos no documento referido na alínea c) do n.º 1 do Art. n.º 24º do CIRE (artigo 155.º, n.º 1, a) do CIRE) O insolvente esteve durante um longo período de tempo desempregado, tendo ingressado num curso de cozinheiro, conseguindo empregar-se nessa mesma área, como ajudante de cozinha, na empresa Cozinha Divida Promoção, Divulgação Produção de eventos, Lda., auferindo mensalmente 700,17. Sobre o referido vencimento recai uma penhora no valor de 143,17, tendo já o Signatário diligenciado pelo cancelamento da mesma, através de comunicação dirigida ao Agente de Execução e respetivo Tribunal. Informa que se encontra divorciado e que tem um filho menor de 15 anos de idade, que vive com a mãe, pagando uma pensão de alimentos no valor de 150,00, acrescido do montante de 100,00 para outras despesas. O insolvente informa que se encontra a residir na casa da namorada, arrendada a esta, onde dividem mensalmente as despesas correntes. Refere que mensalmente despende de 1.000,00 para despesas, indicando na Petição Inicial o seguinte: Alimentação e transportes 150,00 Água, eletricidade, gás, etc 150,00 Pensão de Alimentos e Despesas com filho menor 250,00 Renda da casa 450,00 TOTAL 1.000,00 Expõe que com a crise económica dos últimos anos que assolou o país, e como consequência o aparecimento de poucas oportunidades de emprego, tentou fazer esforços no sentido da regularização das dívidas que tem com as diversas instituições de crédito.
Sócio da Sociedade, SAI Unipessoal, Lda. O Requerente afirma que, tentou fazer acordos com prestações mais baixas com os credores, no entanto estes mostraram-se irredutíveis, atendendo ao historial de incumprimento consecutivo e ao estado avançado das execuções. Declara ainda que apenas tomou consciência da impossibilidade de cumprir as suas obrigações, ao ser confrontado com as diversas ações judiciais, e consequentes dívidas, e não ter liquidez imediata para fazer face às mesmas. Além disso, informou que não é proprietário de quaisquer bens móveis ou imóveis, bem como não possui qualquer conta bancária em seu nome. Encontram-se pendentes contra o insolvente, as seguintes ações executivas: Processo de Execução nº. 29587/16.4T8LSB, intentado por Maria Armanda Dias de Oliveira e Mário Lopes; Processo de Execução nº. 1251/04.4TBLRA, intentado Quadrifonia Comércio de Instrumentos Musicais, Lda.; Processo de Execução nº. 5633/04.3YYLSB, intentado Woodchester, Aluguer de Equipamentos, Lda.; Alega ainda que as causas da situação em que se encontra devem-se ao facto da falta de rendimentos, que permitam cumprir com o pagamento das obrigações assumidas. Perante a situação supra descrita, o devedor confrontado com dificuldades económicas e financeiras, viu-se na obrigação de se apresentar a tribunal, requerendo que fosse declarada a sua insolvência. O, no âmbito das funções, e no intuito da apreensão dos bens e direitos de sua propriedade, realizou as diligências necessárias, que desenvolveu através de deslocações e contactos com o Serviço de Finanças e Conservatórias do Registo Predial e Automóvel, tendo constatado que o insolvente não possui quaisquer bens sujeitos a registo. Ainda através das diligências efetuadas, o Signatário constatou que o Insolvente era gerente da sociedade Safedecisions - Consultoria e Mediação de Seguros, Lda., sendo que alguns créditos reclamados são a título de reversão e avais prestados.
Sócio da Sociedade, SAI Unipessoal, Lda. III Análise do estado da contabilidade do devedor (alínea b) do n.º 1 do artigo 155º do C.I.R.E.) O insolvente não se encontra sujeito ao regime de contabilidade organizada, razão pela qual não foram apreendidos quaisquer elementos contabilísticos. Destarte, em carta datada de 20 de julho de 2017, foi solicitada a entrega de cópias das declarações de IRS dos últimos 3 anos efetuadas pelo devedor, entre outros documentos, para que se pudesse concluir a verificação de qualquer facto diferente do alegado. Os mesmos foram remetidos por email em 04 de agosto de 2017. IV Plano de Insolvência (alínea d) do n.º 1 do Art. nº. 155º do C.I.R.E. Não foi apresentado pelo devedor, PLANO DE PAGAMENTOS tal como o permite as disposições conjugadas dos art.ºs 251.º, 252.º, «ex-vi» dos art.ºs 253.º e 264.º, n.º 4, alínea b) do CIRE. V Elementos Importantes para Tramitação Ulterior do Processo (alínea e) do n.º 1 do art.º 155 do C.I.R.E. Analisada a informação disponibilizada, verifica-se que: O devedor encontra-se em situação de insolvência, pelo facto de não auferir rendimentos que permitam cumprir as obrigações assumidas; O passivo reclamado e reconhecido é de 40.916,20 (quarenta mil novecentos e dezasseis euros e vinte cêntimos); Não possui qualquer bem móvel ou imóvel sujeito a registo; Não tem crédito nas instituições bancárias; Não estão reunidas quaisquer possibilidades, para apresentar plano de pagamentos.
Sócio da Sociedade, SAI Unipessoal, Lda. VI Posição sobre o pedido de Exoneração do Passivo Restante O pronuncia-se, sobre o Pedido de Exoneração do Passivo Restante: O que faz nos seguintes termos: 1. O devedor apresentou o pedido de exoneração do passivo restante no requerimento de apresentação à insolvência, nos termos do artigo 236.º, n.º 1, do CIRE. 2. O tem como fundamento o exposto na Petição Inicial e no Relatório (artigo 155.º do CIRE). 2.1. Rui Pedro Felício Cândido, residente na Rua Fernando Maurício, n.º 30-4º C, 1950-449 Lisboa, portador do NIF 200 607 391 e cartão de cidadão n.º 09870184 3 ZY5. 2.2. A iniciativa do Processo de Insolvência foi requerida pelo insolvente. 2.3. O insolvente aufere mensalmente o valor de 700,17, exercendo a atividade de ajudante de cozinha. 2.4. As causas da insolvência do devedor resultam do facto de se encontrar numa situação de falta de cumprimento de diversas obrigações que, pelo seu montante 40.916,20 (quarenta mil novecentos e dezasseis euros e vinte cêntimos), revelam a impossibilidade de satisfazer pontualmente a generalidade das suas obrigações. 3. O que pode ser determinante para uma decisão: 3.1. Despesas do Agregado Familiar: O insolvente apresenta despesas mensais no montante de 1.000,00, conforme anteriormente descriminadas. 3.2. Havendo a considerar, na eventualidade de ser proferido Douto Despacho Inicial de Exoneração do Passivo Restante, a possibilidade de, no período de 5 anos de cessão do rendimento se poder alterar a atual situação do insolvente,
Sócio da Sociedade, SAI Unipessoal, Lda. 3.3. Não são do conhecimento do quaisquer motivos para o indeferimento liminar do pedido de exoneração do passivo restante nos termos estipulados pelo artigo 238.º, n.º 1 do CIRE. Perante o exposto, e porque o não possui elementos que permitam concluir que o pedido de exoneração do passivo restante deva ser indeferido, propõe que seja proferido favoravelmente o despacho a que aludem os Art.ºs 237.º, alínea b), e 239.º, n.ºs 1 e 2, do citado diploma. Mais propõe que seja atribuído, como rendimento indisponível, um valor não inferior a um Salário Mínimo Nacional acrescido de um quarto, necessário para a subsistência do Insolvente e do seu filho. VII Medida Proposta Entende o que os autos devem ser encerrados, por insuficiência da massa insolvente, nos termos do disposto no artigo 232º. Nº. 1 do C.I.R.E. Vila Nova de Gaia, 18 de Setembro de 2017 O EB/LL