Sócio da Sociedade, SAI Unipessoal, Lda. Insolvência de: Armando Jorge Macedo Teixeira Processo n.º 5189/18.0T8OAZ Tribunal Judicial da Comarca de Aveiro Juízo de Comércio de Oliveira de Azeméis Juiz 2 RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR JUDICIAL Armando Jorge Macedo Teixeira foi, por sentença de 11 de janeiro de 2019, declarado em situação de Insolvência. Nos termos do disposto no art.º 155 do C.I.R.E., vem o apresentar o seu Relatório. I Identificação do Devedor e outras Informações Armando Jorge Macedo Teixeira, nascida em 01/07/1951, natural da Freguesia de Miragaia, Concelho de, portador do cartão de cidadão n.º 03684558 2 ZY6 e NIF 122 995 023, divorciado e atualmente residente na Av. Francisco Sá Carneiro, nº 32, 2º Direito, 4520-164 Santa Maria da Feira. O agregado familiar do insolvente é composto pelo próprio. Iniciativa do Processo de Insolvência: Requerida pelo Insolvente. 2019. Data da Publicação do Anúncio no Portal Citius (artigo 37.º, n.º 7, do CIRE): 14 de janeiro de Prazo para reclamação de créditos: 30 dias. Data da declaração de insolvência: 11 de janeiro de 2019.
Sócio da Sociedade, SAI Unipessoal, Lda. II Análise dos elementos incluídos no documento referido na alínea c) do n.º 1 do Art. n.º 24º do CIRE (artigo 155.º, n.º 1, a) do CIRE) Expõe o requerente na Petição Inicial, que exerceu a atividade de comerciante, como sócio gerente da sociedade comercial por quotas Armando Jorge, Lda, com o NIPC 503 591 343, cujo objeto social consistia na compra e venda de eletrodomésticos. Mais expõe que foi sócio gerente até 2011, data em que a sua mulher assumiu de facto e de direito a gerência da empresa. Informa o insolvente que em data que não pode precisar, os sócios da empresa Armando Jorge, Lda mal informados contrataram depósitos a prazo junto do Banco Espírito Santo. Mais informa que na sequência desse desastre económico, como a empresa Armando Jorge, Lda era essencialmente uma empresa familiar, houve necessidade de separar o património pessoal do património empresarial e liquidar tudo. Refere o requerente que os sócios se divorciaram em 2016. Tendo de seguida a empresa requerido processo especial de revitalização com o nº 1686/16.0T8OAZ, que correu termos na Comarca de Aveiro, Oliveira Azémeis - Instância Central - 2ª Seção do Comércio - J2, no qual foi proferido despacho de recusa de homologação a 15-09-2016. Mais refere que por causa das implicações legais, fiscais, e pessoais, também a sócia gerente foi declarada insolvente. Alega o insolvente que entende de comércio mas não acompanhou a contabilidade da empresa. Alega ainda que após a aquisição dos títulos do Banco Espírito Santo, o Banco o começou a penhorar mensalmente no valor de 498,79. Declara que no âmbito do processo nº 166/2017 que correu termos nos Julgados de Paz, por deficiente apoio jurídico, e por falso testemunho, foi condenado a pagar 1900,00. O devedor refere que tem obrigações financeiras perante os seguintes credores: a) Novo Banco, SA; b) Alcino Manuel Coelho da Silva Pinto e Maria Deolinda dos Santos Laranjeira;
Sócio da Sociedade, SAI Unipessoal, Lda. Sem rendimentos mensais suficientes para fazer face aos compromissos assumidos, e vendo-se confrontado com dificuldades económicas e financeiras, o devedor viu-se na obrigação de se apresentar a tribunal, requerendo que fosse declarada a sua insolvência. O, no âmbito das funções, e no intuito da apreensão dos bens e direitos de sua propriedade, encontra-se a realizar as diligências necessárias junto do Serviço de Finanças e Conservatórias do Registo Predial e Automóvel, para confirmar que o insolvente não possui quaisquer bens imóveis ou móveis sujeitos a registo. Com base no Mapa elaborado, dos créditos reclamados e reconhecidos, o insolvente é devedor de um montante global de 124.417,21. III Análise do estado da contabilidade do devedor (alínea b) do n.º 1 do artigo 155º do C.I.R.E.) O insolvente não se encontra sujeita a regime de contabilidade organizada, razão pela qual não foram apreendidos quaisquer elementos contabilísticos. Destarte, em carta datada de 22 de janeiro de 2019, foi solicitada a entrega de cópias das declarações de IRS dos últimos 3 anos pelo devedor, entre outros documentos, para que se pudesse concluir a verificação de qualquer facto diferente do alegado, que foram entregues pelo insolvente. IV Plano de Insolvência (alínea d) do n.º 1 do Art. n.º 155º do C.I.R.E. Não foi apresentado pelo devedor, PLANO DE PAGAMENTOS tal como o permite as disposições conjugadas dos art.ºs 251.º, 252.º, «ex-vi» dos art.ºs 253.º e 264.º, n.º 4, alínea b) do CIRE. V Elementos Importantes para Tramitação Ulterior do Processo (alínea e) do n.º 1 do art.º 155 do C.I.R.E. Analisada a informação disponibilizada, verifica-se que: O devedor encontra-se em situação de insolvência, pelo facto de não auferir rendimentos que permitam cumprir as obrigações assumidas; O passivo reclamado é de 124.417,21 ; Não possuí qualquer bem imóvel e móvel sujeito a registo; Não tem crédito nas instituições bancárias; Não estão reunidas quaisquer possibilidades, para apresentar plano de pagamentos.
Sócio da Sociedade, SAI Unipessoal, Lda. VI Posição sobre o pedido de Exoneração do Passivo Restante O pronuncia-se, desde já, sobre o Pedido de Exoneração do Passivo Restante. O que faz nos seguintes termos: 1. O devedor apresentou o pedido de exoneração do passivo restante no requerimento de apresentação à insolvência, nos termos do artigo 236.º, n.º 1, do CIRE. 2. O tem como fundamento o exposto na Petição Inicial e no Relatório (artigo 155.º do CIRE). 2.1. Armando Jorge Macedo Teixeira, divorciado e atualmente residente na Av. Francisco Sá Carneiro, nº 32, 2º Direito, 4520-164 Santa Maria da Feira 2.2. A iniciativa do Processo de Insolvência foi requerida pelo insolvente. 2.3. O insolvente informa que se encontra reformado, desconhecendo o signatário o valor que aufere mensalmente a esse título. 2.4. As causas da insolvência do devedor resultam do facto de se encontrar numa situação de falta de cumprimento que, pelo seu montante, revela a impossibilidade de as satisfazer pontualmente. 3. O que pode ser determinante para uma decisão: 3.1. Despesas do Agregado Familiar O insolvente informa que despende mensalmente para fazer face às despesas do dia-a-dia dos seguintes valores: Renda de Casa 300,00 Alimentação 310,00 EDP 42,65 Águas 28,17 Gasolina 100,00 Total 780,82
Sócio da Sociedade, SAI Unipessoal, Lda. 3.2. Havendo a considerar, na eventualidade de ser proferido Douto Despacho Inicial de Exoneração do Passivo Restante, a possibilidade de, no período de 5 anos de cessão do rendimento se poder alterar a atual situação do insolvente, 3.3. Não são do conhecimento do administrador judicial quaisquer motivos para o indeferimento liminar do pedido de exoneração do passivo restante nos termos estipulados pelo artigo 238.º, n.º 1 do CIRE. Perante o exposto, e porque o não possui elementos que permitam concluir que o pedido de exoneração do passivo restante deva ser indeferido, propõe que seja proferido favoravelmente o despacho, a que aludem os Art.ºs 237.º, alínea b), e 239.º, n.ºs 1 e 2, do citado diploma. Mais propõe que seja atribuído, como rendimento indisponível, um valor não inferior a Um Salário Mínimo Nacional, necessário para a subsistência do insolvente. VII Medida Proposta Assim, propõe o signatário, o sentido do encerramento do processo por insuficiência de bens, nos termos do Artigo n.º 232º do C.I.R.E. Vila Nova de Gaia, 04 de março de 2019 O EB/JF