Centro de Convenções Ulysses Guimarães Brasília/DF 4, 5 e 6 de junho de 2012 CONTROLE SOCIAL ESPAÇO DE PARTICIPAÇÃO E DELIBERAÇÃO: 14 a CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE Julia Roland Kátia Maria Barreto Souto Genilda Leão da Silva Maria da Glória Campos da Silva
2 Painel 24/085 Gestão participativa, controle social e promoção da equidade na saúde CONTROLE SOCIAL ESPAÇO DE PARTICIPAÇÃO E DELIBERAÇÃO: 14 a CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE Julia Roland Kátia Maria Barreto Souto Genilda Leão da Silva Maria da Glória Campos da Silva INTRODUÇÃO O Controle Social é um dos princípios democráticos, cuja garantia se inscreve na Constituição Federal e na Lei n o 8.142 de 28 de dezembro de 1990, que dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), tendo como instâncias colegiadas os Conselhos e as Conferências de Saúde, que são fóruns representativos do governo e da sociedade civil. Os conselhos e as conferências de saúde foram instituídos por meio da Lei n o 8.142 de 28 de dezembro de 1990, nas 3 esferas de gestão. Todos os estados, o Distrito Federal e os 5.565 municípios criaram seu respectivo conselho de saúde. OBJETIVO O objetivo dessas instâncias de Controle Social é dar transparência à gestão e concretizar todos os objetivos e diretrizes do sistema Único de Saúde. Com o objetivo de aprimorar a transparência permitindo a atualização permanente dos dados dos conselhos de saúde a fim de que a sociedade conheça a realidade dos conselhos, foi lançado em março de 2012 o Sistema de Acompanhamento de Conselhos de Saúde (SIACS), produto de uma ação conjunta do Conselho Nacional de Saúde com o Ministério da Saúde. Conselhos e Conferências de Saúde devem ser compostos paritariamente com 50% de usuários, 25% de trabalhadores e 25% de gestores e prestadores de serviços de saúde.
3 Dados mais recentes do Ministério da Saúde indicam que 67% dos conselhos 3.712 dentre 5.541 conselhos cadastrados não cumprem a diretriz. METODOLOGIA As conferências nacionais de saúde ocorrem há 71 anos, como espaços intergovernamentais, sendo que a 1 a Conferência Nacional, realizada no ano de 1941, em verdade, foi de Saúde e Educação pois essas duas áreas eram de responsabilidade do Ministério da Saúde. Esta conferência trouxe como temas: organização sanitária estadual e municipal; ampliação e sistematização das campanhas nacionais contra a lepra e a tuberculose; determinação das medidas para desenvolvimento dos serviços básicos de saneamento; determinação das medidas para desenvolvimento dos serviços básicos de saneamento; e um plano de desenvolvimento de obra nacional de proteção à maternidade, à infância e à adolescência. A 2 a Conferência Nacional só foi realizada 9 anos depois (1950), discutindo a Legislação referente à higiene e segurança do trabalho. Só 13 anos mais tarde (1963) realizou-se a 3 a conferência nacional debatendo a situação sanitária da população brasileira; distribuição e coordenação das atividades médicosanitárias nos níveis federal, estadual e municipal; municipalização dos serviços de saúde, e; fixação de um plano nacional de saúde. 4 anos mais tarde realizou-se a 4 a conferência nacional com o tema RH para as atividades de saúde. Daí a 8 anos, a 5 a Conferência tratando da Constituição e Implementação do Sistema Nacional de Saúde. A 6 a Conferência, diferentemente dos intervalos anteriores, realizou-se 2 anos depois. A 7 a, 3 anos mais tarde e a 8 a, 6 anos depois, com o tema Saúde como direito. Com igual intervalo, realizou-se a 9 a Conferência, e, a partir da Lei 8080 de 19 de setembro de 1990, determinou-se que as Conferências Nacionais de Saúde fossem realizadas de 4 em 4 anos. As conferências nacionais são precedidas das etapas municipal e estadual.
4 Este espaço, até então ocupado por técnicos governamentais e gestores, a partir da 7 a foi ampliado para a participação social, sendo que na 8 a Conferência Nacional de Saúde, em 1986, fortalecendo os processos democráticos e participativos das entidades e movimentos sociais, foi o marco decisivo para a construção e legitimação do Sistema Único de Saúde como política pública universal, e garantia de acesso aos serviços, com equidade, integralidade e qualidade. A Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa SGEP/MS está posta no cenário da política de saúde como espaço de diálogo e de articulação para a implementação da Política Nacional ParticipaSUS; para o apoio ao fortalecimento do controle social: as conferências e os conselhos de saúde; para a implementação de espaços de diálogo com a sociedade civil organizada a exemplo dos comitês de promoção da equidade e no desenvolvimento de processos de educação popular em saúde e mobilização social; e também para o fortalecimento das instâncias de gestão do SUS: Comissão Intergestores Tripartite CIT. A SGEP vem construindo com esses diversos atores da sociedade e do SUS, uma convivência solidária, democrática e participativa. Realizada em dezembro de 2011, a 14 a Conferência Nacional de Saúde, reuniu 2937 delegados e 491 convidados oriundos de todos os estados da federação. A etapa municipal aconteceu no período de 01 de abril a 15 de julho, a etapa estadual no período de 16 de julho a 31 de outubro e a etapa nacional, de 30 de novembro a 04 de dezembro de 2011. Os delegados participantes, representantes da população usuária, dos trabalhadores, dos gestores/prestadores da saúde debateram sobre diretrizes e propostas originárias dos municípios e estados em um processo ascendente que enriquece e fortalece o sistema de controle social desenvolvido pelo SUS. Foram realizadas 4.375 conferências na etapa municipal e 27 conferências na etapa estadual. A participação nas regiões aconteceu da seguinte forma: Região Nordeste realizou em 92% dos municípios; Região Sul, 90%; Região Norte, 86%; Região Centro-oeste, 79% e Região Sudeste, 53%. Onze estados realizaram conferência em 100% dos municípios. Milhares de propostas produzidas nas etapas municipais e estaduais foram analisadas e previamente sistematizadas pela Comissão de Relatoria Nacional que elaborou o Consolidado de Propostas da 14 a CNS. Este documento foi base do debate e discussão dos grupos de trabalho da Conferência Nacional, que
5 originou a síntese encaminhada para a plenária final da CNS, onde foram aprovadas 15 diretrizes e 343 propostas. CONCLUSÕES A garantia do direito à saúde foi reafirmado com o compromisso expresso nas deliberações da 14 a que orientará o planejamento e as ações das políticas de saúde nos próximos 4 anos, reconhecendo, assim, a legitimidade daqueles que compõem os conselhos de saúde, fortalecendo o caráter deliberativo das conferencias e o compromisso das três esferas de governo e das representações dos trabalhadores e dos usuários. REFERÊNCIAS BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil. In: OLIVEIRA, J. (ORG.) Série Legislação Brasileira. São Paulo: Saraiva, 1989.. Lei n o 8.080 de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção, e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Brasília, Assessoria de Comunicação Social do Ministério da Saúde, 1990.. Lei n o 8.142 de 28 de setembro de 1990. Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS} e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências. Brasília: Assessoria de Comunicação Social do Ministério da Saúde, 1990.. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Brasília, outubro de 2007.
6 AUTORIA Julia Roland Ministério da Saúde. Endereço eletrônico: julia.roland@saude.gov.br Kátia Maria Barreto Souto Ministério da Saúde. Endereço eletrônico: katia.souto@saude.gov.br Genilda Leão da Silva Ministério da Saúde. Endereço eletrônico: genilda.silva@saude.gov.br Maria da Glória Campos da Silva Ministério da Saúde. Endereço eletrônico: maria.gloria@saude.gov.br