Obsessão: proposta de um projeto de pesquisa integrado



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XVIII CONGRESSO ESPÍRITA PAN-AMERICANO 11 a 15 de outubro de 2000 Porto Alegre RS Obsessão: proposta de um projeto de pesquisa integrado MAURO DE MESQUITA SPINOLA ALVARO DE MESQUITA SPINOLA Centro de Estudos Espíritas José Herculano Pires (São Paulo-SP, Brasil) Centro de Pesquisa e Documentação Espírita (Santos-SP, Brazil) mauro@spinola.eng.br, alvaro.spinola@incor.usp.br 1

Resumo Atividades diversas voltadas para o tratamento da obsessão são realizadas em boa parte dos grupos espíritas brasileiros. Baseiam-se, em boa medida, em práticas desenvolvidas a partir da experiência dos dirigentes e médiuns dedicados a essa tarefa. Este artigo apresenta as bases e diretrizes de uma linha de trabalho e pesquisa com o objetivo de conceituar a obsessão e desenvolver uma metodologia para seu diagnóstico e tratamento. Apresenta as etapas a serem realizadas para estabelecer um projeto de pesquisa com esses objetivos. As atividades principais do projeto são: (1) levantamento do estado da arte (conceitos e práticas já desenvolvidos), (2) conceituação de obsessão (considerando o estado da arte e em contribuições recentes de disciplinas científicas correlatas, (3) desenvolvimento de uma metodologia para diagnóstico e tratamento da obsessão, (4) definição dos requisitos (necessidades) mínimos para um trabalho voltado para o diagnóstico e o tratamento da obsessão, (5) publicação e divulgação dos resultados e (6) criação de mecanismos de intercâmbio entre diversas pessoas e grupos estudiosos do assunto. O artigo apresenta o detalhamento desta proposta de trabalho, visando servir como base para amplo levantamento e conseqüente discussão do tema entre os vários grupos e pesquisadores interessados. Palavras-chave: obsessão espírita, centro espírita 1 Introdução Kardec definiu a obsessão como sendo a influência maléfica de um espírito sobre uma pessoa, podendo acarretar como conseqüência diversos males emocionais, físicos e comportamentais. [3] Ele realizou um trabalho profundo para compreensão e tratamento da obsessão. Seus estudos e conclusões estão apresentados sobretudo em O livro dos espíritos [2], O livro dos médiuns [3], A gênese [1] e na Revista espírita [4]. Sua principal contribuição está em i- dentificar as características da obsessão, suas diversas formas de manifestação e os princípios básicos de seu tratamento. A base estabelecida por seus estudos permanece como a mais sólida contribuição sobre o tema. Outros autores, alguns deles espíritos desencarnados, deram também contribuições importantes e algumas delas têm exercido grande influência na condução dos trabalhos dos grupos que se dedicam ao tratamento da obsessão. No entanto, a maioria dessas contribuições não respeita critérios metodológicos que permitam sua mais segura aplicação. Ao lado da clara carência de produção pós-kardec, observa-se, neste mesmo período, um vigoroso desenvolvimento de diversas disciplinas científicas em especial nas áreas da Psicologia e da Medicina que buscam, por caminhos diferentes, contribuir para o entendimento do homem, sua natureza e seus problemas. É absolutamente necessário identificar, com maior clareza, a contribuição do espiritismo e de cada uma dessas áreas no entendimento, diferenciação e tratamento da obsessão. E buscar soluções com base em uma abordagem multidisciplinar. Durante o XVII Congresso da CEPA realizado em Buenos Aires, em 1996, o Comitê Científico da CEPA discutiu entre outros temas a necessidade de se realizar um projeto de pesquisa integrado sobre obsessão. Esta proposta do CPDoc vem de encontro a esta preocupação do Comitê Científico e o fórum de temas deste Congresso abriu espaço para se iniciar este trabalho em conjunto com todas pessoas e grupos interessados. Este artigo apresenta as bases e diretrizes de uma linha de trabalho e pesquisa com o objetivo de conceituar a obsessão e desenvolver uma metodologia para seu diagnóstico e tratamento. Além deste trabalho, que apresenta os objetivos, o método de trabalho e as principais a- ções propostas, três outros correlatos e complementares, integrantes da mesma linha de pesquisa da CPDoc, estão sendo desenvolvidos. São eles: 2

Obsessão: método para um levantamento bibliográfico, por Marissol Castello Branco e Mauro de Mesquita Spínola, que visa resgatar do ponto de vista da literatura a contribuição de Kardec e a de outros autores, entre eles espíritos desencarnados, Obsessão: roteiro para estudo de caso, por Rosângela Gomes de Souza e Marina França, que propõe um método e um questionário básico para apoio ao levantamento de estudos de casos, uma atividade chave nesta pesquisa, e Grupos espíritas de pesquisa mediúnica, por Egydio Régis e Sandra Régis, apresentar uma estrutura e uma metodologia para grupos de pesquisa mediúnica através de entrevistas e debates com Espíritos. 2 Objetivo (O que?) Vários estudos e ações isolados têm sido realizados com o objetivo de compreender e tratar a obsessão. Este projeto visa integrar esforços nesta direção, e permitir a obtenção de resultados sólidos e confiáveis, que possam ser publicados e utilizados pelos interessados. Uma pesquisa sobre o conceito, o diagnóstico e o tratamento da obsessão constitui-se, por um lado, num esforço para realizar uma parte do compromisso histórico de atualização da contribuição do espiritismo para a compreensão e a solução de diversas dores, angústias e incertezas que afetam o homem moderno. Por outro lado, é também um grande desafio a sua realização, que envolve levantamento de informações, fomento do debate, crítica e síntese de resultados obtidos junto aos diversos grupos e estudiosos que decidirem dela participar. 2.1 Objetivo geral O objetivo geral do projeto é conceituar obsessão e desenvolver uma metodologia para seu diagnóstico e tratamento. 2.2 Objetivos específicos Os objetivos específicos são os seguintes: levantamento do estado da arte, conceituação de obsessão, desenvolvimento de uma metodologia para diagnóstico e tratamento da obsessão, definição dos requisitos (necessidades) mínimos para um trabalho de diagnóstico e tratamento, publicação e divulgação dos resultados e criação de mecanismos de intercâmbio entre diversas pessoas e grupos estudiosos do assunto. 2.2.1 Estado da arte A base e o ponto de partida da pesquisa é o levantamento crítico do "estado da arte" sobre obsessão, ou seja, dos conceitos e práticas já desenvolvidos, nos seguintes aspectos: conceituação (o que é obsessão, quais são as suas características objetivas e subjetivas, as suas causas e os seus tipos?), diagnóstico (quais são os métodos, técnicas e atividades desenvolvidos e utilizados para diagnosticar a obsessão? quais são os resultados de sua aplicação?), tratamento (quais são os métodos, técnicas e atividades desenvolvidos e utilizados para tratar a obsessão? quais são os resultados de sua aplicação?). Esse levantamento envolve as seguintes atividades integradas: 3

pesquisa bibliográfica sobre o tema, envolvendo levantamento e análise das pesquisas de Allan Kardec, outros autores espíritas estudiosos do assunto e autores não espíritas cujos trabalhos possam contribuir para a melhor compreensão do fenômeno obsessão, levantamento de estudos de casos controlados e registrados e catalogação, classificação, análise crítica, comparação e síntese dessas contribuições. 2.2.2 Conceito de obsessão O que é a obsessão? Quais são as suas características gerais? Uma etapa da pesquisa envolve conceituar e caracterizar a obsessão, com base na análise do levantamento do estado da arte, tanto quanto, na medida do possível, nas contribuições recentes de disciplinas correlatas tais como a Psiquiatria, a Neurologia e a Psicologia. 2.2.3 Metodologia O tratamento espírita da obsessão requer uma metodologia. Uma etapa importante do projeto é o desenvolvimento de uma metodologia para diagnóstico e tratamento da obsessão. Esta metodologia será proposta com base nos estudos de casos e no estado da arte levantados, e será avaliada/aperfeiçoada pelos grupos e pessoas participantes do projeto. Em relação a diagnóstico, a metodologia envolve: métodos, técnicas e atividades para identificação e classificação da obsessão, identificação dos fatores que diferenciam a obsessão de outros fenômenos humanos, físicos e/ou psíquicos, identificação dos fatores que diferenciam os diversos tipos de obsessão entre si. documentação e registros necessários. Em relação a tratamento a metodologia envolve:\ recursos e infra-estrutura necessários, perfil e preparação dos recursos humanos envolvidos, métodos, técnicas e atividades relacionados ao atendimento e acompanhamento das pessoas em tratamento, métodos, técnicas e atividades relacionados à utilização da mediunidade no processo de tratamento. documentação e registros necessários. 2.2.4 Requisitos A metodologia a ser desenvolvida, citada no item anterior, não poderá ser aplicada a todos os casos. A obsessão abrange uma gama variada de fenômenos, exigindo cada caso um trabalho adequado e contextualizado. Há diferenças também entre os perfis dos pacientes, tanto quanto há entre as características dos grupos. O tratamento da obsessão, necessita, conseqüentemente, respeitar e adequar-se a essas diferenças. Uma etapa de maior amadurecimento do trabalho de pesquisa permitirá identificar um processo mais geral para diagnóstico e tratamento da obsessão, envolvendo: Requisitos (necessidades) mínimos e gerais para um trabalho voltado para o diagnóstico e o tratamento da obsessão. Esses requisitos devem ser aplicáveis a contextos, necessidades e objetivos diferenciados. Regras e diretrizes para adaptação desses requisitos aos diferentes contextos, que servirão de base para elaboração e aplicação de diferenciadas metodologias de trabalho. 4

2.2.5 Divulgação Os resultados de cada etapa da pesquisa serão divulgados e publicados, de acordo com planejamento proposto pelo CPDoc e discutido com os grupos e pessoas envolvidos. 2.2.6 Intercâmbio Um dos objetivos da pesquisa é o de criar mecanismos de intercâmbio entre diversas pessoas e grupos estudiosos do assunto, que permitam: levantar informações e casos de estudos, buscar consenso sobre os conceitos e métodos propostos, aplicar a metodologia e os requisitos propostos, adaptando-os a diferentes contextos, analisar e avaliar os trabalhos e resultados obtidos, discutir o encaminhamento da própria pesquisa. O intercâmbio será realizado por meio de troca de correspondência e através de eventos especialmente programados. Esses eventos reunirão periodicamente pessoas e representantes dos grupos participantes para consolidação de informações e encaminhamento das novas etapas do trabalho. O uso extensivo da internet deve se constituir em uma chave para obter maior agilidade na troca de informações. 3 Participantes e colaboradores (Quem e onde?) Estão convidados a participar todos os interessados. Os seguintes grupos e pessoas assumem, desde o início do trabalho, algumas responsabilidades: CPDoc (no Brasil), em colaboração com o Comitê Científico da CEPA e outros grupos coordenadores nacionais: (1) coordenação das atividades e da elaboração do trabalho, (2) integração com outros núcleos coordenadores que estejam desenvolvendo pesquisas correlatas, no Brasil e no exterior, (3) cadastramento de grupos e pessoas participantes, (4) manutenção de um banco de dados com informações, propostas e estudos de casos, (5) intercâmbio entre os grupos e pessoas participantes. Grupo participante (qualquer grupo espírita que deseje participar e contribuir com a pesquisa): (1) apresentação de dados e/ou propostas, (2) análise de dados e avaliação de propostas apresentadas, (3) aplicação e avaliação crítica de métodos, técnicas e atividades propostas. Pesquisador participante (qualquer pessoa, espírita ou não, que deseje participar e contribuir com a pesquisa): (1) apresentação de dados e/ou propostas, (2) análise de dados e avaliação de propostas apresentadas. 4 Método de trabalho (Como? - 1) O método consiste em análise de dados coletados de forma ampla a partir de diversas fontes. A pesquisa envolve 5 etapas, apresentadas na Figura. Em cada uma das 5 etapas o processo se repete: Estabelece-se um objetivo específico e claro. São distribuídas e realizadas tarefas dentro de padrões pré-determinados. 5

Os dados são coletados e feita análise e fechamento das informações num texto com proposta de trabalho. As conclusões analisadas pelos grupos são levadas e debatidas em um evento final. Da terceira etapa em diante são feitas publicações seqüenciais e complementares. Em cada etapa os papéis são bem definidos, porém os grupos participantes podem contribuir com as várias atividades envolvidas: estudar, pesquisar, testar e analisar as propostas. Eles podem também participar da elaboração junto com a coordenação. 5 Publicações e divulgação (Como? - 2) A pesquisa proposta deve gerar as seguintes publicações principais. 5.1 Livros ou apostilas Ao final de cada etapa será gerada uma publicação na forma de livro ou apostila, com conceitos e práticas consolidados na pesquisa. O que é a obsessão? Como tratar a obsessão? Uma método espírita para diagnóstico e tratamento. Obsessão: um modelo para estruturação das atividades de diagnóstico e tratamento 5.2 Página na internet Durante todo o desenvolvimento da pesquisa, um site na internet, controlado pelo CPDoc e acessível aos membros do CPDoc e aos participantes, reunirá todo o material que já tenha sido desenvolvido, incluindo: (1) material para a análise crítica dos participantes (textos analíticos, entrevistas com estudiosos encarnados e desencarnados, formulários e questões propostas, respostas a questões e informações fornecidas pelos grupos), (2) resultados consolidados, gráficos, quadros sinóticos e estatísticas, (3) material de orientação (procedimentos de trabalho) para a aplicação da metodologia proposta, (4) material preparatório e relatórios dos seminários de consolidação. As trocas de informações serão feitas, de preferência, por e-mail. Fax e correio podem ser usados em casos em que o uso de e-mail não for possível ou adequado. 6 Cronograma (Quando?) A Tabela Cronograma detalha as etapas, as atividades que compõem cada uma delas, os eventos que envolvem, e os produtos que devem gerar. 7 Conclusão Esta proposta é apenas o início da estruturação de um ambicioso trabalho de pesquisa. Realizá-lo significa envolver indivíduos e grupos comprometidos com ela, motivados pela importância cada vez maior que a obsessão possui para a humanidade e pelo potencial do espiritismo para contribuir com seu entendimento e tratamento. Este texto deve ser entendido como uma proposta passível de revisão e aperfeiçoamento, e um convite à participação. 6

Referências bibliográficas 1. KARDEC, Allan. A gênese, os milagres e as predições segundo o Espiritismo. Trad. Vítor Tollendal Pacheco. 13 a ed. São Paulo, LAKE, 1981. 2.. O livro dos espíritos. Trad. Guillon Ribeiro. 62 a ed. Rio de Janeiro, FEB, 1985. 3.. O livro dos médiuns. Trad. Guillon Ribeiro. 48 a ed. Rio de Janeiro, FEB, 1983. 4.. Revista espírita. Trad. Júlio de Abreu Filho. São Paulo, EDICEL, 12 v. (Sem ano de publicação). Bibliografia complementar recomendada AKSAKOF, Alexandre. Animismo e Espiritismo. Trad. C. S. 3 a ed. Rio de Janeiro, FEB, 1978. 2 v. ANDRADE, Hernani Guimarães. Morte, renascimento, evolução: uma biologia transcendental. 3 a ed. São Paulo, Pensamento, 1985. BOZZANO, Ernesto. Animismo ou Espiritismo? Qual dos dois explica o conjunto dos fatos? Trad. Guillon Ribeiro. 3 a ed. Rio de Janeiro, FEB, 1982. CASTRO, Maria Laura Viveiros de. O que é Espiritismo: 2 a visão. São Paulo, Brasiliense, 1985. (Coleção Primeiros Passos, v. 146). FÁVARO, Éder; DEL CHIARO Filho, Amilcar; PALAZZI, Roberto. A estrutura dos centros espíritas de KARDEC aos nossos dias. Em: CONGRESSO ESPÍRITA ESTADUAL DA USE, 7. Águas de São Pedro, SP, 22-24 ago 1986. Anais. s.n.t. FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA. Orientação ao centro espírita. 2 a ed. Rio de Janeiro, FEB, 1980. GALGANO, Alberto. Calidad total. Diaz de Santos. GARCIA, Wilson. O centro espírita. 2 a ed. São Paulo, USE Editora, set 1990. KARDEC, Allan. Iniciação espírita. Trad. Joaquim da Silva Sampaio Lobo, rev. anot. J. Herculano Pires. 10 a ed. São Paulo, EDICEL, 1986.. Obras póstumas. Trad. Sylvia Mele Pereira da Silva, intr. e anot. J. Herculano Pires. 2 a ed. São Paulo, LAKE, 1979.. O evangelho segundo o Espiritismo. Trad. Salvador Gentile. 12 a ed. Araras-SP, Instituto de Difusão Espírita, nov 1980.. Viagem espírita em 1862. Trad. e pref. Wallace Leal V. Rodrigues. Matão, SP, O Clarim, 1968. LUCIA, Reinaldo di. Passes: discussão e propostas. Em: SBPE - SIMPÓSIO BRASILEIRO DO PENSAMENTO ESPÍRITA, 3. Santos, SP, 3-6 set 1993. Anais. Santos, Licespe, 1993. MAIN, Jeremy. Guerras pela qualidade: os sucessos e fracassos da revolução da qualidade. Trad. Outras Palavras Consultoria Linguística. Rio de Janeiro, Campus, 1994. MARTINS, Celso. A obsessão e seu tratamento espírita. 2 a ed. São Paulo, EDICEL, 1983. MESSIAS, Carlos Roberto de. Contribuições sobre o movimento espírita brasileiro. Apresentado no CPDoc, Santos, SP, 26 fev 1989. O PODER e o movimento espírita. 2 a ed. Santos, DICESP, fev 1982. PAIVA, Aylton Guido Coimbra. Espiritismo e política. Santos, DICESP, set 1982. PERALVA, Martins. Estudando a mediunidade. 5 a ed. Rio de Janeiro, FEB, 1971. PIRES, J. Herculano. Mediunidade: vida e comunicação: conceituação de mediunidade e análise geral dos seus problemas atuais. 7 a ed. São Paulo, EDICEL, 1987.. Obsessão. O passe. A doutrinação. 3 a ed. São Paulo, SP, Paidéia, 1985.. O centro espírita. São Paulo, Paidéia, jan 1980.. Parapsicologia hoje e amanhã. 5 a ed. São Paulo, EDICEL, 1977. 7

PIRONDI, Ciro. Influência do Espiritismo na evolução do homem contemporâneo. Em: CON- GRESSO ESPÍRITA ESTADUAL DA USE, 7. Águas de São Pedro, SP, 22-24 ago 1986. Anais. s.n.t. PORTEIRO, Manuel S. Espiritismo dialéctico. Buenos Aires, Editorial Vitor Hugo, 1960. p. 57. RÉGIS, Jaci. O centro espírita no século XX. Em: CONGRESSO ESPÍRITA ESTADUAL DA USE, 7. Águas de São Pedro, SP, 22-24 ago 1986. Anais. s.n.t. SHIBA, Shoji; GRAHAM, Alan; WALDEN, David. A new american TQM: four practical revolutions in management. Prod, 1993. SPINOLA, Mauro de Mesquita. Leitura contextualizada do conhecimento espírita. Em: EN- CONTRO NACIONAL SOBRE O ASPECTO SOCIAL DA DOUTRINA ESPÍRITA, 3. Salvador, BA, mar 1989. Anais. s.n.t.. Centro espírita: uma revisão estrutural. Em: SBPE - SIMPÓSIO BRASILEIRO DO PEN- SAMENTO ESPÍRITA, 3. Santos, SP, 3-6 set 1993. Anais. Santos, SP, Licespe, 1993. VIEIRA, Waldo. Conduta espírita. Ditado pelo espírito André Luiz. 4 a ed. Rio de Janeiro, FEB, 1971. XAVIER, Francisco Cândido. Coragem. 2 a ed. Uberaba, CEC, 1973. p. 17-18. ; VIEIRA, Waldo. Desobsessão. Ditado pelo espírito André Luiz. 4 a ed. Rio de Janeiro, FEB, 1979.. Nos domínios da mediunidade. Ditado pelo espírito André Luiz. 12 a ed. Rio de Janeiro, FEB, 1983.. O consolador. Ditado pelo espírito Emmanuel. 7 a ed. Rio de Janeiro, FEB. 8

CRONOGRAMA ETAPA SEMESTRE 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Etapa 1: Proposta de trabalho (1) estabelecimento de infra-estrutura no CPDoc (responsabilidades, site na internet) (2) elaboração de uma proposta geral de trabalho a ser apresentada aos participantes da pesquisa (3) formação de grupos de pesquisa* (4) preparação dos centros para participar da pesquisa* Evento 1: Encontro inicial dos participantes: discussão e consolidação da proposta de trabalho. Etapa 2: Estado da arte (1) pesquisa bibliográfica sobre obsessão* (2) elaboração da metodologia para levantamento de estudos de casos (3) levantamento de estudos de casos* e divulgação entre os participantes da pesquisa (internet, correio etc.) (4) entrevistas com estudiosos de obsessão (5) elaboração do texto Estado da arte (preliminar) e divulgação entre os participantes da pesquisa (6) análise crítica do texto Estado da arte (preliminar) pelos participantes da pesquisa* Evento 2: Encontro dos participantes: discussão e consolidação das conclusões sobre o estado da arte. Etapa 3: Conceituação (o que é obsessão) (1) pesquisa bibliográfica sobre obsessão e disciplinas correlatas (Psiquiatria, Neurologia, Psicologia...)* (2) entrevistas com estudiosos de obsessão e de disciplinas correlatas (3) elaboração do texto O que é obsessão (preliminar) e divulgação entre os participantes da pesquisa (4) análise crítica do texto O que é obsessão (preliminar) pelos participantes da pesquisa* Evento 3: Encontro dos participantes: discussão e consolidação da conceituação. Publicação 1: O que é obsessão? X 9 X X X X X X

CRONOGRAMA (cont.) Etapa 4: Método para diagnóstico e tratamento da obsessão (1) pesquisa bibliográfica sobre obsessão e disciplinas correlatas (Psiquiatria, Neurologia e Psicologia) (2) entrevistas com estudiosos de obsessão e de disciplinas correlatas (3) elaboração do texto Método... (fase teórica) e divulgação entre os participantes da pesquisa (4) análise crítica do texto Método (fase teórica) pelos participantes da pesquisa* Evento 4: Encontro dos participantes: discussão e análise de viabilidade da proposta de método para diagnóstico e tratamento da obsessão (fase teórica). (5) aplicação do método pelos participantes e registro dos casos*; divulgação dos casos (5) elaboração do texto Método... (fase experimental) e divulgação entre os participantes da pesquisa (6) análise crítica do texto Método... (fase experimental) pelos participantes da pesquisa* Evento 5: Encontro dos participantes: discussão e consolidação do método para diagnóstico e tratamento da obsessão (fase experimental). Publicação 2: Como tratar a obsessão? Um método espírita para diagnóstico e tratamento. X X X 10

CRONOGRAMA (cont.) Etapa 5: Metodologia para diagnóstico e tratamento da obsessão (requisitos para a estruturação de trabalhos dos grupos) (1) levantamento doas aspectos considerados essenciais para qualquer metodologia de diagnóstico e tratamento da obsessão* (2) elaboração do texto Metodologia... (fase teórica) e divulgação entre os participantes da pesquisa (3) análise crítica do texto Metodologia... (fase teórica) pelos participantes da pesquisa* Evento 6: Encontro dos participantes: discussão e análise de viabilidade da proposta de Metodologia (fase teórica). (4) desenvolvimento de métodos específicos baseados na Metodologia*; divulgação (5) aplicação das metodologias pelos participantes e registro dos casos*; divulgação dos casos (6) análise crítica dos Metodologia... baseada em sua aplicação*; divulgação das análises críticas (7) elaboração do texto Metodologia... (fase experimental) e divulgação entre os participantes da pesquisa (8) análise crítica do texto Metodologia... (fase experimental) pelos participantes da pesquisa* Evento 7: Encontro dos participantes: discussão e consolidação da Metodologia (fase experimental). Publicação 3: Obsessão: um modelo para estruturação das atividades de diagnóstico e tratamento. X X X 11

Papel do Centro Etapa 1 Preparar-se para participar Estruturação dos Grupos Proposta de Trabalho Evento 1 Papel do Centro Pesquisa bibliográfica Estudos de casos Análise dos textos prévios Etapa 2 Estado da arte Evento 2 Papel do Centro Etapa 3 Pesquisa bibliográfica Análise dos textos prévios Conceituação Evento 3 Publicação 1 Papel do Centro Aplicação e análise crítica do método Análise crítica dos textos prévios Etapa 4 Método para diagnóstico e tratamento Eventos 4 e 5 Publicação 2 Papel do Centro Levantamento dos aspectos essenciais Adaptação, aplicação e análise crítica da metodologia proposta Etapa 5 Metodologia para diagnóstico e tratamento Eventos 6 e 7 Publicação 3 12