TRABALHO, EMPRESAS E QUALIDADE DE VIDA. Maria das Dores Guerreiro, Eduardo Rodrigues e Ana Isabel Couto

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TRABALHO, EMPRESAS E QUALIDADE DE VIDA Maria das Dores Guerreiro, Eduardo Rodrigues e Ana Isabel Couto

TRABALHO, EMPRESAS E QUALIDADE DE VIDA Estudos desenvolvidos nos últimos anos no domínio de investigação sobre PME no CIES Famílias na actividade empresarial. PME em Portugal (1996), Maria das Dores Guerreiro Relações sócio-laborais em micro e pequenas empresas (2001), Guerreiro et al. Estudos de avaliação das empresas candidatas ao Prémio Igualdade é Qualidade (2000), Guerreiro et al. Mais recentemente Pequenas e Médias Empresas (PME): mutações e persistências no contexto sócio-empresarial português (2008), Ana Isabel Couto Género, empreendedorismo e qualificações: tendências, contextos e experiências individuais (2009), Guerreiro et al.

Relações sócio-laborais em micro e pequenas empresas (Guerreiro et al, 2001) Objectivos e metodologia Estudo Relações sócio-laborais em micro e pequenas empresas, elaborado para o Observatório do Emprego e Formação Profissional, por Maria das Dores Guerreiro (coordenação), Elsa Pegado, Nuno Rodrigues e Sandra Palma Saleiro. Os objectivos que presidiram a pesquisa foram compreender e caracterizar a realidade organizacional e as relações de trabalho de um conjunto variado de empresas de micro e pequena dimensão pertencentes a diferentes domínios de actividade.

Relações sócio-laborais em micro e pequenas empresas (Guerreiro et al, 2001) Objectivos e metodologia Caracterização geral da realidade das micro e pequenas empresas: levantamento de documentação e literatura relevante sobre micro e pequenas empresas a nível nacional e europeu; análise de dados estatísticos relevantes a nível nacional e europeu; realização de entrevistas a informantes privilegiados. Caracterização densa de um conjunto variado de empresas de micro e pequena dimensão realização de 20 estudos de caso; realização de entrevistas aos empresários; realização de entrevistas a 48 trabalhadores e aplicação de um inquérito de caracterização geral dos trabalhadores.

Relações sócio-laborais em micro e pequenas empresas (Guerreiro et al, 2001) Principais resultados 1. Caracterização sociográfica dos dirigentes empresariais Predominância do sexo masculino Média etária 40 anos de idade Níveis de escolaridade predominantes não ultrapassam o 3.º ciclo do ensino básico

Relações sócio-laborais em micro e pequenas empresas (Guerreiro et al, 2001) Principais resultados 2. Caracterização do pessoal ao serviço nas micro e pequenas empresas estudadas Predominância do sexo feminino Maioria dos trabalhadores com idade até aos 30 anos Mais de metade dos trabalhadores possuem qualificações que não ultrapassam o 2.º ciclo do ensino básico

Relações sócio-laborais em micro e pequenas empresas (Guerreiro et al, 2001) Principais resultados 3. Tipologia de modalidades de acesso à empresarialidade a) A empresarialidade como iniciação à actividade profissional b) A empresarialização da profissão anteriormente exercida c) A empresarialidade como reconversão profissional d) A empresarialidade como alternativa ao desemprego

Pequenas e Médias Empresas (PME): mutações e persistências no contexto sócio-empresarial português Projecto de investigação em curso, realizado no CIES, ISCTE-IUL, no âmbito de uma tese de doutoramento em sociologia, com o financiamento da FCT, desenvolvida por Ana Isabel Couto, sob a orientação de Maria das Dores Guerreiro

Pequenas e Médias Empresas (PME): mutações e persistências no contexto sócio-empresarial português Pretende-se desenvolver um estudo aprofundado dos processos sociais em curso implicados no contexto socio-económico das pequenas e médias empresas em Portugal. O objectivo principal do projecto é dar conta das mudanças e persistências que atravessam duas vertentes analíticas centrais do estudo os dirigentes de empresas de pequena e média dimensão e as unidades empresariais concretas. Linhas gerais de problematização O trabalho de campo terá em conta: (i) as regularidades presentes nas práticas e discursos objectivos dos dirigentes empresariais de PME em relação a domínios-chave de actuação empresarial, analisando-se igualmente eventuais mudanças ao nível das trajectórias sócioprofissionais e perfil sociográfico, bem como, (ii) as práticas e dinâmicas organizacionais presentes nos contextos empresarias concretos a estudar.

Pequenas e Médias Empresas (PME): mutações e persistências no contexto sócio-empresarial português Linhas gerais de problematização A proliferação de um conjunto de políticas públicas de fomento e apoio à criação de pequenos negócios ou de PME, bem como das modernas políticas activas de emprego, descentrou a reprodução do acesso à propriedade empresarial. Novos factores competem com a transmissão familiar de capitais e aptidões empresariais (Guerreiro, 1996). A ocorrer uma mudança na relação dos indivíduos com a propriedade empresarial, esta poderá acarretar mudanças significativas ao nível do perfil do dirigente empresarial, nomeadamente no que se refere a variáveis-chave de diferenciação social, como o sexo, a idade, o capital escolar, a classe social, mas também, em termos das práticas de gestão organizacional que perfilham.

Pequenas e Médias Empresas (PME): mutações e persistências no contexto sócio-empresarial português Linhas gerais de problematização Na actualidade, as dificuldades de empregabilidade dos jovens, de não activos, entre outros, dão força à modalidade de procura da empresarialidade como alternativa ao desemprego (Guerreiro et al., 2001). Ainda assim, a procura da empresarialidade decorre, também, da identificação de uma oportunidade de negócio ( empreendedorismo de necessidade versus empreendedorismo de oportunidade ).

Elementos para a caracterização do empreendedorismo em Portugal Indicadores privilegiados de medição do empreendedorismo

Evolução da população portuguesa empregada por situação na profissão Quadro 1.1 Evolução da população portuguesa empregada por situação na profissão (%) Situação na profissão 2001 2008 Trabalhadores por conta de outrem Trabalhadores por conta própria como isolados Trabalhadores por conta própria como empregadores 72,6 76,0 18,5 17,5 6,2 5,5 Trabalhadores familiares não remunerados e outra situação 2,8 1,0 Total (%) 100,0 100,0 Total (N) milhares de indivíduos 5111,7 5197,8 Fonte: INE, Estatísticas do Emprego, 4.º trimestre de 2008

Evolução do número de trabalhadores por conta própria, segundo o sexo Quadro 1.2 Evolução do número de trabalhadores por conta própria, segundo o sexo (%) Situação na profissão 2001 2008 Trabalhadores por conta própria como isolados Homens 55,0 52,9 Mulheres 45,0 47,1 Total (%) 100,0 100,0 Total (N) milhares de indivíduos 943,1 910,4 Trabalhadores por conta própria como empregadores Homens 76,41 72,28 Mulheres 23,59 27,72 Total (%) 100,0 100,0 Total (N) milhares de indivíduos 314,9 287,2 Fonte: INE, Estatísticas do Emprego, 4.º trimestre de 2008

% Caracterização do tecido empresarial português Figura 1. Caracterização do tecido empresarial português, 2006 100 80 60 95,4 40 20 0 44,5 35,7 4,5 0,1 19,8 Estrutura dimensional Volume de emprego 45,3 28 26,7 Volume de negócios Micro empresas Pequenas e médias empresas Grandes empresas Fonte: INE, Sistema de Contas Integradas das Empresas, Anuário Estatístico de Portugal 2007, 2008

Atitudes e representações sobre o empreendedorismo: discussão das principais tendências a partir do Inquérito ao Empreendedorismo, Observatório Europeu de PME, Direcção-Geral de Empresas e Indústria da Comissão Europeia

% % Trabalho por conta de outrem versus trabalho por conta própria: o modelo de trabalho preferencial dos europeus e portugueses Figura 2. Trabalho por conta de outrem ou trabalho por conta própria? O modelo de trabalho preferencial dos países da Europa dos 15 e dos portugueses (%), 2000-2007 Europa (UE-15) Portugal 100 100 80 60 51 48 50 49 51 51 80 60 67 63 71 67 62 57 40 20 0 44 45 47 45 44 2000 2001 2002 2003 2004 2007 Anos 40 20 0 27 28 23 2000 2001 2002 2003 2004 2007 Anos 27 32 33 Trabalho por conta de outrem Trabalho por conta própria Fonte: Eurobarometer Flash EB Series n. º 192 Entrepreneurship Survey of the EU (25 Members States), United States, Iceland and Norway, 2007

Quadro 2.1 Modelo preferencial de trabalho segundo a idade, o sexo e a idade de término do percurso educativo, países pertencentes à UE-25 Total (N) Trabalho por conta de outrem (%) Trabalho por conta própria (%) UE 25 18665 49,8 44,6 Idade 15-24 2723 41,5 54,9 25-39 4806 50,9 45,5 40-54 5101 52,0 42,2 55+ 5930 51,2 41,1 Sexo Masculino 9008 44,2 50,2 Feminino 9657 55,0 39,4 Idade término educação Até aos 15 3194 50,5 42,6 16-20 8042 52,0 43,0 20 + 4998 49,7 45,0 Ainda a frequentar 1821 40,4 54,7 Fonte: Eurobarometer Flash EB Series n. º 192 Entrepreneurship Survey of the EU (25 Members States), United States, Iceland and Norway, 2007

Quadro 2.2 Modelo preferencial de trabalho, segundo a ocupação actual e a ocupação dos pais, países pertencentes à UE-25 Total (N) Trabalho por conta de outrem (%) Trabalho por conta própria (%) Ocupação actual Trabalhador por conta própria Trabalhador por conta de outrem 1769 21,9 72,9 6150 59,3 36,5 Trabalhador manual 1567 52,1 42,9 Não activo 9103 48,5 44,9 Ocupação dos pais Ambos trabalhadores por conta própria Um trabalhador por conta própria, outro trabalhador por conta de outrem Ambos trabalhadores por conta de outrem 3437 43,4 50,3 1507 45,2 50,6 11960 52,3 42,5 Fonte: Eurobarometer Flash EB Series n. º 192 Entrepreneurship Survey of the EU (25 Members States), United States, Iceland and Norway, 2007

Principais motivações para a escolha do trabalho por conta própria, UE 25 Figura 3. Principais razões para a escolha do trabalho por conta própria, 2007, UE25 Independência pessoal Escolha de local e horas de trabalho Perspectiva de melhor remuneração Oportunidade de negócio Clima económico favorável Evitar incertezas relacionados com o TCO Ausência de oportunidades atractivas de emprego Família/amigos TCP Outro NS/NR 0 20 40 60 80 100 2007 Fonte: Eurobarometer Flash EB Series n. º 192 Entrepreneurship Survey of the EU (25 Members States), United States, Iceland and Norway, 2007

Principais motivações para a escolha do trabalho por conta própria, Portugal Quadro 3.Trabalho por conta própria: principais razões para a escolha, Portugal, 2007 Portugal (%) Independência pessoal 75 Melhor remuneração 30 Oportunidade de negócio 21 Fonte: Eurobarometer Flash EB Series n. º 192 Entrepreneurship Survey of the EU (25 Members States), United States, Iceland and Norway, 2007

% Evolução da motivação para ser trabalhador por conta própria, enquanto isolado e empregador Figura 4. Evolução da motivação para ser trabalhador por conta própria, quer enquanto isolado, quer enquanto empregador em Portugal, 2004-2007 100 80 60 78 71 40 20 0 18 25 4 4 2004 2007 Anos Trabalhador por conta pró pria pro prietário de uma empresa Trabalhador por conta própria isolado NS/NR Fonte: Eurobarometer Flash EB Series n. º 192 Entrepreneurship Survey of the EU (25 Members States), United States, Iceland and Norway, 2007

% Representações sobre os empreendedores Figura 5. A imagem dos empreendedores (% de respostas concordo ) 100 80 88 89 74 84 60 40 44 49 52 39 20 0 Criadores de emprego Empreendedorismo pilar da criação de riqueza, benefeciando todos Empreendedores preocupados apenas com os seus interesses e dinheiro Empreendedores exploram o trabalho dos outros UE15 Portugal Fonte: Eurobarometer Flash EB Series n. º 192 Entrepreneurship Survey of the EU (25 Members States), United States, Iceland and Norway, 2007

% Criação de um projecto empresarial: principais factores levados em consideração Figura 6. Criação de um projecto empresarial: principais factores levados em consideração (2007) 100 80 60 87 83 77 80 76 65 72 56 64 56 40 20 0 Ideia apropriada de negócio Receber os meios financeiros necessários Ter um sócio adequado Insatisfação com a situação profissional anterior Mudanças no contexto familiar Portugal UE15 Fonte: Eurobarometer Flash EB Series n. º 192 Entrepreneurship Survey of the EU (25 Members States), United States, Iceland and Norway, 2007

% O peso do factor insatisfação com a situação profissional anterior Figura 7. Insatisfação com a situação profissional anterior: importância deste factor para a criação de um projecto empresarial (2007) 100 6 6 8 7 80 38 22 60 58 55 40 20 56 72 34 38 0 UE15 Portugal Dinamarca Suécia Muito/bastante importante Não muito/nada importante NS/NR Fonte: Eurobarometer Flash EB Series n. º 192 Entrepreneurship Survey of the EU (25 Members States), United States, Iceland and Norway, 2007

% Criação de um projecto empresarial: oportunidade ou necessidade? Figura 8. Criação de um projecto empresarial: oportunidade ou necessidade (2007) 100 80 60 10 27 21 24 5 12 40 83 20 58 50 0 UE15 Portugal Dinamarca Oportunidade Necessidade Ambas as situações Fonte: Eurobarometer Flash EB Series n. º 192 Entrepreneurship Survey of the EU (25 Members States), United States, Iceland and Norway, 2007

% Principais dificuldades associadas à criação de um projecto empresarial Figura 9. Avaliação das principais dificuldades associadas à criação de um projecto empresarial: UE 15 e Portugal (% de respostas concordo plenamente mais concordo ) Dificuldade em obter informação suficiente sobre como criar ou iniciar um projecto empresarial 46 68 Possibilidade de ser um investimento mal sucedido/risco 47 66 Procedimentos administrativos complexos 71 75 Ausência de recursos financeiros disponíveis 74 84 0 20 40 60 80 100 Portugal UE15 Fonte: Eurobarometer Flash EB Series n. º 192 Entrepreneurship Survey of the EU (25 Members States), United States, Iceland and Norway, 2007

Notas de síntese A forte valorização da componente autonomia e independência no trabalho e a preferência de uma situação de emprego por conta própria, em detrimento do emprego por conta de outrem, parecem indiciar uma considerável motivação para a iniciativa económica. No entanto, o perfil de empreendedorismo português, a partir dos dados apurados, revela percepções agudas dos constrangimentos, de cariz financeiro, mas também informativo, associados à criação de negócios e empresas, baixos níveis de tolerância face ao risco e uma probabilidade elevada das actividades terem origem em necessidades e dificuldades económicas.

Notas de síntese Por outro lado, muito embora as mulheres estejam sub-representadas na categoria de trabalhadores por conta própria enquanto empregadores, verifica-se uma tendência de aumento crescente do número de mulheres nesta categoria

Género, empreendedorismo e qualificações em Portugal: tendências, contextos e experiências individuais (2009) Projecto de investigação em curso, desenvolvido no CIES, por Maria das Dores Guerreiro (coordenação), Ana Isabel Couto, Ana Caetano, Eduardo Rodrigues, Margarida Barroso e Ana Mónica Oliveira Objectivos Através do desenvolvimento de uma perspectiva de género, o objectivo principal deste projecto, de cariz qualitativo e quantitativo, é examinar os padrões e dinâmicas de empreendedorismo em Portugal, e também a forma como eles afectam o funcionamento quotidiano das PME e percursos de vida dos empreendedores individuais, especialmente as mulheres