Edição 38 (Março/2014) Cenário Econômico: A atividade do comércio varejista registrou crescimento de 6,1% em fevereiro ante o mesmo período do ano anterior, na terceira aceleração consecutiva do resultado mensal, apontaram dados da Serasa Experian divulgados nesta sexta-feira. Em janeiro, o avanço foi de 5,9% sobre um ano antes. Já em dezembro, o aumento alcançou 5% na comparação anual. Segundo a empresa de análise de crédito, as categorias de materiais de construção e de combustíveis e lubrificantes puxaram o resultado de fevereiro para cima, com crescimentos de 7,6% e 6,9%, respectivamente, sobre igual etapa de 2013. A única categoria a mostrar desempenho negativo no período foi a de tecidos, vestuário, calçados e acessórios, que registrou uma queda de 3,4% ante fevereiro do ano passado. Na comparação com janeiro, houve queda de 0,5% no movimento dos consumidores nas lojas, apontou a Serasa Experian, justificando a retração como "um ajuste natural" após o primeiro mês do ano ter contado com atividade mais intensa por conta da onda de calor e clima seco, que beneficiou a procura por itens como ventiladores e ar condicionados. No acumulado do ano, o crescimento da atividade varejista é de 6% sobre o mesmo intervalo de 2013. O indicador da Serasa Experian leva em conta o volume de consultas mensais realizadas por estabelecimentos comerciais à base de dados da empresa. Sucroenergético: Empresa diz que etanol é vantajoso se custar até 80% do preço da gasolina Quando vai abastecer seu carro flex, a maioria dos motoristas faz as contas para ver qual o combustível mais vantajoso. Para isso, uma antiga fórmula é aplicada: divide-se o preço do álcool pelo da gasolina e se o resultado for menor que 0,70, significa que o preço do etanol é inferior a 70% do preço do combustível concorrente e vale a pena optar pelo álcool. Mas esse cálculo está sendo questionado por um estudo que aponta que vale a pena abastecer com etanol quando ele custar até 80% do preço da gasolina. A novidade é polêmica e diverge do padrão divulgado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). O estudo foi feito com base nos dados do dia a dia de 410 mil
veículos que são gerenciados pela Ecofrotas, que presta serviço de gerenciamento, abastecimento e manutenção de frotas em todo o país. A novidade apareceu quando a empresa se deparou com informações que apontavam para um melhor desempenho do etanol, ao analisar seu banco de dados. Começarmos a perceber que a relação entre etanol e gasolina tinha uma variação muito grande em relação àquela perspectiva do 70%/30% e começamos a perceber que se equiparava muito mais a 80%/20%, explica a gerente de Sustentabilidade da Ecofrotas, Amanda Kardosh. Para verificar a tese, a Ecofrotas contratou uma consultoria para analisar os dados e, por meio de análise estatística, a gerente disse que ficou comprovada a hipótese de que o etanol apresentava um rendimento médio equivalente a 79,52% do desempenho da gasolina. Ela explica que a relação que se conhece hoje, de 70%, leva em conta o poder calorífico do etanol em relação à gasolina. Mas, segundo o estudo da Ecofrotas, outras características do etanol devem ser levados em conta, como a proporção ar e combustível no motor e a octanagem, que é a capacidade de um combustível resistir a altas taxas de compressão sem entrar em combustão. Além disso, ela argumenta que fatores do dia a dia influenciam no desempenho dos dois combustíveis, o que aponta para um resultado mais realista. Normalmente, os estudos são feitos em laboratório, com um mesmo motorista, em um mesmo cenário, com o mesmo modelo. No nosso caso, analisamos um período de 31 meses e, além da diversidade de modelos, temos uma diversidade imensa de motoristas, de comportamentos ao dirigir, de geografia, diz. Na avaliação do engenheiro Fábio Real, do Inmetro, no entanto, em um veículo flex, a autonomia do etanol em relação à autonomia da gasolina vai de 69% a 72%, dependendo do motor. Essa é uma média, tem veículos que são mais eficientes com etanol, outros com gasolina, mas não foge muito disso não, aponta. O engenheiro alerta que os testes feitos sob condição padrão são mais confiáveis, pois quando os dados são colhidos com o veículo rodando na cidade, vários fatores influenciam nos resultados, como temperatura, pressão atmosférica, se está parando muito no trânsito, as condições da cidade, se tem mais morros ou se é mais plana, e até a forma como o motorista conduz. Se você pisa um pouco mais no acelerador, o veículo gasta mais, porque entende que está precisando de mais potência. Já quando a pessoa anda de forma mais macia, tende a ser mais econômica, diz. Outra questão que impacta nos resultados é a qualidade do combustível. Segundo o engenheiro, o ideal é o consumidor verificar a eficiência de cada carro e o seu perfil, se anda mais na cidade ou na estrada. Desde 2005, o Inmetro acompanha testes das montadoras de
veículos para classificar os carros de acordo com a sua eficiência energética. Atualmente, 36 marcas e 496 modelos e versões de veículos recebem um selo de classificação do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular. Além do selo, os consumidores podem consultar dados de todos os tipos de carros, como consumo de álcool ou gasolina na estrada e na cidade e emissões de poluentes. Os dados da tabela representam uma média de consumo para o brasileiro, em condições padrão e com combustível padronizado, explica. Até 2017, todos os modelos de veículos comercializados no Brasil devem estar incluídos no programa do Inmetro. A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) divulga todas as semanas um levantamento de preços de combustíveis feito em mais de 8,6 mil postos de todo o país. Na semana passada (entre 16 e 22 de fevereiro), o preço médio da gasolina alcançou R$ 2,95 e o do etanol R$ 2,11, o que corresponde a 71,5% do preço da gasolina. (Fonte: Agência Brasil) Soja: Tempo seco e quente reduz safras de soja e milho no Brasil, diz Lanworth ((Por Roberto Samora) SÃO PAULO, 5 Mar (Reuters) - A previsão de safra de soja do Brasil foi reduzida para 87,7 milhões de toneladas na temporada 2013/14, ante 90,2 milhões de toneladas da projeção anterior, por conta do tempo seco e quente no início do ano nos Estados do Sul e Sudeste, de acordo com relatório publicado nesta quarta-feira pela Lanworth. "Um declínio maior que o esperado na densidade vegetativa após um tempo quente e seco reduziu a produção de soja do Brasil em 3 por cento... Os impactos ocorreram inicialmente em Goiás, Minas Gerais, Paraná e São Paulo e devem fixar a produtividade do Brasil em 2,94 toneladas por hectare", afirmou relatório da empresa de previsão de safras publicado no terminal financeiro Eikon, da Thomson Reuters. Segundo a Lanworth, as perdas no Sul e no Sudeste somente não resultaram em perda maior para a safra brasileira porque no Centro-Oeste, região que responde por quase metade da safra nacional, houve um aumento de 2 por cento na previsão. "Apesar das perdas, a colheita de soja ainda será recorde na América do Sul", afirmou. Na temporada passada, o Brasil colheu um recorde de 81,5 milhões de toneladas de soja, segundo o Ministério da Agricultura.
A empresa ainda reduziu a sua estimativa para a produção total de milho do país a 70,6 milhões de toneladas, contra 71,6 milhões da projeção de 19 de fevereiro. O tempo quente e seco em janeiro e início de fevereiro resultou em perdas em Goiás, Minas Gerais, Paraná e São Paulo, na primeira safra, estimada agora em 31,4 milhões de toneladas, segundo a Lanworth. A Lanworth reduziu a estimativa para a segunda safra para 39,1 milhões de toneladas, por conta de menores produtividades esperadas em Goiás e Mato Grosso. Na temporada passada, o Brasil colheu um recorde de 80,9 milhões de toneladas de milho, de acordo com dados oficiais. Milho: FCStone estima perdas na safra de verão de milho, devido ao clima quente e seco, A estimativa de março da INTL FCStone para a safra de milho 2013/14 do Brasil não trouxe mudanças na área em relação aos números de fevereiro. A variação frente à safra anterior ficou negativa em 6,77%, devido aos ajustes nos números da Conab no último levantamento. No caso da safra de verão, a produtividade estimada foi moderadamente diminuída, para 4,95 toneladas por hectare, num momento em que se discutem os potenciais impactos adversos do clima quente e seco, registrado em dezembro e janeiro, sobre as lavouras. Minas Gerais, que usualmente é o maior produtor de milho no verão, espera que ocorram perdas, mas ainda é difícil mensurar a magnitude dos prejuízos. Para a safrinha, houve um pequeno aumento da produtividade estimada, a qual ficou em 4,78 toneladas por hectare. Com a melhora dos preços do milho desde o final de dezembro de 2013, muitos produtores, que estavam desanimados com as perspectivas para a segunda safra, voltaram a considerar investir mais na safrinha. Mesmo assim, os investimentos devem ficar mais baixos em relação à safra de inverno passada. No estado do Mato Grosso, podem ser observados redução na aplicação de adubo e atrasos na entrega de fertilizantes para cobertura. Mais uma vez, como houve um recuo da produção de milho estimada para a safra 2013/14, os estoques finais foram reduzidos para 6,25 milhões de toneladas. Com isso, a relação estoque/uso ficou em 8,5%. Por enquanto, a expectativa para as exportações do cereal neste ciclo foram mantidas em 20 milhões de toneladas, volume acima do estimado pela Conab.
Ressalta-se que as exportações brasileiras de milho vêm caindo neste início de ano, mas esse comportamento já é esperado, e os embarques tendem a ser maiores no segundo semestre. (Fonte: FCStone)