Ferramentas de Apoio à Engenharia de Processos de Negócios: Critérios de Classificação e Método de Análise de Adequação a um Projeto



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Transcrição:

Ferramentas de Apoio à Engenharia de Processos de Negócios: Critérios de Classificação e Método de Análise de Adequação a um Projeto Alexandre Luís Souza Bastos Renato Flórido Cameira UFRJ bastos@gpi.ufrj.br, cameira@gpi.ufrj.br Palavras chave: Engenharia de Processos; Modelagem, Processos Resumo: A modelagem de processos de negócios tem sido fortemente usada em projetos de melhoria e de reestruturações dentro de organizações. Hoje percebe-se uma ampliação da quantidade de ferramentas disponíveis, sem que contudo haja um método no sentido de informar e guiar a escolha dessas ferramentas. Esse artigo tece considerações sobre esse tema, procurando realizar uma reflexão no sentido de definir-se critérios para a análise e comparação destas ferramentas, frente aos objetivos de um projeto específico. Abstract: Business process modeling has been strongly used in changing and restructuring project in organizations. We realize a growth in tools range and number, even though we don t know methods mend to inform and guide these decisions. This article brings discussion on this theme, searching for insights on tools analysis and comparison criteria, towards projects objectives. 1. Introdução Existem no mercado diversas ferramentas que apoiam o trabalho de levantamento e modelagem de processos. As vantagens do uso de ferramentas de auxílio são diversas, variando de acordo com as possibilidades da própria ferramenta (adiante o texto aborda alguns exemplos), assim como os objetivos determinantes do trabalho. Mesmo entendendo que simplesmente o uso de uma ferramenta de auxílio à modelagem não basta para a obtenção de um resultado final satisfatório aos propósitos estabelecidos em um dado projeto, esse artigo busca discutir os fatores que diferenciam as ferramentas, apresentando características de algumas, selecionadas entre as diversas existentes no mercado e procurando tecer considerações sobre o processo de seleção dessas alternativas. 2. Foco de estudo Focamos, para esse trabalho, no uso da modelagem para Business Process Modeling (BPM), geralmente ferramentas que seguem a abordagem por eventos discretos (PIDD, 1998). Seguindo a definição de modelagem, essas ferramentas demonstram importância em um trabalho relacionado à mudanças com riscos grandes para a organização, tais como: processo de reengenharia e reestruturações de processos, implantação de sistemas integrados de gestão, programas de qualidade e certificação da qualidade, entre outros (PAIM e CAMEIRA, 2000) (CAMEIRA e CAULLIRAUX, 2000) (SCHEER, 1992; 1998; 1999). Ou seja, o uso de modelos como apoio à decisão confere ao gestor uma ferramenta de minimização dos riscos pelo melhor entendimento de aspectos e conseqüências relacionadas ao projeto. Basicamente duas referências embasaram esse estudo :

a) Trabalhos na COPPE/UFRJ Como membros de um grupo de estudos e pesquisas em engenharia de produção 1, deparamos constantemente com trabalhos aonde o processo de modelagem configura-se como uma importante ferramenta de apoio. São oportunidades de, apoiados na teoria (modelagem, engenharia de processos, etc.), experimentarmos as ferramentas no seu uso proposto. Sendo o objeto desse estudo a aplicação e uso dessas ferramentas, não bastaria apenas analisar-se conceitualmente, uma vez que, do uso prático, emergem aspectos muitas vezes desapercebidos, assim como conferem uma perspectiva mais realista sobre o objeto em estudo. Alguns aspectos importantes identificados a partir desse estudo e aplicação são apresentados nesse texto. b) Análise realizada pelo Gartner Group Nossa segunda referência é um estudo realizado pelo Gartner Group, resumidamente apresentado abaixo. Figura 1 - Análise comparativa de ferramentas - Gartner Group, agosto de 97 2 Analisando a figura 1 acima, a partir de uma analogia às estratégias genéricas sugeridas por Michael Porter (1986) 3, observa-se que as ferramentas posicionadas no lado esquerdo seriam ferramentas especialistas, ou seja, focadas como soluções particulares para problemas específicos, enquanto que as da direita propõem-se a atingir um mercado bem mais amplo, sendo mais completas em possibilidades de solução à diferentes necessidades dos usuários. Por sua vez, o eixo vertical está relacionado ao uso propriamente dito, sendo a distância da origem proporcional à facilidade para a utilização. Pode-se dizer que as ferramentas nos quadrantes superiores posicionam-se como diferenciadas, com vantagens competitivas no seu uso. 1 Grande parte das informações contidas neste artigo são decorrentes da experiência de cursos e projetos de pesquisa e extensão executados pelo Grupo de Produção Integrada do PEP-COPPE e do DEI-EE / UFRJ até os dias atuais. 2 Vide www.gartnergroup.com 3 Resumidamente, Porter sugere em seu livro que as empresas devem posicionar-se estrategicamente com vantagens em preço ou diferenciação, assim como focadas ou amplas em campos de atuação. Esse modelo ficou conhecido como Estratégias Genéricas, sendo uma forma agregada de entender o posicionamento de uma empresa e/ou produtos.

3. Critérios de Classificação e Análise das Ferramentas de Modelagem de Processos Certamente a maior dificuldade para a avaliação das ferramentas encontra-se na definição de critérios de classificação. Para a nossa análise, usamos critérios técnicos e absolutos, que proporcionem uma análise objetiva. Várias são as classificações possíveis. A figura 2 abaixo (CAULLIRAUX e CAMEIRA, 2000), apresenta uma sistemática: Ferramentas de Modelagem Gráficas (PowerPoint, Visio, etc) Base de Dados (Aris, Designer, etc) Com Referências Metodológicos Para Além dos Manuais Sem Referenciais Metodológicos Aris ToolSet (Scheer, 1998) Cool Biz (Rummler e Brache, 1992) Etc Figura 2 Quadro sintético de classificação das ferramentas de modelagem de processos 3.1. Aspectos Construtivos e de Referencial Metodológico A partir do quadro acima, pode-se propor uma classificação quanto aos aspectos construtivos e de referencial metodológico das ferramenta utilizadas em engenharia de processos: a) Ferramentas de desenho gráfico, sem referencial metodológico e não baseadas em banco de dados Algumas das ferramentas disponibilizam ao usuário simplesmente um meio com o qual este pode criar um diagrama a partir de objetos pré-formatados ou disponibilizados. Decorrente dessa possibilidade, com ferramentas que encontram-se nesse categoria, pode-se criar diagramas básicos, cujo objetivo é representar de forma visualmente compreensível alguma realidade. Pode-se dizer que são ferramentas de desenho com alguma preparação para criação de esquemas como fluxos e diagramas, pela existência de objetos específicos para esse fim. A ausência de um método de modelagem na ferramenta, torna o processo mais aberto, sendo o usuário capaz de criar qualquer tipo de objeto ou modelo, sem pré-determinações impostas pela ferramenta ou método disponibilizado. Exemplos de ferramentas nesse nível seriam: MS Power Point, Corel Draw e is/modeler. b) Ferramentas com referências metodológicas, não baseadas em banco de dados O segundo grupo de ferramentas envolve não apenas o desenho dos fluxos/modelos, mas também a possibilidade de trabalhar-se de acordo com uma metodologia de engenharia de processos. Nessas ferramentas, os objetos são agrupados logicamente em modelos, com forma de sequenciamento e interrelacionamentos de objetos pré-definidos (de acordo com o tipo de objeto e o método). A vantagem está na exigência de maior padronização por parte do modelador, que deve respeitar as características do modelo. Estando também a metodologia alinhada com os objetivos de um projeto/trabalho específico, é mais uma garantia para a obtenção de resultados desejados, servindo como intermediária entre a formulação e a implantação do trabalho de modelagem.

Observamos que as ferramentas nesse patamar apenas disponibilizam os objetos para o uso dentro da metodologia, o que não significa uma imposição. Mesmo tendo os objetos e modelos, a ferramenta não força o processo de modelagem (pela indicação de erro, impossibilidade de ligações entre determinados objetos, uso de objetos de modelos incompatíveis, etc). Outro ponto é a existência de metodologias proprietárias ou não, sendo no primeiro caso específicas ou nativas à uma ferramenta, enquanto no segundo utilizada por diferentes fornecedores e geralmente pertencente a uma empresa terceira. Em geral, as ferramentas disponibilizam ao usuário diferentes possibilidades metodológicas (na forma de modelos ou templates), o que confere maior flexibilidade em termos de uso. Exemplos de ferramentas nesse nível seriam:flow Charter, Ithink, MicroSaint e Visio. c) Ferramentas com referências metodológicas, baseadas em banco de dados A principal diferença dessas ferramentas em relação às anteriores, é que os objetos e informações modelados são armazenados de forma organizada em um banco de dados (BD), garantindo consistência e unicidade. Algumas ferramentas chegam inclusive a forçar, a partir dos pré-requisitos de cada tipo de objeto e modelo, a criação e relacionamento possível entre eles. Devido à presença do BD, surge também uma série de possibilidades organizacionais e analíticas relacionadas. A criação e manipulação de objetos passa a ser mais consistente (prevenção de redundâncias e duplicidades incorretas) assim como a geração de informações a partir de facilidades típicas de aplicações baseadas em banco de dados (filtros, consultas, relatórios, etc.) passam a ser possíveis. Por outro lado, a existência do BD conformando o trabalho de modelagem exige do modelador (principalmente em trabalhos simultâneos) uma maior precaução para o resgate dos benefícios possíveis. Esclarecendo com um exemplo prático, a criação de dois objetos, Sistema de Informações Gerenciais e S.I.G., ainda que na realidade sejam os mesmos, por estarem diferenciados no banco de dados, permitem não apenas confusões visuais, mas até mesmo a geração de informações incorretas em relatórios e análises da base de dados. Exemplos de ferramentas nesse nível seriam: Aris Toolset e System Architect. 3.2. Trajetória de desenvolvimento Outro dado importante na análise de ferramentas, que ajuda a compreender o estágio de maturidade e as perspectivas de evolução da ferramenta, importante num momento de seleção, é a trajetória de desenvolvimento. Considerando a questão de posicionamento estratégico já citada, percebemos que, fora as ferramentas que adotaram estratégias de foco em uma funcionalidade específica, as demais foram sendo criadas e aprimoradas, de acordo com duas trajetórias não exclusivas entre si: a primeira, uma trajetória baseada na complexidade de ferramenta, partindo do básico ao complexo (tanto em termos de amplitude de uso, como na classificação em patamares de estruturação) e a segunda, uma trajetória baseada no objetivo proposto para a ferramenta, atendendo inicialmente um objetivo específico, como modelagem CASE 4 (Computer Aided Software Engineering) ou modelagem de processos, e depois sendo ampliada para atingir diferentes objetivos. Essa características são relevantes na medida que percebe-se claramente pontos fortes e fracos nas ferramentas, ao considerar-se sua trajetória de desenvolvimento. 4 Uma ferramenta CASE ( Computer Aided Software Engineering - Engenharia de Software com Apoio do Computador ) é um software que auxilia os profissionais na tarefa de criar sistemas. Para os analistas de sistemas, serve para criar os modelos da técnica escolhida ( Estruturada, Essencial, Orientação a Objetos ); Para os DBA's, serve para implementar o Banco de Dados onde as informações daquele sistema serão armazenadas. Aos programadores, uma ferramenta CASE pode auxiliar eliminando tarefas mecânicas e repetitivas, como a declaração de classes e cabeçalhos, etc. Uma boa ferramenta CASE cobre várias partes do processo de desenvolvimento e, portanto, serve à vários profissionais. Porém é necessário manter claro que é uma ferramenta. Assim como o serrote está para o marceneiro, a ferramenta CASE está para o analista de sistemas; se o marceneiro não souber como serrar, de nada adianta uma serra elétrica! Se o analista não conhecer as técnicas disponíveis, não irá tirar o melhor proveito da ferramenta CASE. (fonte: www.choose.com.br)

3.3. Escopo de segmento Finalmente o último critério de análise a ser sugerido, requer uma análise relativa aos objetivos pretendidos com a modelagem. Percebemos que, além das diferentes vantagens competitivas em termos de produto, cada ferramenta possui um escopo estratégico próprio, que seria amplo para ferramentas que se propõe a dar apoio em diferentes tipos de modelagem (ex: modelagem de sistemas, processos, estruturas organizacionais, etc.), e focado para outras que atendem a um público alvo ou objetivo de modelagem específico (exemplo: is/modeler para processos e Live Model para usuários de SAP R/3). 4. Análise Comparativa de Algumas Ferramentas de Engenharia de Processos A partir dos critérios comparativos acima pudemos realizar a análise de algumas das principais ferramentas de Engenharia de Processos disponíveis no mercado. Tivemos a oportunidade de analisar as seguintes ferramentas: Aris Toolset, Corel Draw, Flow Charter (Micrografix), is/modeler, Ithink(High Performance Systems), Live Model (Intellicorp), MicroSaint, MS Power Point, System Architect (Popkin) e Visio Professional. Pode-se dizer que essas ferramentas compõem um conjunto representativo do mercado atual, havendo desde ferramentas simples e por isso posicionadas com vantagens no preço ou complexas porém mais caras, até ferramentas focadas em algum nicho específico de utilização. Ao invés de apresentar um gráfico comparativo, propomos resumidamente destacar as características, considerando os critérios listados acima, percebidas como relevantes. 4.1. Aris Toolset A ferramenta Aris Toolset desenvolvida pela empresa alemã IDS Prof. Scheer GmbH (www.idsscheer.de) utiliza de forma conjunta a metodologia Business Process Improvement da Própria IDS. Inicialmente, uma ferramenta de CASE, engloba, desde versões mais antigas, outras metodologias e modelos (Business Process Modeling-BPM, Unified Modeling Language-UML, Activity Based Cost ABC, Simulação, Knownledge Management, etc.) podendo dessa forma ser utilizada em projetos de modelagem para diferentes objetivos, assim como mais amplos em termos de escopo. Ficou conhecida justamente pelo seu potencial em BPM, sendo inclusive parceira da empresa alemã SAP (desenvolvedora de um sistema integrado de gestão). Também por isso, percebemos seu grande uso em trabalhos de modelagem de negócios visando implantação de sistemas integrados de gestão, particularmente o SAP R/3. a visualização/navegação entre os modelos (permite interelacionamentos entre objetos e modelos facilitando a navegação em uma interface amigável); a flexibilidade associada às possibilidades de organização de modelos e à vasta quantidade de modelos e metodologias disponíveis; permite ao usuário a elaboração de análises e geração de relatórios a partir dos modelos criados. 4.2. HPS Ithink Analyst O Ithink Analyst (www.hps-inc.com) é uma ferramenta desenvolvida, a priori, para modelagem na abordagem de Dinâmica de Sistemas. Contudo, possui elementos que permitiriam (ainda que de uma forma diferenciada) modelar-se processos por eventos, não sendo contudo ideal para isso. Seu foco é a modelagem de comportamentos de sistemas (como processos dentro de uma empresa) para a posterior simulação e tomada de decisão. Idem para demais ferramentas de dinâmica de sistemas como: Powersim, Vensim, Stella e Dínamo. representação de elementos como: atrasos, feedbacks e visão sistêmica; criação de um painel de controle para simular-se o modelo criado;

geração de simulações e análises de sensibilidade (análise de mudanças decorrente da alteração do valor de uma variável); Apoio à construção de sistemas de gestão por indicadores de desempenho. 4.3. Intellicorp Live Model A ferramenta Live Model da Intellicorp (www.intellicorp.com) insere-se no contexto de ferramentas de modelagem de negócios focada para o mercado específico de implantadores ou empresas usuárias do sistema integrado de gestão SAP R/3. a partir dos modelos de referência do R/3, com o Live Model, pode-se navegar pelos processos e visualizar propriedades (telas, documentos associados); possibilita a alteração dos modelos de referência, adequando o sistema integrado aos processos da empresa. Isso deve-se às possibilidades de selecionar-se escopos dos negócios, pela escolha de modelos e caminhos dentro dos modelos de referência (de acordo com a realidade da empresa), além de implementar alterações inexistentes nos modelos (processos, atividades e eventos novos); a partir da simulação feita pela ferramenta, permite ao usuário conectar-se a um sistema R/3 e interagir com as transações paralelamente à visualização do processo. Tanto essas simulações como demais animações possíveis são graváveis; salva as configurações feitas nos modelos de referência, permitindo inclusive anotações, marcações, etc. Em outras palavras, permite o registro do trabalho de modelagem (motivos, contexto, observações, etc.). Isso é relevante na medida que a ferramenta servirá também para a manutenção dos processos pós-implantação (chamada "segunda-onda" no mundo de implantadores de sistemas integrados de gestão). 4.4. is/modeler 4.0 A ferramenta is/modeler da empresa Modus Operandi (www.ismodeler.com), está focada exclusivamente em modelagem de processos, com apenas um modelo e sem templates, possuindo diferentes grupos de objetos disponíveis para o uso. Dessa forma, é a ferramenta menos abrangente analisada nesse trabalho. simplicidade de uso (ferramenta básica); interface amigável e de fácil compreensão. Interessante apresentação dos objetos modelados, agrupados por tipo (recursos, atividades, consumidores, etc.); geração de 7 tipos de relatórios simples, construídos a partir dos modelos levantados e dos atributos definidos nos objetos (descrição e custo de atividades, uso e custos de recursos, contatos externos, uso de recursos de trabalhos e percurso de tempo e custos); permite a criação de subprocessos associados à um objeto atividade (processos filhos ). 4.5. Micrografix Flow Charter 7.0 Parte de um pacote de programas de diagramação/ desenho/ visualização (Graphic Suite 2), o Flow Charter 7.0 da Micrografix (www.micrografx.com) enquadra-se como uma ferramenta não baseada em banco de dados, com características semelhantes ao Visio (adiante analisada). facilidades e flexibilidade na criação e edição dos objetos e diagramas. Possui qualidades como ferramenta de desenho no que se relaciona à diagramação; extensa quantidade de objetos disponíveis (na forma de templates), permitindo diagramação dos mais variados tipos (BPM, Data, Organizacional, técnicas como elétrica e de sistemas, baseada em figuras, Qualidade, etc.);

permite ligar-se objetos à diagramas, o que representa a possibilidade de interrelacionar-se diferentes diagramas. Ex: diagramas subsequentes, objetos de um diagrama sendo usado em outro, etc. uma possibilidade interessante é o uso dos diagramas associados à macros, o que permite simularse e executar-se apresentações dos modelos feitos. Usa para isso a linguagem Visual Basic. 4.6. MicroSaint (www.microsaint.com) Com clara abordagem diferenciada às demais ferramentas aqui analisadas, essa tem como ponto forte a simulação dos modelos nela mesmo criados. Não permite modelagens diferentes de processos (como organogramas, sistemas, etc.), sendo por isso focada nesse aspecto. Em contrapartida, possui vários elementos estatísticos e mesmo de programação, que permitem detalhar-se matematicamente a realidade representada. Uma possibilidade seria casar seu uso com o de outra das ferramentas aqui analisadas, com uso específico em simulação. forte ferramenta para simulação por eventos discretos; permite análise dos dados pela geração de gráficos, tabelas e análises de sensibilidade; possui apenas três objetos (tarefas, filas e caminhos), sendo por isso objetiva no seu propósito de modelagem de processos; permite modelar-se qualquer tipo de fluxo, desde que haja uma lógica matemática existente. 4.7. MS Power Point e Corel Draw Ainda que não sejam ferramentas de modelagem especificamente, disponibilizam aos usuários objetos com os quais pode-se representar dentre outras coisas, processos. Assim como várias outras ferramentas de desenho e apresentação, configuram-se como opções relativamente baratas (por terem diversas outras aplicações além da modelagem, o que a princípio pode diluir o custo absoluto), sendo certamente as com maior amplitude de uso (maior flexibilidade associada à ausência de metodologia e banco de dados). Desenvolvidas por duas das maiores empresas de software do mundo (www.microsoft.com e www.corel.com), são ferramentas com abordagem bem horizontal, também permitindo o uso em modelagem. custo facilmente diluível entre as funcionalidaedes/ objetivos; soluções adequadas para casos aonde aspectos de visualização (estética) tenham relevância maior; interfaces difundidas entre usuários comuns, o que significa ser menor a necessidade de se treinar pessoas no seu uso; existência e facilidade de criação de objetos com diferentes formas, o que representa por um lado flexibilidade na criação de diferentes modelos, e por outro maior trabalho na criação dos modelos e manutenção de consistência. 4.8. System Architect 2001 A ferramenta SA2001 desenvolvida pela americana Popkin Software (www.popkin.com) utiliza duas metodologias não desenvolvidas pela empresa: CSC Catalyst (www.csc.com) a IDEF (http://www.popkin.com/products/sa2001/business/idef/idef.htm). Até seu último release era exclusivamente uma ferramenta CASE, sendo muito conhecida no mercado de desenvolvimento de softwares e entre analistas de sistemas. No release 2001 possui, contudo, diversas novas capacitações, tais como: BPM, ABC, Simulação e modelos de organização (organograma, etc.). Essa ferramenta enquadra-se na análise pelo critério de trajetória. Percebemos claramente que seu histórico determina seu ponto forte como ferramenta de modelagem de software, havendo contudo ainda grandes oportunidades em melhoria para os demais modelos já disponibilizados.

Pontos fortes na ferramenta: forte ferramenta CASE, sendo interessante para projetos de melhorias organizacionais associadas ao desenvolvimento de sistemas; talvez pelo mais forte histórico em CASE, está estruturada de uma forma amarrada, com organização de modelos e definições fixas e pré-definidas. Isso reduz a flexibilidade na modelagem, mas também as preocupações anteriores ao projeto quanto à formatação da base (diretórios, criação de objetos, consistência, etc.) na geração de resultados pretendidos; possui interessante controle e organização de nomes (definições, treads, roles, dicionário). 4.9. Visio Professional A ferramenta Visio, desenvolvida pela americana Visio Corporation (www.visio.com) é uma ferramenta de diagramação e desenho com figuras templates pré-disponíveis ao usuário. Em três diferentes versões (Professional, Technical e Standard), diferenciam-se pela presença/ausência de alguns diagramas e símbolos: a técnica, com diagramas e símbolos para AutoCAD, planejamento de espaço, design, engenharia elétrica, etc. e a professional com símbolos e diagramas para UML(Unified Modeling Language), datamodeling, network diagrams, etc. É uma ferramenta simples, porém de fácil utilização. Não possui banco de dados, possuindo contudo modelos para diferentes metodologias, com objetivos diversos. Temos informações do lançamento de um novo release dessa ferramenta que, por ser recente, o mesmo não foi analisado. Contudo, pelas informações disponíveis na Internet, pareceu poderosa, sendo integrada ao MS Office, também baseada em banco de dados e permitindo a geração de relatórios e análises dos modelos feitos. Sua recente associação com a empresa Microsoft representará possivelmente para a ferramenta, já posicionada como abrangente e barata, um potencial em termos de massificação de uso. Ela é, possivelmente, dentre as ferramentas atuais, um das mais difundidas, talvez por políticas de marketing ou então por ser muito flexível para diferentes usos e de fácil aplicação. interface amigável e de fácil utilização; templates com objetos para diversos tipos de diagramas: fluxogramas, organogramas, modelos IDEF(metodologia de digramação de sistemas), UML, TQM(Total Quality Management) e ISO(Organization for International Standarlization), diagramas de redes (IBM, HP, 3COM), etc. 5. Método de Análise de Adequação de uma Ferramenta de Engenharia de Processos Contudo, permanece a pergunta: qual a ferramenta ideal? Parece-nos claro que, considerando a diversidade de oferta do mercado e de aplicações possíveis apoiadas no seu uso, a resposta não mais depende exclusivamente das ferramentas. Não é mais suficiente definir-se critérios de comparação (absolutos ou relativos) entre as ferramentas, havendo aspectos externos relevantes para essa decisão. Propomos a seguinte metodologia de análise, descrita na figura 3, abaixo: Definição dos objetivos Verificação de possibilidades, ferramentas disponíveis Análise de adequação Escolha de ferramenta Conhecimento em modelagem Figura 3 - Metodologia de Análise de Adequação das Ferramentas de Modelagem à um Projeto O fator que mais influencia o processo decisório é o entendimento do problema que será resolvido com o apoio da ferramenta a ser usada. Precisa-se definir os objetivos do projeto, além de variáveis como o grau de detalhamento do projeto, desdobramentos possíveis, tipo de decisão a tomar-se a partir

dos modelos, etc., sendo informações que tornam a decisão relativa. A partir desse entendimento, torna-se possível uma análise melhor das ferramentas. Para que propósito a empresa pretende comprar a ferramenta, quais decisões ela apoiará, que características seriam desejáveis, o que pretendo fazer no futuro (desdobramentos), etc., tudo isso deve ser claramente entendido e definido. A partir dessa reflexão, passa-se à análise das disponibilidades do mercado. Um ponto importante é o dinamismo atual no desenvolvimento dessas ferramentas, algumas com releases em tempos menores que semestres. Isso demanda uma pesquisa, para atualizar-se quanto às novidades disponíveis. Definidos os objetivos e conhecidas as possibilidades, pode-se, finalmente, realizar a análise visando a tomada de decisão. Contudo, particularidades relacionadas ao trabalho de modelagem, até mesmo operacionais (criação, manipulação, navegação, etc.), demandam do decisor um certo conhecimento no assunto. Às vezes, testar-se a ferramenta pode mostrar carências não previstas ou previsíveis, sem o contato prático. Os conhecimentos prévios em modelagem servem como apoio à essa análise. Finalmente, embasado nesses conhecimentos prévios, e não exclusivamente por informações a respeito da ferramenta, a escolha pode ser feita de forma mais precisa. 6. Conclusão Por tudo isso, concluímos que uma análise de ferramentas de apoio à engenharia de processos deve considerar as particularidades de cada software e o contexto onde se pretende utilizá-lo. A ferramenta nada mais é que um meio para atingir-se um objetivo, sendo por isso mesmo apenas uma variável do processo decisório. Cada projeto possui caracteríticas que tornam essa decisão particular, sendo impossível definir-se um modelo ou solução genérica também ótima, havendo possibilidades, opções, diversas, em função de cada caso. 7. Bibliografia CAMEIRA, R E CAULLIRAUX, H. Engenharia de Processos de Negócios: Considerações Metodológicas com Vistas à Análise e Integração de Processos. Artigo enviado para o SIMPOI 2000. Grupo de Produção Integrada/COPPE-EE/UFRJ, Rio de Janeiro, 2000. CAULLIRAUX, H. E CAMEIRA, R A Consolidação da Visão por Processos na Engenharia de Produção e Possíveis Desdobramentos. Artigo enviado para o ENEGEP 2000. Grupo de Produção Integrada/COPPE-EE/UFRJ,Rio de Janeiro, 2000. CAULLIRAUX, HEITOR M., COSTA, LUIS SERGIO SALLES, Manufatura Integrada por Computador, Sistemas Integrados de Produção: Estratégia, Organização, Tecnologia e Recursos Humanos. 1ed Rio de Janeiro: Editora Campus, SENAI, COPPE/UFRJ, 1995. DAVENPORT, THOMAS H., Reengenharia de Processos: Como Inovar na Empresa Através da Tecnologia da Informação. 5 ed. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1994. PAIM, R E CAMEIRA, H. Modelagem de Processos de Negócios: Aplicações e Metodologias. Artigo enviado para o ENEGEP 2000. Grupo de Produção Integrada/COPPE- EE/UFRJ, Rio de Janeiro, 2000. PIDD, MICHAEL, Modelagem Empresarial, Ferramentas para Tomada de Decisão. Porto Alegre: Bookman, 1998. PORTER, MICHAEL E., Estratégia competitiva, técnicas para a análise da indústria e da concorrência, Rio de Janeiro: Editora Campus, 1986. SCHEER A.-W, ARIS Business Process Engineering Reference Models for Industrial Enterprises. 2ed. Berlin Heidelberg: Springer-Varlag, 1992. SCHEER A.-W, ARIS Business Process Framework. 2ed. Berlin Heidelberg: Springer-Varlag, 1998. SCHEER A.-W, ARIS Business Process Modeling. 2ed. Berlin Heidelberg: Springer-Varlag, 1999. SIMA, REINALDO, Tese MsC: Reengenharia de Processos Uma Abordagem Direcionada a Projetos de Reestruturação de Processos. Rio de Janeiro: COPPE/UFRJ, M.Sc., Engenharia de Produção, 1997. Tese Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE.