UNIVERSIDADE PARANAENSE

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Transcrição:

UNIVERSIDADE PARANAENSE IGOR FERNANDES AMÉRICO INFLUÊNCIA DO GOLEIRO LINHA NO RESULTADO FINAL DO JOGO DE FUTSAL UMUARAMA 2018

IGOR FERNANDES AMÉRICO INFLUÊNCIA DO GOLEIRO LINHA NO RESULTADO FINAL DO JOGO DE FUTSAL Trabalho de Conclusão de Curso submetida ao Curso de Bacharelado em Educação Física da Universidade Paranaense - UNIPAR, para a obtenção do grau de Bacharel em Educação Física. Orientador: Prof. Ms.Marcelo Baldi. UMUARAMA 2018

IGOR FERNANDES AMÉRICO INFLUÊNCIA DO GOLEIRO LINHA NO RESULTADO FINAL DO JOGO DE FUTSAL Trabalho de conclusão aprovado como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel e Licenciado em Educação Física da Universidade Paranaense - UNIPAR, pela seguinte banca examinadora: Ms. Marcelo Figueiró Baldi Universidade Paranaense Ms. Marcio Aparecido Rinaldo Universidade Paranaense Ms. Rafael de Oliveira Borges Universidade Paranaense Umuarama, 08 de novembro de 2018

AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por me dar força e não deixar eu desistir, mesmo quando tudo dava errado ele me dava forças para continuar. Ao meu orientador Marcelo Baldi, que com muito empenho, paciência, conhecimento, me deu o suporte necessário para conseguir, seu conhecimento foi de suma importância, sou muito grato a você Professor. Aos meus pais Devair, Delma, minhas irmãs Franciele e Fernanda, minha Noiva Marcellaque me deram força, tranquilidade e acima de tudo coragem para finalizar meu curso, após anos parado. Aos mestres que me acompanharam durante todo o período acadêmico colaborando com a minha formação, me ensinando muito com o conhecimento deles. Aos meus companheiros de sala, mesmo entrando no ultimo ano, me deram muita força para conseguir finalizar meu curso.

INFLUÊNCIA DO GOLEIRO LINHA NO FUTSAL Igor Fernandes Américo 1 Marcelo Baldi 2 RESUMO O futsal está entre as modalidades de esporte coletivo mais praticadas do Brasil. Este é um esporte que sofre diversas alterações em suas regras e, assim, após diversas alterações realizadas, chegou-se a utilização do goleiro linha, em meados de 1990, que com a abertura da regra do jogo permitiu que o goleiro passasse a jogar com os pés.desta forma, este estudo,trata de analisar a influência do goleiro linha no jogo de futsal. Este é um estudo qualitativo, que teve por finalidade descrever as características de um goleiro linha, seus aspectos físicos, técnicos e táticos, bem como seu sistema de jogo. Como resultado, chegou-se a conclusão de que o goleiro linha exerce uma influência direta e positiva nas partidas fazendo com que a equipe obtenha o objetivo esperado, ou seja, o gol de empate sobre o adversário em um curto espaço de tempo. Palavra-chave:Esporte, Goleiro linha, Aspectos Táticos, Futsal. 1 Aluno do curso de Educação Física da Universidade Paranaense campus Umuarama-Pr; 2 Professor do curso de Educação Física da Universidade Paranaense campus Umuarama-Pr.

ABSTRACT Futsal is among the most practiced sport modalities in Brazil. This is a sport that undergoes several changes in its rules, and then after several changes made, it turns up in the use of the goalie (5th man), in the middle of 1990, which with the opening of the rule of the game allowed the goalkeeper, play with his feet. In this way, this study tries to analyze the influence of the goalie (5th man) in the futsal game. This is a qualitative study whose purpose was to describe the characteristics of goalie (5th man), its physical, technical and tactical aspects and its game system. As a result, we concluded that the goalie (5th man) exerts a direct and positive influence on the matches causing the team to achieve the expected goal, that is, the goal of a draw on the opponent in a short time. Keywords:Sport, Goalie (5 th man), Tactical Aspects, Futsal.

LISTA DE FIGURAS Figura 1 - goleiro linha tradicional (setas vermelhas: deslocamento dos jogadores e setas brancas: principal deslocamento da bola)... 17 Figura 2 - goleiro pivô (setas vermelhas pontilhadas: movimentação dos jogadores, setas brancas: principal movimentação da bola)... 18 Figura 3 - goleiro ala (setas vermelhas pontilhadas: deslocamento dos atletas e setas brancas: principal deslocamento da bola)... 19 Figura 4 - marcação contra o goleiro linha losango... 20 Figura 5 - Marcação contra o goleiro linha losango... 21

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 9 1.1 Objetivo do estudo... 10 2 METODOLOGIA... 11 3 DESENVOLVIMENTO... 12 3.1 A regra e o goleiro linha... 12 3.2 Características de um goleiro linha... 13 3.2.1Aspectos físicos... 14 3.2.2 Aspectos técnicos... 14 3.2.3 Aspectos táticos... 16 3.3 Sistema de jogo com goleiro linha... 16 3.4 Tipos de marcação sobre o goleiro linha... 20 3.5 Relação direta do goleiro linha no resultado do jogo... 22 3.6 Evidências empíricas da utilização do goleiro linha do futsal... 22 5 CONCLUSÃO... 25 REFERENCIAS... 26

9 1 INTRODUÇÃO O futsal, também conhecido como Futebol de Salão, trata-se de uma modalidade que foi adaptada do futebol de campo para ir para as quadras, por volta de 1930. A origem do futsal, pode ser encontrada na literatura em duas versões, ou seja, alguns tratam desta origem sendo o Brasil em 1940 e outros tratam como sendo o Uruguai em 1934. Em sua origem, era disputado a partir de jogos de sem regras, nas quadras de basquete e hóquei devido à dificuldade de espaços e campos de futsal da época. Em sua origem, as bolas do futsal eram feitas de crina vegetal, serragem ou cortiça granulada. Posteriormente, o seu tamanho foi reduzido e o seu peso aumentou, o que lhe deu a fama de esporte da bola pesada (LUCENA, 2002). Atualmente, trata-se de uma modalidade com intensa prática em todo o Brasil e muito difundida nas aulas de Educação Física. No futsal, as equipes são formadas por cinco jogadores de linha (sendo um goleiro) e sete jogadores, no máximo, como reservas. Desde sua criação o futsal vem passando por diversas mudanças, tanto na sua forma de disputa, quanto nas estratégias utilizadas. Após muitas mudanças nas regras de jogo da modalidade futsal, o goleiro se tornou uma peça de fundamental importância para a dinâmica do jogo, podendo se tornar mais um jogador e linha. Tal alteração, proporcionou ao goleiro do futsal, o desenvolvimento de novos aspectos, mais específicos de jogador linha. Em meados da década de 1990, surgiu a chamada vantagem numérica circunstancial, na qual, permitiu que o goleiro passasse a jogar com os pés. Desta forma, abriu-se uma brecha na qual alguns treinadores passaram a utilizar jogadores de linha para executar a tarefa, selecionando os jogadores de melhor passe para realizar esta função. Esta estratégia é chamada de goleiro linha e é muito utilizada nos casos em que as equipes estão perdendo a partida. A participação do goleiro linha se dá somente quando o mesmo está atuando fora de sua área de meta, ou seja, trabalhando com os pés como um jogador de linha. Neste contexto, a participação do goleiro linha no futsal permite ao mesmo atuar como jogador de linha e consequentemente, criar situações de superioridade numérica contra a equipe adversária.

10 Após as alterações nas regras poucos estudos surgiram tratando de análises e comparações da atuação do goleiro como um jogador ofensivo (PEREIRA et al., 2009; AIRES, 2011).Desta forma, este estudo, trata de analisar a influência do goleiro linha no jogo de futsal. 1.1 Objetivo do estudo Em razão da carência de estudos sobre o assunto, bem como o desenvolvimento desta modalidade de atuação do goleiro linha, o presente estudo tem por objetivo analisar a influência do goleiro linha no resultado final do jogo de futsal, verificando se a atuação do mesmo possui mesmo algum poder de influência sobre o placar ou resultado final do jogo.

11 2METODOLOGIA O presente estudo tem como objetivo uma pesquisa de caráter exploratório, uma vez que realizou diversas pesquisas bibliográficas com a finalidade de se aprofundar no tema. Com o objetivo de realizar tal investigação foram realizadas pesquisas bibliográficas a fim de encontrar estudos relevantes. Para o autor Gil (2010), o estudo exploratório trata-se de um processo flexível e não estruturado, realizando análise de dados primários e considerando uma amostra pequena. Quanto a sua natureza, a pesquisa pode ser qualificada como qualitativa, por se tratar da interpretação de fenômenos estudados (GIL, 2010). Já quanto a sua operacionalidade, o estudo trata-se de pesquisa bibliográfica, buscando material escrito, ou publicado eletronicamente em periódicos de jornais, revistas e trabalho de conclusão de curso (GIL, 2010).

12 3 DESENVOLVIMENTO Neste artigo de revisão, serão abordados os seguintes temas, como a regra e o goleiro linha, características de um goleiro linha, aspectos físicos, técnicos, táticos, sistema de jogo com goleiro linha, tipos de marcação sobre o goleiro linha, relação direta do goleiro linha no resultado do jogo 3.1A regra e o goleiro linha Alguns estudiosos afirmam que o futsal (ou futebol de salão) tem a sua origem no Brasil, no entanto outros autores dizem que esse esporte nasceu no Uruguai. Teixeira Junior (1996) e Figueiredo (1996) defendem o surgimento do futsal no Brasil, já Zilles (1987) e Apolo (1995) defendem o surgimento no Uruguai. A prática dessa modalidade no Brasil começou no inicio do ano de 1940. Roger Grain em 1996, publicou o primeiro livro de regras intitulado `` Normas e regulamentos do futebol de salão``, divulgado na revista Educação Physica, que existia naquela época (TENROLLER, 2004). As regras do futsal sofrem muitas alterações, umas das principais razões para a mesma ser trocada praticamente a cada ano é tentar tornar cada vez mais dinâmico e atrativo o jogo para o público (TENROLLER,2004). No caso específico do goleiro linha as regras do futsal são exatamente as mesmas do goleiro normal. O goleiro linha precisa respeitar os 4 segundos de posse de bola na quadra de defesa, pode tocar livremente na bola na quadra de ataque, não pode fazer gols com as mãos e não pode ter a bola devolvida para ele em sua quadra de defesa após ter tocado nela uma vez (COSTA, 2017). Ribeiro (2011) diz que caso o goleiro linha venha a ser um jogador de linha, o processo de substituição é ilimitado igual aos jogadores de linha. Em relação as faltas do goleiro linha Costa (2017) diz que Caso o goleiro ultrapasse o limite de sua área penal segurando a bola com as mãos e estando a bola em jogo, será marcado Tiro Livre Direto para a equipe adversaria``. Já uma defesa parcial do goleiro não é considerada como primeiro toque na contagem de recuo de bola para o goleiro, o autor relata que dessa forma os jogadores da sua equipe ainda poderão

13 devolver a bola para o goleiro, no entanto se a bola for tocada pela segunda vez pelo goleiro usando as mãos, é marcado tiro livre direto se o toque foi realizado fora da área penal será marcado o tiro livre indireto se toque for dentro da área penal, com o tiro sendo cobrado sobre a linha da área penal no ponto mais próximo onde ocorreu a infração. Costa (2017) relata algumas regras em relação ao recuo de bola para o goleiro no futsal, como o goleiro de futsal não poder tocar na bola com as mãos dentro da sua área penal se a mesma for passada para ele intencionalmente por um jogador da sua equipe com o pé, mesmo tendo vindo de um tiro lateral, de canto, tiro livre direto ou indireto.caso um jogador de linha levante a bola intencionalmente para devolve-la ao goleiro, e o goleiro tocar na bola com qualquer parte do corpo é marcado tiro livre indireto. O autor, ainda cita que no caso do goleio receber a bola pela primeira vez na quadra de ataque e voltar para sua quadra de defesa com a bola, será considerado o primeiro toque e o arbitro abrira a contagem de 4 segundos.após cobrar um arremesso de meta o goleiro não pode receber a bola novamente, em na quadra de defesa, nem na quadra de ataque sem que ela tenha sido tocada por um jogador da equipe adversária. E caso a bola estiver em jogo e o goleiro tocar na bola pela segunda vez, sem que a bola tenha sido tocada por um jogador adversário, será marcado tiro livre indireto, se o toque for realizado com qualquer parte do corpo que não seja com as mãos. Santana (2003), afirma que as sucessivas alterações nas regras do jogo culminaram as implicações técnicas, como alterações nas cobranças de laterais e escanteios no ano de 1997, no qual alguns treinadores começaram a alterar o sistema de jogo de acordo com as modificações nas regras, fazendo com que os goleiros entrassem no jogo criando assim superioridade numérica sobre seus adversários. 3.2Características de um goleiro linha O goleiro linha além de treinar todos os aspectos que cabem ao goleiro especificamente, também treina outros aspectos que são exigidos a um jogador de linha comum, tais aspectos podem ser divididos em físicos, técnicos e táticos.

14 3.2.1Aspectos físicos As qualidades físicas necessárias para um goleiro são: a boa forma física, bom equilíbrio, a flexibilidade, força explosiva e a resistência aeróbia e anaeróbia, as habilidades motoras, como a agilidade, a coordenação, a velocidade de deslocamento e a de reação (MELLO; NAVARRO, 2008). O autor Weineck (1999), define a flexibilidade como sendo a capacidade e a característica de um atleta executar movimentos de grande amplitude, ou sob forças externas, ou ainda requeiram a movimentação de muitas articulações. Já Platonov (2001) trata que o goleiro de futsal precisa realizar vários deslocamentos, saltos e lançamentos, assim, é imprescindível que o mesmo possua força de pernas e braços coordenados para tal realização. O autor ainda cita que a característica de dominância do goleiro linha deva ser a velocidade, na qual define como a capacidade do sistema neuromuscular de mobilizar o potencial funcional com a finalidade de alcançar altos níveis de força no menor tempo possível. Fonseca (2001, p.27) destaca que a agilidade é fundamental para o goleiro de futsal, devido às constantes mudanças de posição impostas ao seu corpo durante o jogo. Desta forma, podemos destacar que a agilidade tem relação direta com a velocidade. física: O mesmo autor também destaca a coordenação como importante caraterística Coordenação: pode-se considerar por coordenação a capacidade física que permite uma combinação físico-motora, onde o gesto executado será realizado com mais facilidade, favorecendo uma ação mais eficaz dos diversos grupos musculares na realização de movimentos sequentes, proporcionando além da eficácia uma economia de energia (FONSECA, 2001, p. 27). 3.2.2 Aspectos técnicos Fonseca (2001) destaca que os aspectos técnicos necessários e específicos para o goleiro são a empunhadura, o posicionamento, o deslocamento, as pegadas altas, médias e baixas, a queda, o lançamento, a saída de gol, a defesa com os pés e o goleiro linha. O posicionamento é um aspecto importante pois facilita a defesa do goleiro, desta forma, o mesmo deve-se posicionar a frente da linha do gol, com os braços flexionados e com as mãos abaixo da linha da cintura, e com as pernas afastadas uma da outra, cabe ressaltar que o posicionamento do goleiro precisa ser confortável para que o mesmo consiga se concentrar no jogo. Para um bom posicionamento o goleiro deve criar um

15 traçado imaginário entre a bola e as traves, de forma a fechar melhor os ângulos da equipe adversária (FONSECA, 2001). Mutti (2003) também destaca a importância das pegadas. O autor define que nesta técnica as mãos dos goleiros precisam ter o formato de uma concha, o que proporciona um maior contato com a bola, e os dedos devem comprimir a mesma, de forma que quando a bola for alta os polegares devem ficar para dentro e quanto a bola for rasteira vou baixa, os polegares de encontrarão voltados para fora. Já Fonseca (2001) trata da classificação da pegada da bola e define que a mesma depende da altura em que a mesma chegue. Desta forma, a bola alta trata da bola que vem da linha do peito para cima, onde a mesma deve ser recebida com os polegares para fora e os braços formando um triangulo. Além disso o autor ainda destaca que é importante a movimentação de um pé para trás para proporcionar ao goleiro um melhor equilíbrio de sua ação. Outra forma de pegada, é a pegada média, neste caso realizada com os polegares para fora e os braços flexionados, um dos pés do goleiro deve ir para trás para possibilitar que ocorra o mesmo citado anteriormente na pegada alta. Outra possibilidade de realizar este tipo de pegada é o encaixe da bola, sendo executado pelos braços flexionados junto ao corpo e os antebraços em mãos realizando o encaixe para que a bola não possa escapar (FONSECA, 2001). Por fim, o último tipo de pegada, a pegada baixa ou rasteira, na qual o autor define que se deve flexionar as pernas encostando o joelho na outra perna, e realizar a pegada com os polegares para fora (FONSECA, 2001). Um outro aspecto técnico que o goleiro precisa é a queda. Este aspecto está definido por Mutti, 2003, p. 58-59: Executa-se a queda lateral ao salto com o objetivo de colocar o corpo numa posição favorável a defesa em bolas fora de seu alcance quando está em posição básica no gol. Para realizar a queda lateral, o goleiro partindo da posição básica, inclina lateralmente o corpo flexionando as pernas mais a de apoio que recebe o peso do corpo e em seguida, estende os braços direcionando as mãos na trajetória da bola para realizar a pegada de tal maneira que a mão correspondente ao lado da queda impeça a passagem da bola e a outra venha por cima, para abafar e completar a pegada com segurança e firmeza. No salto, a impulsão deve ser dada com a perna do lado de onde vai a bola. O corpo estira-se para o lado num voo, estendendo os braços com as palmas das mãos voltadas para a bola, a fim de agarrá-la. Após o salto o contato com o solo é feito com a parte externa da coxa e a parte traseira do ombro, procedida por um leve apoio do antebraço no solo. A perna que realiza o contato com o solo deve estar ligeiramente flexionada, enquanto a outra permanece estendida.

16 Outra característica técnica é o lançamento, que trata do passe do goleiro executado manualmente e pode ser realizado de duas formas: por cima e por baixo. Por cima o goleiro colocará uma perna atrás e a outra a frente do corpo sendo que esteja em contraposição a mão que realizará o lançamento. O braço de lançamento deverá estar flexionado com a bola na altura do ombro. No lançamento o tronco deve realizar uma leve rotação, com uma leve flexão das pernas que ocasionará uma mudança da altura da saída de bola, além de fazer com que o mesmo deslize no chão ao tocá-la (MUTTI, 2003). Já por baixo, o goleiro terá a posição das pernas iguais a por cima. No entanto, no lançamento a posição da perna de trás deve quase tocar o chão, e o braço de lançamento que está estendido deve realizar uma extensão e posteriormente uma flexão de ombro, soltando assim a bola próxima do chão (MUTTI, 2003). E por fim, a saída de gol, que é definida por Fonseca (2001) que diz que a saída tem como foco principal fechar o ângulo adversário para que o mesmo não consiga chegar a meta. As saídas de gol são realizadas em direção á bola, proporcionando assim um aumento do tamanho do goleiro. O autor ainda cita que o goleiro deve ter consciência que atualmente ele pode se tornar uma espécie de líbero defensivo da sua equipe. 3.2.3 Aspectos táticos Como aspectos táticos do goleiro linha, pode-se destacar que o mesmo deve dificultar os ataques do adversário e impedir o maior tempo possível o gol adversário, atrasar o mesmo o quanto puder também repor a bola em jogo, iniciar contra-ataques, organizar jogadas, atuar de forma ativa nas ações de sua equipe taticamente, orientar posicionamento de sua defesa e observar as atuações do adversário a fim de impedir a progressão do mesmo (RIBEIRO, 2011) O mesmo autor ainda destaca que o goleiro linha, além de treinar todos os aspectos anteriormente citados também deve treinar outros aspectos como passe, chute, recepção, domínio de bola (controle), entre outros, tornando-o jogador de fundamental importância ao sistema tático. 3.3 Sistema de jogo com goleiro linha

17 Apesar do goleiro linha ser uma estratégia bastante comum no futsal, nos casos em que as equipes se encontram perdendo a partida, ela muitas vezes é adotada, por alguns treinadores, quando os mesmos estão ganhando os jogos, o que chamamos na linguagem do futsal de cozinhar o jogo``. Posteriormente, serão tratados alguns dos principais sistemas táticos. 3.3.1 Sistema de jogo tradicional com o goleiro linha Na jogada de goleiro linha tradicional o goleiro (ou o jogador que está fazendo seu papel) posiciona-se perto do meio da quadra e faz o papel de articulador/armador das jogadas, distribuindo-as, principalmente lateralmente até que a defesa se canse ou ofereça espaços para que a jogada seja concluída. A Figura 1, mostra os outros quatros jogadores de linha movimentando-se na linha de ataque (ELIAS, 2011). Figura 1 - goleiro linha tradicional (setas vermelhas: deslocamento dos jogadores e setas brancas: principal deslocamento da bola) Fonte: ELIAS, 2011. Este procedimento tático, como podemos analisar na Figura 1, requer um bom nível de treinamento e entrosamento da equipe que vai executar, pois mesmo apresentando um jogador a mais na linha no intuito de valorizar a posse de bola ou de deixar passar o tempo, esta tática expõe ao adversário o contra-ataque ou o chute de longa distancia, uma vez que o goleiro está fora do gol (ELIAS, 2011).

18 Diante disso, mesmo que a equipe perca a posse de bola, o ideal é que o goleiro se desloque em direção ao seu gol, enquanto os demais jogadores adotam uma marcação ativa. 3.3.2 Sistema de jogo goleiro pivô com o goleiro linha No sistema de jogada goleiro pivô o goleiro apresenta-se para jogar na posição do pivô, no campo de ataque, próximo ao goleiro adversário, com os outros 4 jogadores movimentando-se e oferecendo-se como opção de jogadas triangulares, chutes pelo meio oriundos do passe do goleiro pivô e jogadas de linha de fundo nas costas da defesa (FONSECA, 2001). Nesta jogada dois dos jogadores de linha devem posicionar-se próximo as linhas laterais e ao meio da quadra como `` Bola de segurança. Tal situação geralmente é iniciada com um jogador que atuará como armador segurando a bola na defesa, enquanto o goleiro titular sai para a entrada do goleiro pivô, como mostra a Figura 2 (ELIAS, 2011). Figura 2 - goleiro pivô (setas vermelhas pontilhadas: movimentação dos jogadores, setas brancas: principal movimentação da bola) Fonte: ELIAS, 2011. A jogada da Figura 2 pode surpreender o adversário, que muitas vezes não esta preparado ao ver o goleiro entrar na quadra e já correr para o meio da defesa do adversário, no entanto é necessário muito treinamento para que, caso ocorra a perda da

19 posse de bola, cada jogador saiba o que devera fazer para que a equipe não sofra o gol (ELIAS, 2011). O autor ainda cita que uma das possibilidades para a anulação da jogada com o goleiro pivô pode ser a marcação de pressão no jogador que atuará como armador, no momento em que o mesmo receber a bola e for começar a estratégia. 3.3.3 Sistema de jogo goleiro ala com o goleiro linha No sistema de jogo goleiro ala, o goleiro posiciona-se junto a linha lateral e próximo ao meio da quadra dentro do campo de ataque e de preferencia que sua perna dominante esteja voltado ao centro da quadra, ou seja, caso o atleta seja destro o mesmo deverá posicionar-se no lado esquerdo da quadra, já que a maioria das suas ações, como os chutes e passes, deverão ser realizados com a perna direita (Figura 3). Figura 3 - goleiro ala (setas vermelhas pontilhadas: deslocamento dos atletas e setas brancas: principal deslocamento da bola) Fonte: ELIAS, 2011. A Figura 3 ilustra o atleta posicionado na ala oposta, ou seja, na ala direita devera sempre oferecer a opção de bola de segurança ao passe do goleiro, que também precisará ter como opção os demais jogadores da equipe, a bola paralela e a bola diagonal. Desta forma, na situação de perde de posse de bola o goleiro devera deslocar-

20 se em direção ao seu gol, enquanto os demais jogadores adiantam a marcação para aumentar a pressão o adversário que esta de posse da bola (RIBEIRO, 2011). 3.4 Tipos de marcação sobre o goleiro linha Segundo Fonseca (2007) a melhor opção defensiva para se marcar uma equipe que utiliza o goleiro linha é a marcação por zona. Andrade (2010) destaca dois tipos de marcações para serem utilizadas nesta situação, a marcação losango e a marcação quadrado. A marcação losango é a que se espera o adversário errar, mas que pode se configurar numa ação eficaz se bem utilizada. Simões (2011), relata que nela o pivô deve sinalizar que estará marcando o goleiro linha, e com ele os nossos dois alas deverão marcar o fixo e o ala da equipe adversária, fazendo uma linha de frente no mesmo esquema da marcação que comumente denominamos de gangorra``, estando sempre o ala oposto ao homem da bola fazendo a cobertura justamente com o pivô no centro da quadra como mostra a Figura 4. Figura 4 - marcação contra o goleiro linha losango Fonte: BALZANO et al., 2012.

21 O aspecto mais importante desse posicionamento segundo os autores Balzano, Silva, Oliveira e Feitosa (2012), é ter a consciência de que já se está em desvantagem e quanto mais o adversário estiver com a posse de bola, mais propensos o time estará de errar, desta forma, a marcação deve ser agressiva para impedir a vantagem numérica. Já a marcação do tipo quadrado (Figura 5), formata-se o bloco de marcação, que nada mais é que uma defesa compacta, para que se posicione para marcar por zona. Figura 5 - Marcação contra o goleiro linha quadrado Fonte: BALZANO et al., 2012. Simões (2011) diz que esta marcação não é tão passiva, mas deve ser feita no momento certo, pois caso a mesma seja mal encaixada pode ser fatal para a equipe. Á frente do bloco se posicionam o pivô e um ala. Atrás o fixo e o outro ala e conforme a bola é passada entre os adversários, o bloco se movimenta acompanhando a trajetória da bola. O autor ainda destaca que é possível realizar essa ação somente se todo o bloco estiver harmônico, caso contrario a abertura na marcação será facilmente encontrada.

22 Vale destacar que essa ação é possibilitada por que dificilmente um adversário consegue infiltrar um passe longo e na diagonal com a compactação do bloco de marcação. Em ambas as marcações é necessário muito cuidado e atenção para que no caso da bola entrar no fundo da quadra ela não cruze até a ala oposta, pois o adversário estará livre de marcação. Assim para que isso não aconteça o bloco de marcação esteja atuando de forma uníssona, estando sempre compacto e atento as coberturas. 3.5 Relação direta do goleiro linha no resultado do jogo Ganef et al. (2009) afirmam que o goleiro linha interfere diretamente no resultado da partida de futsal, os autores constataram que as equipes que jogaram desta maneira conseguiram alcançar o objetivo esperado, ou seja, o gol de empate em um curto espaço de tempo. Garlet (2006) também constata que é de fundamental importância para treinadores, goleiros e preparadores de goleiros, o treinamento deste sistema com o goleiro linha. O mesmo autor ainda confirma a esperança de que sejam desenvolvidos treinamentos específicos para esta função e que de ênfase ao passe, a recepção, ao chute e até o drible. Desta forma é importante destacar que as categorias de base começam a trabalhar as crianças quando goleiros, a praticarem esse papel de goleiro linha, para que no futuro não sintam diferença em relação à utilização deste sistema. Entretanto as equipes também precisam se preparar criando métodos de defesa para o sistema do goleiro linha, treinando movimentações defensivas para neutralizar o ataque do adversário (SIMÕES, 2011). 3.6 Evidências empíricas da utilização do goleiro linha do futsal Newton Ribeiro (2011) realizou a pesquisa A influência do goleiro linha no resultado do jogo de futsal na qual teve por objetivo responder à questão da influência do goleiro linha no resultado de uma partida de futsal, e verificar a interferência do mesmo no resultado final de jogo. Neste estudo, o autor utilizou a metodologia de coleta de dados por meio de observação direta extensiva e formulários e desta forma desenvolveu formulários que originaram uma tabela na qual pode ser colocado apontamentos e avaliados o número de

23 vezes que o goleiro jogou na função de goleiro linha, considerando os passes realizados no jogo (RIBEIRO, 2011). Como conclusão, o autor conseguiu afirmar que o goleiro linha interfere diretamente no resultado da partida devido ao fato de que todas as equipes que utilizaram este recurso alcançaram o objetivo esperado, ou seja, o gol de empate em curto espaço de tempo assegurando o resultado da partida e mantendo a posse de bola. O autor ainda ressalta em seu estudo que para exercer a função de goleiro linha é necessário um jogador com poder de decisão, leitura de jogo bem apurada, tranquilidade nas conclusões e fundamentos extremamente refinados, pois se trata de uma posição de total confiança do treinador de futsal que quando colocado em ação pode alterar o andamento da partida (RIBEIRO, 2011). Edson Ganef, Fabio Pereira C. Reis, Elvis Sérgio de Almeida e Antônio C. Navarro (2009) realizaram um estudo intitulado Influencia do goleiro linha no resultado do jogo de futsal, na qual possuía por objetivo analisar a influencia do goleiro linha no resultado da partida e com que frequência as equipes de futsal utilizavam este recurso, criando uma vantagem numérica sobre o seu adversário. Os autores puderam concluir neste estudo que esta posição requer um jogador com poder de decisão, visão de jogo, tranquilidade e fundamentos apuradíssimos, pois se trata, segundo os autores, de um cargo de confiança do treinador de futsal que quando colocado em ação pode alterar o andamento da partida. Já André Henrique Barbosa Aires (2011) realizou o estudo Variação tática de goleiro linha não altera o resultado das partidas de futsal na taça São Paulo 2009 que teve como objetivo coletar e analisar a utilização das variações táticas dos goleiros linha de futsal e verificar se as mesmas alteravam o placar, além de em caso afirmativo, verificar se eram positivas ou negativas quando o goleiro linha era mais utilizado (placar desfavorável, favorável ou empate). O autor observou 13 jogos da Taça São Paulo categoria juvenil, realizado na cidade de São Paulo no ano de 2009. Com isso, pode concluir que a variação tática do goleiro linha era acionada durante os jogos de futsal, na maioria das vezes, não obtendo sucesso na alteração do placar. Pode-se concluir também que o goleiro linha era mais acionado quando sua equipe se encontrava em desvantagem no placar do jogo, e na tentativa de alcançar a superioridade numérica era utilizado para se conseguir o empate ou até mesmo a vitória.

24 Assim, o autor justifica o incremento do trabalho tático de jogadores de linha durante os treinamentos dos goleiros, não apenas visando o aperfeiçoamento técnico dos mesmos, mas também visando o aprimoramento tático da equipe em função desta variação. Também foi analisado o trabalho do autor Lucas Alves Caldeira Léo, intitulado Estudo descritivo do nível técnico-tático do goleiro de futsal na copa do mundo de 2008. O estudo teve por objetivo oportunizar uma análise das demandas técnicas e táticas dos goleiros de futsal participantes da copa do mundo de 2008. Neste estudo, o autor pode concluir que no caso dos goleiros, os mesmos são responsáveis por defender 36% das bolas e antecipar 12,45% em saídas de gol finalizadas. Ainda sugere, novas pesquisas analisando os níveis técnico-táticos do goleiro de futsal com amostras maiores. E por fim, analisou-se o trabalho dos autores Umberto C. Côrrea, Silvia L. Silva, Renata A. Denardi, Keith Davids e Go Tani (2013) sobre A influência do goleiro linha no sistema defensivo no jogo de futsal com o objetivo de responder como a equipe adversária se comporta quando o goleiro linha entra em jogo. Assim, os autores puderam concluir neste estudo que a percepção da situação de jogo envolvendo o goleiro-linha levou os jogadores da equipe adversária a diminuírem a área defensiva como uma estratégia eficiente para a interceptação de passes.

25 5 CONCLUSÃO Este estudo tinha como objetivo analisar a influência do goleiro linha no resultado final do jogo de futsal descrito na literatura, sendo assim, após o exposto, podemos afirmar que o goleiro linha exerce uma influência direta no resultado da partida, uma vez que analisados os estudos de jogos que adotaram esta prática, na qual, em sua maioria, os mesmo obtiveram o objetivo esperado, ou seja, o gol de empate em um pequeno espaço de tempo. Em suma, pode-se concluir que esta posição requer um jogador que tenha poder de decisão, junto a visão de jogo e tranquilidade, pois se trata de um cargo de confiança em que o treinador da equipe aposta em uma alteração positiva no andamento do jogo. Ainda precisamos ficar atentos para que não haja somente formação de jogadores que transfiram a responsabilidade e não resolvam o problema de frente, ou seja, as vezes o que pode parecer uma solução de momento pode trazer grandes problemas no futuro. Uma solução para o Brasil seria adaptar as regras nas categorias de base para que seja possível desenvolver futuros craques que consigam tomar a iniciativa e que procurem dentro da organização de jogo uma solução para conquistar o resultado para a sua equipe.

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