DIAGNÓSTICO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DO MUNICÍPIO DE CANHOBA/SE



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Transcrição:

DIAGNÓSTICO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DO MUNICÍPIO DE CANHOBA/SE Josiene Ferreira dos Santos Lima¹-Tecnóloga em Saneamento Ambiental. Aluna do Curso de Geografia (UFS). Pós-Graduanda em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável. Email: josienesl@hotmail.com Anne Grazielle Costa Santos²- Tecnóloga em Saneamento Ambiental. Mestranda em Desenvolvimento em Meio Ambiente (UFS/PRODEMA). Email: annegrazielles@gmail.com Cleidiane Souza Pequeno³- Tecnóloga em Saneamento Ambiental. Aluna do Curso de Geografia (UFS). Email: cleidianepequeno@oi.com.br José Wellington Carvalho Vilar⁴ DR. Geografia Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe IFS. Email: wvilar@yahoo.com.br RESUMO: O avanço das cidades e a afirmação do modelo econômico atual têm produzido na sociedade a necessidade de exploração de recursos naturais. Esses recursos são transformados em produtos de consumo e conseqüentemente em resíduos sólidos. A produção de resíduos configura-se um potencial social com influências econômicas e ambientais além de comprometer a saúde pública e a paisagem natural do ambiente. A escolha do objeto de pesquisa foi motivada por sua proximidade do Rio São Francisco, pela área está inserida nessa bacia e por maior parte da população se concentrar na área rural. O presente trabalho possui o objetivo de diagnosticar os resíduos sólidos no município de Canhoba-SE. A escolha deste município como área de pesquisa, deveu-se à sua localização quanto à bacia hidrográfica do Rio São Francisco, bem como à baixa densidade demográfica e à grande parte da população concentrar-se na área rural. Observou-se que não diferindo de muitas realidades brasileiras o lixo coletado em Canhoba não passa por nenhum processo seletivo, portanto, se faz necessário um Plano Integrado de Gestão dos Resíduos Sólidos a fim de reverter o quadro de degradação ambiental existente, com implicações diretas nos níveis de saúde pública e na qualidade de vida de seus habitantes. Para obtenção de dados foram utilizados questionários e realizadas entrevista com as autoridades competentes do município. PALAVRAS-CHAVE: Saúde Pública; Geração de Resíduos; Qualidade de Vida. INTRODUÇÃO Em virtude do crescimento populacional, e a formação de centros urbanos, traduzem a geração de resíduos sólidos e aumenta a preocupação quanto ao tratamento adequado desses. O lixo disposto inadequadamente configura-se um grande problema ambiental e de saúde pública devido à contaminação das águas e do solo bem como ao surgimento de vetores (moscas, baratas, ratos etc.) transmissores de diversas doenças infectocontagiosas. Embora exista no Brasil, um arcabouço legal composto por leis, decretos, resoluções, portarias e a própria Constituição Federal que tratem dos resíduos, muitas cidades brasileiras enfrentam sérios problemas devido a deposição inadequada dos resíduos sólidos. Tais resíduos são conceituados, como materiais heterogêneos, (inertes, minerais e orgânicos) resultantes das atividades humanas e da natureza, os quais podem ser parcialmente utilizados, gerando, entre outros aspectos, proteção à saúde pública e economia de recursos naturais (FUNASA 2006). Em Sergipe, quem trata desta questão é a Lei Estadual n. 5.857/2006, que

dispõe sobre a Política Estadual de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. O município de Canhoba está inserido no território denominado Baixo São Francisco Sergipano e localizado no Nordeste do Estado com distância de 124 quilômetros da capital Aracaju. A escolha deste município deve-se pela sua proximidade do Rio São Francisco, pois toda sua área está inserida nessa bacia, outro motivo é que apesar de obter a densidade demográfica baixa a grande parte da população concentrar-se na zona rural. O presente estudo possui o objetivo de diagnosticar os resíduos sólidos no município de Canhoba-SE. Os objetivos específicos contemplaram: conhecer os responsáveis pelo gerenciamento dos resíduos sólidos; levantar os custos operacionais com o gerenciamento destes resíduos; conhecer o seu manejo; identificar os tipos de resíduos gerados no município; conhecer a legislação local; identificar possíveis riscos ambientais relacionados aos resíduos; verificar a existência ou não de catadores de lixo, bem como a existência de programas sociais envolvendo os mesmos. Resíduos sólidos e legislação estadual de Sergipe Os resíduos sólidos configuram-se num problema ambiental e de saúde pública quando não recebem os cuidados convenientes, sobretudo quando da sua disposição final. A forma menos impactante para disposição final é o aterro sanitário, no entanto predomina nas cidades brasileiras o lixão a céu aberto, método adotado sem nenhuma preocupação ambiental. Sua composição varia de comunidade para comunidade, de acordo com os hábitos e costumes da população, número de habitantes do local, poder aquisitivo, variações sazonais, entre outros. Quanto à origem os resíduos sólidos podem ser classificados em domiciliar, comercial, industrial, serviços de saúde, agrícola, construção civil, limpeza pública (logradouros, praias, feiras, eventos, etc.), abatedouros de aves, matadouro, estábulo, portos, aeroportos, terminais ferroviários e terminais rodoviários (FUNASA, 2006). Em Sergipe, essa forma de disposição final é proibida pela lei nº 5857/2006, lei que trata da Política Estadual de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, bem como em corpos d água de qualquer natureza, alagados, praias, mar, manguezais, entre outras. A mesma lei em seu Art. 9º prescreve que o gerenciamento integrado de resíduos sólidos tem por finalidade a melhoria da qualidade de vida da população e a busca de alternativas com as quais seja possível erradicar a disposição dos resíduos sólidos a céu aberto; organizar socialmente a população que executa a catação e reciclagem de resíduos; valorização dos resíduos mediante reutilização e reciclagem; o tratamento regionalizado na gestão dos resíduos sólidos por meio de consórcios e alternativas específicas para cada região e a implementação de gestão compartilhada de resíduos entre os municípios para seu tratamento e disposição final. METODOLOGIA A metodologia foi dividida em Caracterização da área e Instrumentos para coleta de dados: Para isso foi necessárias pesquisas de campo, revisão bibliográfica, consulta em sítios da internet, e registro de imagens. Foram também elaborados e aplicados questionário e entrevista que viabilizassem os resultados.

1) Caracterização da área A cidade de Canhoba está inserida no território do Baixo São Francisco, limita-se ao norte de Nossa Senhora de Lourdes e do Estado de Alagoas, oeste com o município de Itabi, ao sul com Aquidabã e a leste com Amparo de São Francisco, (Figura 1). O município possui área de 165,8 km² e altitude de 100 m. O acesso é feito através das rodovias BR-235, BR-101 e SE-200 num percurso total de 124 km. A economia do município baseia-se nas atividades da pecuária, agricultura e avicultura. Segundo o IBGE (2007), Canhoba possuía 3.910 hab., sendo 1.497 na zona urbana e 2.413 na zona rural. Figura (1) Município de Canhoba-SE (em destaque) Fonte: ADH 2000 RESULTADOS E DISCUSSÃO Em Canhoba os resíduos sólidos urbanos estão sob a responsabilidade da Secretaria Municipal de Obras. A Secretaria realiza os serviços de coleta, transporte e disposição final do lixo domiciliar, resíduos do serviço de saúde, da construção civil e da limpeza pública. Esses serviços são realizados sem ônus isso talvez dificulte a manutenção, já que a limpeza urbana não é atividade prioritária na alocação dos recursos municipais. A tabela 1 descreve o valor total gasto com tais serviços pela prefeitura. Segundo dados da Secretaria municipal em torno de R$ 31.500,00 são destinados aos serviços de saneamento (coleta, transporte, limpeza pública), pelo menos destes 5.000,00 são gastos com a coleta de lixo doméstico, 10.000,00 são destinados ao transporte e o restante é destinado a limpeza pública incluindo os serviços de varrição e limpeza de bueiros. O número de pessoas envolvidas nos Serviços de Resíduos Sólidos está entre 20 a 30 pessoas. Os agentes de limpeza chegam a menos de dez pessoas. A Secretaria Municipal de Obras não dispõe de profissionais habilitados para trabalhar com o manejo dos resíduos sólidos. O município de Canhoba realiza todo tipo de coleta, desde domiciliar até a hospitalar. É utilizado um caminhão com grades para a coleta dos resíduos sólidos domiciliar e dos serviços de saúde. Segundo dados coletados, na Secretaria Municipal de Obras do Município de Canhoba são gerados diariamente 1½ ton./dia de lixo. Nos dias de feira livre acrescenta mais ½ ton./dia. A Prefeitura distribui coletores em locais estratégicos do município para facilitar a coleta de lixo, porém não dispõe de lixeiras pequenas em praças públicas, o que torna mais difícil manter a cidade limpa. O serviço de coleta e transporte dos resíduos sólidos é realizado diariamente com exceção dos domingos. Segundo a Secretaria Municipal de Obras, de 50 a 75% da população urbana é

beneficiada com a coleta de lixo. No município de Canhoba não há coleta seletiva nem tratamento dos resíduos sólidos. O lixo é depositado em lixão a céu aberto (figura 2) em um terreno da prefeitura. Este terreno está fora do perímetro urbano aproximadamente 2 km, mas próximo de cursos d água e de áreas agrícolas. A área do lixão não é cercada, não há valas e nem o lixo é recoberto, o lixo gerado é disposto sem nenhuma segregação às margens da rodovia. Figura 2: Lixão do Município de Canhoba Fonte: Trabalho de Campo, 2009. O potencial de risco ambiental devido ao tipo e local de disposição dos resíduos sólidos de Canhoba foi considerado significativo, considerando-se a quantidade de itens de risco levantados, a exemplo da declividade acentuada, da ausência de cercas, da ausência de sistemas de drenagem e da presença de catadores. CONCLUSÕES É necessário um Plano Integrado de Gestão dos Resíduos Sólidos a fim de reverter o quadro de degradação ambiental existente, com implicações diretas nos níveis de saúde pública e na qualidade de vida de seus habitantes. O Plano Integrado de Gestão dos Resíduos Sólidos deve ser entendido como instrumento indutor ao desenvolvimento social, ambiental e econômico. Assim, o lixo deixa de ser um problema e se desmembra em diversas oportunidades de riquezas e negócios, enquanto promove a inserção social e estimula a ecoeficiêcia nas empresas e na sociedade. Observa-se então, que é necessária uma organização administrativa nos serviços de limpeza pública e gestão dos resíduos sólidos não somente no município de Canhoba. A questão ambiental relacionadas ao gerenciamento e destinação final dos resíduos sólidos é vista pelos órgãos responsáveis com indiferença, sem a devida atenção merecida ao problema. No entanto como proposta, o município poderá participar de um consórcio municipal, para isso, deverá ser caracterizada a região levando em conta as distâncias, produção de resíduos e acessibilidade dos municípios até o local de destino final do lixo, promovendo o desenvolvimento econômico e social, qualidade e melhoria na saúde pública. REFERÊNCIAS Bomfim, Luiz Fernando Costa. ET al Projeto Cadastro da Infra-Estrutura Hídrica do Nordeste: Estado de Sergipe. Diagnóstico do Município de Canhoba. Aracaju: CPRM, 2002. Disponível em: www.ftp.cprm.gov.br/pub/pdf/dehid/sergipe/canhoba. Acesso em: 29/08/2009.

FUNASA. 3. ed. rev. - Brasília:Manual de Saneamento, 2006. 408 p. GESTÃO DE RESÍDUOS. São Paulo: EFG, 2008- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA IBGE. Pesquisa nacional de Saneamento Básico-PNSB. Rio de Janeiro, 2000. Disponível em: www.ibge.gov.br/home/.../pnsb/default.shtm. Acesso em: 16/08/2009 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA IBGE. Vetores Estruturantes da Dimensão Socioeconômica da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. Rio de Janeiro, 2009. Disponível em: www.ibge.gov.br/home/baciasãofrancisco. Acesso em: 15/08/2009 SERGIPE. Política Estadual de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. Lei nº 5857, 22 de março de 2006. Disponível em: www.adema.se.gov.br. Acesso em: 08/07/2010 SECRETARIA DE ESTADO DO PLANEJAMENTO. Plano do Desenvolvimento do Território do Alto Sertão Sergipano. Aracaju, 2008. VILAR, José Wellington Carvalho (coord.); et al. Plano de Regionalização da Gestão de Resíduos Sólidos do Estado de Sergipe. Aracaju, PGRS, 2010.