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1.3 A impugnação foi recebida em Assim, observa-se que a presente merece ser conhecida, de modo que passamos à análise das razões.

A empresa AMX SOLUCOES LTDA ME, CNPJ / , embora tenha apresentado a intenção de recurso não apresentou o recurso à decisão.

Transcrição:

Processo Administrativo-Setor de Compras e Licitações nº 10.2011 Referência: Pregão Eletrônico nº 2/2014 Assunto: Recurso Administrativo contra ato da Pregoeira Trata-se de RECURSO interposto pela empresa SAMUEL MATIVI VICIANA TRANSPORTE - ME, o qual está disponível, na íntegra, no sítio www.comprasgovernamentais.gov.br, e que, doravante será denominada Recorrente, contra o resultado da habilitação do Pregão Eletrônico nº 2/2014, cujo objeto é a contratação de empresa especializada em prestação de serviços de transporte de mudança local, porta a porta, de aproximadamente 350m 3 de bens patrimoniais e demais objetos de propriedade do Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal. 1 - DA ADMISSIBILIDADE Quanto à admissibilidade do Recurso interposto pela Recorrente, observa-se que ela atende aos requisitos da tempestividade, pois foi interposto dentro do prazo exigido no subitem 9.1 do Edital. De igual modo, a empresa 5 ESTRELAS COMERCIAL E SERVIÇOS DE MUDANÇAS LTDA - EPP, que doravante será denominada Recorrida, também apresentou suas contrarrazões de forma tempestiva, conforme disposto no subitem 9.1 do Edital de licitação. 2 - DAS RAZÕES DA RECORRENTE, DAS CONTRARRAZÕES DA RECORRIDA, DA DILIGÊNCIA REALIZADA, DA ANÁLISE E DECISÃO DO PREGOEIRO Insurge-se a empresa SAMUEL MATIVI VICIANA TRANSPORTE - ME contra decisão tomada pela Pregoeira, no tocante à aceitação da proposta e consequente habilitação da empresa 5 ESTRELAS COMERCIAL E SERVIÇOS DE MUDANÇAS LTDA -EPP no Pregão Eletrônico nº 2/2014, sob os seguintes fundamentos: RECORRENTE: SAMUEL MATIVI VICIANA TRANSPORTE ME É contra a decisão da Pregoeira, que julgou habilitada a licitante 5 ESTRELAS COMERCIAL E SERVIÇOS DE MUDANÇAS LTDA EPP. Contesta que, conforme a descrição do serviço que será realizado, o valor que a empresa habilitada arrematou se qualifica como inexequível, pois o valor praticamente ficou apenas com o seguro que é fixado em R$ 11.800,43, que tirando este valor sobra menos que R$ 3.000,00 para utilizar com encargos trabalhistas e também os materiais e mão-de-obra. A recorrente afirma que com o valor ofertado pela empresa habilitada é praticamente vago a possibilidade da mesma atender aos cuidados necessários como proteção para o transporte. Lastreada nas razões expostas, a recorrente requer que a Pregoeira reconsidere sua decisão, desclassificando a empresa 5 ESTRELAS COMERCIAL E SERVIÇOS DE MUDANÇAS LTDA EPP.

RECORRIDA: 5 ESTRELAS COMERCIAL E SERVIÇOS DE MUDANÇAS LTDA EPP A empresa recorrida alega que atua no ramo de mudanças e transportes desde 2009, tendo celebrado ao longo desses anos contratos com o Poder Público, o que per si denota a sua sólida capacidade logística e boa fé. Comenta que no preço ofertado está contemplado todos os custo, inclusive o seguro. Que os custos foram reduzidos em razão da empresa possuir apólice de seguro que comtempla o valor de até R$ 500.000,00 por viagem. Para o transporte de 350m 3 (quantidade estimada de bens a serem transportados) serão necessários 7 (sete) viagens, ou seja, está coberto até R$ 3.500.000,00, ou um valor quase três vezes maior do que o valor dos bens a ser segurado que é de R$ 1.180.043,07 Alega que que a proposta pode estar com o preço reduzido, mas é exequível.que o objetivo de uma licitação é garantir a isonomia entre o sparticipantes, sempre buscando a proposta que for mais vantajosa para a Administração Pública. Afirma que é capaz de efetuar os serviços solicitados no edital com uma certa margem de lucratividade, sendo dessa forma o preço apresentado viável para a empresa com cobertura de todos os custos. DA DILIGÊNCIA EFETUADO PELO Considerando que o valor ofertado pela empresa 5 ESTRELAS COMERCIAL E SERVIÇOS DE MUDANÇAS LTDA EPP foi bem abaixo do valor estimado inserido no Termo de Referência, Anexo I do Edital do Pregão Eletrônico nº 2/2014 e considerando o recurso apresentado pela empresa SAMUEL MATIVI VICIANA TRANSPORTE ME, este Conselho, através de sua Pregoeira, decidiu por oficiar à empresa declarada habilitada no certame para solicitar justificativas em razão do custos do contrato. Em sua resposta, além do discorrido nas suas contrarrazões, a empresa 5 ESTRELAS COMERCIAL E SERVIÇOS DE MUDANÇAS LTDA EPP informa que os custos foram reduzidos em decorrência da estrutura que a mesma possui: sede em Brasília e representantes em todas as capitais do território nacional, atuando na prestação de serviços de mudanças, transportes em geral e armazenagem. Possui frota própria e diversificada para atender qualquer tipo de transporte rodoviário, dezenas de empregados do quadro fixo, não sendo necessária a contratação de mão de obra terceirizada para a realização da mudança do CRM-DF, possui apólice de seguro com seguradora idônea capaz de cobrir todos os bens transportados maior do que o valor fixado no Termo de Referência, Anexo I do Edital e que a matéria prima utilizada na prestação dos serviços é adquirida em grande quantidade. Afirma que realizou serviços de maior complexidade para vários órgãos da Administração Pública de forma satisfatória e com qualidade, juntando 2 (dois) atestados de capacidade técnica emitidos por alguns órgãos para comprovar a capacidade da empresa em realizar os serviços prentendidos pelo CRM-DF. ANÁLISE DA PREGOEIRA Examinando cada ponto discorrido na peça recursal da empresa SAMUEL MATIVI VICIANA TRANSPORTE ME, em confronto com as contrarrazões da Recorrida, com a resposta à diligência

realizada por este CRM-DF, com a legislação aplicável e com os entendimentos doutrinários e jurisprudenciais correlatos, exponho abaixo as medidas adotadas e as ponderações formuladas que fundamentaram a decisão final. O Recurso Administrativo interposto pela empresa SAMUEL MATIVI VICIANA TRANSPORTE - ME ataca, basicamente, o valor ofertado pela empresa declarada habilitada, julgando ser o mesmo inexequível. No que se refere à irrisoriedade de preços, vejamos a seguir o que dispõe a Lei de Licitações e Contratos: Lei nº 8666/93: (...) Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em consideração os critérios objetivos definidos no edital ou convite, os quais não devem contrariar as normas e princípios estabelecidos por esta Lei. (...) 3º Não se admitirá proposta que apresente preços global ou unitários simbólicos, irrisórios ou de valor zero, incompatíveis com os preços dos insumos e salários de mercado, acrescidos dos respectivos encargos, ainda que o ato convocatório da licitação não tenha estabelecido limites mínimos, exceto quando se referirem a materiais e instalações de propriedade do próprio licitante, para os quais ele renuncie a parcela ou à totalidade da remuneração. (...) (grifamos) Da leitura do dispositivo do Estatuto de Licitações, depreende-se que a eventual irrisoriedade no preço ofertado não resultará na desclassificação quando esse valor irrisório se referir a materiais e instalações de propriedade do próprio licitante, para os quais ele renuncie a parcela ou à totalidade da remuneração. (grifamos) A propósito, conforme demonstrado acima, a 5 Estrelas possui uma grande estrutura, frota própria de caminhões, funcionários do quadro fixo da empresa e apólice de seguro maior do que o valor fixado no edital. É uma empresa tradicional no mercado de transportes, onde atua há mais de 5 (cinco) anos. Essa longevidade em uma área extremamente competitiva lhe proporciona a possibilidade de renunciar, conforme previsto na parte final do 3º do art. 44, da Lei nº 8.666/93, acima transcrito, a remuneração decorrente de alguns materiais, encargos trabalhistas e/ou insumos que compõem o seu preço global, em face de tais itens já se encontrarem amortizados ou depreciados em seus registros contábeis. Não cabe à Administração, ou a qualquer licitante, estipular, de maneira subjetiva, critérios de exequibilidade de preços, uma vez que não há espaço para subjetivismos na condução e julgamento dos certames licitatórios (art. 44, 1º, da Lei de Licitações), muito menos presumir tal fato.

É importante ressaltar que, em qualquer licitação, cabe aos proponentes estabelecerem seus próprios limites, por sua conta e risco, computando seus custos e a margem de lucro desejada no negócio em que estão participando, e não ao pregoeiro ou agente público. Vale pontuar que é perfeitamente possível que uma empresa apresente redução de custo não prevista pela Administração. O fato de uma empresa apresentar preços muito melhores que de um determinado concorrente, que a primeira vista pareçam ser irrisórios e inexeqüíveis, não significa que a empresa licitante não possua reais condições de executar o contrato Vejamos o entendimento do doutrinador, professor Marçal Justen Filho: Discorda-se do entendimento de que todas as hipóteses de inexeqüibilidade comportam tratamento jurídico idêntico. Ao contrário, deve impor-se uma diferenciação fundamental, destinada a averiguar se a proposta pode ou não ser executada pela licitante, ainda que seu valor seja deficitário. A questão fundamental não reside no valor da proposta, por mais ínfimo que o seja o problema é a impossibilidade de o licitante executar aquilo que ofertou. A formulação desse juízo envolve uma avaliação da capacidade patrimonial do licitante. Se ele dispuser de recursos suficientes e resolver incorrer em prejuízo, essa será uma decisão empresarial privada.(...) (JUSTEN FILHO, Marçal Comentário a Lei de licitações e Contratos Administrativos). (grifos nossos). É igualmente importante destacar que as ponderações apresentadas nas contrarrazões e na resposta à diligência realizada pelo CRM-DF, estão em consonância com o entendimento já sedimentado no âmbito do Tribunal de Contas da União, constante de Acórdão proferido em 2007 (trecho transcrito abaixo), o qual vem sendo repetidas vezes utilizado pela própria Corte de Contas nos exames que envolvem a questão de preços irrisórios. Deliberações do TCU (...) 17.3.29 (...). A representante justifica os preços irrisórios apresentados em face da sua infraestrutura, a qual permitiria a diluição dos custos. Logicamente, dadas as peculiaridades da empresa, é possível a referida diluição. (...). É o que dispõe a Lei de Licitações, quando a vedação de cotação de preços irrisórios ou simbólicos é excepcionada apenas para materiais e instalações de propriedade do licitante(...) (Acórdão 1.700/2007 Plenário) (grifos nossos) Contudo, ainda que tivesse ocorrido a fixação de preço irrisório para a prestação do serviço, há de se ponderar que o deslinde da questão passa, sem dúvida, pela avaliação da exeqüibilidade da proposta, que, no presente caso, não poderá ser efetivada sem levar em consideração que o

critério de julgamento utilizado foi o de menor preço global e a comprovação da empresa de que possui vários contratos com outros órgãos da Administração e sua capacidade operacional. Cumpre ainda ressaltar uma importante ressalva feita pelo iminente Marçal Justen Filho, ao discorrer sobre a questão da inexequibilidade: A desclassificação por inexequibilidade apenas pode ser admitida como exceção, em hipótese muito restrita. O núcleo da concepção ora adotada reside na impossibilidade de o Estado transformar-se em fiscal da lucratividade privada e na plena admissibilidade de proposta deficitária. (JUSTEN FILHO, Marçal Comentário a Lei de licitações e Contratos Administrativos). Mais ainda, um particular plenamente capaz pode dispor de seus bens, inclusive para lançar-se em empreitadas econômicas duvidosas. Poderá assumir riscos, de que derivarão prejuízos. Não é cabível que o Estado assuma, ao longo da licitação, uma função similar à de curatela dos licitantes. Se um particular comprometer excessivamente seu patrimônio, deverá arcar com o insucesso correspondente. *JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 13ª ed. São Paulo: Dialética, 2009. p. 628.] (sem grifo no original) O Tribunal Regional Federal da 1ª Região também entende que, a inexequibilidade deve ser devidamente comprovada por quem a alega, não podendo ser presumida ; (AMS nº 34000180390; Processo nº 001340000180390; data da decisão: 25.08.2003; DJ: 22.09.2003, p. 95; Relator: Desembargador Federal Souza Prudente). [...] Como se sabe, a alegação de inexequibilidade, em momento nenhum, foi comprovada pela Recorrente. Assim, como os custos são diversos para cada empresa e como cada qual apresenta uma estrutura operacional distinta, é perfeitamente cabível que a mesma proposta possa ser qualificada como exequível para uma empresa e mereça enquadramento distinto para outra. Ressaltamos que o Acórdão 116/2008 TCU Plenário, decidiu e se posicionou a respeito da exeqüibilidade em Licitações, citando a propósito o Mestre Marçal Justen filho que em sua obra Comentários à Legislação do Pregão Comum e Eletrônico (Editora Dialética, 4ª Edição, página 132) comenta de forma clara e inconteste: A formulação de proposta inexeqüível é problema particular do licitante que deve resolver-se ou através da punição exemplar (quando não for honrada) ou no âmbito da repressão à prática de abuso de poder econômico (quando o sujeito valer-se de seu poder econômico para infringir a competição leal). A licitação destina-se especialmente no caso do pregão, a selecionar a proposta que acarrete o menor desembolso possível para os cofres públicos. Logo, não há sentido em desclassificar proposta sob o fundamento de ser muito reduzida (grifo nosso).

Ao ver do autor, a inexequibilidade deve ser arcada pelo licitante, que deverá executar a prestação dos serviços nos exatos termos de sua oferta. A ausência de adimplemento à prestação conduzirá à resolução do contrato, com o sancionamento adequado. Assim sendo, a empresa declarada habilitada no certame será obrigada a prestar o serviço com a qualidade exigida por esta Administração e respeitando os parâmetros determinados no instrumento convocatório, estando sujeita as penalidades legais em caso de descumprimento às regras contratuais, onde destacamos o subitem 15.2 do Termo de Referência, Anexo I do Edital: DO PEDIDO DA RECORRENTE: Diante dos comentários tecidos, baseados nas doutrinas descritas, não há razão para deferimento do pedido formulado pela Recorrente para a desclassificação da Recorrida, pois a redução do valor não torna necessariamente o preço ofertado inexeqüível, onde a proponente não está obrigada a repassar todos os seus custos para o contrato, porém ela não poderá alegar, futuramente, equívocos ou falta de conhecimento destes, tendo que suportar o ônus de sua proposta, sob pena de responsabilização. Além disso, é imperioso admitir que, diante das peculiaridades e da liberalidade de cada licitante na apuração de seus custos, a inexequibilidade deve ser devidamente comprovada por quem alega e auferida por meios de critérios objetivos, não podendo ser aceitas meras especulações. DA DECISÃO: Por todo o exposto, valendo-se da legislação aplicável, entende esta Pregoeira que o recurso administrativo interposto pela empresa SAMUEL MATIVI VICIANA TRANSPORTE ME deve ser reconhecido e, no mérito, negar-lhe provimento, mantendo-se a decisão proferida na sessão pública ocorrida no dia 22/5/2014, que declarou a empresa 5 ESTRELAS COMERCIAL E SERVIÇOS DE MUDANÇAS LTDA EPP vencedora do Pregão nº 2/2014. À superior consideração da Sra. Presidente do Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal. Brasília, DF, 30 de maio de 2014. LAURA TERESA CARNEIRO DE MENDONÇA AVIANI Pregoeira MÔNICA CARVALHO CUNHA DA SILVA Membro da Equipe de Apoio LEANDRO DA SILVA DUARTE Membro da Equipe de Apoio