UNIVERSIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO RENATA PASSOS PINCELLI



Documentos relacionados
Mata ciliar Nascentes Lençol Freático Cobertura Vegetal Recuperação Ambiental Preservação Ambiental Revegetação Degradação Erosão Assoreamento

Município de Colíder MT

DESMATAMENTO DA MATA CILIAR DO RIO SANTO ESTEVÃO EM WANDERLÂNDIA-TO

ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO. Prof. Dr. Israel Marinho Pereira

NOTA TÉCNICA DE PESQUISA

GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO SECRETARIA DE ESTADO DO AMBIENTE INSTITUTO ESTADUAL DO AMBIENTE

Prof. Pedro Brancalion

LIMPEZA DA ÁREA LIMPEZA DA ÁREA LIMPEZA DA ÁREA MATA CILIAR. Áreas de Preservação Permanente RESERVA LEGAL

ETAPAS PARA O PLANEJAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO DE UM PROJETO DE RAD

PROJETO VALE SUSTENTÁVEL: RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS VISANDO A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE DA CAATINGA NA REGIÃO DO VALE DO AÇU RN.

PROJETO DE RECUPERAÇÃO DE MATAS CILIARES

Módulo fiscal em Hectares

PROGRAMA DE REFLORESTAMENTO DAS MICROBACIAS HIDROGRÁFICAS DAS ÁREAS DE PROTEÇÃO AOS MANANCIAIS DA REPRESA BILLINGS NO MUNICÍPIO DE SANTO ANDRÉ SP

Embasamento técnico de projetos de conservação do solo para atendimento da legislação. Isabella Clerici De Maria Instituto Agronômico

Legislação Ambiental Brasileira: Entraves, Sucessos e Propostas Inovadoras no Âmbito da Pequena Propriedade

APPA Associação de Proteção e Preservação Ambiental de Araras A natureza, quando agredida, não se defende; porém,ela se vinga.

PRESERVANDO NASCENTES E MANANCIAIS

Prof. Pedro Brancalion

Proposta de Criação da Floresta Estadual José Zago. Consulta Pública

Fórum sobre AAP e Reserva Legal

Diagnóstico da Área de Preservação Permanente (APP) do Açude Grande no Município de Cajazeiras PB.

PROJETO DE LEI Nº, DE (Do Sr. SARNEY FILHO) O Congresso Nacional decreta:

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº, DE 2016

AVALIAÇÃO DOS ATRIBUTOS QUÍMICOS DE UM SOLO SOB FLORESTA ATLÂNTICA NA FAZENDA SANTA RITA, FARIA LEMOS, MG

Circular. Técnica. Guia para Monitoramento de Reflorestamentos para Restauração. I. Apresentação. Janeiro 2010 Número 1

RELATÓRIO DE PLANTIO. Código: 10/2011

Estrutura. Restrições para a restauração florestal. Demandas pela produção de madeira nativa. Limitações de conhecimento sobre silvicultura de nativas

Avaliação da germinação de sementes de fragmentos florestais receptadas em redes visando recomposição da flora local

NOVO CÓDIGO FLORESTAL: IMPLICAÇÕES E MUDANÇAS PARA A REALIDADE DO PRODUTOR DE LEITE BRASILEIRO

Projeto de Revitalização da Microbacia do Rio Abóboras Bacia Hidrográfica São Lamberto

NOME COMPLETO DOS COMPONENTES DA EQUIPE PROMONTÓRIO DO CABO DE SANTO AGOSTINHO: CARACTERIZAÇÃO E ZONEAMENTO PARA ADEQUAÇÃO AMBIENTAL

TERMO DE REFERÊNCIA PARA PARCELAMENTO DE SOLO: CODRAM 3414,40; CODRAM 3414,50; CODRAM 3414,60; CODRAM 3414,70; CODRAM 3415,10

INSTRUÇÃO NORMATIVA N 5, de 08 de setembro de 2009.

LEVANTAMENTO AMBIENTAL PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS DE EXTENSÃO DE REDES RURAIS

Adaptação à mudança do clima*

PLANTIO DE MILHO COM BRAQUIÁRIA. INTEGRAÇÃO LAVOURA PECUÁRIA - ILP

ANEXO II GUIA DE FORMULAÇÃO DO PROJETO

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE UNIDADE DE COORDENAÇÃO DO PROJETO DE RECUPERAÇÃO DE MATAS CILIARES

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO PROJETO DE LEI Nº 506, DE 2008: A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO DECRETA:

PROJETO NOVOS TALENTOS/REPLANTIO DE MUDAS: REFLORESTAMENTO NA MATA CILIAR DO RIO SÃO LOURENZO NO MUNICIPIO DE BRASÍLIA DE MINAS MG

Projeto de Recuperação de Matas Ciliares

PROJETO DE LEI N O, DE 2015

ECOFOR: Biodiversidade e funcionamento de ecossistemas em áreas alteradas pelo homem nas Florestas Amazônica e Atlântica Simone Vieira NEPAM/UNICAMP

Tabela 01 Mundo Soja Área, produção e produtividade Safra 2009/10 a 2013/14

BR 116/RS Gestão Ambiental. Oficina para Capacitação em Gestão Ambiental

Lei /13 Lei Florestal Mineira

ÁGUA FLORESTAS E CLIMA: RUMO À COP 21

GESTÃO AMBIENTAL. Zoneamento Ambiental. Espaços Territoriais especialmente protegidos ... Camila Regina Eberle

EUCALIPTO. plantio. Projeção de Receitas e Resultados. Fomento. Como suprir tamanha demanda preservando as florestas nativas?

RELATÓRIO DE MONITORAMENTO DE FLORESTA

Prof. Charles Alessandro Mendes de Castro

AUTOR(ES): ANDRÉ DOS SANTOS JANUÁRIO GARCIA, PAULO HENRIQUE DOS SANTOS

MANIFESTAÇÃO TÉCNICA - CORTE DE ÁRVORES NATIVAS ISOLADAS

INTEGRAÇÃO LAVOURA/ PECUÁRIA. Wilson José Rosa Coordenador Técnico Estadual de Culturas DEPARTAMENTO TÉCNICO - EMATER-MG

Dr. Sergius Gandolfi - LERF/LCB/ESALQ/USP

Projeto: PRESERVE O PLANETA TERRA DISTRIBUIÇÃO DE MUDAS PARA PLANTIO

Implantação de espécies nativas em área de preservação no IFMG - Câmpus Bambuí José Augusto Melo de RESENDE¹; Maria Carolina Gaspar BOTREL²;

Reflorestamento de Uso Múltiplo: Modelos de reflorestamento com funções ecológicas e aproveitamento

Monitoramento de qualidade e quantidade de água superficial em área de reflorestamento de Pinus taeda e Pinus elliottis

Relatório mensal JULHO/2014. Projeto: Estudo e implantação de floresta para manejo sustentado na Escola Técnica Prof. Dr. Antonio Eufrásio de Toledo.

CONSIDERAÇÕES PARA APRESENTAÇÃO DE PROJETOS DE RECUPERAÇÃO DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE DE NASCENTES

12/06/2015. Erosão em voçoroca CONCENTRAÇÃO GLOBAL DE CO2 ATMOSFÉRICO TRATAMENTO DE ÁREAS DEGRADADAS NÍVEIS DE GÁS CARBÔNICO EM MAUNA LOA (HAWAI)

QUALIDADE AMBIENTAL EM BACIAS HIDROGRÁFICAS: o uso de indicadores ambientais para gestão de qualidade da água em Catalão (GO) Klayre Garcia PORTO

-essa definição irá abranger mais de 90% das propriedades rurais brasileiras, as quais serão desobrigadas de restaurar as suas Reservas Legais.

SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

136) Na figura observa-se uma classificação de regiões da América do Sul segundo o grau de aridez verificado.

DIAGNOSTICOS DE MATA CILIAR E RESERVA LEGAL EM PROPRIEDADES RURAIS NA SUB-BACIA DO TAIAÇUPEBA NO MUNICÍPIO DE SUZANO-SP.

DISPOSIÇÕES PERMANENTES

PLANEJANDO A CONSERVAÇÃO DO CERRADO. Conciliando Biodiversidade e Agricultura

Mostra de Projetos 2011

MUDAS DE ESPÉCIES FLORESTAIS

LAUDO TÉCNICO AMBIENTAL

Incêndios florestais no Amapá

USO DE GEOPROCESSAMENTO NA DELIMITAÇÃO DE CONFLITOS DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NA ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE DO RIO VERÊ, MUNICÍPIO DE VERÊ PR.

LEVANTAMENTO DOS ANIMAIS SINANTRÓPICOS DA SUB- BACIA HIDROGRÁFICA URBANA PILÃO DE PEDRA, EM PONTA GROSSA PR

2.2 - SÃO PAULO, PARANÁ, ESPÍRITO SANTO, BAHIA E RONDÔNIA.

RELATÓRIO DE PLANTIO E VISTORIA

O USO DE MONITORAMENTO EM PROJETOS DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS EM MICROBACIAS HIDROGRÁFICAS PARA DEFINIÇÃO DE ESTRATÉGIAS OPERACIONAIS

Especialização em Direito Ambiental. 3. As principais funções das matas ciliares são:

Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil

LEI Nº 1.931, DE 12 DE JUNHO


PROGRAMA VIDA AO MARINHEIRINHO RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS VOTUPORANGA-SP

E qual é a nossa realidade???

1.Instituto Oksigeno... 3 Missão... 4 Visão... 4 Valores... 4

Programa Mato-grossense de Municípios Sustentáveis Registro de Experiências municipais 1

PÓL Ó O L O DE E UVA V DE E ME M S E A E E VI V N I HO NO O ES E T S A T DO DO ES E P S ÍR Í IT I O O SAN A TO T

estado da arte, avanços e tendências

VII Reunião de Atualização em Eucalitptocultura

O Programa Produtor de Água

A BIOMASSA FLORESTAL PRIMARIA

ORIENTAÇÕES TÉCNICA PARA A CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE CONTROLE / COMBATE A FORMIGAS CORTADEIRAS NAS ESTAÇÕES EXPERIMENTAIS.

Disciplina procedimento para autorização de supressão de exemplares arbóreos nativos isolados.

Anais do Simpósio Regional de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto - GEONORDESTE 2014 Aracaju, Brasil, novembro 2014

PROJETO DE RECUPERAÇÃO DE MATAS CILIARES NO ESTADO DE SÃO PAULO. Programa Operacional do GEF: OP#15 (sustainable land management)

CONQUISTAS AOS AGRICULTORES NO CÓDIGO FLORESTAL

COMPARTIMENTAÇÃO MORFOPEDOLÓGICA E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS DA BACIA DO CÓRREGO AMIANTO, MINAÇU GO

CADERNO DE EXERCÍCIOS

Disciplina: Introdução à Engenharia Ambiental. 5 - Poluição e Degradação do Solo. Professor: Sandro Donnini Mancini.

ATE XXII. Índice Conclusões LT 500 kv Marimbondo II - Campinas e Subestações Associadas Conclusões do Empreendimento 1/1

Transcrição:

UNIVERSIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO RENATA PASSOS PINCELLI MONITORAMENTO DAS FASES INICIAIS DE RECUPERAÇÃO DA MATA CILIAR NA MICROBACIA DO MÉDIO RIBEIRÃO SÃO JOÃO NO MUNICÍPIO DE MINEIROS DO TIETÊ - SP BAURU 2007

UNIVERSIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO RENATA PASSOS PINCELLI MONITORAMENTO DAS FASES INICIAIS DE RECUPERAÇÃO DA MATA CILIAR NA MICROBACIA DO MÉDIO RIBEIRÃO SÃO JOÃO NO MUNICÍPIO DE MINEIROS DO TIETÊ - SP Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro de Ciências Biológicas e Profissões da Saúde pelo Curso de Biologia como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Biologia, sob orientação do Prof. Ms. Dorival José Coral. BAURU 2007

RENATA PASSOS PINCELLI MONITORAMENTO DAS FASES INICIAIS DE RECUPERAÇÃO DA MATA CILIAR NA MICROBACIA DO MÉDIO RIBEIRÃO SÃO JOÃO NO MUNICÍPIO DE MINEIROS DO TIETÊ - SP Monografia apresentada ao Centro de Ciências Biológicas e Profissões da Saúde da Universidade do Sagrado Coração como parte dos requisitos para a obtenção do título de Bacharel em Biologia sob a orientação do Prof. Ms. Dorival José Coral Banca examinadora: Prof. Ms. Dorival José Coral Curso de Ciências Biológicas Centro de Ciências da Saúde Ms. Marina Carboni Diretora do Departamento do Meio Ambiente do município de Bauru Bauru, 01/12/2007

Dedico este trabalho aos meus pais, Bebé e Cidinha e aos meus irmãos Letícia e Murilo.

não há caminho, o caminho se faz ao andar Antonio Machado

RESUMO O presente estudo foi realizado na microbacia do Médio Ribeirão São João no município de Mineiros do Tietê SP. O plantio em áreas de preservação permanente (APP) foi realizado pelo Projeto de Recuperação de Matas Ciliares do Governo do Estado de São Paulo, as situações locais para a realização dos plantios foram estudadas individualmente permitindo a escolha de diferentes modelos para cada situação encontrada; o sistema de plantio adotado para essas duas propriedades acompanhadas foi o sistema de implantação. Este é usado em áreas cuja formação vegetal original foi substituída por alguma atividade agropastoril, comprometendo o potencial de auto-recuperação local; neste foram usadas espécies de ocorrência regional e dispostas em linhas de preenchimento e de diversidade. O objetivo deste trabalho foi acompanhar o crescimento de mudas de espécies nativas de acordo com a classe sucessional, plantadas em APP, realizar o levantamento de mortalidade entre as espécies, e comparar o crescimento das plantas entre as duas propriedades. O crescimento das mudas foi acompanhado medindo-se a altura da muda inteira desde o colo até a última gema apical do ramo principal no ato do plantio e após três meses. As espécies que mais se destacaram entre as duas propriedades foram: Cecropia sp. (embaúba), Croton floribundus Spreng. (Capixingui); Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong (Orelha de Negro), estas são classificadas como pioneiras de acordo com a classe sucessional, e caracterizam-se por apresentar rápido crescimento no campo. Já, entre as espécies tardias, ou seja, as que demoram mais para crescer e que irão formar uma floresta madura, que apresentaram um incremento no crescimento nas duas propriedades, foram: Chorisia speciosa A. St.-Hil. (Paineira Rosa), Curatella americana L. (Lixa) e Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.) Standl. (Ipê Rosa). Palavras- chave: modelo de restauração, mata ciliar, classe sucessional, área de preservação permanente.

ABSTRACT The present study was accomplished in the creek watershed of Medium Ribeirão São João in the municipality of Mineiros de Tietê - SP. The planting in areas of permanent preservation (APP) it was accomplished by the Project of Recovery of Ciliary Forests of the Government of the State of São Paulo, the local situations for the accomplishment of the plantings were studied allowing the choice of different models for each found situation individually; the planting system adopted for those two accompanied properties it was the implantation system. This is used in areas whose vegetable original formation was substituted by some activity agri-pasture, committing the potential of local solemnity-recovery; in this species of regional occurrence were used and disposed in completion lines and of diversity. The objective of this work was to accompany the growth of seedlings of native species in agreement with the class successive, planted in APP, to accomplish the mortality rising among the species, and to compare the growth of the plants among the two properties. The growth of the seedlings was accompanied being measured the whole seedling's height from the lap to the last apical bud of the main branch in the act of the planting and after three months. The species that more they stood out among the two properties they were: Cecropia sp. (embaúba), Croton floribundus Spreng. (Capixingui); Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong (Orelha de Negro), these are classified as pioneers in agreement with the class successive, and they are characterized by presenting fast growth in the field. Already, among the late species, in other words, the ones that are long more to grow and that will form a " ripe " forest, that they presented an increment in the growth in the two properties, they were: Chorisia speciosa A. St.-Hil. (Paineira Rosa), Curatella americana L. (Lixa) and Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.) Standl. (Ipê Rosa). Key words: restoration model, ciliary forest, class successive, area of permanent preservation.

LISTA DE FIGURAS Figura 1 Município de Mineiros do Tietê localizado no mapa do Estado de São Paulo...18 Figura 2 - Microbacia do Médio Ribeirão São João, Mineiros do Tietê SP...19 Figura 3 - Esquema de plantio de acordo com o sistema de implantação...22

LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Valores pluviométricos dos meses de janeiro a outubro de 2007 coletados no município de Mineiros do Tietê SP...21 Tabela 2 - Lista das espécies vegetais pioneiras e tardias e os valores de incremento obtidos após três meses do plantio no médio Ribeirão São João, município de Mineiros do Tietê SP...27

LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 Crescimento em centímetros das espécies pioneiras e tardias após três meses do plantio no médio Ribeirão São João, Mineiros do Tietê SP... 24 Gráfico 2 Espécies pioneiras da propriedade A com os maiores incrementos obtidos após três meses do plantio no médio Ribeirão São João, Mineiros do Tietê - SP... 32 Gráfico 3 Espécies pioneiras da propriedade B com os maiores incrementos obtidos após três meses do plantio no médio Ribeirão São João, Mineiros do Tietê SP... 32 Gráfico 4 Espécies tardias da propriedade A com os maiores incrementos obtidos após três meses do plantio no médio Ribeirão São João, Mineiros do Tietê SP... 33 Gráfico 5 Espécies tardias da propriedade B com os maiores incrementos obtidos após três meses do plantio no médio Ribeirão São João, Mineiros do Tietê SP... 33

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO...11 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2 1 Situação atual da agricultura local...15 2 2 Projeto de recuperação de mata ciliar e diferentes sistemas de restauração...15 3 MATERIAIS E MÉTODOS 3 1 Área de estudo...18 3 2 Clima...19 3 3 Descrição das propriedades 3 3 1 Propriedade A...19 3 3 2 Propriedade B...20 3 4 Preparo do solo para o plantio...20 3 5 Sistema de recuperação das áreas...22 3 6 Monitoramento das mudas...23 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO...24 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...35 REFERÊNCIAS...36 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA...39

11 1 INTRODUÇÃO De acordo com Schumacher e Hoppe (1998), o termo mata ciliar é empregado para designar as florestas que ocorrem nas margens de cursos de água. A mata ciliar ocorre ao longo do terreno que inclui tanto a ribanceira de um rio ou córrego, de um lago ou represa, como também as superfícies de inundação chegando até as margens do corpo d água. As matas ciliares são sistemas que funcionam como reguladores do fluxo d água, sedimentos e nutrientes entre outros terrenos mais altos da bacia hidrográfica e o ecossistema aquático (SHUMACHER & HOPPE, 1998). Outra importância que a mata ciliar exerce é a de interligar florestas remanescentes da região formando assim um corredor ecológico. Estes favorecem os processos naturais de dispersão e substituição das espécies, que exigem elevada diversidade e forte interação entre flora e fauna, já que animais dispersando propágulos de vegetais poderão então transitar entre fragmentos através da área de preservação permanente (APP) dos cursos d água (RODRIGUES et al.,2002) As microbacias iniciam-se nas nascentes dos pequenos cursos d água, unindo-se a outras até constituírem a bacia hidrográfica de um rio de grande porte (DELIBERADOR, 1990). Conforme a Resolução do CONAMA Nº 303, de 20 de março de 2002, que dispõe sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente (APP) devem ser mantidas sem atividades antrópicas ou revegetadas, como segue: Art. 2º Constitui Área de Preservação Permanente a área situada: I - em faixa marginal, medida a partir do nível mais alto, em projeção horizontal, com largura mínima, de: a) trinta metros, para o curso d água com menos de dez metros de largura; b) cinqüenta metros, para o curso d água com dez a cinqüenta metros de largura; c) cem metros, para o curso d água com cinqüenta a duzentos metros de largura; d) duzentos metros, para o curso d água com duzentos a seiscentos metros de largura;

12 e) quinhentos metros, para o curso d`água com mais de seiscentos metros de largura; II - ao redor de nascente ou olho d água, ainda que intermitente, com raio mínimo de cinqüenta metros de tal forma que proteja, em cada caso, a bacia hidrográfica contribuinte (MMA, 2007). Segundo levantamentos do LERF (Laboratório de Ecologia e Restauração Florestal ESALQ/USP) existe na microbacia do Médio Ribeirão São João em Mineiros do Tietê, três tipos de formações vegetais: Floresta Estacional Semidecidual, Mata de Brejo e Cerradão (BENINI, 2006). De acordo com ATTANASIO (2004) a floresta estacional semidecidual é caracterizada por apresentar um dossel irregular, entre 15 e 20 metros de altura, com presença de árvores emergentes de até 25 à 30 metros de altura, sendo observada a deciduidade em algumas espécies típicas desta formação, na estação seca. As matas de brejo se estabelecem em solos hidromórficos, são sujeitas à presença de água superficial em caráter permanente. Ocorre em várzeas ou planícies de inundação, nascentes ou margens de rios ou lagos, podendo ocorrer também em baixadas ou depressões, onde a saturação hídrica do solo é conseqüência do afloramento do lençol freático. São florestas consideradas de preservação permanente pelo Código Florestal de 1965 (TONIATO, 1998). Segundo Crestana (2004) o cerrado não é uma formação florestal uniforme e sim um complexo vegetacional com diferentes fisionomias florísticas, incluindo assim o cerradão, representando uma formação florestal com árvores de grande porte, onde o solo é mais fértil e a acidez e o teor de alumínio são menores. A diferenciação entre as outras formações de cerrado dá-se pelas características do solo. Ao longo da história o homem teve seu desenvolvimento baseado na utilização dos recursos naturais, entretanto esse desenvolvimento passou a crescer desordenadamente alterando assim a cobertura original da floresta em todas as regiões (SHUMACHER & HOPPE, 1998). A ocupação do município de Mineiros do Tietê situado no Estado de São Paulo, banhado pela microbacia do Ribeirão São João iniciou-se em meados do

13 século XIX, quando aí chegaram algumas famílias provenientes de Minas Gerais, que, instaladas à margem do ribeirão, passaram a se ocupar da criação de bovinos e suínos, além da plantação de cana de açúcar (alimento para o gado), mandioca e algodão (ATTANASIO, 2006). Nas décadas de 40 e 50, a cafeicultura passou a dominar o cenário agrícola da região. O café era cultivado geralmente em consórcio com culturas de subsistência e com banana pelos colonos. A banana era um importante produto agrícola na época. Na década de 60, a cana de açúcar começou a substituir gradualmente as lavouras cafeeiras, e na de 70 se fortaleceu graças principalmente aos incentivos do PROALCOOL e às novas tecnologias (ATTANASIO, 2006). Segundo o mesmo autor, o domínio da cana de açúcar permanece no município, tal cultura gera grandes impactos ambientais representados pela degradação das matas ciliares, assoreamento, erosões, e contaminação (uso inadequado de defensivos químicos) dos cursos d água. Ometto (2000) comenta que desde a implantação da cultura canavieira no Brasil, iniciada no ano de1532 na costa nordestina, sobretudo em Pernambuco e Bahia; grandes áreas de vegetação nativa foram devastadas para servirem à plantação da cana-de-açúcar e obtenção de lenha para serem usados nos engenhos de açúcar. Ometto ainda destaca que ao avançar sobre espaços ocupados por matas naturais, ciliares e capoeiras, a cana-de-açúcar causa sérios prejuízos ao meio ambiente. A restauração de áreas degradadas é realizada através de sistemas de recuperação, e são utilizadas espécies de acordo com características sucessionais (BENINI, 2006). Em se tratando de sistemas de recuperação em áreas degradadas, Rodrigues et al. (2002) descreve um método de restauração onde espécies nativas de árvores são plantadas em linhas de acordo com classes sucessionais; onde linhas de preenchimento (utilizam-se espécies nativas pioneiras e secundárias iniciais) têm como função o rápido recobrimento da área, já as linhas de diversidade possuem poucos indivíduos (espécies secundárias tardias/clímax) de um grande número de espécies, que irão constituir uma floresta madura e que geralmente tem grande

14 interação com a fauna. O autor conclui que espécies da linha de preenchimento, com crescimento rápido e boa cobertura formariam uma capoeira num curto espaço de tempo, sob a qual as espécies do grupo de diversidade crescerão até atingir a condição dominante na floresta. A recuperação da vegetação de mata ciliar no entorno do Ribeirão São João desempenha papel muito importante, pois está diretamente relacionado às funções de conter erosões e assoreamento do solo, servindo assim de tampão e filtro, onde o ecossistema aquático fica protegido; a qualidade da água melhora, os animais se reintegram a mata pela utilização dos corredores ecológicos, as árvores absorvem a radiação solar, contribuindo para a estabilidade térmica dos pequenos cursos d água. Nesse sentido, os objetivos deste trabalho foram analisar o crescimento de mudas de espécies nativas de acordo com as classes sucessionais plantadas em uma área de preservação permanente na microbacia do médio ribeirão São João no município de Mineiros do Tietê; levantar a mortalidade das espécies após três meses do plantio e comparar o crescimento das plantas agrupadas por classes sucessionais em duas propriedades.

15 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2 1 Situação atual da agricultura local Na microbacia do Médio Ribeirão São João possui pequenos, médios e grandes produtores; onde os pequenos e médios arrendam suas terras para o plantio de cana-de-açúcar aos grandes produtores. Os proprietários pequenos e médios deixam de produzir suas culturas (em geral café, milho, hortaliças, mandioca e pastagem) por conta de dificuldades financeiras, perda da tradição agrícola, desinteresse das novas gerações em assumir trabalho no campo e por falta de tecnologias (ATTANASIO, 2006). A cana-de-açúcar ocupa a maior área na microbacia, segundo levantamentos da Casa da Agricultura de Mineiros do Tietê, os produtores (pequenos, médios e grandes) empregam na agricultura de cana-de-açúcar a principal atividade econômica agrícola da região, esta agricultura é chamada de convencional, pois têm melhor mobilização do solo, utilizando-se de análise de solo e calagem como tecnologias básicas recomendadas. E também há o intensivo uso de herbicidas (ATTANASIO, 2006). 2 2 Projeto de recuperação de matas ciliares e diferentes sistemas de restauração O Projeto de Recuperação de Matas Ciliares do Estado de São Paulo foi criado para viabilizar um Programa de Recuperação de Matas Ciliares de longo prazo e abrangência estadual. Em sua realização estão envolvidos órgãos da administração estadual, o Ministério do Meio Ambiente, as prefeituras dos municípios, organizações internacionais (Banco Mundial e têm como parceria GEF (Global Environment Facility)), instituições de pesquisas e universidades, iniciativa privada, proprietários rurais, agricultores, organizações não-governamentais e a população (AMBIENTE, 2007). De acordo com Benini (2006), a Microbacia do Médio Ribeirão São João na cidade de Mineiros do Tietê, foi escolhida para a implantação de um projeto demonstrativo. E a primeira etapa tem como objetivos principais: delimitar e

16 diagnosticar o uso e a ocupação do solo da microbacia hidrográfica do Médio São João; quantificar as Áreas de Preservação, especificando as situações encontradas; caracterizar floristicamente os remanescentes naturais, produzindo uma listagem das espécies que ocorrem naturalmente na região (levantamento florístico), de forma a orientar a escolha de espécies a serem utilizadas para implantação das ações de restauração; apresentar alguns sistemas de recuperação para a restauração das matas ciliares da microbacia. Segundo o mesmo autor, o Projeto de Recuperação de Matas Ciliares preocupa-se principalmente com a proteção dos recursos hídricos regionais e na composição de redes de corredores ecológicos para a fauna, interligando as florestas remanescentes da região. Para definir os métodos de restauração da vegetação natural, as situações foram estudadas individualmente, permitindo a escolha de diferentes modelos para cada situação encontrada. São quatro as principais propostas de sistemas de restauração adotados: Indução e condução da regeneração natural: recomendada para áreas com menor grau de perturbação, na qual os processos ecológicos ainda estão atuantes e podem manter a condição de autoperpetuação, como banco de sementes, banco de plântulas, chuva de sementes e rebrota (FARIA; SÉRIO; GARRIDO apud SECRETRIA DO MEIO AMBIENTE, 2004). Para ser feita a restauração neste modelo, basta isolar a área contra os fatores de perturbação com a construção de cercas e aceiros, além de ações seqüenciais de manejo que potencializam a auto-recuperação (RODRIGUES apud SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE, 2004). Adensamento: utilizada em locais que consta a ocorrência de espécies nativas que não conseguem recobrir o solo nem garantir o processo de regeneração natural, seja de indivíduos remanescentes, seja no banco de sementes ou plântulas aproveitados na recuperação. No primeiro caso, deve-se preencher os espaços entre indivíduos remanescentes com o plantio de espécies iniciais (rápido crescimento e que fazem um bom recobrimento do solo), o que se chama adensamento. Outra forma de adensamento é a indução do banco de sementes para o processo de germinação, com rápido crescimento das plântulas

17 que passam a ocupar e a sombrear os espaços livres (RODRIGUES; GANDOLFI apud SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE, 2004). Enriquecimento: esta medida consiste em re-introduzir num remanescente de floresta ciliar degradado, espécies que foram extintas localmente em função da degradação ou do processo sucessional em que se encontra o fragmento a ser recuperado. Esta introdução pode ser feita com o uso de mudas ou de sementes (RODRIGUES & FILHO, 2004). Implantação: este sistema é usado em áreas cuja formação vegetal original foi substituída por alguma atividade agropastoril, comprometendo o potencial de auto-recuperação local. Neste sistema as espécies florestais introduzidas são aquelas de ocorrência regional, combinada de acordo com suas características sucessionais de forma que as iniciais promovam a rápida ocupação da área para cobertura inicial, cedendo lugar gradualmente para as espécies finais (ou secundárias), plantadas na forma intercalada com as iniciais (BENINI, 2006). A escolha do sistema a ser utilizado depende das características de cada situação encontrada no campo, no que se refere à cobertura vegetal da área (atual e original), histórico de uso, existência ou não de propágulos (banco de sementes, chuva de sementes, propagação vegetativa) de espécies lenhosas e a proximidade de remanescentes florestais bem conservados que podem atuar como possíveis fornecedores de propágulos (BENINI, 2006).

18 3 MATERIAIS E MÉTODOS 3 1 Área de estudo O estudo foi elaborado na microbacia do Médio Ribeirão São João, na cidade de Mineiros do Tietê, estado de São Paulo (Figura 1). Figura 1 - Município de Mineiros do Tietê localizado no Mapa do Estado de São Paulo. Fonte: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/mineiros_do_tietãª>. Acesso em 22 mai. 2007 A microbacia possui área total de 3.656 ha e está dividida em três parcelas, chamada de: Alto, Médio e Baixo Ribeirão São João. Na área que inclui o médio Ribeirão São João há o afluente denominado Córrego Paschoal e outro afluente sem denominação até o momento. A microbacia do médio Ribeirão São João (Figura 2) que será abordada neste trabalho, possui áreas legais de APP, em 111,85 ha (BENINI, 2006).

19 Córrego Paschoal Prop. B Prop. A 3 2 Clima Figura 2 Microbacia do Médio Ribeirão São João, Mineiros do Tietê SP Fonte: BENINI, 2006, p. 06 O clima na região é do tipo Cwa de Koeppen, o que indica um clima quente, com inverno seco. O total de chuvas do mês mais seco é menor que 30 mm. A temperatura média anual é de 23ºC, com a média mínima de 13 ºC no mês de julho e a média máxima de 32ºC no mês de janeiro (UNICAMP, 2007). 3 3 Descrição das propriedades 3 3 1 Propriedade A Está localizada na bacia do Médio Ribeirão São João em Mineiros do Tietê, e o córrego que margeia esta propriedade é chamado Córrego Paschoal. As principais atividades realizadas nesta propriedade são: plantios de café, canade-açúcar para alimentar o gado, cultivo de milho; criação de gado leiteiro. A área de preservação permanente recuperada nesta propriedade foi de 0,27 ha e o plantio foi realizado no dia 24/04/2007; nesta área foram plantadas 385 mudas.

20 As principais características do local antes de ser recuperado eram presença de touceiras de bambu próximas ao curso d água, e alguns remanescentes de vegetação nativa (Floresta Estacional Semidecidual), o local era usado como pastagem (em alguns trechos o solo era bem compactado), possui baixa declividade e o solo era recoberto por Brachiaria sp. 3 3 2 Propriedade B A propriedade tem como principais atividades o cultivo de café e cana-de-açúcar, que é usada na produção de água ardente artesanal e rapadura. Situado às margens de um córrego sem denominação (afluente do Córrego Paschoal), a área recuperada foi de 0,27 ha, foram utilizadas 395 mudas para recompor a área. O plantio foi realizado no dia 02/05/2007. A área estava abandonada, com solo recoberto por Brachiaria sp. e o terreno apresenta baixa declividade, presença de um pequeno fragmento florestal com alguns eucaliptos nas bordas; pequeno plantio de cana-de-açúcar ao lado da área; e também há uma tirada d água (estrutura com finalidade de controlar e receber água diretamente da fonte por uma entrada d água construída a montante) acima da área de plantio. 3 4 Preparo do solo para o plantio Por volta de um mês antes dos plantios, as propriedades foram analisadas, a fim de se observar olheiros de formigas cortadeiras. A Propriedade B apresentou em média cinco olheiros de formigas, que através das características observadas são do gênero Atta sp. (saúvas), e nestes foram colocados 10g de formicida por cova do tipo granulada. Devido à insuficiência de chuvas no período em que os plantios foram realizados, utilizou-se no preparo das covas, o condicionador de solo hidrogel na proporção de 1,5 l/cova. Os valores pluviométricos para o município estão apresentados na Tabela 1 abaixo.

21 TABELA 1 Valores pluviométricos dos meses de janeiro a outubro de 2007 coletados no município de Mineiros do Tietê SP. Mês Total de chuva (mm) Janeiro 475 Fevereiro 247 Março 142 Abril 60 Maio 72 Junho 14 Julho 225 Agosto 0 Setembro 0 Outubro 65 Total 1300 Fonte: Dados coletados com proprietário rural da Microbacia do Ribeirão São João em Mineiros do Tietê - SP Nas duas propriedades utilizou-se roçada mecanizada para o preparo do solo, marcação e abertura das covas (feita com enxada), 200g de calcáreo dolomítico, adubação com 200 g de esterco bovino; adubação com 200 g de N:P:K (10:10:10), preparo e aplicação de hidrogel. Após três meses de plantio fez-se a primeira manutenção; esta contou com capina manual nas ruas de plantio, coroamento manual das mudas e nesta coroa foi adicionada cobertura morta (a própria gramínea que foi retirada das linhas de plantio). A primeira irrigação foi realizada no dia 25/06/07, nas duas áreas, para a irrigação utilizou-se trator com tanque de água acoplado, adaptado com mangueira (para encher o tanque); as mudas foram molhadas com auxílio de latas, pois não foi possível a entrada do trator nas linhas de plantio. Houve também uma segunda irrigação no dia 21/08/07 e uma terceira no dia 11/10/07.

22 3 5 Sistema de Recuperação das áreas O sistema de recuperação utilizado nestas áreas foi o de implantação; o modo de plantio das mudas foi em linhas de preenchimento, onde utilizou-se mudas pioneiras e secundárias iniciais. Nas linhas de diversidade, foram plantadas mudas de espécies secundárias tardias, clímax, pioneiras e secundárias iniciais. O espaçamento utilizado entre as linhas foi de 2 x 3 (Figura 3). Foram utilizadas um total de 64 espécies, sendo que 36 espécies são pioneiras ou secundárias iniciais, e 28 espécies são secundárias tardias ou clímax. As mudas utilizadas nos plantios foram doadas pela CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral da Secretaria da Agricultura e Abastecimento) da cidade de Pederneiras, que é parceira do Projeto de Recuperação de Matas Ciliares. 3 m 2 m S e c u n d á r ia in ic ia l P io n e ir a L in h a d e P r e e n c h im e n t o L in h a d e D iv e r s id a d e S e c u n d á r ia T a r d ia o u C lí m a x Figura 3 Esquema de plantio de acordo com o modelo de implantação Fonte: Adaptado de Rodrigues et al., 2002, p. 3

23 3 6 Monitoramento das mudas O crescimento foi acompanhado por medições feitas no ato do plantio e após três meses deste; medindo-se a altura da muda inteira desde o colo até a gema apical do ramo principal. A primeira leitura foi realizada logo após o plantio, no dia 24 de abril de 2007 na propriedade A, e na propriedade B foi feita no dia 02 de maio de 2007, a segunda foi em julho de 2007 na propriedade A, e em agosto na propriedade B. A taxa de mortalidade foi calculada através da mensuração dos indivíduos mortos em relação ao total de mudas plantadas em cada propriedade. Os valores foram expressos em porcentagem.

24 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Na analise dos dados, as espécies pioneiras e secundárias iniciais foram agrupadas e os resultados apresentados, consideram todas como espécies pioneiras. No caso das espécies secundárias tardias e clímax, todas foram agrupadas em um mesmo tratamento denominado espécies tardias. Isso foi realizado, pois o número de espécies secundárias iniciais e clímax plantadas foram pequenas em relação a outras classes sucessionais. A análise dos dados quanto à expressão das espécies pioneiras e tardias nas duas propriedades, demonstrou que o crescimento médio para as 36 espécies pioneiras foi de 8,24 cm e para as 28 espécies tardias testadas foi de 6,37 cm. Ou seja, as espécies pioneiras como eram de se esperar, apresentaram um crescimento maior que as tardias. O Gráfico 1 apresenta o crescimento em centímetros das seis espécies pioneiras e tardias com maiores incrementos nos primeiros três meses do plantio. Crescimento (cm) 30 25 20 15 10 5 0 Pioneiras Tardias Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong Luehea divaricata Mart. Croton floribundus Spreng. Mimosa bimucronata (DC.) Kuntze Cecropia sp. Citharexylum myrianthum Cham. Chorisia speciosa A. St.-Hil. Curatella americana L. Balfourodendron riedelianum (Engl).Engl. Tabebuia heptaphylla (Vell.) Toledo Poecilanthe parviflora Benth. Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.) Standl. GRÁFICO 1 Crescimento em centímetros das espécies pioneiras e tardias após três meses do plantio no médio Ribeirão São João, Mineiros do Tietê SP.

25 As espécies pioneiras e tardias, conforme demonstra o Gráfico 1 tem se expressado de acordo com aquilo que se espera para o modelo de implantação utilizado nas áreas reflorestadas. Neste modelo as espécies pioneiras devem promover a rápida ocupação da área e gradualmente ceder lugar para as espécies tardias. Se o crescimento das espécies se mantiver nos patamares até então diagnosticados é de se esperar que os resultados previstos por Benini (2006) e Rodrigues et al. (2002) sejam alcançados, já que as linhas de preenchimento, tem criado um ambiente favorável ao desenvolvimento dos indivíduos da linha de diversidade. Das 780 mudas plantadas, a mortalidade após o plantio foi de 5,38%, considerando as duas propriedades. A propriedade A apresentou 2,85% de mortes e a B 7,85%. Os valores até então obtidos podem ser considerados baixos, pois de acordo com Melo (2007), mortalidade menor que 10% em áreas de recuperação são consideradas tolerantes e a recomendação é adequar as espécies às condições ambientais e adotar medidas de controle de pragas. As espécies que morreram nas duas propriedades foram Citharexylum myrianthum, Lonchocarpus guilleminianus, Mabea fistulifera, Senna multijuga, Tabebuia aurea. Das 64 espécies utilizadas neste projeto, apenas 28 delas apresentaram de uma a três mudas mortas no campo, apenas três espécies, Mabea fistulifera, Senna multijuga e Tabebuia aurea apresentaram mais que 3 mudas perdidas. A Tabela 2 apresenta a listagem das espécies vegetais separadas por classes sucessionais plantadas nas propriedades A e B e os valores de incremento obtidos após três meses do plantio. O número de mudas descritas na Tabela 2 corresponde ao total plantado em cada propriedade. No entanto, os valores apresentados quanto ao incremento final nem sempre foram obtidos do total das mudas plantadas, pois, em alguns casos, as mudas sofreram corte devido ao ataque de formigas ou tiveram o ápice caulinar quebrado por fatores ambientais. Algumas espécies presentes na Tabela 2, tais como o Jerivá (Syagrus romanzoffiana), não apresentam os dados de incremento, pois nesses casos os

26 valores mensurados foram negativos devido a problemas no plantio ou na manutenção das mudas no campo. A espécie Araçá Amarelo (Psidium cattleyanum) não consta na tabela para propriedade B, pois não houve mudas suficientes da espécie que permitissem o plantio. A média de crescimento para a propriedade A foi 5,35 cm e da propriedade B de 11,28 cm para as espécies pioneiras. Para as espécies tardias, os valores médios de crescimento foram 3,89 cm e 9,0 cm para a propriedade A e B respectivamente.

27 TABELA 2 Lista das espécies vegetais pioneiras e tardias e os valores de incremento obtidos após três meses do plantio no médio Ribeirão São João, município de Mineiros do Tietê SP. ESPÉCIES N. de mudas iniciais PROPRIEDADE A Altura Altura média média Inicial final (cm) (cm) Crescim. Médio (cm) N. de mudas iniciais PROPRIEDADE B Altura Altura média média Inicial final (cm) (cm) Acacia polyphylla DC. 4 40,0 44 4 8 36,2 47,2 11 Crescim. Médio (cm) PIONEIRAS Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan 6 41,0 42,7 1,7 6 34,3 39,8 5,5 Anadenanthera falcata (Benth.) Speg. 3 22 32 10 7 42,3 46,2 3,8 Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Brenan 5 31,3 34 4,8 6 35,8 42 6,3 Anadenanthera peregrina (L.) Speg. 3 29 30 1 6 25,5 31,5 6 Cabralea canjarana (Vell.) Mart. 7 20 25 5 2 22 23 1 Casearia sylvestris Sw. 5 30,5 33,9 3,4 10 33,8 44,9 11,1 Cecropia sp. 8 52,6 62,4 9,8 11 40,7 59,8 19,1 Cedrela fissilis Vell. 7 42 43,8 1,8 4 33,7 48,3 14,7 Cedrela odorata L. 11 28,1 31,1 3 13 29,1 44,8 15,7 Citharexylum myrianthum Cham. 9 27,7 33,7 6 7 29,8 50,6 20,8 Croton floribundus Spreng. 6 50,8 60,4 9,6 12 51,8 75,5 23,6 Croton urucarana Baill 8 166,3 173,6 7,3 6 154 162,5 8,5 Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong 5 35,7 54 18,3 10 39,6 77,6 38 Gallesia integrifolia (Spreng.) Harms 5 61,3 64 2,8 3 72 91 19 Guazuma ulmifolia Lam. 5 54 59 5 7 62,8 76,2 13,4 Inga laurina (Sw.) Willd. 4 60,3 62 1,7 4 50,5 61 10,5 Inga sessilis (Vell.) Mart. 7 38,5 39,8 4 13 42,1 50,3 8,3 Inga vera Willd. 13 31,2 33,8 2,6 10 33,3 38,2 4,9

28 PIONEIRAS ESPÉCIES Licania octandra (Hoffmanns. Ex Roem. & Shult.) Kuntze Lonchocarpus guilleminianus (Tul.) Malme N. de mudas iniciais PROPRIEDADE A Altura Altura média média inicial final (cm) (cm) Crescim. Médio (cm) N. de mudas iniciais PROPRIEDADE B Altura Altura média média Inicial final (cm) (cm) Crescim. Médio (cm) 6 39,5 42 2,5 7 39,4 48,2 8,8 8 23 23 0 6 22 23 1 Luehea divaricata Mart. 7 42,5 49,5 7 11 35 69,9 34,9 Mabea fistulifera Mart. 4 35,5 36,8 1,3 6 41,5 42 0,5 Mimosa bimucronata (DC.) 7 56,4 72 15,6 23 55,3 70,9 15,6 Kuntze Myracrodruon urundeuva 7 31 31 0 5 21,5 26,5 5 Allemão Myrocarpus frondosus Allemão 7 34,8 39 4,3 3 23,5 25,3 5,5 Peltophorum dubium (Spreng.) 7 37 40,8 3,8 15 36,2 50,1 13,9 Taub. Piptadenia gonoacantha (Mart.) 5 35 40,5 5,5 4 34,3 48 13,7 J.F. Macbr. Pterocarpus violaceus Vogel 3 25 25 0 5 22,6 27 4,4 Pterogyne nitens Tul. 5 29,7 30,8 1,2 6 20,2 30,5 10,3 Rapanea gardneriana (A. DC.) 8 40 43,5 3,5 5 42,8 55,3 12,5 Mez Schinus terebinthifolius Raddi 4 36 44,3 8,3 7 49 61,4 12,4 Senna multijuga (Rich.) H.S. 4 39 52 13 5 42 52,5 10,5 Irwin & Barneby Syagrus romanzoffiana (Cham.) 8 - - - 3 26 26 0 Glassman Tabebuia ochracea (Cham.) Standl. 4 34 50 16 5 38,2 45,9 7,7 Triplaria americana L. 8 18 21,5 3,5 5 23 31 8

29 TARDIAS ESPÉCIES N. de mudas iniciais PROPRIEDADE A PROPRIEDADE B Altura Altura Altura Altura média média Crescim. N. de média média Inicial final Médio mudas Inicial final (cm) (cm) (cm) iniciais (cm) (cm) Crescim. Médio (cm) Aspidosperma cylindrocarpon Mull Arg. 4 29,4 32,3 2,9 3 22 31 9 Astronium graveolens Jacq. 7 17 17,5 0,5 4 15,7 21 5,3 Balfourodendron riedelianum (Engl).Engl. 5 13,7 19,3 5,7 3 16,5 43,5 27 Calophyllum brasiliense Cambess. 7 34,5 41,2 6,7 10 32,7 41,8 9,1 Cariniana estrellensis (Raddi) Kuntz 3 23 26 3 5 18,7 24 5,3 Chorisia speciosa A. St.-Hil. 5 65,3 76,3 11 3 61 94 33 Colubrina glandulosa Perkins 6 36,7 38,7 2 2 49 55 6 Curatella americana L. 8 54,4 68,4 14 9 60 82,4 22,4 Ormosia arborea (Vell.) Harms 4 17 19 2 4 11 12 1 Esenbeckia leiocarpa Engl. 5 17 17,5 1 5 25,3 27,3 2 Eugenia pyriformis Cambess. 5 - - - 5 26,3 28,8 2,5 Eugenia uniflora L. 7 35 41 6 6 30,8 34,3 3,5 Genipa americana L. 10 32 33,4 1,4 9 39 40,8 1,8 Hymenaea courbaril L. 7 26,5 27,5 1 4 27,5 32,3 4,8 Jacaranda cuspidifolia Mart. 6 - - - 3 26 28 2 Lafoensia glyptocarpa Koehne 6 24,7 29,7 5 3 17 31 14 Maclura tinctoria (L.) D. Don ex Steud. 9 31 39,5 8,5 5 56,7 63 6,3 Myrciaria glomerata O. Berg 9 21,8 22,4 0,6 4 23,3 25,3 2 Nectandra cissiflora Ness 2 30 38 0 5 28 30,3 2,3 Poecilanthe parviflora Benth. 4 38 41,5 2,8 3 38 56,7 18,7

30 TARDIAS ESPÉCIES N. de mudas iniciais PROPRIEDADE A Altura Altura média média inicial final (cm) (cm) Crescim. Médio (cm) N. de mudas iniciais PROPRIEDADE B Altura Altura média média Inicial final (cm) (cm) Pouteria torta (Mart.) Radlk. 6 20 20 0 5 27,2 27,6 0,4 Psidium cattleyanum Sabine 8 48,3 56,7 8,3 * * * * Psidium guajava L. 6 48 50,5 2,5 10 42 50 8 Tabebuia aurea (Silva Manso) Benth. & Hook. f.ex. S. Moore 5 - - - 3 - - - Tabebuia heptaphylla (Vell.) Toledo 5 27 31,3 4,3 5 22,8 44,8 22 Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.) Standl. 4 25 32 7 3 31,5 45 13,5 Tabebuia roseoalba (Ridl.) Sandwith 7 36,5 37,5 1 4 28 39 11 Zeyheria tuberculosa (Vell) Bureau 4 21 21 0 5 19,5 20,5 1 (*) espécie não plantada na propriedade. Crescim. Médio (cm)

31 Os maiores incrementos foram observados na propriedade B, pois a área nunca foi utilizada para fins agropastoril, como acontecia na propriedade A. O solo estava pouco compactado e aparentemente apresentava maior quantidade de matéria orgânica em relação a propriedade A; a presença de um fragmento florestal muito próximo, propiciou a formação de sombra no local do plantio em alguns períodos do dia e isso também pode ter contribuído para o maior crescimento das plantas já que de acordo com Paiva e Poggiani (2000), na maioria das vezes, há necessidade de sombreamento na fase inicial de crescimento e de maior intensidade de luz nos estádios avançados de desenvolvimento....outro fato que pode ter contribuído para os incrementos na propriedade B foi a presença de uma tirada d água que há na propriedade, com distância de mais ou menos cinco metros acima da primeira linha de plantio. A presença de Brachiaria sp., em maior quantidade na propriedade A, pode ter contribuído para o menor crescimento de algumas espécies, mesmo com a realização de capina na coroa da mudas no período de três meses após o plantio. Segundo Souza et al. (2003) alegam que a Brachiaria sp. apresenta elevada capacidade competitiva e substâncias alelopáticas que inibem a germinação e o crescimento das mudas, fato este ocorrido no plantio da propriedade A. O Gráfico 2 apresenta a lista das sete espécies pioneiras que mais cresceram na propriedade A e o Gráfico 3 a lista das seis espécies pioneiras que mais cresceram na propriedade B. A espécie Enterolobium contortisiliquum apresentou o maior crescimento inicial nas duas propriedades avaliadas. O crescimento médio foi de 18,3 e 38 cm nas propriedades A e B respectivamente. Esse resultado esta de acordo com que outros autores relatam para a espécie, tais como Lorenzi (2002) e Romahn (2007). Comparando espécies pioneiras nas duas propriedades, três delas estavam entre as que mais cresceram; foram elas: Enterolobium contortisiliquum, Cecropia sp. e Croton floribundus.

32 20 C rescim en to (cm ) 15 10 5 0 Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong Tabebuia ochracea (Cham.) Standl. Mimosa bimucronata (DC.) Kuntze Senna multijuga (Rich.) H.S. Irwin & Barneby Anadenanthera falcata (Benth.)Speg. Cecropia sp. Croton floribundus Spreng. GRÁFICO 2 Espécies pioneiras da propriedade A com os maiores incrementos obtidos após três meses do plantio no médio Ribeirão São João, Mineiros do Tietê SP. 40 35 30 Crescimento (cm) 25 20 15 10 5 0 Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong Luehea divaricata Mart. Croton floribundus Spreng. Citharexylum myrianthum Cham. Cecropia sp. Gallesia integrifolia (Spreng.) Harms GRÁFICO 3 Espécies pioneiras da propriedade B com os maiores incrementos obtidos após três meses do plantio no médio Ribeirão São João, Mineiros do Tietê SP.

33 No Gráfico 4 estão as seis espécies tardias que mais cresceram na propriedade A e o Gráfico 5 as sete espécies tardias que mais cresceram na propriedade B. 16 14 12 Crescimento (cm) 10 8 6 4 2 0 Curatella americana L. Chorisia speciosa A. St.-Hil. Maclura tinctoria (L.) D. Don ex Steud. Psidium cattleyanum Sabine Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.) Standl. Calophyllum brasiliense Cambess. GRÁFICO 4 Espécies tardias da propriedade A com os maiores incrementos obtidos após três meses do plantio no médio Ribeirão São João, município de Mineiros do Tiete SP. 35 30 Crescimento (cm) 25 20 15 10 5 0 Chorisia speciosa A. St.-Hil. Balfourodendron riedelianum (Engl) Engl. Curatella americana L. Tabebuia heptaphylla (Vell.) Toledo Pouteria torta (Mart.) Radlk. Lafoensia glyptocarpa Koehne Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.) Standl. GRÁFICO 5 Espécies tardias da propriedade B com os maiores incrementos obtidos após três meses do plantio no médio Ribeirão São João, Mineiros do Tietê SP.

34 Entre as propriedades A e B, as espécies tardias que apresentaram maiores incrementos foram a Curatella americana, Chorisia speciosa e Tabebuia impetiginosa, essas duas últimas são consideradas, de acordo com Lorenzi (2002), de crescimento rápido no campo. A Curatella americana apresentou uma média de 14 cm na propriedade A, enquanto que na B a média foi de 22,4 cm; a média da Chorisia speciosa foi de 11cm e 33 cm, nas propriedades A e B respectivamente. Já a Tabebuia impetiginosa obteve-se a média de 7 cm e 13,5 cm, nas propriedades A e B respectivamente.

35 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS De acordo com o modelo de implantação aplicado nas propriedades, podese concluir que as linhas de preenchimento (pioneiras) demonstraram resultados positivos quanto aos objetivos que essas exercem, pois as espécies que compõe esta linha em ambas as propriedades, obtiveram maiores incrementos do que as espécies tardias; que foram utilizadas nas linhas de diversidade. A mortalidade entre as propriedades foi 5,38% e é considerada baixa e dentro dos padrões até o momento. As espécies, tanto pioneiras como tardias, da propriedade B, apresentaram maiores incrementos que as espécies da propriedade A.

36 REFERÊNCIAS AMBIENTE. Disponível em: <http:// www.ambiente.sp.gov.br/mata_ciliar/mataciliar.htm>. Acesso em: 01 mai. 2007. ATTANASIO, C. M. Planos de manejo integrado de microbacias hidrográficas com uso agrícola: uma abordagem hidrológica na busca da sustentabilidade. Piracicaba. 2004. 193 p. Tese (doutorado), Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo.. Planos de manejo integrado de microbacias hidrográficas. Programa Estadual de Microbacias Hidrográficas. CATI (SAA SP). 2006. Disponível em: <http://sigam.ambiente.sp.gov.br/sigam2/default.aspx?idpagina=2473>. Acesso em: 07 abr. 2007. BENINI, R. M. Programa de adequação ambiental da microbacia do Médio São João, Mineiros do Tietê-SP Relatório Preliminar. Piracicaba: Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, 2006. 71p. Apostila. CRESTANA, M.S.M.; TOLEDO, D.V.; CAMPOS, J.B. Florestas: sistemas de recuperação com essências nativas, produções de mudas e legislações. 2 ed. Campinas:Coordenadoria de Assistência Técnica Integral, 2004. 216 p. DELIBERADOR, A. M. R. Microbacias: mata ciliar. Curitiba: Banco do Estado do Paraná, 1990. LORENZI, H. Árvores Brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil. 4 ed.nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002. v. 1.. Árvores Brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil. 2 ed.nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002. v. 2.

37 MELO, A. C. G. Guia para monitoramento de reflorestamento de restauração de matas ciliares no médio Paranapanema. Assis, SP. 2007.06 p. Apostila. MMA. Disponível em <http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res02/res30302.html>. Acesso em: 11 abr. 2007. OMETTO, A. R. Discussão sobre os fatores ambientais impactados pelo setor sucroalcooleiro e a certificação socioambiental. São Carlos. 2000. 255 p. Tese (Mestrado), Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo. PAIVA, A. V.; POGGIANI, F. Crescimento de mudas de espécies arbóreas nativas plantadas no sub-bosque de um fragmento florestal. Scientia Forestalis. n. 57, p 141-151. jun. 2000. ROMAHN, V. Árvores coníferas e palmeiras. São Paulo: Editora Europa, 2007. (Enciclopédia Ilustrada 2200 plantas e flores). RODRIGUES, R. R.; FILHO, H. de F. L. Matas Ciliares: conservação e recuperação. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: Fapesp, 2004. RODRIGUES, R. R.; GANDOLFI, S.; NAVE, A. G. Adequação ambiental de propriedades rurais e recuperação de áreas degradadas. Piracicaba, SP. 2002. 75 p. Apostila. SÃO PAULO (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. Recuperação florestal: da muda à floresta. Fundação para a Conservação e a Produção Florestal do estado de São Paulo. HAHN, C. M.; SILVA, A. N. [et. al.] (coord.). São Paulo: SMA, 2004.

38 SOUZA, L. S.; VELINI, E. D.; MAIOMONI-RODELLA, R.C.S. Efeito alelopático de plantas daninhas e concentrações de capim-braquiária (brachiaria decumbens) no desenvolvimento inicial de eucalipto (eucalyptus grandis). Planta Daninha. Viçosa, 2003. v. 21. n 3. SHUMACHER, M. V.; HOPPE, J. M. A floresta e a água. Porto Alegre: Pallotti, 1998. TONIATO, M. T. Z. Fitossociologia de um remanescente de floresta higrófila (mata de brejo) em Campinas, SP. Revista Brasileira de Botânica. São Paulo, n.2,v. 2 ago. 1998. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s0100-84041998000200012&script=sci_arttext&tlng=>. Acesso em:15 mai. 2007. UNICAMP. Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas a Agricultura Clima dos Municípios Paulistas. Disponível em: <http://www.cpa.unicamp.br/outras-informacoes/clima_muni_338.html>. Acesso em: 25 jun. 2007.

39 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA DOMINGUES, M.; HEUBEL, M. T. C. D.; ABEL, I. J. Bases metodológicas para o trabalho científico: para alunos iniciantes. Bauru: EDUSC, 2003. LIMA, W. P.; ZAKIA, M. J. B. As florestas plantadas e a água implementando o conceito da microbacia como unidade de planejamento. São Carlos: RiMa, 2006. RIZZINI, C. T. Tratado de fitogeografia do Brasil: aspectos ecológicos, sociológico e florísticos. Rio de Janeiro: Âmbito Cultural Edições Ltda., 1997.