O PODER DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO DO CUIDADO NA SAÚDE DA MULHER

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Transcrição:

RELATO DE EXPERIÊNCIA O PODER DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO DO CUIDADO NA SAÚDE DA MULHER Aryadne Giselle Freitas Santos 1 (G), Alexandre Fernandes da Silva Rodrigues 2 (G), Crisciele Pereira Santos 3 (G), Mariana Fernanda da Silva 4 (G), Oyaciana Nunes Barbosa 5 (PQ) UniEVANGÉLICA Associação Educativa Evangélica RESUMO Este relato descreve as experiências exitosas, realizadas durante o Projeto Institucional Uma Semana Para Jesus pelos acadêmicos do curso de Enfermagem no processo de promoção da educação em saúde com a população do município de Porto Nacional, Tocantins. Foram difundidas informações sobre a qualidade de vida e a saúde da mulher e como resposta imediata recebemos o feedback das ações e intervenções. Utilizamos como método instrumentos gráficos para anamnese, e divulgação dos cuidados, assim como a coleta de exames preventivos colpocitólogico e exame clínico das mamas, palestras com a utilização de folders e cartilhas ilustrativas que foram confeccionados pelos autores do relato. A realização das ações possibilitou o desenvolvimento da capacidade crítico-reflexiva e da hierarquização dos problemas levantados assim como a tomada de decisão para medidas de intervenções adequadas. Pode-se deferir que os principais fatores para o desenvolvimento deste trabalho foram: a vulnerabilidade social e o déficit de informações pertinentes. As experiências adquiridas contribuíram de forma holística as necessidades apresentadas pela população local e o aprimoramento das habilidades dos discentes envolvidos. Palavras-Chaves: Promoção em saúde; Educação em enfermagem; Doenças sexualmente transmissíveis; Vulnerabilidade Social. INTRODUÇÃO O Projeto uma semana para Jesus é realizado há mais de duas décadas por iniciativa da Igreja Presbiteriana Metodista e nesta edição a cidade de Porto Nacional Tocantins foi contemplada pois a saúde da população se apresentou vulnerável e carente de assistência. A população deste município está estimada em aproximadamente cinquenta e dois mil habitantes segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em 2017 6, e por este motivo foi escolhida para ser a cede do Projeto Institucional UniEVANGÉLICA Cidadã Itinerante - XXIII Projeto Uma Semana Para Jesus, 5ª Região e II Projeto Uma Semana Pra Jesus - 8ª Região. ¹Acadêmica de Enfermagem 9º período - Aryadne Giselle F. Santos, ²Acadêmico de Enfermagem 8º período - Alexandre F. da S. Rodrigues, ³Acadêmica de Enfermagem 9º período - Crisciele Pereira Santos, 4 Acadêmica de Enfermagem 9º período - Mariana Fernanda da Silva, 5 Enfermeira Especialista RT Laboratórios de Enfermagem da UniEVANGÉLICA e-mail: oyaciana@hotmail.com. 149 Coordenação Geral de Extensão e Ação Comunitária

O município é considerado um dos patrimônios nacionais brasileiros, sendo marcado por edificações históricas como a Catedral Nossa Senhora das Mercês e também há citações populares relacionadas a sua importância econômica durante o período da escravatura. Atualmente existem em flanco desenvolvimento instituições de ensino nas áreas: da ciência da saúde e do turismo. Geograficamente é citada por ser cercada por serras e a instalação da Usina Hidrelétrica Luís Eduardo Magalhães 7. A Associação educativa Evangélica é uma instituição de propósito confessional cristã, assim sendo o envolvimento do Projeto Institucional UniEVANGÉLICA Cidadã Itinerante que realiza o atendimento integral ao indivíduo seja ele físico ou espiritual compactuando com a construção da evangelização, com ações sociais e ensino e pesquisa. O processo do ensino, pesquisa e extensão, que a UniEVANGÉLICA proporciona aos discentes extencionistas, desenvolve a aproximação do meio acadêmico com a população atendida por meio dos fatores coletivos observados e atendimentos realizados integralmente sendo consolidado na forma que toda sua produção, possa ser transferida por meio da pesquisa e legitimação educacional em caráter integral. As atividades de extensão executadas tiveram como objetivo, proporcionar o desenvolvimento das habilidades acadêmicas adquiridas durante todo o processo de ensino em educação em saúde e a multidisciplinariedade com as outras equipes presentes (Fisioterapia, Medicina, Odontologia e Psicologia) estando todas fundamentas nas políticas públicas de humanização voltados para a melhoria da qualidade de vida da saúde da mulher e população atendida. O objetivo deste relato é descrever as percepções dos acadêmicos de enfermagem sobre a aplicabilidade da promoção e educação em saúde de acordo com as vulnerabilidades apresentadas pelas mulheres do município de Porto Nacional, Tocantins. METODOLOGIA Coleta de dados realizada com uso de instrumentos gráfico contendo toda a história pregressa e queixa atual (anamnese), consulta clínica de enfermagem, achados no exame colpocitológico e exame clínico das mamas. O levantamento da história prévia da população alvo desencadeou as propostas das atividades desenvolvidas nas ações de educação em saúde elucidados por panfletos e cartilhas ilustrativas, confeccionadas pelos acadêmicos envolvidos. Também foi utilizado um instrumento composto por perguntas pertinentes a saúde contendo perguntas sobre o histórico familiar, uso de medicamentos, hábitos de vidas e também orientações realizadas. 150 Coordenação Geral de Extensão e Ação Comunitária

RELATO DE EXPERIÊNCIA Os serviços de saúde no Brasil são fundamentados na Constituição Federal de 1998 e nas leis orgânicas do Sistema Único de Saúde (SUS). O SUS é baseado em três princípios, que juntos tem como objetivo atender a toda população, de forma integral, inclusiva, igualitária, com bases nas demandas locais de saúde e de maneira holística, para que haja esse atendimento encontram-se previstos investimentos financeiros, recursos e processos de gestão tripartite, com respeito a gestão Federal e descentralização do município 1. Infelizmente esses princípios e seus objetivos são desrespeitados, e a realidade local não é favorável à saúde da população em geral, principalmente para as mulheres, que devido à falta de acesso à saúde e pouca promoção e prevenção de saúde, estão vulneráveis à contrair Infecções Sexualmente Transmissíveis. É necessário compreender o conceito de saúde que, segundo a OMS o caracteriza não apenas com a ausência de doenças ou enfermidades e sim, o equilíbrio do bem-estar físico, mental e social 5. Promover saúde é aceitar um desafio e compreender que todo ser humano tem suas próprias características, e que toda comunidade possui suas peculiaridades e o Enfermeiro deve se atentar a isso, e levar em conta o ambiente, os recursos e métodos disponíveis, o estilo de vida e a participação da população 3. Nesta perspectiva, o quantitativo de atendimentos as mulheres foram de: 100 consultas de Enfermagem, sendo 98 adultos e 02 pediátricas, com a realização de orientações sobre a promoção a saúde para todos. No atendimento ginecológico realizamos 67 exames de prevenção colpocitológicos e 63 exames clínico das mamas. Com as informações coletadas e correlacionadas com a consulta clínica de enfermagem foram promovidas palestras, e distribuição do material ilustrativo para os participantes (37 pessoas ouvintes de palestras com temáticas de infecções sexualmente transmissíveis (IST S), alimentação saudável e puericultura). A estratégia utilizada para abordagem dos atendimentos, foram determinadas de acordo com as informações colhidas e diante das necessidades levantadas referente a atenção integral do indivíduo. As ações e atendimentos ocorreram no período de 14 à 21 de Julho de 2018, sendo possível desenvolver todas as habilidades adquiridas no âmbito acadêmico colocando em prática no Projeto Uma Semana Para Jesus. Educar em saúde é a forma mais eficaz para se promover saúde, pois é por meio da educação que atingimos as pessoas, a comunidade e até mesmo a sociedade de forma positiva e construtiva 3. Diante da vulnerabilidade da população atendida foram necessários realizar 151 Coordenação Geral de Extensão e Ação Comunitária

intervenções de educação em saúde após o levanto das fragilidades capitadas pelos acadêmicos durante os atendimentos individuais e coletivos. As temáticas abordadas e discutidas foram acerca das principais infecções sexualmente transmissíveis e os meios de prevenção, utilizando material didático elaborado e confeccionado previamente pela equipe: Panfletos ilustrativos, cartilhas, assim como a utilização de simuladores para melhor entendimento. Segundo o Ministério da Saúde, a concepção da educação em saúde é vista como um método de redução de danos, cujas práticas vincula a realidade, sujeitos e consolidação de intervenções adequadas 2. Vale ressaltar que por meio das propostas educativas desenvolvidas, não atingimos somente as demandas individuais, porém toda comunidade local de forma positiva e construtiva. Os acadêmicos puderam perceber que o fator da vulnerabilidade social é presente desde o ciclo familiar ao social, sendo que a contemplação das oportunidades ímpares de aprendizado e compartilhamento de informações com a população local, nos aprimorou para as habilidades de futuros profissionais enfermeiros. RESULTADOS Com base nas demandas locais constatamos que os principais problemas relatados foram dificuldades no acesso aos serviços de saúde, resultados dos exames, meios de transportes, conflitos de horários do trabalho com as unidades de saúde, recursos financeiros, e a demanda ser acima dos serviços que são ofertados. Diante da realidade local, a proporção dos atendimentos ofertados foi em consonância com a procura e a divulgação para a comunidade. A satisfação da comunidade, das autoridades com o feed back imediato de nossas ações demonstram que as atividades desenvolvidas supriram as demandas da população feminina, preconizados dentro da Política Nacional Saúde da Mulher e implementadas pelos acadêmicos através dos exames de rastreabilidade e na promoção da educação em saúde, abrangeu de forma positiva com o apoio das percepções crítico-reflexivas dos acadêmicos no trabalho contínuo da ênfase da importância de uma assistência integral, interdisciplinar e humanizada. O princípio mobilizador das práticas educacionais, voltadas para o contexto social consta a autonomia individual e coletiva para a ampliação dos seus direitos, alteração no estilo de vida de acordo com situações vivenciadas 2. No que tange a saúde da mulher, os problemas apresentados com a associação da sexualidade, sendo nítido a vulnerabilidade de gênero e a necessidade da atuação da assistência diante do contexto preventivo 4. Este relato de experiência, descreve de forma sistemática, as etapas adotadas pelos acadêmicos em ofertar ações e implementar intervenções de acordo com a vulnerabilidade da 152 Coordenação Geral de Extensão e Ação Comunitária

atenção à saúde da população prioritária acometidas pelo risco de doenças e agravos, através dos exames rastreáveis e procedimentos informativos ao que diz respeito ao processo da atenção básica em promoção e prevenção preconizadas pelo SUS. O profissional deve saber hierarquizar os problemas identificados, determinar suas prioridades e em cima disso desenvolver com exímio, todas as inferências das necessidades apresentada não só pela população trabalhado durante o projeto, mas para todos os usuários da saúde pública, de forma pautada na singularidade do conhecimento e habilidades despertadas pela jornada durante a graduação. CONSIDERAÇÕES FINAIS Percebemos que os principais fatores para o desencadeamento de alterações no processo saúde e adoecimento desta comunidade é enfatiza pela falta de conhecimento, a precariedade na oferta dos serviços de saúde, pouco acesso às medidas preventivas e contraceptivas. Durante a semana contribuímos para a busca da compressão holística das necessidades de saúde e bem estar físico, social e emocional, promovendo consulta de enfermagem com qualidade, realizando educação em saúde tendo enfoque na educação sexual, de certo modo promovendo orientações de hábitos de vida saudáveis e a importância da busca do empoderamento feminino e o conhecimento a respeito de seu próprio corpo e das Infecções Sexualmente Transmissíveis que podem acarretar em posteriores agravos à saúde.. REFERÊNCIAS 1. BALSAN, R.; FEITOSA, TCS. O patrimônio cultural brasileiro: uma abordagem centrada na cidade de Porto Nacional TO. Revista Interface, Edição nº 13, julho de 2017 p. 88 101. Disponível em: file:///c:/users/aryadne/downloads/4414-texto%20do%20artigo-20425-1-10-20171101.pdf. Acesso em: 10 de Ago. 2018. 2. FRANÇA,VH; MODENA, CM; CONFALONIERI, UEC. Visão multiprofissional sobre as principais barreiras na cobertura e no acesso universal á saúde em territórios de extrema pobreza: contribuições da enfermagem. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, 2016; 24: e 2795. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0104-11692016000100319&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt#b01 Acesso em: 19 de out. 2018. 3. IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais. População estimada: Estimativas da população residente com data de referência 1o de julho de 2017. Disponível em <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/to/porto-nacional/panorama> Acesso em: 20 ago. 2018. 153 Coordenação Geral de Extensão e Ação Comunitária

4. OMS, Constituição da Organização Mundial da Saúde - OMS/WHO: 1946. Disponível em: <http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/oms-organiza%c3%a7%c3%a3o-mundial-da- Sa%C3%BAde/constituicao-da-organizacao-mundial-da-saude-omswho/Imprimir.html> Acesso em: 19 de ago. 2018. 5. BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Política nacional de atenção integral à saúde da mulher: princípios e diretrizes. Brasília: Ministério da Saúde, 2004. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nac_atencao_mulher.pdf. Acesso em: 10 de Ago. 2018. 6. BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Departamento de Apoio à Gestão Participativa. Caderno de educação popular e saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2007. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_educacao_popular_saude_p1.pd. Acesso em: 19 de Ago. 2018. 154 Coordenação Geral de Extensão e Ação Comunitária