PERFIL PROFISSIONAL DE INSTRUTORES DE MUSCULAÇÃO DAS ACADEMIAS DA CIDADE DE JOAO MONLEVADE-MG



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Transcrição:

PERFIL PROFISSIONAL DE INSTRUTORES DE MUSCULAÇÃO DAS ACADEMIAS DA CIDADE DE JOAO MONLEVADE-MG Rodrigo Gomes Pereira Graduado em Educação Física pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais Unileste-MG e.f.rodrigomes@gmail.com Alexandre Henriques de Paula Docente do Curso de Graduação em Educação Física do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais Unileste-MG ahptar@hotmail.com RESUMO O presente estudo teve como objetivo detectar o perfil profissional dos instrutores de musculação das academias da cidade de João Monlevade MG. Participaram da amostra 26 instrutores de ambos os sexos. Para a coleta de dados foi utilizado um questionário elaborado pelo pesquisador e para o tratamento destes fez-se o uso da estatística descritiva através das freqüências simples e acumuladas dos valores obtidos. De acordo com os resultados obtidos 69,22% dos entrevistados se encontram com idade inferior a 30 anos. Na opinião dos entrevistados 73,07% julga estar preparado para atuar com a musculação no mercado de trabalho. 57,70% da amostra considera que a disciplina musculação oferecida pelos cursos de Educação Física deixam a desejar, estando essas instituições pouco preparadas para oferecêla. Sobre o estágio curricular 65,38% dos entrevistados consideram que este processo pouco contribui para o desenvolvimento profissional, e 92,31% afirmam ter conhecimentos sobre as leis que regulamentam a profissão. Desta forma conclui-se que a média de idade e o tempo de atuação na área da musculação é muito baixa, além disso, ficou claro que os entrevistados encontram-se insatisfeitos com a disciplina musculação oferecida pelos cursos de Educação Física, embora a grande maioria se considere preparada para atuar no mercado de trabalho e tem conhecimento sobre as leis que regem a profissão Palavras-Chave: Musculação, Perfil profissional, Mercado de trabalho, Regulamentação profissional. ABSTRACT PROFESSIONAL PROFILE OF WEIGHT TRAINING INSTRUCTORS IN THE GYMS OF JOÃO MONLEVADE CITY This essay has the objective of detecting the professional profile of the weight training instructors in the gyms of João Monlevade city MG. 26 instructors from both sexes had participated of this sample. For collecting data a questionnaire was used by the researcher and to analyzing the results descriptive statistics was used through accumulated and simple frequency of the final figures. According to the interviewees results: 69,22% were under 30 years old; 73,07% considered themselves prepared to act weight training marketplace; 57,70% considered the 1

weight training subject offered by Physical Education Degree in a low level and the institutions are not very well-prepared to offer it; 63,38% considered the apprenticeship a process with little contribution to the professional; 92,31% confirmed their knowledge of the professional laws. Then, it is concluded that the age average and the length of real weight training acting is very low and besides it is clear the disatisfaction with the weight training subject offered by Physical Education Degree. The majority of them considered themselves prepared to act in the workplace and they also have knowledge of the professional laws. Key Words: Weight Training, Professional Profile, Workplace, Professional Laws. INTRODUÇÃO Hoje em dia a prática de atividade física é disponibilizada à sociedade pelas mais diferentes formas, seja ela oferecida em prol da saúde, do lazer ou da educação. Sendo assim é de extrema importância que os profissionais responsáveis por conduzirem essas atividades tenham uma formação superior na área da Educação Física. De acordo com Barros (1996), para que seja bem disponibilizado este tipo de serviço à comunidade, os cursos de Educação Física oferecidos pelas Instituições de Ensino Superior, são organizados em dois grandes focos: a licenciatura que segundo Nunes (2004) prepara o profissional para atuar na área da educação formal fornecendo os conhecimentos específicos que tratam de todos os aspectos que envolvam o movimento humano, e o Bacharelado no qual o profissional é preparado para dominar os conhecimentos científicos, conceitos básicos com agregação de conhecimentos pedagógicos necessários para atuar diante da sociedade exercendo funções em campos inerentes à licenciatura como clubes, hotéis, academias e outros (TOJAL, 2004). Os profissionais de Educação Física que prestam serviços na área da saúde têm hoje a sua profissão regulamentada pelo sistema CONFEF/CREFs (órgão responsável pela fiscalização do exercício profissional na Educação Física) criado em 1999 (BARROS, 2004). O Conselho Nacional de Educação Física, órgão responsável pela fiscalização da área, enfatiza que para se ter uma atuação profissional competente é necessário que as Instituições de Ensino Superior proporcionem aos seus acadêmicos uma formação de qualidade que lhes ofereça competências, habilidades e conhecimentos, ou seja, dando-lhes suporte necessário para ingressar no mercado de trabalho. Segundo Antunes (2003) tem se observado um surpreendente crescimento entre as profissões da saúde, destacando-se uma grande proliferação no número de academias onde a conscientização da importância de se praticar atividades físicas para uma melhoria da qualidade de vida tem levado uma grande concentração da população em busca dessas instituições à procura do corpo perfeito e da saúde através de atividades físicas, como a musculação, o que muitas vezes leva pessoas a academias sem questionarem a qualidade dos serviços prestados. Chiesa (2004) chama atenção para um fato de grande importância; que a população antes de contratar os serviços na área da atividade física, procurem tomar conhecimento se os mesmos são realmente oferecidos por um profissional formado e capacitado. 2

Segundo (Barros, 2000 apud Antunes, 2003) é de extrema importância que esse profissional seja capacitado em um corpo de conhecimentos científicos e técnicos que dê a base necessária para que possa atuar em academias de ginástica e musculação, oferecendo serviços confiáveis e de qualidade impondo uma postura ética e profissional. Atualmente as academias de musculação funcionam como uma empresa prestadora de serviços à população, necessitando desse modo, de instrutores capacitados para melhor atender aos seus clientes, sendo capazes de relacionar com um público de diferentes faixas - etárias e necessidades como, diabéticos, gestantes, hipertensos e outros. Devido a esse crescente desenvolvimento, os profissionais de Educação Física devem estar cientes do grande leque de oportunidades de atuação, para o qual necessitam estar em constante atualização e aperfeiçoamento no exercício profissional (GODOY, 1994) É importante lembrar que, somente o conhecimento específico da musculação não faz dele um bom profissional, pois o mesmo deve possuir conhecimento de outras disciplinas tais como anatomia, biomecânica, fisiologia e outras, pois através da interação desse rol de disciplinas é que se busca um status de um excelente profissional da área da saúde. De acordo com Antunes (2003) os profissionais de Educação Física devem estar em constante análise de seus conhecimentos, conscientizando-se da importância de estarem em processo contínuo de aperfeiçoamento profissional para atenderem as necessidades do mercado. Durante a preparação profissional é de suma importância que o graduando coloque em prática os conhecimentos adquiridos e que possa também adquirir novos conhecimentos, dessa forma é interessante que durante sua graduação esse tenha a oportunidade de estagiar em áreas correspondentes à sua profissão. Dessa forma é importante que as instituições insiram o estágio como componente curricular, oportunizando a seus acadêmicos uma vivência prática nos mais diferentes contextos possíveis desde que sob a supervisão de um profissional habilitado para assim otimizar o conhecimento do aluno e evitar a exploração de mão de obra barata (NUNES, 2004). O estágio que denegria a profissão em meados de 1998 quando muitas vezes era utilizado como mão de obra barata, hoje é um meio de aprimoramento para os graduandos permitindo colocar em prática as competências, os conhecimentos e as habilidades adquiridas, como também ampliar suas visões e conhecimentos do mercado, devendo esse ser realizado nos últimos períodos do curso e sob a supervisão de um profissional habilitado (BARROS, 2003). Portanto o presente estudo tem como principal meta traçar o perfil dos profissionais que trabalham com musculação na cidade de João Monlevade, objetivando orientar a sociedade sobre o nível da qualidade dos serviços prestados, as capacitações desses e se realmente estão aptos a atuarem na área. METODOLOGIA A amostra do estudo foi composta por instrutores que atuam nas academias de musculação da cidade de João Monvelade-MG, onde do universo de 28 instrutores, 26 se prontificaram a participar do estudo. Como instrumento de pesquisa foi utilizado um questionário que possibilitou investigar a caracterização da amostra, a visão de mercado de trabalho, a preparação profissional e a 3

regulamentação da profissão junto aos entrevistados. O questionário foi elaborado pelo pesquisador, que contou com intervenções de seu orientador. Como procedimento de coleta, foi utilizada a seguinte estratégia: o pesquisador visitou os profissionais nas academias da cidade referida, informando-os sobre o caráter da pesquisa a ser realizada, repassando posteriormente o termo de consentimento aos que se dispuseram a participar do estudo, e em seguida aplicou-se o questionário. O tratamento estatístico utilizado no presente estudo foi a estatística descritiva (freqüência simples e acumulada). Todos os cuidados foram tomados no sentido de garantir o anonimato da amostra. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Tabela 01 Caracterização da amostra Ind Sexo Escolaridade Faixa Etária N = 26 M F Ens. Fund Ens. Médio Pós- Graduado Graduado > 20 21 a 30 31 a 40 < 41 % 69,00 30,76 3,85 19,24 53,83 23,08 15,39 53,83 26,93 3,85 Fonte: Dados da Pesquisa, 2006 Indivíduos (%) Figura 01 Caracterização da Amostra Na figura 01, está sendo apresentada a caracterização da amostra do presente trabalho de pesquisa, no qual podemos observar que 69,24% da amostra é composta por indivíduos do gênero masculino, a escolaridade predominante dos entrevistados é de 53,83% de graduados em Educação Física, em relação a faixa etária, 53,83% tem entre 21 e 30 anos de idade. Este resultado identifica-se com os estudos realizados por Antunes (2003) que afirma ser crescente o número de instrutores até os 30 anos de idade havendo um decréscimo a partir desta 26,93 idade, o 19,24 15,39 3,85 4 3,85

qual ressalta que os resultados estão intimamente relacionados à condição física e o aspecto jovial que são mais valorizados que a experiência profissional. Tabela 02 Tempo de Serviço e Registro no CONFEF Indivíduos Tempo de Serviço Registro CONFEF N = 26 > 2 anos 2 a 5 anos 6 a 10 anos < 10 anos Sim Não % 34,61 54,85 7,69 3,85 30,77 69,23 Fonte: Dados da pesquisa, 2006 Tempo de Serviço e Registro no CONFEF % de indivíduos 80 70 60 50 40 30 20 10 0 69,23 54,85 53,85 34,61 30,77 7,69 3,85 > 2 anos 2 a 5 anos 6 a 10 anos < 10 anos Sim Não Tempo de Trabalho Serviço Registro Confef CONFEF Figura 02 Tempo de Serviço e Registro no CONFEF Na figura 02, são apresentados os dados referentes ao tempo de serviço que os entrevistados possuem, podemos detectar que 54,85% apresentam tempo de serviço entre 2 a 5 anos, sendo assim verifica-se que a grande maioria dos entrevistados que estão atuando nas academias de João Monlevade estão a pouco tempo no mercado de trabalho. Comparando-se os dados encontrados ao estudo de Antunes (2003) nota-se que é comum encontrarmos uma maior porcentagem de indivíduos (60,01%) com pouca experiência, máximo de 5 anos, onde ele ressalta que estes números são justificados através da relação idade x valorização da aparência, ou seja, como são dispostos no mercado indivíduos mais jovens; automaticamente estes terão menos tempo de experiência sendo substituídos em pouco tempo, em média por volta dos 30 anos, desta forma torna-se este um grande problema para o profissional de Educação Física que se dedica apenas a este ramo, pois é provável que fique pouco tempo no mercado. Em relação ao credenciamento junto ao Conselho Federal de Educação Física, somente 30,77% estão legalmente filiados ao Conselho que regulamenta a profissão, percebe-se ser este um fator preocupante pois é sabido que empregos e cargos envolvendo atividade física só devem ser exercidos por profissionais registrados no sistema CREF/CONFEF. 5

Tabela 03 Mercado de Trabalho Nada Preparado Pouco Preparado Preparado Muito Preparado Perguntas Sente-se preparado para trabalhar com a musculação 15,39% 73,07% 11,54% Sente-se preparado para trabalhar em equipe 7,7% 65,38% 26,92% Sente-se preparado através da disciplina Musculação 7,69% 57,7% 23,07% 11,54% Fonte: Dados da Pesquisa, 2006. Mercado de Trabalho % de indivíduos 80 70 60 50 40 30 20 10 0 73,07 65,38 57,7 26,92 23,07 15,39 11,54 11,54 7,69 7,7 Nada Prep Pouco Prep Preparados Muito Prep Sente-se preparado para trabalhar com a musculação Sente-se preparado para trabalhar em equipe Sente-se preparado através da disciplina Musculação Figura 03 Mercado de Trabalho Na figura 03 são apresentadas as opiniões sobre o mercado de trabalho, em relação a se sentir preparado para atuar com musculação, 73,07% consideram-se preparados para tal função. De acordo com Antunes (2003) deve-se levar em consideração a tendência da pessoa não se auto-avaliar negativamente. Assim de acordo com estudo realizado por ele foi constatado que 12,96% que se diziam estarem preparados para atuarem como instrutor, na verdade não estavam, pois em pelo menos uma das outras perguntas esses se diziam pouco preparados, ou seja, o instrutor realmente preparado deve ser capaz de assumir todas as funções e não somente uma e outra. Em relação ao trabalho em equipe 65,38% dos indivíduos dizem estar preparado para dividir com os colegas o espaço de trabalho. Já em relação ao conteúdo da disciplina musculação desenvolvido nas Instituições de Ensino Superior, 57,70% dos participantes da pesquisa, dizem que a mesma pouco preparou-os para o mercado de trabalho. Estes dados mostram que uma grande parcela dos indivíduos considera fraco o ensino da disciplina musculação oferecida pelos cursos de Educação Física. Em estudo realizado por Chiesa (2002), a maioria dos entrevistados considera a vivência prática da musculação mais importante para sua capacitação profissional que o próprio curso de Educação Física, pois muitas vezes esse não oferece conteúdos teóricos práticos suficientes aos profissionais que pretendem trabalhar com a musculação. Segundo Antunes (2003) as 6

instituições devem rever seus currículos para que possam oferecer os conhecimentos necessários na preparação dos profissionais de musculação. Comparando o estudo de Chiesa (2002), Antunes (2003) e o presente estudo verifica-se uma insatisfação geral pelos profissionais com relação a disciplina Musculação oferecida pelas faculdades, desta forma conclui-se que há uma grande necessidade de reformulação curricular dessa disciplina para uma melhor formação de profissionais. Tabela 04 Preparação Profissional Pouco Muito Perguntas Ofereceu Ofereceu Ofereceu Outras disciplinas ofereceram apoio na sua preparação profissional 23,07% 69,23% 7,7% A disciplina Musculação ofereceu subsidio para montagem de programas 19,23% 61,53% 19,24% O estágio curricular ofereceu subsidio para sua formação profissional 65,38% 26,93% 7,69% Fonte: Dados da pesquisa, 2006. % de indivíduos 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Preparação Profissional 69,23 65,38 61,53 26,93 23,07 19,23 19,24 7,7 7,69 Pouco Ofereceu Ofereceu. Muito Ofereceu Outras disciplinas ofereceram apoio na sua preparação profissional A disciplina Musculação ofereceu subsidio para montagem de programas O estágio curricular ofereceu subsidio para sua formação profissional Figura 04 Preparação Profissional Na figura 04, estão representados os resultados sobre a Preparação Profissional. No item sobre a contribuição de outras disciplinas no suporte para sua preparação profissional, 69,23%, afirmam que outras disciplinas oferecidas na grade curricular dos cursos de Educação Física ofereceram apoio para sua formação profissional. Sobre montagem de programas, 61,53%, afirmam que a disciplina Musculação oferece subsidio para este desenvolvimento, dados esses contrários aos estudos de alguns autores como Ono (2004), nos quais apenas 37,5% se julgam preparados para elaborar um programa de treinamento de musculação e o de Chiesa (2002) em que a maioria dos entrevistados consideraram-se pouco preparados para assumirem tal função. Já em relação ao estágio, 65,38% dos entrevistados afirmam que esse momento acadêmico ofereceu pouca contribuição para o desenvolvimento profissional. Ao contrário do estudo de Antunes (2003) no qual o estágio foi considerado importante por 83,08% dos entrevistados, pois é um momento de aquisição de conhecimentos e também um momento de colocar em prática o que já foi visto. Baseando-se nos dados encontrados com os estudos de 7

Antunes (2003) nota-se que o estágio é considerado importante na preparação do profissional, mas somente esse por si só não oferece a base necessária para que o profissional esteja pronto para assumir o mercado de trabalho. Vale lembrar que o estágio só deve ser conduzido por um especialista no assunto e que esse só deve ser realizado em empresas registradas no sistema CONFEF/ CREFs estando essas cientes do seu importante papel na formação destes profissionais (BARROS, 2003). Tabela 05 Regulamentação da Profissão Pouco Razoável Conheci Muito Perguntas Conhecimento Conhecimento mento Conhecimento Você possui conhecimentos sobre o CONFEF 0% 26,92% 61,53% 11,55% O local onde você trabalha possui conhecimento sobre o 3,84% 23,08% 57,69% 15,39% CONFEF Você conhece as normas que regulamentam sua profissão 7,7% 34,61% 50% 7,7% Fontes: Dados da pesquisa, 2006. % de indivíduos 70 60 50 40 30 20 10 0 3,84 Pouco Conhecimento Regulamentação da Profissão 34,61 26,92 23,08 61,53 57,69 15,39 11,55 7,7 7,7 Razoavel Conhecimento Figura 05 Regulamentação da Profissão 50 Conhecimento Muito Conhecimento Você possui conhecimentos sobre o CONFEF O local onde você trabalha possui conhecimento sobre o CONFEF Você conhece as normas que regulamentam sua profissão Na figura 05, são apresentadas as respostas dos entrevistados sobre a regulamentação da profissão. Podemos observar que 61,53% possuem conhecimento sobre o Conselho Federal de Educação Física, também fica evidente que as academias onde os indivíduos entrevistados trabalham possuem conhecimento sobre a existência do Conselho Federal de Educação Física. Sobre o conhecimento das normas que regulamentam a profissão de educação física, a pesquisa apresenta que 92,3% dos entrevistados conhecem as leis que regem a profissão de Educação Física. Dados estes importantes, visto que apesar de ter uma pequena parcela (30,77%) dos entrevistados registrados no CONFEF, a grande maioria possui conhecimentos sobre a importância do enquadramento do profissional dentro das competências exigidas pelo CONFEF para que esse assegure a seus clientes um serviço profissional competente e atualizado. 8

CONCLUSÃO Após a comparação dos dados entre os itens pesquisados e os revistos na literatura, conclui-se que a média de idade e o tempo de atuação na área da Musculação é muito baixa, isso devido à grande valorização do aspecto físico e jovial dos profissionais, desta forma a experiência profissional não é levada em consideração pelos contratantes, dando assim preferência aos mais jovens. É satisfatório a constatação de que grande parte dos entrevistados consideram-se preparados para atuar no mercado e que a grande maioria possui conhecimento das leis que regem a profissão, pois assim percebemos estar diante de profissionais capacitados a estarem atuando de forma competente no mercado. Sabe-se que é de fundamental importância que o profissional tenha uma base de conhecimentos consistentes que suporte necessário para a sua atuação profissional, mas ficou claro que boa parte dos entrevistados encontram-se insatisfeitos com a disciplina musculação oferecida pelos cursos de Educação Física. Por conseguinte é necessário que as instituições revejam seus currículos e conteúdos da disciplina, a fim de oferecer uma preparação mais adequada com as demandas do mercado. O fato de constatarmos que graduados disputam o mercado com não graduados os quais representam um número significativo, nos mostra a necessidade de uma atuação mais rigorosa por parte dos órgãos fiscalizadores da profissão. Diante dos problemas identificados no presente estudo espera-se que haja uma melhor organização de modo geral, a partir das instituições que oferecem a Educação Física aos profissionais que atuam na área de musculação, para que a sociedade possa estar segura de um serviço profissional competente e confiável. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANTUNES, Alfredo César. Perfil profissional de Instrutores de academias de ginástica e musculação. Disponível em internet. http:// www.efdeportes.com/ efd60/perfil.htm. Acesso em 20 abr. 2005 BARROS, José Maria de Camargo. Educação Física: Perspectivas e tendências na profissão, 1996. Disponível em internet. www.rc.unesp.br/ib/efisica/motriz/02n1/v2n1_pon09. pdf. Acesso em 28 mar. 2006 BARROS, José Maria de Camargo. Considerações sobre o estágio na formação do Profissional de Educação Física. Revista do Confef. Rio de Janeiro, n.08 p.28-30, ago. 2003. BARROS, José Maria de Camargo. Fiscalização no Contexto Atual da Profissão de Educação Física. Revista do Confef. Rio de Janeiro. n.11 p.9-10, mar. 2004. CHIESA, Luiz Carlos. Personal Trainer - Ponto de Vista - Conduta Profissional, 2004. Disponível em internet. http://www.saudeemmovimento.com.br/ conteudos/conteudo_ exibel.asp? cod_ noticia =1435. Acesso em 20 fev. 2006 CHIESA, Luiz Carlos. Academias de ginástica e musculação: preparação de recursos humanos. 2002. Disponível em internet http://www.cdof.com.br/blog/easblog.asp?id=12. Acesso em 28 de mar. 2006 9

GODOY, Erik Salum de. Musculação: Fitness. 1.ed. Rio de Janeiro: Sprint, 1994. p. XIII NUNES, Edson de Oliveira. Diretrizes Curriculares. Revista do Confef. Rio de Janeiro. n.12 p.14-15, mai. 2004. ONO, Melina Yumi. Perfil profissional do instrutor de musculação da cidade de Rolândia - PR. Disponível em internet. http:// www.uel.br/cef/tcc- PAGINA/RESUMOS/R-111-04. pdf. Acesso em 28 mar. 2006 TOJAL, João Batista Andreotti Gomes. Diretrizes Curriculares - Um pouco de história. Revista do Confef. Rio de Janeiro. n.12 p.16-17, mai. 2004. 10